Game Over escrita por Evie


Capítulo 2
Fusion


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo oficial e quero saber o que acham! Boa leitura, pessoal...



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Exatamente dois anos, um mês e três dias antes...

Era para ser um dia normal como os outros. Uma sexta, o dia mais esperado por ele. Daniel Fitzgerald poderia facilmente ser conhecido como um dos caras mais geeks de sua cidade... se ele fosse conhecido, claro, o que não era o caso. Dan não era ninguém especial, só mais um garoto fissurado em joguinhos estranhos e desenhos japoneses, ao menos era isso que sua mãe diria.

Dan juntava suas coisas o mais devagar possível enquanto esperava seu amigo Steve, que tinha a fama de se atrasar constantemente. O menino revirou os olhos e se jogou na cama, fitando o visor do celular, Steve já estava atrasado fazia meia hora. Deus, eu preciso de um carro... para ontem! Resmungou em sua mente.

Todas as sextas-feiras Dan e seus amigos Jon, Steve, Mike e Callum se encontravam em frente a sua lan house favorita, Ready 2 Play, há quatro anos praticamente e jogavam até bem tarde. E Dan não poderia imaginar passar as tardes de sexta de qualquer outro jeito, aquele era seu time, seus irmãos, sua família.

Uma vibração do celular o despertou de seus devaneios. Ele tocou no botão verde que aparecia na tela e colocou o aparelho no ouvido.

–Ei, cara. –Cumprimentou uma voz do outro lado da linha.

–Steve! Onde você se meteu? –Reclamou Dan, sentando-se abruptamente na cama.

–Aconteceu uma coisa, Dan. E coisa séria... –Daniel sabia reconhecer a preocupação na voz de seu amigo.

–O que? A Jill está...?

–Não não, ela está bem. Call acabou de me ligar, avisando que ocorreu um incêndio na Ready...

–Ele disse o que? –Dan quis ter simplesmente entendido algo errado, mas sabia bem o que acabara de escutar.

Para muitos seria só mais uma loja com vários computadores e “joguinhos”, mas para ele, a Ready era praticamente sua segunda casa. Era lá que ele ia quando tinha problemas ou quando queria desesperadamente fugir do mundo real, era lá que ele finalmente tinha certeza de quem era e onde ele era conhecido. Andy, o gerente da loja já o conhecia muito bem e Dan adorava suas piadas sem sentido. O Sr. Jones, o proprietário, era um homem incrivelmente bem humorado e tão apaixonado por jogos quanto a maioria dos que entravam lá. Ele conhecia os jogadores que iam frequentemente e era ele quem dava boas-vindas aos novatos no mundo dos jogos. Ele até já havia trabalhado lá durante o verão. Na Ready 2 Play, Daniel Fitzgerald deixava de ser um completo ser invisível e passava ser alguém que as pessoas gostavam, ele não sabia se conseguiria ficar longe de lá. Aquele lugar significava tudo.

–C-como...?

–Lembra daquele jogo velho do Pac-Man que o senhor Jones guardava lá no fundo?

–É, ele havia comentado semana passada que devia levar para o conserto porque ele estava com algumas falhas ou fiações soltas, não sei. –Disse o menino, lembrando do jogo antigo e empoeirando que o dono da loja tanto amava.

–Exatamente. Ele falou que ontem a noite, após trancar a loja, ele recebeu uma ligação dizendo que a Ready estava em chamas. Depois que os bombeiros cessaram o fogo, acharam a causa, foi o jogo. Os fios acabaram se rompendo de vez e causaram o incêndio.

–Céus... e o senhor Jones está bem?

–Sim, Call disse que ninguém se machucou, ao menos isso.

–Que droga, cara, por que isso foi acontecer justo na Ready?

–Ah, Dan, veja pelo lado bom, o velho Jones vai finalmente fazer a reforma que ele tanto queria.

–É, nisso você tem razão. –Dan riu ao lembrar dos rabiscos loucos que o senhor Jones fazia em seus horários de folga, sonhando com a reforma da loja. Talvez o incêndio tenha sido um empurrãozinho para a reforma.

–Ei, Dan, Mike acabou de chegar aqui e disse que podemos passar em uma lan house perto daqui. Vai ser só por uns tempos, você topa?

–Ah... claro, me passa o endereço.

–Falou! Te vejo mais tarde.

–Até mais.

Antes que Dan pudesse pensar sobre como reagiria nesse tempo sem a Ready, uma mensagem chegou a seu celular com o endereço. O garoto jogou a mochila nos ombros e desceu correndo as escadas.

Depois de, no máximo, dez minutos de caminhada, ele parou em frente a grande entrada, fitando seu reflexo na porta negra. Os cabelos castanhos de Dan pareciam crescer cada vez mais rápido e isso o deixava louco de raiva. Sua mãe o arrastava para o salão e não saia até ter comentado todas as fofocas possíveis com sua manicure semanal, e ele detestava aquilo. Seus olhos esverdeados estavam um pouco avermelhados e com leves olheiras, provavelmente devido as discussões habituais da semana, mas ele não queria pensar naquilo, não naquele momento. Encarou o enorme letreiro negro com o nome escrito em dourado “Game Over”. Uau, que nome dramático... Pensou ele. Respirou fundo e empurrou a porta de vidro.

–Dan! –Chamou uma voz.

O menino se virou e sorriu para o amigo.

–E ai, Mike!

Mike riu alto e ergueu os braços.

–O que achou do lugar? Incrível, não? Não sei como não viemos aqui antes!

Dan deu uma boa olhada no novo local e por mais que não quisesse admitir, Mike estava certo, era incrível. Além de imenso e ainda mais lotado de computadores, tinha uma área lotada de videogames. Antes de poder ver se achava mais alguma coisa, alguém pulou em suas costas.

–Cara, eu vou me mudar pra cá! –Berrou Steve, bagunçando seu cabelo. Dan sacudiu a cabeça e empurrou-o para longe de suas costas.

–Cadê o resto do pessoal? –Perguntou Dan.

–Estão... –Mike parou de falar e encarou-os confuso.- Onde estão, Steve?

O menino loiro abriu um enorme sorriso e se aproximou dos dois.

–Vocês dois precisam ver isso! –Disse e saiu correndo, desaparecendo entre as pessoas e máquinas.

Mike e Dan o seguiram e encontraram os amigos encarando encantados um menino jogar uma partida de um de seus jogos preferidos. Não estavam só eles lá, mas também outros seis ou sete garotos que ele nunca havia visto na vida. Dan ficou curioso para saber o que tento admiravam então se aproximou o máximo que podia e encarou a tela. Todo aquele movimento não era a toa, o menino de capuz e fones enormes sabia bem o que estava fazendo. Daniel não pôde deixar de se impressionar com os movimentos calculados e ataques inesperados que o garoto fazia, nem ele mesmo pensaria em fazer tais coisas.

VITÓRIA

Todos comemoraram ao ver a palavra exibida na tela do computador. Dan ficou mais que ansioso para pedir mais e mais dicas sobre o jogo com o tal cara.

–Você acabou de se tornar a pessoa mais incrível desse mundo! –Falou Callum, tocando no ombro do garoto.

O menino empurrou a cadeira para trás e se levantou. Dan achou por um momento que ele usava saia, mas... Não, ele realmente estava usando saia. O capuz de sua cabeça caiu, revelando uma cachoeira de cabelos negros presos em duas tranças. Suas mãos se ergueram e retiraram os fones dos ouvidos.

–Obrigada! –Agradeceu, virando a cabeça para onde estava Dan, Mike, Jon, Steve e os outros garotos, todos pasmos com o que estavam vendo.

Daniel já havia visto algumas garotas jogarem, algumas eram boas no que faziam, mas nunca vira uma garota tão boa quanto a que estava parada em sua frente. Seus olhos cor de mel examinaram Dan, com um quê de divertimento, o que o fez sorrir para ela ao mesmo tempo que um calafrio percorria suas costas.

–Você é uma... garota... –Murmurou Jon.

–Meu nome é Sophie. –Disse a garota.


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Notas finais do capítulo

E então, alguma ideia do que houve com a Soph e o Dan? Falo com vocês nos comentários!!