Elementar escrita por LunaLótus
Notas iniciais do capítulo
"Isso é a sua história. A nossa história. Agora, levante-se. Você tem um longo dia pela frente. À procura da Elementar da água."
Thaís anda tranquilamente pelo imenso corredor, a procura de qualquer quarto que tenha uma cama confortável para se deitar. Toma um banho demorado, pois não sabe quando mais terá essa oportunidade, e se deita apenas com as roupas de baixo. Está tão exausta que não demora muito para ser levada à inconsciência.
Está frio. Um lugar estranho. Construções estranhas. Parece uma cidade abandonada. Mas é importante. Ela sente que é algo importante. Algo está acontecendo à sua volta. Há apenas lampejos. Alguém a observa. Mas quem?
O salto. Um corpo.
Ela só vê os olhos. E então a faca. Rasgando o seu peito, enquanto ela está focada nos olhos. Violeta. Olhos violeta.
Cinco horas da manhã. Thaís acorda gritando, sem saber onde está, desorientada, e o sol nem nasceu ainda. Brisa aparece correndo e liga as luzes, enquanto a jovem se senta na cama, a mão em cima do lugar onde lhe enterraram a faca, onde deve estar o ferimento...
Mas não há nada.
Brisa está ao seu lado, acariciando sua testa e seu tórax, pronunciando palavras estranhas e muito antigas. Thaís tenta entender. É algo que ela devia saber, devia entender essas palavras... Aos poucos a aflição vai saindo do seu corpo, a adrenalina diminui e a dor também se vai. Finalmente ela consegue encontrar a própria voz e a sua visão entra em foco.
— O que aconteceu, Brisa? – pergunta, a voz rouca por causa da garganta seca.
Brisa se levanta e pega um copo com água que certamente fora deixado ali depois que Thaís havia adormecido.
— Você provavelmente teve um pesadelo. – Vira-se e olha atentamente para Thaís. – Ou não?
Mas Thaís não tem coragem de contar o seu sonho. Porque ela sabe que vai assustá-la. E também porque ela sabe que aquilo foi mais que um sonho. Então a jovem apenas assente e bebe um pouco de água. Brisa não precisa saber.
— Você quer conversar sobre isso? – pergunta a guardiã.
— Não, obrigada... – Elas ficam em silêncio enquanto Thaís coloca o copo vazio na cabeceira da cama e se volta para a companheira. – Brisa, o que nós somos, você e eu?
Brisa hesita, olhando nos olhos de Thaís, claramente em dúvida do que responder.
— Nós temos uma ligação. Forte. Mas nossas missões são muito diferentes. Você vai entender, mais para frente. O mundo está mudando, você não pode sentir?
— Posso. Mas... – ela se interrompe.
— Mas...?
— Vai acontecer algo, Brisa... É... complicado. Eu não sei explicar.
— Thaís, lembre-se sempre disso: confie nos seus instintos. Somente isto.
— Por que eu, Brisa? Qual a nossa história?
A guardiã a olha, levanta-se e sai do quarto. Alguns minutos depois, retorna com um pequeno caderninho cinza nas mãos. Ela o entrega a Thaís.
— Tome. Você precisa saber, de qualquer forma. Você vai entender algumas coisas. Mas não o leia agora.
Thaís olha para o caderno em suas mãos, tão leve, tão antigo e tão frágil, que parece que vai se despedaçar.
— O que é isto? – pergunta.
— Isso é a sua história. A nossa história. Agora, levante-se. Você tem um longo dia pela frente. À procura da Elementar da água.
Brisa sorri, dá as costas a Thaís e está prestes a sair do quarto quando esta a chama de volta.
— Brisa! – Thaís quase grita, tamanho é o seu entusiasmo. Ela pula da cama e corre para a mochila. A guardiã olha a sua animação, ainda espantada. – Brisa, acho que tenho uma pista!
Thaís revira todo o conteúdo da mochila em cima da cama. Ao olhar para o caderninho que Brisa lhe deu, ela lembrou... O caderno. Onde está o caderno?
— O que está procurando? – Brisa pergunta, se aproximando da cama.
— Meu caderno. Vermelho.
— Este? – A guardiã aponta para um caderninho vermelho de capa dura.
— Sim! – Thaís o pega rapidamente e para na frase-código. Ao lê-la, não pode deixar de pensar em Renato, e sua animação se vai um pouco.
Mesmo assim, ela aproxima o caderno dos lábios, inspira e assopra sobre as palavras, que parecem ganhar vida e se reorganizarem. Brisa olha para o papel e o pega, quando Thaís o estende para ela, ainda sem entender.
— IT, Brisa! IT! Não eram letras nem números, mas uma pista óbvia de um lugar! Itália! Ela está, ou pelo menos estava, na Itália! Ou está indo para lá!
Brisa sorri vagamente, devolvendo o papel a Thaís.
— Parabéns. Agora você já tem para onde ir.
— Espera. – Ao ver aquela expressão, dúvidas assaltam os pensamentos de Thaís. – Está fácil demais. Óbvio demais, você não acha?
— E é aí que está a genialidade. O governo não está nem aí para coisas óbvias. A maioria das pessoas não liga. Você é prova disso, não é? Afinal, você buscou números, letras, qualquer tipo de código secreto. Só agora veio descobrir que é muito mais simples.
— É, talvez seja isso. – Então Brisa levanta-se e sai do quarto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem, capítulo curtinho, apenas para matarem a saudade, se é que sentiram! ahahaha' Vou programar o próximo para o sábado!
Me perdoem a ausência, dia 15 tudo deve voltar ao normal, prometo!
Beijos!