Valery's POV

Ashton pegou em minha mão e a apertou enquanto me guiava para fora do cinema, depois de termos assistido a metade do filme. Eu o puxei, fazendo-o olhar para mim. 

— O filme ainda não acabou.

— Eu sei, mas temos que ir. Depois eu te explico. Outra hora nós voltamos aqui, fique tranquila. — Respondeu Ashton, lançando-me um sorriso consolador.

Suspirei e resolvi o seguir. Entramos no carro e Ashton acelerou de primeira. Olhei para trás, e vi dois carros pretos nos seguindo. Como eu queria que fosse coisa da minha mente. Virei-me para frente. Ashton dirigia como se a vida dele dependesse daquilo. Seus músculos estavam tensos e ele estava curvado em frente ao volante. 

Ashton passou a marcha rapidamente e o carro acelerou mais ainda.

— Ashton, eu não quero morrer ainda. — Disse.

Ele apenas riu e continuou dirigindo. Revirei os olhos e me escorei no banco. 

Eu deveria ter colocado o cinto de segurança.

Por que eu não coloquei o bendito cinto?!

Sentimos um baque contra a parte traseira do carro em que estávamos e me apoiei no painel do carro, olhando assustada para Ashton. 

— DROGA, MINHA LAMBORGHINI NÃO! — Disse ele, batendo no volante e acelerando. 

E de novo. 

Dessa vez, o impacto foi mais forte, a ponto de fazer-me desmaiar.

Ashton's POV

Esses filhos da mãe.

Foi tudo tão rápido, eu não soube descrever o que tinha acontecido. Mas que o carro capotou eu tinha certeza, afinal, estávamos em alta velocidade. Olhei para o lado, onde Valery estava com a testa sangrando e desmaiada. 

Droga. 

Com dificuldade, peguei meu celular que, por milagre de Deus, estava com um rachado na tela, entretanto estava funcionando. Liguei para Michael, que não atendeu. Liguei de novo. 

Também não atendeu.

Merda, merda, merda.

***

Acordei com barulhos de sirenes e logo me desesperei. Eu estava preso à uma maca. Olhei bem ao redor e vi Michael com os garotos conversando com bombeiros...

Espera, bombeiros?!

Fui retirado dos meus pensamentos por um grito agudo e alto. Olhei para meu lado e vi Valery presa à uma camisa branca de força e sendo levada por dois homens altos e fortes. Ela se contorcia e gritava por ajuda. 

— VALERY! — Chamei, e ela me olhou, ainda se contorcendo. Ela chorava e tentava se soltar a todo custo.

— ASHTON! ME AJUDA! 

Consegui me libertar da maca e corri até ela, porém, dois dos bombeiros que estavam ali me seguraram. 

— Rapaz... Ela é sua namorada? — Perguntou um dos caras que seguravam Valery.

— Nã... É sim. — Respondi, na esperança que eles a libertassem. 

Valery corou. 

— Parece que ela anda escondendo coisas de você, galã. — O homem riu e jogou minha namorada-de-mentira-que-esconde-as-coisas-de-mim no carro e fechou a porta.

— VALERY! — Tentava me soltar.

— Wow! O que foi mano? — Era a voz de Michael.

Me virei e os caras me soltaram.

— Michael, o que estão fazendo aqui?! 

— Ash, você precisa ir para o hospital... — Comentou Lillia.

— EU NÃO VOU PARA HOSPITAL NENHUM SEM A VALERY. — Disse, irritado e me virei, mas uma mão forte agarrou meu braço. Calum.

— Ashton Fletcher Irwin. — Disse ele — Valery fugiu de um hospício chamado Swedder Hospice. 

Aquilo foi o fim. A garota que eu estava afim era uma louca? Não era possível.

— Por quê? — Perguntei calmamente.

— Porque ela tem tendências suicidas.