Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi.
Espero que gostem do capítulo de hoje e comentem, por favor. Boa noite.

~Joko *3*



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Eu seguia Rachel pela minha empresa de modo que parecesse que ela que me seguia, estávamos tentando chegar ao escritório do meu marido, Octavian, para ela assinar o recesso que ele daria para ela me ajudar. Eu tive pedir muito para ele permitir, parece que nem Octavian gosta dela. Questionei-me por que, então, ele me disse que não a conhecia na outra noite e o por que do ódio pela ruiva.

Rachel ainda estava me tratando com certa rudez, mas não era tão exagerado como antes. Estava levemente mais gentil e me tratava agora apenas por Reyna, sem xingamentos, apelidos indelicados ou por “senhorita Avilla”.

– É aqui. Bata antes de entrar... – avisou Rachel quando paramos na frente de uma porta.

Como ela dissera, eu bati e abri a porta logo depois. Ouvi Rachel bufar atrás de mim, mas ignorei. Octavian não estava, mas um senhor me recebeu com um sorrio gentil nos lábios, sorrindo ainda mais ao ver Rachel atrás de mim.

– Voltando às raízes, Rachel? – diz ele pegando alguns papéis e caneta.

– Cala a boca, Quíron. – ela pegou a caneta das mãos dele e assinou onde ele indicou. Era obvio que eles se conheciam, mas eu continuava confusa. – Eu só estou a ajudando porque Annie pediu.

– Zoe já está sabendo? – ele riu fazendo Rachel corar. – Não. E para onde vão?

– Vamos dar um volta... O quanto antes eu a fizer lembrar de tudo, mais rápido fico longe dela.

– Por que me odeia tanto? – só percebi a pergunta quando já tinha questionado, mas Rachel me ignorou, apenas me puxou pelo pulso para as escadas e as descendo por lá. – Tem elevador. Você sabe, não é?

– Prefiro ir por aqui.

– São quase 30 andares!

– Não vamos descer todos! – respondeu ela.

(...)

Meus pés doíam, eu estava começando a sentir frio- mesmo nós estando saindo do verão. Encostei-me arfando na parede quando chegamos a uma loja de músicas no central park. Rachel estava rindo de mim enquanto batia na porta, a qual foi atendida por um garoto alto, roupas pretas e olhos e cabelos igualmente pretos.

– Rachel? Trabalha mais não, sua preguiçosa? – questionou ele abrindo a porta. Aparentemente, ele estava dormindo na própria loja.

– Mudei de trabalho, Nico. Olha só quem veio... – ela apontou para mim, que dei um meio sorriso, ainda arfando. – Ela esqueceu tudo...

– Caiu nessa, ruiva? – ele nos deu passagem, eu apenas segui Rachel de perto. – Depois de anos, acha mesmo que isso irá mudar algo?

– Não, ela realmente esqueceu. Sofreu um acidente e esqueceu-se de tudo, Annie explicou lá como era o nome da maldita doença.

A loja não era bem uma loja. Na verdade, era uma espécie de karaokê antigo- aqueles que as pessoas não tinham em casa- com um sofá grande de couro preto, um pequeno palco, janelas aprova de som e com fumê. Além, é claro, do ar-condicionado e/ou aquecedor.

Rachel continuou conversando com Nico, mas eu apenas fiquei olhando ao redor. Nico parecia me conhecer também, mas, novamente, eu não me lembrava dele. Mas o local me parecia familiar, não lembranças, mas lembrava-me que algo grande tinha ocorrido ali. Institivamente levei minha mão direita aos lábios, sentindo-os úmidos. Estava eu pensando em beijo? Torci o rosto.

Uma mão pousou em meu ombro, quando olhei vi que era Rachel.

– Vamos fazer karaokê. – ela avisou enquanto Nico arrumava algumas coisas. – Uns amigos meus virão, Nico cuidará para que nenhum deles voe no seu pescoço e preparará a música. Tem alguma em especial?

– Nã-não sei nem se eu sei cantar.

Rachel riu, pela primeira vez, um riso sincero e sem gozar da minha cara.

– Acredite, você sabe. Nico trará algumas bebidas, então sinta-se a vontade. Escolhi algumas músicas que talvez lhe ajudem a lembrar de algo.

Apenas assenti e sentei no sofá. Não demorou para Rachel me trazer uma cerveja e logo várias pessoas chegarem, algumas manteram distancia de mim, outras me cumprimentaram e outras como uma tal de Thalia sentou ao meu lado e foi logo puxando assunto. Nós passamos a manhã bebendo, tocando música e quando foi no inicio da tarde, Rachel foi cantar.

Apareceu em um telão o nome da música e de quem era, logo embaixo a letra. Rachel sorriu de canto para mim, mas alguns ali a olharam meio triste, pareciam entender o porque de ela ter escolhido tal música.

A música era Jar of Hearts da Christina Perri. Ela tinha uma belíssima voz, mas eu podia sentir bastante sentimento nas letras.

I know I can't take one more step towards you

Cause all that's waiting is regret

Don't you know I'm not your ghost anymore

You lost the love I loved the most

I learned to live, half alive

And now you want me one more time

And who do you think you are?

Running 'round leaving scars

Collecting your jar of hearts

And tearing love apart

You're gonna catch a cold

From the ice inside your soul

So don't come back for me

Who do you think you are?

I hear you're asking all around

If I am anywhere to be found

But I have grown too strong

To ever fall back in your arms

I've learned to live, half alive

And now you want me one more time

And who do you think you are?

Running 'round leaving scars

Collecting your jar of hearts

And tearing love apart

You're gonna catch a cold

From the ice inside your soul

So don't come back for me

Who do you think you are?

Dear, it took so long just to feel alright

Remember how to put back the light in my eyes

I wish I had missed the first time that we kissed

Cause you broke all your promises

And now you're back

You don't get to get me back

And who do you think you are?

Running around leaving scars

Collecting your jar of hearts

And tearing love apart

You're gonna catch a cold

From the ice inside your soul

So don't come back for me

Don't come back at all

And who do you think you are?

Running around leaving scars

Collecting your jar of hearts

And tearing love apart

You're gonna catch a cold

From the ice inside your soul

Don't come back for me

Don't come back at all

Who do you think you are?

Who do you think you are?

Who do you think you are?

Quando ela terminou, ficamos mais uns minutos ali, não muito, pois logo Rachel me puxou para o Central Park, onde ela comprou um algodão doce azul bem grande. Nós sentamos na beira de um lago e ela me disse que eu gostava daquele tipo de algodão doce. Como a questão era eu lembrar, ela resolveu que eu deveria fazer perguntas para ela e ela responderia. De alguma forma, mesmo ela me odiando, ela ainda respondia corretamente todas- eu sabia disso, pois parava para pensar logo depois e percebia que era verdade.

– Aquela música, para quem você cantou? – perguntou enfiando um tufo de algodão doce na boca, ele logo se dissolveu.

– Para ninguém, oras. Era uma música qualquer. – ela deu de ombros rindo secamente.

– Músicas quaisquer não têm tanto sentimento como aquela tinha. Pode me contar, eu não lembro mesmo... – dei de ombros.

– Não era para ninguém, tá legal? – ela pegou mais um pedaço do algodão doce.

– Posso te fazer uma pergunta? – ela assentiu, deitando na grama e olhando para o céu. – Você não acha que eu seja uma pessoa tão terrível quanto eu pareço, acha?

– Eu já vi vários lados seus, particularmente não sei quais deles é o verdadeiro. – Rachel deu de ombros e me olhou. – Mas todo mundo é assim, é uma coisa do ser-humano.

Deitei ao lado dela.

– Lembrou de algo? – perguntou ela apoiando a cabeça entre as mãos.

– Só uma sensação estranha. – dei de ombros, rindo sem graça. – Lá no Nico, mais cedo, eu tive a sensação de quem já tinha estado lá e que algo grande acontecera lá... algo como beijo.

Ouvi Rachel respirar fundo e ficar em pé, ela estendeu a mão para mim, ficando repentinamente séria.

– Vamos. Você vai pegar um táxi para casa e eu vou pegar o metrô, está ficando tarde. – aceitei a ajuda e nós ficamos em pé.

Nós começamos a andar em silencio para fora do park, mas eu estava começando a ficar constrangida. Eu dissera algo de errado?

– Eu posso te pedir um favor? – olhei para Rachel quando nós paramos na saída e ela me olhou meio envergonhada. Assenti sorrindo de canto. – Você poderia terminar com seus amantes? É que... Annie, a outra secretaria, Thalia e Piper são meio que afim daqueles caras e eu não aguento mais vê-las tristes só porque você seduz eles com sexo.

– E-eu fa-faço isso? – a surpresa e o nojo ficaram palpáveis em minha voz. – Sim, claro que termino. Sem problema nenhum...

– Obrigada. Amanhã vou te levar para um lugar que você talvez goste... talvez lembre-se algo, nem que seja algumas míseras lembranças. – ela me deu as costas começando a caminhar para longe.

– Tchau para você também, Rachel! – gritei, mas ela só fez um gesto com a mão de “tanto faz”. Eu apenas ri e peguei o primeiro táxi que apareceu na minha frente.

Eu mal pus os pés dentro de casa e já senti uma sensação estranha invadir meu peito. Era um silêncio, tão quieto que era possível ouvir o zunir de uma mosca. Caminhei por pela casa até encontrar o quarto de Thiago, o que me surpreendeu uma casa que tem criança pequena ser tão silenciosa, principalmente quando a criança estava em casa.

Thiago abriu um largo sorriso em minha direção e levantou, pegando alguns desenhos enquanto corria na minha direção. Dispensei Lurdes com a mão, que logo saiu de forma obediente. Peguei meu loirinho no colo e sentei com ele na cama, Thiago foi logo me mostrando os desenhos que ele fizera na escola, todos eram apenas ele, eu e, quase sempre, uma mulher ruiva escondida.

– Anjo, quem é essa? – apontei para a moça escondida em uma arvore no desenho dele.

– Eu não sei. Ela às vezes aparece nos lugares que a senhora me levava, ai se esconde quando lhe vê e sempre pede para eu não lhe contar. Ela é legal, me ajudou a encontrar a senhora uma vez quando me perdi no parque.

– Ela... fez isso?

– Ahan. Mas ela nunca diz o nome, apenas me ajuda e diz para que eu não conte a senhora sobre ela, ela diz que a senhora ficaria com raiva. – ele pega outro papel, começando a desenhar outra coisa. – Mamãe lembrou de algo sobre mim hoje?

Reprimi os lábios ao ouvi-lo dizer aquilo. Era verdade que eu não tinha lembrado de quase nada dele, aliás, eu não tinha lembrado de nada naquele dia, mas estava com pena de contar a ele sobre aquilo. Mas cometi um erro terrível ao dizer:

– Lembrei do que aconteceu para eu me ferir e posso dizer com certeza que a culpa não foi sua. – eu sorri de modo gentil, mas o loirinho ficou em pé e me abraçou, depois segurou meu rosto entre as mãos, os olhinhos cheios de lágrimas. – Ei, pequeno, por que está chorando?

– Não fique com raiva do papai. Ele só estava nervoso porque eu risquei a papelada dele, a culpa não foi dele, foi minha. Mamãe, por favor, não fica com raiva do papai. Por favor, mamãe, por favor! – eu estava chocada.

Então eu fora para o hospital de algum motivo por culpa de Octavian? O que acontecera naquela noite exatamente? Mas eu não questionei nada, apenas abracei Thiago, aninhando-o em meu peito.

Após conseguir acalmar o pequeno, eu levantei, tomei banho e eu mesma dei banho em Thiago, o que pareceu uma afronta aos olhos de Lurdes este pequeno ato. Ainda fiquei desenhando com Thiago por um tempo, até que percebi que ele começava a sentir-se sonolento. Peguei-o no colo e o levei para o meu quarto, parando apenas para falar com Lurdes.

– Avise ao meu marido que Thiago dormirá comigo hoje, mande-o dormir em outro lugar. – ela apenas assentiu, eu sorri para ela agradecida. – Obrigada e boa noite.

Deitei Thiago entre as minhas cobertas e fui ao meu closet, sentando na cama e pegando a aliança seguida pelo álbum. Peguei algumas das fotos que eu achei que seriam as mais fáceis de tirar a tinta da caneta, sem danificar a foto, e guardei junto do anel na cômoda ao lado da minha cama, guardando a caixa logo em seguida.

Quando voltei, apenas puxei Thiago para mais perto de mim, nos cobri e fiquei fazendo cafuné nos cabelos loiros lisinhos dele. Ele era tão pequeno, mas deixara uma questão tão grande em minha cabeça. Acabei pegando no sono entre tantos pensamentos, confiando que Lurdes não permitiria que Octavian dormisse conosco naquele quarto. Por via das dúvidas, eu preferia manter distancia daquele homem que, no momento, se tornara o principal suspeito sobre o meu acidente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Me digam que eu concerto o que não gostaram e aprimoro o que gostaram. Adios, mis amigos.
Boa noite.

~Joko *3*



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