Meu passado desconhecido escrita por Joko


Capítulo 11
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oioioioi.
Espero que gostem do capitulo de hoje, então comentem! Boa noite.

~Joko *3*



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– Três... Quatro... Cinco... – contei novamente pondo as fotos dos álbuns que Lurdes encontrou para mim.

Não vou mentir, já perdera a conta umas cinco vezes daquele álbum de fotografia do meu casamento com Octavian. E perdera igualmente a conta das vezes que me questionei como consegui sorrir tão falsamente e com tanta facilidade.

Eu poderia estar com Rachel em qualquer lugar de Nova York, mas a ruiva cancelou pela manhã, alegando que ia resolver algo com Annabeth e eu não poderia ir. Confesso que me senti estranha por ter sido excluída, até diria que eu estava enciumada com aquilo, entretanto, preferi não comentar nada com a garota e muitos menos retrucar, não queria confusão ou coisa parecida.

Guardei mais um álbum com todas as quase duzentas fotos, peguei outro e abri, tirando as fotos de dentro e espalhando pela cama. Peguei uma qualquer e a analisei, até parecia que éramos uma família feliz: eu segurava um bebê todo empacotado em uma mantinha azul, Octavian me envolvia em um abraço por trás enquanto sorriamos para a câmera. Passei as fotos e logo percebi que elas se tratavam do álbum do nascimento de Thiago, o qual estava sentado a minha frente olhando fotos comigo.

– Mamãe? – levantei o olhar na direção de meu filho. – Quem é essa moça?

Peguei a foto que ele estendia para mim e encarei a mulher que ele indicava. Franzi o cenho para a mulher, que o segurava nos braços com um sorriso orgulhoso e amoroso. Ela tinha longos negros, olhos verdes por trás do óculos ray-ban, a pele era clarinha quase neve, usava uma roupa mais arrumada por baixo do jaleco longo e perfeitamente branco.

Fiz careta.

– Eu não sei, pequeno. – respondi ainda olhando-a. – Talvez Lurdes saiba. – olhei para Thiago e sorri. – Por que não vai chama-la para mim? – ele nem esperou eu terminar a frase direito e já saiu correndo para fora do quarto.

Procurei pelas outras fotos, analisando uma a uma novamente. De 15, pelo menos 10 ela aparecia, não importando onde- canto da foto, fundo, abraçando um de nós-, ela estava lá.

Thiago voltou, sendo seguido por Lurdes, que me encarou com um leve sorriso.

– Chamou-me, senhorita Avilla? – murmurou ela.

– Hã, sim. – fiquei em pé e me aproximei dela, mostrando a foto e indicando a mulher. – Sabe quem é esta mulher?

Lurdes estreitou os olhos, aproximando-se para enxergar melhor e logo depois sorriu, recompondo-se e me encarando.

– Sim, senhorita. É a doutora Baker, a pediatra neonatal que cuidou do senhor Thiago logo que nasceu. – ela respondeu cordialmente.

– Não sou senhor Thiago, sou Thiago. – bradou o garotinho, nos fazendo rir.

– Perdão, senh... digo, Thiago.

– Lurdes... – ela me encarou. – Sabe me dizer se ainda mantenho contato com ela?

– Oh, sim. Ela também é pediatra, então as vezes as senhora levava sen... Thiago para uma consulta, mas parou quando ele fez três anos.

– Sabe me dizer o por que?

– Perdoe-me, senhorita, mas não.

– Ok... – olhei para a cama, onde Thiago estava debruçado com a cabeça apoiada entre as mãozinhas e encarei Lurdes. – Ainda tem o número dela ai? – ela assentiu. – Ligue para ela, marque uma consulta... – olhei para Thiago.- Não tem medo de médicos, tem?

Minutos depois, eu e Thiago tomávamos banho em minha banheira. Ele sentado em meu colo, brincando com os brinquedinhos dele, enquanto eu ficava pensativa. Aquela mulher, tinha algo nela que me parecia familiar, mas não era como se eu a conhecesse, como aconteceu com Rachel, era como se ela me lembrasse alguém. Mas quem?

– Mamãe? – Thiago se virou para mim, encarei-o, dispersando meus pensamentos. – O que está pensando?

Ele segurou meu rosto entre as mãos pequenas dele e sorriu, me dando um beijo na ponta do nariz. Eu sorri divertida, achando aquilo a coisa mais fofa que poderia existir na vida. Dei um beijo na ponta do nariz dele, outro na testa dele e um em cada lado da bochecha dele, abraçando-o.

– Coisa de gente grande... – sorri de canto, dando de ombros.

– Mamãe parece triste. É por que a tia Rachel não quis sair com a senhora hoje? – perguntou ele fazendo um biquinho.

– Não, meu amor, a mamãe não está triste. Eu só... estou pensando um pouco. – sorri para ele, tentando convence-lo disto, mas nem eu conseguia me convencer das minhas próprias palavras.

– Mamãe?

– Hum?

– Por que a senhora age assim?

Franzi o cenho, confusa com tal pergunta.

– Como assim, meu anjo?

Ele passou as perninhas em torno da minha cintura, os bracinhos em torno do meus pescoço e me olhou com um olhar triste.

– A senhora ama a tia Rachel, tia Rachel ama a mamãe... mas age como se não amasse.

– Meu anjo, eu e a tia Rachel...

– Quando a senhora lembrava das coisas... – ele me cortou, encarando minha clavícula. - A senhora não me deixava falar sobre a ruiva que me ajudava a te encontrar quando nos separamos. Ou quando eu sequer citava ruiva pela casa... até mesmo papai, a senhora o mandava calar-se por falar sobre uma secretária ruiva, mas a senhora quase o batia quando falava mal. A senhora ama a tia Rachel, certo? – ele me encarou. – Sempre a amou, não é? Então, mamãe, por que age assim?

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, a porta do banheiro se abriu. Nós dois olhamos e vimos Lurdes com uma toalha do Batman no ombro e um sorriso animado nos lábios. Ela pegou Thiago a banheira e o levou até o chuveiro, onde tirou a espuma do corpo dele e o empacotou na toalha, saindo para vesti-lo.

Levantei da banheira e caminhei para o chuveiro, tirando a espuma. Fiquei um tempo embaixo do chuveiro, deixando que a água percorresse por todo o meu corpo, fazendo cada musculo relaxar com a temperatura morna. O Thiago falara ainda rondava minha cabeça, mas eu não conseguia admitir, afinal, como eu poderia admitir algo que eu não sabia? Saí do banho, enrolei-me em uma tolha fui pegar uma roupa qualquer, a vestindo.

Quando sai do meu quarto, dei de cara com Lurdes, que sorriu.

– Senhor Thiago já está pronto, senhorita. – avisou-me.

– Obrigada, Lurdes. – murmurei assentindo.

– Se me permite dizer, senhorita Avilla. – ela pôs a mão no meu ombro, sorrindo compreensiva. – Crianças, velhos e bêbados são os únicos que falam a verdade. – ela passou por mim.

– Mas que diabos deu em todos hoje? – brado, arrumando minha bolsa no ombro e descendo.

Peguei Thiago no colo, que estava assistindo Tv em pé na sala, e fui para a garagem, gritando que nós almoçaríamos por ai. Pus Thiago na cadeirinha, olhando para Lurdes andando do meu lado para o banco do passageiro.

– Aqui é onde fica o consultório, ela disse que encaixou a senhorita para o horário mais cedo possível que a senhora conseguir chegar lá. – avisou ela me dando o endereço anotado em um papel.

Assenti e sorri.

– Obrigada.

Entrei no carro, pus no GPS- pois não estava conseguindo chegar lá – e fui direto para o consultório. Admito que foi complicado chegar lá, mais complicado ainda encontrar o estacionamento, mas encontrei tudo e logo eu segurava na mão de Thiago, caminhando para o elevador. Nós subimos até o 27º andar e entramos no consultório 2709.

Entramos no consultório e Thiago logo correu na direção dos brinquedos, eu fui para recepção, dando o meu nome e o de Thiago. A moça anotou tudo e disse que logo me chamaria, já que não tinha mais nenhuma consulta naquela hora.

Sentei na cadeira e meu olhar se desfocou, logo minha cabeça já viajava na minha tentativa de entender o que diabos se passava na cabeça de Rachel, na minha e, até mesmo, na de Thiago. Talvez fosse verdade que eu amava Rachel, antes, depois durante, mas se ela me dizia que eu a enganei, e ela era a única que eu sabia que me conhecia, então como eu poderia acreditar em qualquer outra coisa? Eu me sentia em um labirinto: toda vez que me aproximava de qualquer coisa que eu pensava que me faria lembrar de algo, eu me deparava com uma parede e eu tinha que voltar tudo de novo.

– Thiago Avilla? – fiquei em pé, estentendo a mão para Thiago, que logo segurou-a e nós entramos no consultório.

Senti uma leve nostalgia quando vi a mulher da foto a minha frente. Já era a segunda vez que isso acontecia, a pessoa da foto saía dela e eu ia atrás dela. A mulher estava parada na frente mesa com um sorriso gentil nos lábios enquanto nos encarava.

– Olá, Reyna. Quanto tempo, hein? – ela apertou minha mão e olhou para Thiago. – Naquela salinha, tem uma roupinha para você vestir. Sabe fazer isso sozinho?

– Eu sei, não sou criança.

Eu e a mulher rimos.

– Tem razão, desculpe. Você já é um homenzinho, então vai lá que eu vou conversar com a sua mamãe. – ele assentiu e correu para a salinha. Ela me indicou para sentar, então eu sentei enquanto ela sentava na cadeira dela. – E então, Reyna? Quanto tempo, até fiquei surpresa quando me ligaram marcando para você uma consulta de Thiago. Ficou bem sumida, não é?

– Perdão, mas eu não lembro da senhora. – murmurou um pouco envergonhada.

– Como?

Contei a ela tudo o que tinha acontecido, mesmo quando Thiago voltou e ela começou a examinar ele. Quando terminamos, ela permitiu que ele fosse brincar enquanto nós conversávamos.

– Então, já que não sabe quem eu sou, eu vou te contar. – ela estendeu a mão para mim. – Sou Mary Baker, a pediatra neonatal do parto de Thiago e... – mas ela foi cortada pela porta sendo aberta.

– Mãe, a senhora me empresta o seu... Reyna? – a ruiva franziu a testa, confusa. – O que faz aqui?

– Olá, querida. Reyna veio trazer Thiago para uma consulta, não é maravilhoso? – a mulher ficou em pé, indo até a Rachel, a abraçando pelos ombros.

– Rachel... sua mãe é a... – minha voz morreu.

– Sim, eu sou a mãe de Rachel. Não contou para ela nem sobre mim? – questionou Mary encarando a filha chocada.

– Eu estava tentando fazê-la lembrar de muita coisa, a senhora com toda certeza seria o menor dos problemas. – justificou-se a ruiva, mas então ela me olhou e sorriu gentil. – Pelo menos poupa meu tempo. Quero te levar para um lugar, você topa?

– Eu... Thiago está aqui e....

– Eu fico com ele, não tenho consultas para esta tarde. – Mary deu de ombros.

Cerca de quarenta e cinco minutos depois, Rachel dirigia meu carro na direção do mesmo prédio da noite passada. Nós descemos do carro e ela me puxou animada para o elevador. Paramos na frente da porta que daria para o terraço e ela me fez encara-la.

– Eu tive uma ideia. Resolvi recriar nosso primeiro encontro... por isso eu e Annabeth passamos a manhã trabalhando nisso. Vem. – e ela me puxou para o terraço.

Tinha uma toalha estendida no chão com várias caixas de sanduiches do McDonalds, tinha um pequeno vaso no centro da toalha com uma rosa vermelha dentro e algumas almofadas estavam em volta. Rachel sentou-se em uma e deu tampinhas na almofada ao lado da dela. Sentei-me ao lado dela e olhei ao redor. Estava tudo tão lindo.

– Nosso... encontro foi assim? – perguntei olhando-a com um sorriso nos lábios.

– Bem, foi a noite e não tinham essas almofadas, mas foi parecido. – ela abriu uma caixa e me entregou o BigMc pegando um outro para ela. – Mas é tão agradável quanto.

– Olha, Rachel, sobre ontem... – eu tentei, mas ela me cortou.

– Não, Reyna, eu que devo me desculpar. Eu exagerei, sei lá. Mas fica tranquila, eu estou mais normal agora.

Nós rimos e começamos a comer. Depois que comemos- e como comemos, puta que pariu, era comida demais! -, nós nos encostamos na grade de cerâmica e ficamos conversando enquanto olhávamos o céu.

– E ai, depois que você disse que eu era maluca por estar nadando naquele frio, você entrou comigo lá e depois fomos correr atrás de Artêmis e Thalia. – Rachel terminou de contar a história rindo, ri também.

– Não ficamos com frio? – perguntei.

– E do caralho. Mas fazer Thalia e Artêmis ficarem também, valeu super apena.

Encarei Rachel, a vendo rir nostálgica. Ela estava tão bonitinha daquele jeito. Então uma ideia me ocorreu, mas eu tinha de pedir permissão antes.

– Rachel.

– O que? – ela me olhou sorrindo divertida.

– É uma história meio longa, mas para encurtar... posso te beijar para tirar a duvida de algo? – pedi ficando nervosa.

Rachel me olhou por uns instantes e depois riu, dando de ombros.

– Não seria a primeira vez, certo?

– Depende do ponto de vista...

– Verdade... Ok, pode beijar.

Mas eu travei, não conseguia me mexer vendo o que eu estava prestes a fazer. Acho que Rachel percebeu o que acontecera comigo, então ela engatinhou na minha direção, virou meu rosto para ela e sorriu, segurando meu pescoço com uma mão e a nuca com a outra. Então, ela piscou com o olho direito.

– Feche os olhos, Reyna...

O obedeci. Momentos depois, pequenos lábios se roçaram aos meus. Por impulso, meus braços voaram para a cintura dela, a puxando para perto de mim, e logo depois o beijo ficou mais intenso. Logo o que não passava de um selinho, se tornou um beijo quente. Entretanto, ainda éramos humanas e precisávamos de ar. Nós nos separamos, mas eu nos separei com leves selinhos.

Quando nossos olhos se cruzaram, nós duas coramos. Mas, no meu caso, eu senti uma pontada em minha cabeça e acabei abaixando a cabeça, segurando-a com uma mão.

– Reyna? Você está bem? – perguntou Rachel demasiadamente preocupada.

– Estou... foi só... – mas quando eu levantei a cabeça para encara-la, minha visão ficou turva, rodando e escurecendo. – Rachel... eu acho que vou desmaiar.

– Beijei tão mal assim?

Foi tudo o que eu ouvi antes de sentir meu corpo tombar para o lado e minha visão ficar totalmente escura. Eu poderia ter sentido qualquer coisa, mas o que me veio à mente foi: Não podia esperar eu chegar em casa? Tinha que ser bem quando eu finalmente beijei Rachel?


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Comentem o que acharam, deem-me ideias ou qualquer coisa que passe na cabeça de vocês. Até amanhã.
Boa noite.

~Joko *3*



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