Elementar escrita por LunaLótus


Capítulo 27
Capturado


Notas iniciais do capítulo

"Vai entrar numa sede com milhões de androides, completamente cega e sem um plano?"



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Thaís olha para os lados, enquanto atira nos dois androides. Onde estão os agentes da Tearfoagen? É então que percebe, com um susto, que todos os passageiros estão numa espécie de hipnose, todos com o olhar horrorizado fixo à frente, como se a última visão que tiveram fosse a coisa mais medonha que pudesse ter lhes acontecido.

— Até imagino... – murmura Thaís para si mesma.

Os passageiros estão todos amarrados, com as bocas amordaçadas. Enquanto ela lia, houve uma luta silenciosa, e Thaís nem pode imaginar como eles conseguiram tal feito. É quando olha para trás que ela nota os agentes da Tearfoagen se levantando, cada um deles tendo que lutar com pelo menos dois androides. E ali há pelo menos uns quinze agentes.

Tudo isso se passa em apenas um segundo.

Os androides atiram sem parar, sem se preocupar se podem ferir outros passageiros ou não. Mas ela não pode permitir que pessoas inocentes morram nesta brincadeira. Por mais que essas pessoas sejam estúpidas, ela precisa fazer alguma coisa.

Thaís olha para os lados, tentando armar alguma estratégia. As poltronas do avião impedem a movimentação e o espaço da luta fica restrito. Não há muita opção, e há muitos androides para poucos agentes.

Ela pega o seu bumerangue e o atira contra os androides que a confrontam. A arma vai e volta, decapitando seus oponentes. Baque. Os corpos caem ao chão com o ruído de fios em curto circuito. Menos dois, pensa.

Uma ideia absurda vem à sua mente. De qualquer forma, este avião não vai aguentar muito tempo. Ela nem sabe quem o está pilotando. Thaís corre para o lado de outro agente da Tearfoagen que está lutando contra cinco androides de uma vez e atira várias vezes. Lança suas shurikens e pelo menos mais dois já caem.

O avião está parcialmente destruído e agora balança-se convulsivamente. Parece que está perdendo altitude. Agora a ideia que ela teve faz ainda mais sentido.

— Qual o seu nome? – ela pergunta para o agente que está ao seu lado.

— Felipe – ele responde.

Eles se colocam de costas um para o outro enquanto mais androides os atacam.

— Muito bem, eu tenho uma ideia, Felipe. Mas é algo bem louco.

Felipe solta uma risada irônica e diz:

— Já estamos acostumados. Diga.

— Mande todos os agentes agarrarem-se aos bancos. O mais firme que puderem – ela diz enquanto arranca o pescoço de mais um androide.

— Ok. Mas o que você vai fazer?

— Acabar com esses robôs estúpidos. Mande os agentes segurarem, pelo menos tocarem no máximo de passageiros que puderem.

— Ok. – Felipe acaba com mais um androide e fala no seu minicomputador: – Protocolo 331. Toquem o máximo de pessoas que puderem.

Os agentes, ainda atirando, agarram-se aos passageiros. Thaís gira em torno de si mesma, atirando, destruindo os robôs. Está prestes a destruir mais um, enfiando o arpão no pescoço, quando o androide sorri e diz:

— Acho que você vai gostar de ver isso.

Com os olhos, ele projeta uma cena, que Thaís assiste horrorizada.

Renato. Preso. Amordaçado. Os olhos roxos, os braços amarrados e um filete de sangue escorrendo de sua testa.

Renato foi capturado.

Primeiro a surpresa. Depois o medo. Depois a fúria toma conta do corpo de Thaís. Ela enfia o arpão na garganta do androide e grita:

— Agora!

Todos os agentes apertam-se ainda mais, e Thaís fecha os olhos, invocando. O maior tufão, um destruidor. Um que contenha toda a sua fúria, a sua raiva, a sua dor. Mas o convoca ali dentro mesmo. O ar se condensa rapidamente. Os agentes puxam os passageiros e se agrupam em torno de Thaís. Uma bolha de ar os envolve e os protege. Somente um pensamento passa pela mente da jovem, e uma lágrima escorre por seu rosto. Eu vou salvar você, Renato., ela diz para si mesma.

Então tudo explode, e eles caem.

 

Estão em queda livre. Os passageiros não podem gritar porque estão amordaçados, mas seus olhos indicam que eles já saíram do transe, e estão em completo estado de choque.

Os destroços em chamas do avião caem mais depressa. O céu está azul claríssimo com poucas nuvens. O sol parece exibir um sozinho irônico, vendo toda aquela destruição e mais de cinquenta pessoas despencando para a morte certa.

Thaís se concentra mais. Ela precisa desacelerar a queda, ou todo o esforço que ela teve terá sido em vão. Com a mente, manipula o ar. Imagina um colchão sob eles, tornando a queda macia. Aquieta os ventos, diminuindo a velocidade da descida. Um braço de um androide passa por ela em direção ao chão e explode. Caramba, ela pensa.

Então eles aterrissam. Não tão suavemente quanto ela desejava, mas pelo menos estão todos vivos. Alguns agentes estão machucados da luta, mas não parecem se importar. Comemoram a vitória. Thaís sorri timidamente. Felipe lhe dá um abraço.

— Isso foi incrível! – ele diz.

— Obrigada – ela responde e olha para os passageiros. – Felipe, não é?

— É, mas pode me chamar de Panches. – Então ele nota olhar dela. – Eles vão ficar bem. Daremos um jeito nisso, não se preocupe.

— Certo... – Ela hesita por um momento. – Felipe... Panches?

— Diga.

— Onde fica a sede do governo? Onde eles constroem esses androides?

Felipe se espanta. Thaís olha para ele à espera de uma resposta. Cabelos curtos bem pretos, com olhos grandes da mesma cor. Alto e magro, com o corpo rijo. Tinha uma expressão insana, mas algo nele irradiava segurança.

— Por que você quer saber isso?!

— Eu preciso – ela diz, resoluta.

Ele solta o ar devagar. Percebe que Thaís é o tipo de garota que quando coloca algo na cabeça, ninguém tira.

— Na antiga Alemanha, Amsterdã.

— Obrigada – ela agradece e vira-se para ir embora.

— Espera! – Ele a alcança. – O que vai fazer lá? Você deve encontrar a Elementar da Água, não é? Você só tem três dias!

— Eu vou encontrá-la. Sinto que ela está lá – Thaís diz, e com um susto, percebe que é verdade. Ela só não sabe dizer como essa Elementar foi parar lá. – E, no caminho, vou salvar meu namorado.

— Sozinha?! Vai entrar numa sede com milhões de androides, completamente cega e sem um plano?

— Vou. – Então vira-se e vai embora.


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Notas finais do capítulo

Helloooo! Sentiram falta? Bem, este capítulo é um presente (atrasado) para uma de minhas leitoras, Spy Kid, que fez aniversário no dia 12 de maio! Espero que tenha gostado, Nath!
E aí, o que acharam? Foi um capítulo mais ou menos, mas logo irá melhorar!
Obrigada a todos que comentaram e estão acompanhando; amo vocês!
Beijos da Luna.



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