Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 17
Capitulo 18


Notas iniciais do capítulo

GOMEN, MEUS AMORES!
Eu sei, eu sei, passei muuuuuito tempo sem postar e isso foi uma verdadeira maldade. Me perdoem! Eu poderia passar o dia/tarde/noite aqui explicando o porque de eu não ter postado- assuntos de core, é só o que precisão saber-, mas eu prefiro que você leem esse capitulo que está cheio de EMOÇÕES, LOUCURAS e LOOOOONGO. São 4.000 e poucas palavras. Obrigada, de nada.
Boa leitura e até mais tarde... se eu conseguir.

Joko *v*



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Joguei a bolsa em um canto qualquer da casa começando a andar pela mesma, fechando janela, cortina ou qualquer brecha que desse para ver do lado de dentro. Podia ouvir meus empregados trabalhando a todo vapor para por meu plano em prático antes que fosse tarde demais, apesar de que eu já tinha a leve impressão de que era tarde de mais.

– Lovey, não acha que está exagerando? – questionou Rachel com Thiago adormecido nos braços. – Quero dizer, eu sei que Octavian não é flor que se cheire, mas não acha que tortura-lo é demais?

Aproximei-me dela pegando o loirinho do colo dela e lhe dando um selinho.

– Ele vai pagar por tudo o que fez a mim, a você e... – olhei para Thiago. – e a ele. – comecei a subir as escadas sendo seguida por Rachel.

Vez ou outra aparecia um empregado correndo com algo que eu mandara para ele esconder pela casa. Ao entrarmos no quarto do pequenino, o pus deitado na cama com Rachel o olhando enquanto eu pegava uma mochila e colocava tudo o que eu achava que seria necessário para uma boa fuga infantil com outra pessoa- dinheiro, roupa, remédios, cartões com senha, etc. Não que eu pensasse que Rachel não daria conta, mas Thiago era meu filho, eu me preocupava demais com ele. Pelo o que eu lembrara após a noite anterior- isso não foi a única parte boa da noite-, ou seja, TUDO, eu tinha plena consciência de que Octavian merecia toda a dor que ele me fez passar. Não, melhor, ele merecia o dobro por ter feito Thiago e Rachel terem passado por aquilo, mas ele iria passar por isso na cadeia, eu não iria sujar minhas mãos com o sangue pobre dele.

Entreguei a mochila para Rachel pouco antes de ela entrar no carro na garagem- o carro tinha fumê muito escuro e ela estava de capuz, seria impossível saberem que era ela. A ruiva tinha prendido Thiago na cadeirinha e posto uma música tranquila enquanto não entrava. Ela se virou para mim com aquele olhar que eu sabia o que significava. Segurei-a pelos ombros e sorri de canto, encorajando-a da melhor maneira possível.

– Eu vou ficar bem, eu prometo. – beijei-a o topo da cabeça, mas não estava preparada para ela me abraçar. Tive de segurar as lágrimas. A verdade era que eu não sabia se conseguiria vencer Octavian, aquele tinha carta escondida até no dedinho do pé e, se duvidar, a carta escondida no dedinho do pé ainda escondia outra carta. Eu não tinha tantos truques assim, mas eu também não estava sem uns. – Cuida dele, ok? – olhei para o vidro onde eu sabia que Thiago estava. Separei-me um pouco dela e segurei o rosto dela. – E se cuida.

– Cumpra essa promessa, Arellano. – ela me roubou um selinho. – Fique bem.

Ela deu a volta no carro e entrou. Dei um passo para trás, abrindo o portão da garagem para logo em seguida ela sair cantando pneu. Assim que os portões se fecharam, funguei e enxuguei meus olhos, suspirando logo em seguida. Entrei na casa indo para sala, onde eu sabia que em instantes começaria um grande confronto, mas antes tinha uma coisa que eu precisava resolver. Uma questão de traição.

E lá estava ela, sentada olhando confusa para os lados, onde Baltazar e Agnes a olhavam decepcionados. Agnes tinha os olhos cheios de lágrimas, parecia ter sido mais que decepcionada. Já Baltazar, parecia conter-se para não gritar com a garota, que até então parecia mais confusa que barata em festa de pombo.

Em um movimento rápido, peguei a faca escondida na mesa de canto ao lado da poltrona e a posicionei bem na garganta dela. Meu braço direito estava apoiado ao lado do rosto dela enquanto meu joelho esquerdo estava entre as pernas dela e me apoiando no chão.

– Se-senhora Arellano? – murmurou ela chocada.

– Como ele soube? – questionei ameaçadoramente.

– Eu não sei, senhorita! Eu juro, não contei nada! – implorou ela. – Eu estava em casa, cuidando dos meus filhos quando ele me ligou dizendo que eu era uma péssima espiã e então me mandou voltar para o trabalho. Eu juro, senhorita, eu não contei nada.

Trinquei os dentes. Eu queria acreditar nela, eu tinha esperanças de ser verdade, mas eu não conseguia ver verdade naquelas palavras. Então me preparei para lhe cortar a bochecha quando ouvi um som da porta da frente abrindo e fechando. Meu corpo enrijeceu quando ouvi os passos ficarem mais próximos e logo em seguida uma risada escarnia.

– Quando senhor Octavian me contratou, não me contou que seria tão fácil. – o rapaz deu de ombros, o olho mecânico girou parecendo animado com aquilo. – Ora, deixe a moça ir. Seria um desperdício ter ela morta.

Recompus-me e olhei para o homem a minha frente. O sobretudo preto lhe cobria boa parte do corpo, mas eu ainda podia ver que ele usava uma roupa quase idêntica a que Lurdes usava quando a peguei me seguindo, mas ele tinha três tipos de câmeras com ele, todas presas ao pescoço.

– Quem é você? – perguntei.

– Foi fácil fingir que quem foi descoberta fora Lurdes. Ela é pequena, sabe se esconder, mas não é habilidosa ao ponto de fazer o certo. – ele riu ignorando minha pergunta e se jogou no sofá. – O chefinho não confiou na empregadinha para cuidar da esposa fujona, mas também, pudera, a senhorita é um arraso. Seria impossível qualquer coisa lhe acontecer, mas o chefe continuou pedindo que eu vigiasse, até que ele me avisou: tem outra na jogada. E eu, obviamente, não perderia essa. Seria a melhor das chances para ajuda-lo a deixar a esposa na linha.

– Quem é você? – bradei perguntando novamente.

– Oras, eu sou o seu vigia.

Arqueei minhas sobrancelhas.

– Quer dizer que é minha babá?

– Vigia! – corrigiu ele ficando em pé. – E sim, sou eu. Estava sempre lhe vendo e, devo admitir, tinham horas que eu não aguentava. Diga-me, como conseguia transar com três homens em sequencia e ainda ter fôlego para ir para a cama com o marido? – ele gargalhou me fazendo corar abaixando a cabeça ao ver que meus empregados o ouviram. – Isso mesmo, oh gentalha, sua chefinha traía o marido com outros três homens. Oh, mas a história não acaba por ai, não mesmo. Ontem a noite... decidiu satisfazer as vontades com uma outra mulher. Uma pobretona que não sabe nem o seu devido lugar.

– CALA A BOCA! – gritei para ele o encarando. – NÃO FALE ASSIM DELA, SEU VIGIA DE MERDA!

– Oh, ela pôs as asinhas de fora, isso é bom, bom... muito bom. – ele riu. Uma das mãos dele entrou em um bolso do casaco e tirou uma pistola, começando a roda-la nas mãos. – Ok, gentalha, podem dar o fora daqui. Não estou afim de ter de atirar em vocês e ter limpar sangue sujo como o de vocês.

– Não fale assim com eles, são pessoas de bem. – retruquei enquanto os via saírem. – Ainda me disse seu nome, verme.

– Ui... – ele riu dando de ombros. – Pode me chamar de Orion, minha ex dizia que eu era um ótimo caçador.

Segurei uma exclamação. Na noite anterior, Artemis me falara sobre um ex que ela tivera, me disse que ele era realmente um homem bonito e um ótimo caçador, mas a traiu com uma empregada da casa dele- já que o mesmo era rico e, apesar de ela não ser rica, ela era uma classe abaixo da dele, o que o deixava humilhando a ruiva-, jogando na cara dela isso, até que ela terminou. A ruiva me contou que não tinha ouvido mais falar do rapaz, não até ver na televisão que tinha sido solto da cadeia e era só.

– Você é o ex da...

– Isso mesmo. – ele sorriu de canto. – Eu sou o ex daquela vadia confusa, Artemis Hunter Dare, a própria.

– Confusa? – murmurei trincando os dentes. – Octavian lhe mandou aqui para me matar?

– Oh, não. – ele riu negando com a cabeça. – Eu e meus caras ainda estamos lhe vigiando.

– Seus... caras?

Ele apenas assentiu.

Orion, de repente, ficou em pé e se perfilou. Estranhando, peguei a faca que jogara na mesinha de canto devagar e a escondi no cós da minha calça, arrumando minha blusa para escondê-la junto da pistola que pegara logo que cheguei.

Passos pesados começaram a ser ouvidos pela casa, era um som agudo e ecoava por toda a casa, essa já um completo silêncio por conta de estarmos apenas nós três. Logo pude ver a cabeleira loira entrar na sala, sempre vestindo o terno perfeitamente passado e os sapatos brilhando. Ele olhou-me e então para os lados, aproximando-se de nós.

– Onde está o monstrinho? – questionou.

– Primeiro você disse para eu trazê-lo, depois disse para não. Fiquei confusa e então o deixei na casa da minha mãe. – respondi torcendo para que ele acreditasse.

Octavian riu secamente negando com a cabeça e então olhou para Orion.

– Onde está a criança?

Orion pegou um celular e mostrou algo para Octavian, que sorriu feliz e pegou o celular, se aproximando de mim. Ele virou a tela do celular para mim e, enquanto eu me apavorava, ele gargalhou.

Rachel estava encolhida no porta-malas do carro que ela saíra com Thiago chorando em seus braços, ela olhava feroz para a câmera. Não pareciam feridos, mas eu tinha certeza de que eles não ficariam daquele jeito por muito tempo.

Joguei-me em Octavian, o que nos levou ao chão, e sentei na sua barriga, puxando a faca enquanto a posicionava no pescoço dele.

– Solte-os! – mandei.

– Meu amor, sabemos que isso não vai acontecer. Garoto... – ele apontou para mim e logo senti as mãos de Orion me tirarem de cima do loiro.

Não parei de lutar um minuto sequer, eu apenas continuava a tentar me soltar dos braços fortes de Orion. Se eu conseguisse me soltar, poderia puxar a pistola e matar os dois, seria dado como legitima defesa, já que eu poderia mostrar que eles tentaram me matar.

– Ca-han... – pigarrerou Octavian. Encarei-o parando de me debater. – Solte-a, Orion.

– Mas, senhor, ela vai...

– Eu sei. Solte-a.

Como ordenado, Orion me soltou. Eu corri na direção de Octavian pronta para soca-lo, mas quando meu punho chegou perto do rosto dele, ele segurou-o e o virou, segurando meu braço nas minhas costas. Ele levantou minha blusa e tirou a pistola do lugar dela, logo em seguida foi a vez de ele me jogar no chão, sentar-se em cima de mim e usar minha faquinha para rasgar minha blusa, de onde ele já saiu tirando armas como facas, canivetes, tesouras, arma de choque e até mesmo uma bala reserva que tinha escondido dentro do meu sutiã, que ele também fez o favor de rasgar.

Ele riu negando com a cabeça.

– Sou seu marido, Reyna... eu te conheço. – ele deu de ombros, segurando meus pulso acima da minha cabeça e passando a mão pelas minhas pernas. Em poucos instantes, a mão dele estava dentro da minha calça, tirando tudo o que era outras armas que tinham lá. Não me lembrava que tinha me armado tanto assim. – Foi divertido não?

Ele me soltou eu sentei, recuando e pondo minhas mãos para cobrir meus seios. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele tinha passado a mão em lugares desnecessários, ele podia ter simplesmente me matado, talvez não fosse tão humilhante aquilo.

– Oh, querida... – ele se ajoelhou a minha frente e segurou meu rosto com a mão direita e o aperto com a cabeça dos dedos. – Não fique assim... eu só quero saber por que fez isso comigo.

– Eu não fiz nada com você. – murmurei.

– Fez sim... – ele me jogou para trás, o que fez eu soltar meu corpo e usar meus cotovelos para não me tacar no chão. – VOCÊ PASSOU DE TODOS OS LIMITES, REYNA, E SABE DISSO! – berrou ele.

– Eu fiz o que achei que deveria fazer. Ela é o que eu quero, não você. EU A AMO! – fiquei em pé e o encarei, umedecendo meus lábios com a língua. Octavian me olhava com um olhar mortal, parecia mais estar com raiva e decepcionado que com ciúmes. Ele estava triste por que eu o traí? Não, impossível. – Eu a amo, Octavian, e você sabe disso. Não tenho esse amor que você quer que eu lhe dê, não posso lhe dar isso. E acredite, pode ter alguém que um dia possa sentir isso por você, mas eu não...

– NÃO! – gritou ele pegando a pistola que estava comigo e apontando para mim. As lágrimas começaram a rolar pelo rosto dele. Ele estava chorando? Não sei se isso era um bom ou um mal sinal. – Você já disse que me amava, já disse que estaria comigo na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. VOCÊ DISSE QUE EU ERA SEU MELHOR AMIGO, SEU ÚNICO AMIGO. EU SOU SEU ESPOSO, VOCÊ TEM DE ME AMAR. EU SEI QUE VOCÊ ME AMA, REYNA. É TUDO CULPA DAQUELA PORCA RUIVA, ELA TE PÔS NESSE CAMINHO NOJENTO E ASQUEROZO.

– Senhor... – murmurou Orion vendo que Octavian apontava a arma na minha direção. – O senhor me disse que não iria mata-la. Por que está usando essa arma?

– Cala a boca, Orion. – bradou o loiro ao outro. – Ela é minha mulher, eu faço o que quiser com ela. Eu a moldo como eu quiser, sou o homem! Eu sou marido, ela deve me obedecer, fazer o que mando e me agradar. Entende isso?

– Senhor, isso...

– Ora, vá para o inferno, Orion. – Octavian mirou a arma para ele e puxou o gatilho, dando um tiro certeiro no meio da testa de Orion, que caiu já sem vida. Gritei. Ele... o matou! Matou o cara que trabalhava para ele, que estava fazendo as ordens dele, como ele pôde matar quem estava do mesmo lado que ele? – Sempre foi um péssimo capanga mesmo... Onde estávamos? Ah, sim. – ele me olhou. – Vou te mostrar o quanto eu te amo... E você vai ver que nasceu para ficar comigo.

Ele me puxou pelo braço na direção de uma porta que tinha embaixo das escadas. Ele abriu e me jogou para dentro, o que fez com que eu tropeçasse no degrau e caísse de cara no chão. Ele acendeu a luz, me puxou para cima pelos cabelos e começou a me puxar na direção de onde tinha uma cortina.

– Agora, meu amor, eu vou te mostrar nós dois... – ele tirou o paletó e a gravata, me sentou em uma cadeira de frente para as cortinas e então puxou as cortinas. Minha boca se abriu em um “O” quando vi aquilo. Era um santuário, de verdade, e tinham fotos minhas com Octavian, mas nem todas era eu. Em algumas, quando ele era criança, pude ver que era outra menina ao lado dele, não era eu. Admito que a semelhança era enorme, mas não era a mesma pessoa. – Nós éramos amigos... Reyna. – ele me olhou, os olhos estavam começando a mudar de verdes claros para um verde escuro quase lodo. Ele estava com os olhos demonstrando tanto sofrimento, que eu senti medo e pena. – Mas então, você decidiu brincar na arvore, eu disse para você não ir, mas você foi. Por que você foi, Jena? Eu disse que era perigoso, que era alto demais, mas você não me ouviu. Então, você pisou em falso e caiu do topo. Eles disseram que você tinha morrido... – ele sorriu de canto. – Mas eu sabia que era mentira.

– Octavian, quem é Jena? – perguntei temerosa.

– E você passou longos anos sem falar comigo, aliás, por que fez isso? Era para que provar que te amava? Ir atrás de você?

Neguei com a cabeça.

– Octavian, eu sou a Reyna. Jena está morta.

– CALA A BOCA! – ele gritou, me dando um tapa. – VOCÊ NÃO MORREU! MEU AMOR TE TROUXE DE VOLTA, NOSSO AMOR NOS UNIU ALÉM DA VIDA. VOCÊ MESMA DISSE QUE TINHA MUDADO O NOME!

– Eu não estava falando sério, Octavian. Nós tínhamos 10 anos, estávamos brincando de pega-pega. E você me chamou de Jena, eu brinquei com você dizendo que mudara de nome paraver se você parava de me chamar assim. Octavian, eu não sou...

– PARA, JENA, PARA! – ele pôs as mãos na cabeça, apertando os ouvidos e chorando. – Você é a Jena sim, você é ela! – ele me olhou. – SEU PAI ME PROMETEU QUE SERIA MINHA! PAPAI DISSE QUE VOCÊ ERA A JENA, DISSE QUE NÓS ÉRAMOS UM CASAL. SEU PAI ERA UM FRACO E, APESAR DE NÃO GOSTAR DE MIM, NOS ACEITOU. ELE PREFRIU A MIM QUE A PUTA LARANJA, JENA. VOCÊ NÃO VÊ ISSO? NÓS NOS AMAMOS.

– OCTAVIAN, EU NÃO SOU A JENA! – berrei sentindo meus olhos se enxerem de lágrimas e logo molharem meu rosto. – Eu sou a Reyna, a menina que você conheceu com 10 anos.

– FALEI PARA PARAR. – ele me socou desta vez, o que fez eu cair no chão. Ele se ajoelhou ao meu lado e virou meu rosto para ele. – Não importa quem você é, Jena. Eu sei que somos um do outro e ninguém nos tirará isso. Nós dois somos o casal prometido, lembra? Como daquela história que lemos quando nos conhecemos quando tínhamos 8 anos? – ele me puxou pelo cabelo para fora dali até ficarmos na sala novamente, ele me chutou e então socou a parede. – Era para sermos só nós dois, nós dois contra o mundo! MAS AI VOCÊ COMEÇOU A AGIR ESTRANHO, NÃO ME QUERIA POR PERTO E EU TIVE DE TOMAR PROVIDENCIAS. EU TINHA DE TER VOCÊ, ENTÃO A OBRIGUEI A CASAR COMIGO E LARGAR AQUELA VADIA. MAS EU FIZ ISSO POR AMOR, JÁ QUE O SEU PARECIA NÃO EXISTIR, O MEU IRIA SEGURAR O NOSSO AMOR ATÉ VOCÊ VOLTAR PARA MIM.

Fiquei de quatro tentando respirar. Quando o olhei, não consegui ver um psicopata maluco que tentava me matar, eu só via uma criança de 10 anos que perdera o amor da vida ainda muito novo e acabara se retraindo. Ele não era mal, ele era doente.

Fiquei em pé com dificuldade e cambaleei na direção dele, o abracei e pus sua cabeça na curva do meu pescoço, sentindo-o chorar compulsivamente.

– Você me amava, Jena... por que jogou tudo para o alto só por causa de uma simples aventura? – ele caiu de joelhos, mas eu fui junto, segurando-o. – Eu não ligava de você me trair com outros homens, sabia que você ainda me amava e ficaria comigo. Mesmo com todas as vezes que tentou terminar com o nosso amor, eu sabia que o nosso amor venceria, ele só precisava de uma ajudinha. – de repente ele se soltou de mim e, com um movimento rápido, ele ficou por cima de mim, segurando meu pescoço com as duas mãos. Eu sentia minha respiração começar a ficar impossível de conseguir. – VOCÊ ME TRAIU COM ELA, JENA! COM A VADIA QUE EU TANTO DISSE PARA VOCÊ FICAR LONGE, POR QUE FEZ ISSO?

– O... oct...

Ele não me soltou, mas eu já não estava mais conseguindo respirar e logo minha visão ficaria turva. Então tateei por algo e encontrei algo que ajudaria, algo pesado. Peguei-o e taquei na cabeça de Octavian, que caiu para o lado urrando de dor. Levantei as pressas, ainda tentando respirar e tentei correr, mas tive de subir as escadas e eu ainda estava meio tonta então ele conseguiu me alcançar, ele puxou me pé e u cai, tacando minha cabeça na escada. Ao olhar, percebi que ele tinha um corte enorme na testa e o olho direito estava vermelho. Sacudi meu pé para que ele me soltasse, mas ele não queria soltar.

– Me largue!

– NÃO! Nossa conversa não acabou, eu quero terminar de conversar com você, Jena! Me ouça!

Dei um chute no rosto dele e empurrei o mesmo com a sola do pé, só assim conseguindo me soltar. Levantei-me e corri para o quarto de Thiago, onde tranquei a porta e, com dificuldade, empurrei um móvel para ficar na porta. Recuei em pouco e comecei a andar de um lado para o outro pensando no que eu deveria fazer.

Ele está louco! Pensei.

Corri pelo quarto a procura de algo para me defender, mas tudo o que eu encontrava era sem ponta, não tinha nenhuma arma que me ajudasse a me defender e eu já podia ouvir Octavian tentando arrombar a porta, que era de madeira e não aguentaria muito mais tempo. Corri para o banheiro quando ouvi a porta fraquejar. Tranquei a porta e olhei ao redor.

Não tinha muita coisa, aliás, não tinha nada. Mas então uma ideia me ocorreu e eu peguei o banquinho para o meu filho escovar os dentes na pia e joguei-o contra o box do banheiro. Peguei o maior caco que consegui e me distanciei um pouco da porta.

Seria uma pistola contra um caco de vidro, mas era melhor que nada. Então, quando a porta foi arrombada, eu ouvi um tiro e me encolhi, fechando os olhos. Senti uma mão jogar o caco pra longe e então abri os olhos, Octavian estava a minha frente, a boca suja de sangue e a pistola em mãos. Ele me arrastou para o quarto de Thiago, jogou-me na cama dele e começou a me amarrar, primeiro os pulso e então as pernas. Lutei para que ele não conseguisse, gritei para que alguém na vizinhança ouvisse- até que me lembrei que a casa fica um pouco longe das outras, então ninguém me ouviria- até que ele me amordaçou e me despiu.

– Quero fazer amor com você uma ultima vez antes de completar o conto de Romeu e Julieta. Nós dois morreremos nos braços um do outro. – ele tirou apenas abriu o zíper da calça e logo começou a introduzir-se em mim. Lágrimas rolaram pelo meu rosto enquanto eu me remexia e mordia com força o pano em minha boca.

Ele me estuprou por longos minutos até que parou e caiu sobre mim. Ele me soltou e jogou-me uma blusa grande, eu a vesti sentindo meu corpo tremer e eu ainda chorar de nojo. Ele fechou o zíper da calça e me olhou, um olhar que me deu medo. Eu não estava mais aguentando, eu pensei que tinha posto “armas” em todos os cômodos e que estaria preparada para lidar com Octavian, mas eu mal conseguia olhar para ele sem ver um garotinho assustado.

– Foi divertido, não?

Trinquei os dentes.

Não, ele não era um garotinho assustado. Ele não era a vítima e muito menos uma criança, ele era doente, sim, mas era um monstro do mesmo jeito. Ele era o pior dos homens, pois ele não conseguia transformar o ódio dele em amor, mesmo o chamando como tal. Octavian era para sempre e sempre o monstro mais cruel que já conhecera. Ele merecia morrer.

– Você é um monstro. – murmurei.

– Não, Jena... – ele se ajoelhou a minha frente. – Eu sou o Romeu e você a Julieta. Nós dois nascemos um para o outro e, diferentemente dos personagens originais, nós vencemos a morte. Você está aqui comigo, nós dois somos a prova de um verdadeiro amor.

Ele puxou-me pela nuca e colou nossos lábios. Fiz careta e mordi com força a língua dele, que logo nos separou e deu um tapa.

– Sua vadia... não aprendeu mesmo nada? – ele ficou em pé. – Eu sou um deus, eu te trouxe aqui. Eu cuidei daquele monstro que você chama de filho e ainda sim é assim que você me trata? Eu SOU o seu Octavian, Jena!

– EU SOU A REYNA! – fiquei em pé e o encarei com mortalmente. – E VOCÊ É UM DOENTE. NÃO, VOCÊ É UMA CRIANÇA MIMADA QUE CISMA QUE PRECISA DE ALGO, QUANDO NA VERDADE NÃO PRECISA. VOCÊ É APENAS UM MONSTRO CRIADO POR VOCÊ MESMO. É UM POÇO DE EGOISMO E SÓ PENSA EM SI MESMO, É HIPOCRITA ATÉ DIZER CHEGA E SE QUER MESMO SABER, EU TE TRAÍRIA MAIS UMA VEZ, E OUTRA, E OUTRA E QUANTAS EU QUISESSE COM RACHEL, PORQUE ELA É MUITO MELHOR QUE VOCÊ NA CAMA. NÃO, ELA É MELHOR QUE VOCÊ EM TUDO!

– CHEGA! – ele apontou a pistola para mim e me olhou irado, os olhos ainda derramavam lágrimas enquanto a mão tremia apontando para mim. – Vou terminar logo com isso, de uma vez por todas.

– Eu não me importo mais, Octavian. – ele arqueou as sobrancelhas. – Só você e eu morrendo para você ver que eu NÃO SOU A JENA.

Um estampido foi ouvido bem no momento em que eu pulei para o lado, mas quando caí no chão ainda pude sentir o canto de minha barriga doer e, ao passar minha mão onde doía, senti um pequeno buraco e muito sangue melar a blusa que eu usava. Foi então que ouvi sirenes e, mesmo com a barriga perfurada, fiquei em pé, segurando o machucado e olhei para Octavian. Ele encarava abismado a arma, como se ela fosse culpada.

– Eles estão vindo, Octavian, você já era... – murmurei encarando-o. Segurei-me na cama de Thiago e fiquei imaginando quem chamara a policia, mas dei graças por ter feito, caso contrário, poderia ser que eu nunca mais fosse ver meus amores novamente. – Você vai ser preso... e condenado.

– Não... – ele me olhou e então correu na minha direção, pegou uma de minhas mãos de pôs a arma, apontando para a testa dele. Arqueei uma sobrancelha. – Você que vai me matar e será condenada.

Sorri de canto, dando-lhe um chute nas partes baixas e o jogando no chão logo depois. Girei a arma no meu dedo e joguei para longe. Comecei a me arrastar pelas paredes tentando sair do quarto, mas antes eu o olhei e sorri.

– Você vai pagar pelo o que fez... atrás das grades. – e então sai.

Quando eu estava nas escadas, a porta da frente foi arrombada e vários policiais entraram todos armados. Encostei-me na parede e ergui uma mão, sorrindo de canto. Apontei para cima.

– Ele está lá em cima, podem prende-lo e... – mas fui interrompido por um estampido e minha visão turva. Ao mesmo tempo em que era amparada por um policial, pude ouvir outros correndo escada a acima. Ri secamente. – Filho... da mãe. – e então apaguei.


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Notas finais do capítulo

Até mais tarde, acho que consigo escrever o penultimo capitulo ainda hoje. Até lá.
Boa noite.


Joko *v*



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