Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi.
Espero que gostem do capitulo de hoje e até o próximo, amanhã.
Boa noite.

~Joko *3*



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Acordar já é uma tarefa difícil, agora imagine você ter de acordar cedo e ainda não se lembrar de quase nada? Eu ainda não tinha conseguido recobrar minhas memórias, então eu continuava a me questionar fatos de minha casa, um que me chamou a atenção é ter uma pintura no teto do meu quarto de mim com Octavian, os dois nus com apenas um lençol nos envolvendo. Fiz careta.

Eu tomei um banho longo e tive de passar em torno de trinta minutos para achar uma roupa nem tão dondoca e nem tão desarrumado, já que acompanharia Octavian à tal empresa que ele falara. Então, eu pus uma blusa de ceda branca, um blazer vermelho escuro, uma calça jeans de lavagem escura e botas pretas. Para mim, estava ótimo, mas quando vi como Octavian estava, senti-me tentada a mudar de roupa, já que ele usava um belíssimo terno azul, os cabelos penteados com gel para trás, sapatos sociais pretos, isso fora o caríssimo relógio de ouro no pulso. Eu, em comparação a ele, parecendo uma mendiga. Mesmo assim, a preguiça não permitiu que eu trocasse de roupa, pois teria de passar mais trinta minutos a procura dessa.

Não pude falar com Thiago pela manhã, já que quando descera para tomar o café, Lurdes me informara que o nosso motorista- me perguntei para quê um motorista se Octavian e, espero, eu sabemos dirigir- já havia o levado para a pré-escola. E quando a questionei se ele não quisera me ver antes de ir, ela apenas disse:

– Ele fez como todos os dias, senhora.

Eu nunca falo com meu filho antes de ele ir para a escola? Eu senti vontade de me matar quando Lurdes me falou aquilo, me senti um lixo de mãe. Apesar de não me lembrar de Thiago o suficiente, eu já tinha percebido que não era das melhores mães do mundo, isso se eu chegasse a ser ao menos presente, nem que só um pouquinho, na vida dele.

Estava sentada no sofá de couro preto da sala, encarando o tapete de pelinhos perfeitamente branco, quando senti uma mão segurar meu ombro. Acho que por impulso, eu me levantei assustada, segurando o braço em força. Octavian riu me olhando.

– Desculpe. Te assustei, querida? – questionou ele.

– Um pouco... – murmuro surpresa comigo mesma.

Thiago tinha posto a mão no ombro e não me deixara tão assustada quanto com o contado da mão de Octavian. Na verdade, meu corpo tinha sensações bem diferentes quando a minha pele entrava em contato com a de Octavian, mas eu me questionava o porque.

– Vamos, querida, estamos atrasados já.

Apenas segui em silencio Octavian. Ele me olhou torto pelo canto do olho e então riu.

– Qual a graça? – perguntei confusa.

– É que a outra Reyna já mais sairia de casa vestida assim e, principalmente, sem bolsa. – ele ri mais, o que me faz corar. – Mas eu gosto dessa Reyna tanto quanto a outra.

– Só... Cala a boca.

Dito isso, entrei no carro em silêncio ainda o ouvindo rir. Pus meu cinto com raiva e fomos o caminho inteiro em silêncio... Quase. Octavian pôs o mesmo tipo de música que de quando fomos para casa na noite anterior. Senti vontade de me jogar para fora o carro quando ouvia letra, era totalmente ridícula.

A empresa era um prédio enorme no centro de Nova York, um arranha-céu com uns 40 andares, sem contar o subsolo de três espaçosos andares. Por dentro, parecia mais uma empresa de música, mas logo percebi várias propagandas de prédios em construção. Conclui logo em seguida que, provavelmente, a empresa era uma empreendedora, construía apartamentos, casas, etc.

No elevador, não importava quem entrava ou saía, todos cumprimentavam a mim e a Octavian. Eu estava ficando constrangida por não poder falar com eles sem que Octavian sussurrasse o nome deles em meu ouvido. Quando saímos no ultimo andar, a recepcionista nos cumprimentou com um largo sorriso, ela foi a primeira a quem Octavian contou sobre mim e mandou que ela “me olhasse” enquanto ele ia até aos presidentes pedir meu afastamento temporário.

Larguei-me na cadeira ao lado da garota, que sorriu para mim.

– Não deve se lembrar de mim, senhorita Arellano. Sou Annabeth Chase, sua secretária. – ela me estendeu um copo com café, que eu neguei. A loira riu. – Perdão, mas é que isso é a primeira coisa que você pede quando chega.

– Pode agir normalmente comigo, ok? Sou apenas Reyna, sem senhorita e sem formalidades. – dei de ombros. – E hoje eu tomei quase um litro de café em casa, parece que eu sou alucinada por isso...

Antes que Annabeth dissesse algo, um homem de porte atlético apareceu na recepção. Ele tinha olhos verdes brilhantes, cabelos negros e um terno preto com gravata verde vibrante. Pude ver Annabeth ficar nervosa assim que pôs os olhos nele.

– Bom dia, senhorita Chase. Alguma reunião hoje? – ele perguntou.

– N-não, senhor Jackson. – ela desviou o olhar, escondendo o rosto corado.

Ele me olhou sério.

– Posso falar com a senhorita, senhorita Avilla? – eu apenas assenti e levantei, o seguindo em direção a uma sala. Mal entramos e ele já me puxou pela cintura, colando nossos lábios em um beijo quente com as mãos dele passeando pelo meu corpo. Separei-me dele bruscamente, lhe dei um tapa e enxuguei minha boca. – Uou, por que isso, amor?

– Amor?! Eu não sei nem quem você é! Eu sou casada, sabia? – bradei andando de um lado para o outro, assustada.

Ainda mais essa! Eu sou casada, mas um cara que eu nem conheço me agarra e me chama “amor”? Estanquei. Será que eu tinha um amante? E se Thiago fosse filho dele e não de Octavian?

O homem riu e chegou perto de mim, me abraçando pela cintura.

– Estamos sozinhos, não se preocupe. Ninguém vai nos ver... – ele me dá um beijo no pescoço, o que me faz separar-me dele tão rápido quanto da primeira vez. – O que houve? Parece até que viu um fantasma...

– Olha, eu não sei quem você é... fica longe de mim! – e com isso, eu saí da sala dele.

Enquanto eu andava tentando me afastar o máximo possível, um braço me puxou por um canto. Olhei quem estava me puxando e vi um homem de cabelos louros e olhos azuis com um terno cinza e gravata azul claro brilhante. Tentei não pensar em fugir dele também, mas quando ele me jogou dentro de uma sala menor, depois me pôs sentada em cima de uma mesa e começou a me beijar, eu me questionei se eu não deveria ter fugido antes.

Assim como fiz com o primeiro homem, empurrei o loiro para longe e fiquei em pé. Desferi um tapa nele, que riu e me olhou safado.

– Ué, já passamos para a parte do nosso sexo selvagem? – ele começou a se aproximar de mim, eu consegui desviar rapidamente. – É selvagem ou corrida, minha flor?

– Quem é você?!

Ele riu e tentou me agarrar de novo, mas eu consegui me esquivar e corri para fora. Desta vez, consegui chegar à recepção sem que ninguém me puxasse de novo. Eu estava com nojo de mim, já que, pelo o que eu entendera, eu tinha dois amantes e, assim como meu marido, eu não senti nada. Eu tive a mesma reação com os dois homens, muito mais bonitos que meu marido, foi a mesma que com Octavian. Eu já tinha ficado com nojo de mim por ter UM amante, imagine dois! E Thiago? Eu não estava mais ligando para quem era o pai do menininho, eu estava preocupada mesmo com ele descobrir a vadia que ele tinha como mãe.

Mas então, quando eu ia começar a falar com Annabeth, uma voz doce invadiu meus ouvidos. Eu estava debruçada sobre o balcão da recepção, olhando para Annabeth, quando uma cabeleira ruiva entrou na mesa apressada, guardando a bolsa e pegando a crachá.

– Desculpa, Annie. Eu me atrasei, perdi o ônibus e não consegui mais pegar outro, ai tive de vir correndo até pegar um taxi umas quatro quadras depois do meu apartamento. – ela sentou e me olhou. O sorriso dela foi sumindo, até ela fica séria. Era uma linda garota: cabelos ruivos caindo como cascata nos ombros, olhos verdes intensos e cheios de vida, algumas sardas no rosto e bochecha. Senti um frio na barriga e algo queimar em peito. Uma sensação boa, mas ao mesmo tempo estranha. – Bom dia, senhorita Avilla.

– É você... – murmurei entrando onde elas estavam e encarando-a chocada. – É a moça das fotos...

A moça arqueou as sobrancelhas e trocou um olhar confuso com Annie.

– Perdão, como? Senhorita, acho que isso é inapropriado para o nosso ambiente de trabalho, volte a me tratar como sua recepcionista odiada.

– Como posso odiar alguém que tenho fotos em casa? – a ruiva corou enquanto Annabeth a olhou confusa. – Por favor, você é a única que pode me ajudar! Eu não me lembro de nada, mas você é a única pessoa que me parece familiar. Eu estou com nojo de mim mesma e estou completamente confusa sobre tudo.

– Belo truque, Reyna, mas não cairei nessa. Se não se importa, poderia me deixar trabalhar? Combinamos que você me ignorava e eu trabalhava em paz. – ela foi fria como gelo. Olhei-a confusa. Ela bufou, ficando em pé e me levou até a sala com uma plaquinha em ouro dizendo “Reyna Avilla”- Sua sala, majestade. Agora me deixe em paz.

Quando ela ia se virar para sair da sala, eu a segurei pelo pulso.

– Por favor... eu não sei nem o seu nome, mas você a única pessoa familiar para mim, eu te imploro... me ajude! – pedi.

– Para com a brincadeira, ok? Eu já disse que não estou aqui para tentar nada com você, eu só quero trabalhar e tentar algo mais além algum dia. Nós vamos dividir esse espaço sem contato físico, visual e muito menos verbal. Nós nos odiamos, entendeu? – ela me deu as costas e saiu.

Eu não me movi. Eu a odiava? Ela me odiava? Eu estava assustada, confusa, com nojo de mim e começando a me questionar que tipo de vadia maluca eu era. Primeiro vem o tal de Jackson, que me leva para a sala dele e me chama de amor, depois eu sou agarrada por um loiro que gosta de sexo selvagem e então eu descubro que a única pessoa que pode me ajudar me odeia?

Joguei-me no chão, encarando o teto e fazendo um muxoxo. Eu estava quase começando a chorar enquanto tentava por meus pensamentos em ordem, quando a porta de minha sala é aberta. Apoio-me nos meus cotovelos na esperança de ver a ruiva, mas quem eu vi mesmo foi outro loiro. Ele tinha olhos azuis e uma cicatriz no olho, mas, diferente de todos os outros homens, ele estava com um uniforme de carteiro da empresa. Fiquei em pé e corei ao vê-lo.

– Relaxando, Reyna? – ele entrou fechando a porta.

– Pondo pensamentos em ordem e você foi o primeiro a me chamar de Reyna... obrigada. – digo pegando as cartas das mãos dele. Eu as joguei em cima da mesa e me assustei quando mãos me abraçaram por trás e passearam pela minha coxa. – Opa... – eu me soltei dele. – Até você?

– Como assim até eu, amor? Sou só eu como seu amante. Aliás, diga ao porco do seu marido me dá um aumento... o ultimo foi de um dólar. Quem dá um aumento de um dólar? – ele riu e se aproximou de mim. – Mas então, quer ter um segundo round de ontem de manhã?

Eu fui para o outro lado da mesa, mantendo distancia dele com a mesa entre nós. Ele riu e tentou chegar até mim, mas, cada vez que ele se aproximava, eu ia para o lado contrário. Pude ler no crachá dele que o seu nome era Luke, o carteiro da empresa. Luke parecia se divertir com aquela minha “brincadeira”. Então ele me enganou, indo para um lado, mas quando eu fui, ele deu a volta e me pegou, tomando minha boca vorazmente. Eu me debati e o joguei para longe, mas ele logo voltou.

Quando eu ia morder a língua dele, para que ele ficasse longe de mim, a porta se abriu e Luke praticamente voou para longe de mim. Nós dois olhamos para a porta e eu corri na direção da ruiva quando pus meus olhos nela.

– Senhorita Avilla, tenho que falar com a senhorita. Senhor Castellan... – Luke pareceu entender o olhar da ruiva e se retirou, fechando a porta ao sair. A ruiva suspirou e me empurrou de leve para longe dela, caminhando pela sala e cruzando os braços. – Annie me contou o que aconteceu com você. Perdeu mesmo a memória?

Assenti sentando no chão e cruzando as pernas. Ouvi a ruiva bufar e se aproximar de mim, ela acocorou-se a minha frente e me olhou como se pensasse.

– Por favor, eu preciso de ajuda. Não sei o que aconteceu entre nós, mas eu te imploro, me ajude. Três homens me agarraram dizendo ser meus amantes, mas eu sou casada e, mesmo assim, eu não sinto que eles são familiares como você é para mim. Eu não consigo entender... É frustrante tudo isso, eu preciso me lembrar de tudo, me lembrar de mim. Eu vou enlouquecer assim!

A ruiva bufou.

– Argh! Ok, tá! – ela disse parecendo ter perdido uma batalha. – Eu ajudo você! – abri um largo sorriso, e me joguei nela, abraçando o pescoço dela. – Hey, sem exageros. Só vou lhe ajudar, porque Annie me pediu.

– Por mim está ótimo! Obrigada! – sorri abertamente para ela. - E... quando começamos?

– Hoje. Soube que seu marido vai pedir um recesso para você, peça a ele para me liberar e nós vamos para algum lugar para você se lembrar de algo.

– Não está me usando, está? – perguntou estranhando.

– Eu já estou te ajudando, não reclama. – ela ficou em pé e começou a sair. – Estarei na recepção... Ah! – ela se virou para mim. – Sou Rachel Dare, sua recepcionista odiada.

E ela saiu de minha sala, me deixando sozinha no chão.

– Rachel... – repeti sentindo a boca se encher quando murmurei aquele nome. Ele também me parecia familiar.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Podem me dizer EXATAMENTE o que acharam e eu prometo trabalhar para fazer como vocês querem. Até amanhã.
Boa noite.

~Joko *3*



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