Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 13
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi. Estou atrasada, eu sei. Mas eu vim e espero que gostem. Até amanhã.
Boa noite.

~Joko *3*



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Abri os olhos sentindo minha cabeça doer. Pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade que, apesar de não ser exagerada, era mais que os meus olhos fechados. Eu sentia fios em todo o meu corpo, assim como sentia uma mão segurando a minha com algo encostado em minha perna.

Octavian estava me devendo essa. Desde quando ele ataca nosso filho? Ah, mas ele ia se ver comigo, e como ia. E tem mais, desde quando ele é sentimental em ficar segurando minha mão enquanto eu estou apagada?

Olhei para o lado e senti uma pontada na cabeça quando vi uma ruiva adormecida e curvada sobre a cama. Não era possível. O que Rachel fazia ali? Era para ela estar me odiando, não comigo em uma sala de hospital. Eu tentara protege-la das mãos do meu marido, que conseguira convencer meu pai de que ele era melhor que minha... digo, a ruiva que eu namorava e mesmo após seu falecimento, eu continuei casada com aquele crápula loiro - que eu quisesse, só que não permitiu que eu pedisse divorcio e cancelou todos os contatos de advogados aceitáveis que eu tinha.

– Rachel? – murmurei.

Os olhos da ruiva se abriram, dando-me total visão daquelas belas esmeraldas que eu tanto amava. Entretanto, diferente de todas as vezes que ela me via no trabalho, tinha um carinho, amor e preocupação naquele olhar.

– Lovey! Que bom que acordou, fiquei tão preocupada! – ela me ABRAÇOU e me deu um beijo na bochecha. – Desculpe, tive de ligar para Octavian, ele já saiu, mas volta pela noite.

– Rachel... o que faz aqui? – tentei não soar confusa e nem esperançosa, mas eu estava exatamente sentindo os dois.

– Como assim, Lovey? – ela riu e segurou minha mão, o que fez uma corrente elétrica correr pelo meu corpo e uma pontada atingir minha cabeça. – Fui eu que te trouxe para cá depois que você apagou lá no terraço. Aliás, desculpe se eu exagerei em qualquer coisa... e eu amei passar aquele tempo com você.

– Aquele... tempo? – desta vez não consegui esconder minha confusão. – Terraço? Mas... eu desmaiei na minha casa, depois que... Depois que tropecei na escada, cai e taquei-me contra a parede de vidro. – não era bem verdade, mas eu não podia conta-la que Octavian tentara bater em nosso filho e eu me metera no meio, o que fez ele me jogar contra o box do banheiro do pequeno, quebrar tudo e eu tacar minha cabeça com força na banheira.

– Você é uma péssima mentirosa. – ela me encarou por alguns segundos e então ficou em pé. – Não se lembra dos últimos dias, certo?

– Eu...

– O que seu marido fez com você, Lovey? Você me disse essa semana que não estava confiando nele, disse que ele parecia agressivo e não se podia confiar nele. Reyna, eu sei que vai parecer estranho... mas nos últimos dias eu venho tentando te fazer recordar do que aconteceu em toda a sua vida, pois há nove dias você acordou em uma sala de emergência em um hospital sem lembrar-se de nada. Você encontrou uma foto minha e percebeu que eu era familiar, eu fui a única da qual você se lembrou. Por favor... não me diga que esqueceu disso.

Fiz careta ao sentir minha cabeça latejar novamente. Segurei-a entre minhas mãos e fechei os olhos. Grunhi.

– Minha... cabeça... – murmurei.

– Lovey? Reyna! – chamou Rachel, vendo que eu começava a chorar de dor na cabeça. – Médico? Um médico, por favor! – ela correu para fora do quarto.

A dor, enquanto ela estava lá fora, foi tanta que eu acabei perdendo a consciência e caindo deitada na cama.

Passei a página da revista vendo os últimos os enfeites mais bonitos de casa e as ultimas tendências de casas, coisas simples como formato de quarto, arquitetura de um prédio, etc. Podia ouvir Thiago jogar algo no seu quarto, mas de repente o som do vídeo-game parou. Fechei a revista e tentei ampliar meus ouvidos. Foi quando ouvi um grito:

– Você me entendeu? Longe!

Levantei do sofá jogando a revista no mesmo e começando a subir as escadas. Passei por Lurdes já dizendo:

– Chame a policia se ele encostar em Thiago, fique posta para ligar para 911.

Ela assentiu enquanto eu entrava feito uma bala no quarto do meu filho. Octavian estava fora de si gritando com o menininho, que chorava em silêncio. O loiro mais velho estava com alguns papéis na mão e pisava com força no Wii do menor. Ele jogou os papéis no chão e se acocorou na frente de Thiago, começando a sacudi-lo.

– Você não consegue entender? Eu disse para ficar longa das minhas coisas, pentelho! E O QUE VOCÊ FEZ? ENTROU LÁ E RISCOU, E AINDA PÕE A PORRA DE UM VIDEO-GAME LIGADO COM UM BARULHO IRRITANTE. – ele ficou em pé, começando a tirar o sinto. – MAS EU VOU TE ENSINAR A ME OBEDECER, PIRRALHO!

Meti-me no meio bem a tempo de levar o primeiro ataque do cinto. Senti meu braço arder com o contato, mas ignorei. Thiago continuou a chorar enquanto eu ficava na frente dele, o protegendo.

– O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO COM MEU FILHO? – berrei.

– ISSO MESMO, SEU FILHO. PORQUE MEU ESSA COISA NÃO PODE SER E SAIA DA FRENTE, ELE TEM DE APRENDER A OBEDECER O PRÓPRIO PAI!

– NÃO VAI CHEGAR PERTO DO MEU FILHO COM ISSO E NÃO O CHAME DE COISA, ELE É APENAS UMA CRIANÇA!

– SAIA DA FRENTE, REYNA!

– NÃO SAIO!

Ele então avançou em minha direção, puxou-me pelo braço e jogou-me contra do chão do outro lado. Ele levantou a mão para bater em Thiago, que estava todo encolhido chorando em encarando o pai. Fiquei em pé e corri para cima de Octavian, jogando-me contra ele, o fazendo cair dentro do banheiro.

Acocorei-me na frente de Thiago.

– Está tudo bem, macaquinho? – perguntei.

O menina fez que sim com a cabeça, mas quando eu ia manda-lo correr, uma mão puxou-me pelos cabelos, obrigando-me a ficar em pé. Encarei Octavian, que estava com os olhos dilatados e um sorriso estranho nos lábios.

– Sua vadia... vais aprender uma lição também. – ele me arrastou para o banheiro, jogando-me contra o chão e começando a tirar minha roupa, mas onde ele despia, ele dava um tapa forte de deixar vermelho. Ele me segurou pelos braços e prendeu meu corpo com as pernas. – Vou te possuir, depois te ensino um lição e então eu ensino uma para o seu filho.

– Fique longe de Thiago... – trinquei os dentes.

– Fica longe da mamãe, papai!

Octavian caiu para o lado, fazendo careta e com as mãos entre as pernas, se contorcendo. Thiago estava a minha frente, o rostinho apavorado e choroso com o corpo todo tremendo.

– Thiago! Saia daqui, vá até onde Lurdes está e fique lá. – mandei o virando e empurrando-o para fora.

Fiquei em pé para segui-lo, mas braços fortes me seguraram e imprensaram-me contra a parede. Arfei quando senti um corpo pressionar meus pulmões. A boca sebosa de Octavian tocou meus ouvidos enquanto ele murmurava:

– Aonde pensa que vai, puta? – ele me jogou contra o box do meu filho com força demais, o que fez com que tal coisa quebrasse-se em cima de mim.

Urrei de dor ao sentir vários cortes por meu corpo, mas um estava bem no meu braço. Fiquei em pé, tirando o caco do braço, e segurando o ferimento, então olhei para Octavian.

– Pa-para, por favor. Thiago está em casa, não quer que ele cresça traumatizado, certo? Nós terminamos isso amanhã, quando ele estiver na escola, ai eu serei sua bonequinha e você poderá fazer o que quiser comigo. Mas, por favor, eu te imploro... para. Não chega perto dele... por favor.

– Oras, mas tu és muito safada mesmo, não és? Pensas que eu irei simplesmente desistir de você por hoje só porque a aberraçãozinha está em casa? – ele riu. – Como és idiota.

Trinquei os dentes, fechando as mãos em punho e encarando irada Octavian.

– Não... O CHAME ASSIM! – corri na direção dele com um caco nas mãos, mas quando eu estava prestes a fazer qualquer coisa, ele me deu um chute e eu cai para o lado, tacando com força minha cabeça na banheira.

Sentei no chão sentindo minha cabeça girar e meu corpo inteiro ficar pesado. Pude ver Octavian mudar de expressão e correr na minha direção.

– Amor? Amor! Desculpa, eu não queria... Reyna!

Então eu apaguei, infelizmente, nos braços dele.

Sentei assustada na cama e passei as mãos pelo meu rosto. Rachel estava de costas para mim, mas eu tinha certeza de que ela bebia algo quente, pois podia ver fumaça saindo da frente dela.

– Rachel... – ela se virou para mim, caminhando na minha direção. – Por que eu desmaiei lá no terraço? E como vim parar aqui?

– Espera... não se lembra de mais cedo? – neguei com a cabeça. – Nada? – assenti. – Mas... lembrou-se de algo, certo?

– Bem... eu só te respondo isso se prometer que quando souber não irá embora como falou. – falei mordendo o lábio inferior.

Rachel sorriu, acariciando meu rosto com a mão esquerda.

– Nem se eu quisesse eu te deixaria ir embora de novo, Lovey. – ela sorriu de canto. – Eu não vou desistir de você, não de novo.

Segurei a mão dela e beijei-a.

– Não foi culpa sua, Liliun... – ela pareceu confusa, mas tentei pensar que era por eu ter a chamado de Liliun. – Quando terminamos... eu disse coisas horríveis, mas não sabe como foi difícil dizer tudo aquilo. A história é longa, mas posso dizer-lhe algo: eu nunca deixei de amar você, pelo contrário, cada dia ao lado de Octavian eu percebia mais que você era, é e sempre será a pessoa certa para mim. Perdoe-me por o que eu disse anos atrás, não sei ainda o que houve entre meu pai, Octavian e eu , mas eu sei que terminei com você, pois Octavian me ameaçou fazer algo com você. E... eu não tinha escolha.

– Lovey...

– Ah... – sorri, aproximando-me dela, segurei seu rosto entre uma de minhas mãos enquanto segurava seu queixo, fazendo-a me olhar, com a outra. – Eu guardei a rosa que ia me dar no nosso aniversário, assim como guardei nossa foto do dia em que começamos a namorar e o nosso anel. Mas... é tudo o que eu lembro.

Rachel me abraçou, chorando compulsivamente. Sorri de leve, acariciando-a a cabeça, enquanto ria de leve.

– Do que você lembra?

– Eu vou te contar... – mas eu ouvi minha barriga roncar. – Mas antes eu preciso comer algo.

– Também... – ela se separou de mim, rindo enquanto limpava as lágrimas. – Ficou um dia inteiro entrei acordar e perder a consciência.

– E fique sabendo que acordar estava sendo bem difícil...

Ela riu.

– Vou pedir para trazerem algo para você. Já venho, Lovey. – ela saiu correndo do quarto.

Ri de leve olhando para mim mesma, eu estava até bem. Supus que minha cabeça é que estava um pouco ruim, mas resolvi ignorar. Ouvi a porta ser aberta e levantei o olhar enquanto ria e dizia:

– Já voltou, Liliun? – mas meu corpo gelou e meu sorriso desapareceu aos poucos.

O sorriso dele, porém, ficou apenas maior.

– A Liliun vai ter de esperar um pouco... o marido da paciente precisa ter uma conversa com ela, em particular. – ouvi o trinco da porta e, naquele momento, eu tive certeza de que estava ferrada.

– Octavian...


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Eu respondo os comentários amanhã, eu estou caindo de sono agora. Amo vocês e até amanhã.
Boa noite.

~Joko *3*



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