Love me Harder escrita por Grind


Capítulo 13
Capítulo 13 - Mensagem




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Love me Harder / Capítulo 13 – Mensagem

— Você vai voltar pra casa comigo hoje? – Os olhos dele brilhavam enquanto enrolava os braços na minha cintura, despreocupado com os olhares venenosos de Carla em nossa direção.

— Bom – Eu encarei o sol se escondendo, eu se quer dormira e ainda tinha de trabalhar no dia seguinte – Eu preciso levantar cedo amanhã.

— Eu posso te acordar – Deu de ombros como se resolvesse todos os nossos problemas – Se você não fugir durante a madrugada, é claro.

— Por que eu fugiria?

Ele vasculhou o meu rosto atrás de informações, como se fosse capaz de invadir minha mente, o que não era tão impossível se eu pensasse bem.

 - Só pressentimento – Balançou o rosto como se fugisse de uma mosca – Mas será que você poderia – Sua voz falhou – Podia-

— Podia o que?

— Podia sorri pra mim – Ficou sério – Você tem andado toda arisca desde que cheguei, e não ficou nervosa nenhuma vez, o que é uma surpresa, apesar de eu gostar, mas de repente pareceu que as coisas ficarem estranhas.

Eu senti a minha garganta fechar. Muito bem, era óbvio que eu ficava nervosa estando tão perto de Betinho Dantas, caraca, ele era popular, ainda no colégio, mesmo sem ser a pessoa mais comunicativa com a maioria ele tinha um fã clube.

Eu fazia parte do seu fã clube.

E não é como se eu tivesse tido muito tempo para assimilar tudo o que se passava, as passadas dele no restaurante, a questão da minha presença, os trocadilhos, os sorrisos, termos saído, meu Deus nós tínhamos transado.

—Bom, hã – Eu passei a mão na testa, sentindo o suor me escorrer na coluna – É que eu só estou um pouco cansada demais hoje, entende? Não é nada com você ou-

Ele negou.

— Não tem que se explicar pra mim. Só queria ter certeza de está tudo bem se você sorrisse.

— E você sabe diferenciar sorrisos? – Eu ergui as sobrancelhas e ele abriu o dele.

— Sei, os seus com certeza.

Deus. Como eu ia fazer pra não derreter? Me manter firme? Eu estava pior do que prego na areia, ainda não tinha certeza sobre como estávamos funcionando ou ao que tudo aquilo levaria. Teríamos umas semanas de lua de mel até ele descobrir minhas paranoias e se afastar? Transaríamos sempre que nos encontrássemos e depois continuaríamos nossas rotinas agitadas usando-as como desculpa por não levar adiante? Ou existiria uma pequena parcela onde ele começava a nutrir sentimentos bons por mim me deixando nas nuvens?

— Você não consegue – Ele balançou a cabeça como quem entendia, como se soubesse de tudo – Vai ligar pra mim pelo menos?

Eu pisquei confusa quando ele se desprendeu.

— Claro.

Ele ergueu uma sobrancelha, como uma intimação.

— Vai mesmo?

Deus, eu tinha de ligar.

— Vou sim.

Ele sorriu por breve segundos.

— Está me fazendo sentir que fui usado a madrugada toda e agora estou sendo colocado no banco reserva.

Eu ri de nervoso.

— Eu vou ligar.

Com uma ultima piscadela em direção as meninas ele se uniu a Carla e Eduardo no carro, que se afastou dentro dos limites das regras de transito pela rua.

— Você está com aquela cara de pânico onde começa a inventar varias coisas que não existem – Sthella cruzou os braços ao se aproximar – O que aconteceu?

— Nada – Eu respondi, apesar dela já saber.

Eu sabia que debater com Sthella não adiantaria muita coisa, ela contaria as mesmas histórias sobre como eu devia parar de reprimir meus sentimentos sempre que eles aparecem com muita intensidade, sobre como eu deveria contar pras pessoas como me sintam em relação a elas, sobre como as pessoas não são adivinhas para saber o que se passa dentro de mim, e que se ela sabe foi depois de muitos anos de amizade.

Entramos num acordo silencioso de não tocar no assunto e ajudei a lavar todas as louças sujas antes dela me deixar em casa e partir para deixar Duda na dela. Quando encarei a sala vazia eu só queria tomar um bom banho gelado e cair na cama.

E apesar do banho ter relaxado meus músculos, e o pijama se unido ao meu corpo de forma acolhedora, quando deitei na cama eu não era capaz de fechar os olhos. Era terrível pensar que mesmo depois de tanto tempo Beto Dantas era capaz de fazer meu coração bater rápido no peito, que eu tinha me deixado levar pelo seu charme com tanta facilidade, que eu tinha admitido em voz alta pela primeira vez em anos sobre minha paixonite colegial, que ele aceitara a ideia  e agora era como o caso tivesse se revertido.

Betinho Dantas gosta de mim, e pretende resgatar a mesma sensação em mim.

Betinho Dantas gosta de mim.

O celular vibrou sobre o travesseiro ao meu lado, e observei as sacanagens que Sthella mandava em nosso grupo piscarem na tela, então tomei coragem pra digitar.

O que você levaria pra uma ilha deserta?

Não muito tempo depois de eu abandonar o celular do meu lado como se fosse pegar fogo ele voltou a vibrar.

Tem que ser coisa ou pode pessoa?

Se ele respondesse que me levaria eu provavelmente seria incapaz de continuar sã.

Coisa.

Provavelmente milha maleta médica, ela não foi muito barata pra deixa-la sozinha. E vc?

E ele era tão certinho.

Sorvete.

HUSAHUSHAUSHASUHA E onde você ia guardar?

Não pensei muito nisso.

O silêncio persistiu durante uns minutos.

Certo, se você pudesse ter um super poder qual seria?

Eu teria o poder de saber o que as pessoas estão vestindo quando me fazem perguntas durante a noite.

Eu fechei os olhos quando meu corpo todo esquentou.

Meu pijama não é muito bonito.

Eu podia tira-lo.

A janela de Sthella começou a piscar e eu a ignorei, sentindo minha pulsação acelerada, eu me atrevi a continuar.

E depois?

O tempo que se seguiu pareceu uma eternidade.

HSAISUHSHASUAS Estou saindo.

Eu não tinha certeza sobre o que ele queria dizer, e toda a minha coragem se desvaneceu enquanto eu ficava de pé e arrumava o ninho no meu cabelo sentndo a ansiedade correr nas veias, e ainda que parte de mim achasse que ele estava avisando entrar no trabalho no turno da noite ou saindo com os amigos, ou indo correr como as pessoas saudáveis fazem eu me encaminhei até a sala, me encolhendo no sofá e ligando a TV sentindo como tudo parecia lento demais.

Abracei os joelhos sentindo minhas mãos suarem frio.

Calma Manu, calma.

Eu deveria ter dito não, dito que eu tinha de descansar, que tinha de pegar no sono pra parecer no mínimo apresentável no trabalho no dia seguinte, que eu não poderia ficar totalmente por fora do que se passava no restaurante.

E por mais que eu quisesse descarregar toda a carga de emoções digitando tudo desesperadamente para as meninas eu não o fiz e resolvi que se Beto estava interessado, ele que teria de lidar com meu lado medroso e histérico.

Eu já tinha praticamente corrido até a porta antes que ele desse a segunda batida, e seu sorriso foi tão imenso e brilhante que minhas pernas ameaçaram me trair.

— Boa noite.

Ele não estava vestido formalmente como quem ia pro trabalho, nem casualmente como quando nos encontrávamos, ele se quer trocara de roupa. Usava a mesma calça de moletom escura de quando eu fui pedir informação sobre como voltar pra casa, e a camisa cinza desbotada estava amassada no peito.

Estava de pijama.

— Boa noite – Eu dei um passo para trás deixando que passasse, e bombeando confiança ele caminhou a dentro como um familiar.


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