Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 18
Capitulo 19


Notas iniciais do capítulo

Volto mais tarde com o THE LAST, ou EPÍLOGO.
Boa leitura.


Joko *v*



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Pisquei algumas vezes antes de conseguir abrir completamente meus olhos. A luz do hospital estava começando a se tornar familiar para mim depois de todas as minhas vindas, mas desta vez a luz me deixou feliz, não preocupada ou raivosa, como das outras vezes, me deixou feliz. A questão era se a minha felicidade estava certa.

Com dificuldade, sentei na maca e olhei ao redor. Eu não estava acompanhada, o que já começou a me deixar preocupada, jogando minha felicidade para longe. Fiquei em pé com ainda mais dificuldade e sentindo minha barriga doer, obviamente doeria, eu levei um tiro ali. Com uma mão na barriga e a outra servindo para me manter em pé, apoiando-se nas coisas, consegui chegar até a porta. Entretanto, antes que eu pudesse sair, braços pequenos me envolveram pela cintura e uma mão pousou sobre a minha na minha barriga. O cheiro de chocolate, rosas e tinta invadiu minhas narinas e logo eu reconheci quem era.

– Onde pensa que vai? – ela sussurrou em meu ouvido.

Virei-me para ela e sorri de canto.

– Aonde quer que você estivesse. – ela sorriu de canto com minha resposta e me deu um selinho. Ela me ajudou a voltar para a cama e apertou um botão qualquer, virando-se para mim severamente. – Eu voltei, certo? Cumpri minha promessa.

– Não vale quando se volta remendada. – Rachel segurou minha mão e então sorriu. – Mas ainda bem que você voltou, não conseguiria viver sem você.

– Digo o mesmo, Liliun. – lhe roubei um selinho e então lembrei-me de algo. – Onde está Thiago? Ele está bem?

– Está a salvo com sua mãe... a qual eu fiquei realmente surpresa por ter me trato tão bem, nem parecia que me odeia. – nós duas rimos. – Thiago queria vir, mas eu achei melhor não, sua mãe e irmã queriam que eu o trouxesse, mas eu disse que ele estava sobre minha responsabilidade e eu decidia.

– Não seria bom ele ver a mãe dele assim depois do pai dele ter tentado mata-la... – então uma questão me ocorreu. Algo que me deixou realmente confusa. – Liliun...

– Hum?

– O que aconteceu com Octavian?

Rachel respirou fundo e humedeceu os lábios com a língua.

– Ele... ele se matou. – encarei estática. – É. O que eu soube foi que, quando os tiras chegaram na casa, você estava muito fraca, tinha perdido muito sangue, então quando você ouviu o disparo dele, você caiu nos braços de um policial enquanto os outros subiam para ver. Ao que parece, ele se matou depois de ter escrito no chão algo como “Eu estou indo Jena”... – ela fez careta. – Quem é Jena?

Dei de ombros.

– Quem se importa? – puxei para mais perto de mim, deitando-a em eu peito e lhe beijando o topo da cabeça. – Só preciso saber como contarei isso a Thiago.

– Bem... eu meio que já contei a ele. – nós nos separamos e eu a olhei chocada. – O que? Ele tinha de ir ao enterro do pai, que foi ontem. Você ontem estava dopada depois da cirurgia para tirar a bala da sua barriga. Ele ficou mal, chorou um pouco, mas aceitou dizendo: “agora ele não vai mais machucar a mamãe, né?”.

– O coitado deve ser traumatizado com isso.

– Mas ele te ama e quer lhe ver o mais rápido possível.

– E ele vai... Quando saio daqui?

(...)

Duas LONGAS semanas se passaram. Eu saí do hospital dois dias depois, mas não fui para a casa em que dividia com Octavian, eu não aguentaria, então fui para o apartamento de Rachel, que levou Thiago para me ver no mesmo dia. Eu e Thiago ficamos no apartamento de Rachel por um bom tempo. Mas, hoje, finalmente chegou o dia de eu ir ver a casa e depois ir a empresa, resolver algumas pendencias sobre o meu novo cargo de presidência e resolver algumas outras coisas em relação ao testamento de Octavian. Thiago e eu herdaríamos tudo, já que Octavian era o ultimo na porcaria da família dele.

– Está pronta? – perguntei para Rachel.

Eu estava usando um terninho preto com uma blusa social branca por dentro e um saltinho preto. Thiago estava com uma blusa social jeans que em cima era mais escuro e ia ficando mais claro no final, uma calça bege e um tênis Vans. Quando Rachel saiu do quarto, sorrimos uma para a outra. Ela estava linda ultrajando um de meus ternos bege com saia- eu estava de calça, amo calças- e um dos raros saltos que ela tinha, que apesar de ser também bege, estava dando contraste na roupa.

– Podemos ir. – informou ela.

A ruiva deu a mão para o menininho pegando a bolsa e eu peguei a minha, então nos direcionamos para fora do apartamento. Nós pegamos o elevador, depois o carro e então a estrada em direção a casa, onde o arquiteto nos esperava. Minha ideia era destruir aquela casa e construir outra, uma melhor e que não me lembrasse tanto o que ocorrera ali. Rachel até concordou em me ajudar a pintar e decorar a casa, o arquiteto apenas faria o projeto.

Na verdade, na verdade, minha intenção era construir a casa para que eu e Rachel morássemos e formássemos nossa família com Thiago. Eu queria a pedir em casamento e nós vivermos felizes como sempre quisemos, mas por enquanto ainda era um plano... em espera.

Quando chegamos na casa, fiquei surpresa em ver Percy e Annabeth nos esperando. Annabeth iria projetar a casa e Percy iria construir com a empresa dele a parte de lazer. Depois de muito decidirmos o que iriamos fazer, fechei contrato com o senhor Jackson e a senhorita Chase, que eu já estava trabalhando para elegê-la nova acionista da empresa.

Como todos precisávamos ir para a empresa, fomos todos juntos. E, ao chegarmos lá, deixei que Percy mostrasse a empresa para Annabeth e Thiago, que insistiu em ir. Fui direto para a sala de Octavian, que eu mandara a faxineira limpar, tirar tudo que era do loiro e por tudo que estava na minha sala lá.

Sentei na minha cadeira e Rachel sentou a minha frente.

– Sabia que esse lugar ai te deu mais poder do que você gostaria, não sabe? – disse Rachel tirando os sapatos e pondo os pés em cima da mesa.

Revirei os olhos. Ela nunca muda...

– Sei. Mas isso quer dizer também que posso lhe ajudar mais... Isso é bom, não?

– Não preciso de ajuda. Meu querido ramo vai muito bem, consegui até mesmo uma boa apresentação e poderei ir fazer uma exposição próxima semana em Los Angeles.

– Muito bem. – sorri de canto. – E onde conseguiu?

– Um amigo me indicou. Digamos que Nico sempre conseguiu tudo o que queria com o pai. – nós duas rimos. – E então, o que viemos fazer aqui?

Abri minha boca para falar, mas fui cortada pela porta se abrindo e por ela entrando um senhor muito bem vestido. Ele carregava uma maleta e parecia já ser um senhor de idade. Ele se encaminhou em minha direção, o que fez com que Rachel tirasse os pés da mesa rapidamente e se calçasse. Ele esticou a mão em minha direção, parecendo não ter notado o ato da ruiva.

Apertei a mão dele e sorri de canto.

– Senhorita Arellano?

– Sim.

– Sou o senhor Robert Willians, o advogado do senhor Octavian e da empresa. O senhor me deixou um testamento, algo simples. – ele me entregou um documento que eu logo li. – A senhorita pode assinar aqui. – ele apontou para uma assinatura logo abaixo da assinatura dele. – Para poder passar todas as coisas do senhor para o nome da senhorita.

– Certo... mas me diz uma coisa. Ele não deixou nada para o filho? – perguntei.

– Não senhora. Tudo para a senhorita.

– Certo... – assinei e entreguei a ele. – Obrigada.

– Não há de quê.

Ele se retirou. Assim que a porta se fechou, Rachel pulou para o lado e sentou em cima da mesa, sorrindo animadamente.

– Agora você é uma das maiores empresárias dos Estados Unidos, Lovey. podendo.

– Ele não deixou nada para o Thiago... – murmurei e encarei Rachel. – Que tipo de pai deixa o filho assim? Ele não o amava?

Rachel suspirou e segurou rosto entre as mãos dela.

– Meu amor, ele só amava a si mesmo.

Neguei com a cabeça.

– Ele amava a Jena.

Segurei na mão de Rachel e levantei, começando a sair. Nós pegamos Thiago e fomos direto para casa, onde nos trocamos e sentamos na sala vendo televisão. Quando a noite começou a cair, deixei Thiago com Artemis e fui com Rachel para o terraço. Ela não parecia confusa, então quando nos sentamos e olhamos para o céu, eu logo puxei assunto.

– O céu é bonito a noite, não?

– O que você quer me falar?

Encarei-a surpresa. Como ela sabia?

– Como você...?

– Qual é, Lovey. Você está com as mãos nos bolsos desde que saímos da Artemis, não falou nada do caminho daqui e estava inquieta no elevador, além de que você ficava mordendo o canto do lábio toda vez que eu dizia algo. Além do mais, o terraço do prédio não é um lugar muito bonito para se vir só porque quer pegar um ar. – ela segurou minha mão e me beijou a bochecha. – Sabe que não vou te deixar por nada nesse mundo, né? Então pode me contar. O que é?

Uma de minhas mãos tirou uma das tintas dela do meu casaco e estendeu a ela. Ela me olhou confusa, já que ela sabia que aquela tinta tinha acabado há três dias. A ruiva começou a abrir e eu olhei nervosamente. Assim que ela abriu, os olhos brilharam e ela me encarou com a boca entreaberta. Peguei a tinta e a mão dela, tirando a aliança que usávamos de compromisso e peguei a outra, a de noivado, e pus no dedo dela, dando um beijo ali logo em seguida.

– Aceita? – sorri de canto.

Ela se jogou em mim, me abraçando pelo pescoço e me apertando. Comecei a rir enquanto ela gritava que aceitava. Eu a empurrei um pouco para poder olha-la nos olhos e logo a puxei pela nuca, colando nosso lábios um beijo quente.

– Nem acredito que finalmente pude fazer o pedido. – ela me olhou sorrindo.

– E eu não acredito que pude finalmente aceitar.

– Quer comemorar isso em outro lugar? – ela gargalhou e assentiu.

A puxei de volta para o prédio e, assim que entramos no elevador, descendo para o ultimo andar, a puxei para mim. Abracei-a pela cintura com um braço e segurando-a pela nuca com a mão livre. Rachel tinha as mãos ao redor de minha cintura e correspondia na mesma intensidade o beijo. As portas mal se abriram e nós já nos tacávamos na parede, abri e fechei a porta rapidamente e ela me puxou pela mão para o quarto, onde selamos mais uma vez nosso amor.

No outro dia, ninguém veio me ameaçar ou algo assim. Estávamos livres, finalmente.


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Notas finais do capítulo

Até mais tarde.


Joko *v*



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