Love me Harder escrita por Grind


Capítulo 12
Capítulo 12 - Churrasco 2


Notas iniciais do capítulo

Eu seeei, o cap ta pequeno e não tem nada muito "uou" mas é q sempre precisamos de caps assim pra dar continuidade entre uns momentos e outros ;)



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Love me Harder / Capítulo 12 – Churrasco 2

— Eu odeio aquela mulher! Eu a odeio! – Eu afoguei os gritos no travesseiro e Sthella começou a massagear meu ombro.

— Todas nós a odiamos, mas você precisa ficar calma.

— Como eu posso ficar calma com a Senhorita “Olhem pra mim, minha família tem dinheiro e eu sou perfeita” lá na sala? Ela arruinou meu ensino médio. Arruinou!

— Arruinou o nosso ensino médio – Duda resmungou enquanto cruzava os braços – Tantas oportunidades perdidas porque não agradamos aquele nariz perfeito, todas as tentativas de amizades fracassadas pelas minhocas que ela colocava na cabeça dos outros quanto a nós.

— Eu sei Duda está bem? – Sthella estava exasperada – Eu também estava lá, mas se todas nós começarmos a arrancar os cabelos de nada vai adiantar. Nós temos que agrada-la ou tudo o que aconteceu até agora vai por água a baixo.

Eu me sentei.

— Como assim?

— Bom você não quer desagradar a rainha de fios dourados não é? – Sthella juntou o corpo no braço de Duda numa imitação enquanto afinava a voz – “Somos melhores amigos!” ela pode  por ele contra você em menos de um minuto.

Eu deixei os ombros caírem.

— A vida é uma droga.

—Acho que Carlos também não gosta muito dela – Duda juntou os cabelos enquanto pensava – Ele ficou todo calado durante a conversa lá fora, e ainda mais agora do lado de dentro.

Eu afrouxei o elástico no cabelo, sentindo a dor de cabeça chegar.

— Minha cabeça está começando a doer.

— Isso não é hora de sofrer de ressaca vamos – Sthella abriu a porta do quarto – Vamos todas fingir que está tudo e tentar ser o mais simpática possível. Aquela que vencer, as outras duas pagam as cervejas hoje a noite.

— Hoje a noite eu não posso – Duda fez outra careta enquanto caminhávamos pelo corredor – Pode ser amanhã?

Todas concordamos e então estávamos de volta a bagunça que compunha a família de Sthella. O trio parada dura estava ajudando a por a mesa, e nosso sumiço passara despercebido na correria que era conseguir pratos e talheres para todo mundo. Eu me sentei, com Dr. Dantas a minha frente, do seu lado direito Eduardo, do esquerdo Carla. No meu lado direito Duda, no esquerdo Sthella.

A sintonia estava, de certo ponto, boa. A maioria dos nossos sorrisos era com certeza forçados, mas foi fácil mantê-los no rosto enquanto as travessas de comida eram passadas de mão em mão, a salada de alface, a salada de beterraba, o arroz, o feijão, a farofa, a carne. Eu ergui os braços pra reforçar o elástico no cabelo e Dr. Dantas voltou a sorrir como se tivesse ganho na loteria.

— NCC 1701? – Ele soletrou calmo, mas meu corpo inteiro gelou enquanto trazia os braços de volta para baixo e me encolhia na cadeira.

Nossa conversa parecia banal perto da família de Sthella.

— O que? – Carla franziu as sobrancelhas enquanto trocava olhares entre nós dois.

Sthella beliscou a minha perna deixando claro que não era o melhor momento pra bancar a nerd, que Carla poderia me considerar muito mais estranha do que com certeza já achava, que aquilo poderia afundar até mesmo as chances dela com Eduardo.

— É – Foi tudo o que eu consegui responder.

Os olhos dele brilhavam.

Por favor, não pergunte o que significa, por favor, não pergunte.

— O que significa?

Sthella focou toda a atenção no próprio prato, apesar de que todos os olhares de nossa roda eram destinados a mim agora. Eu estiquei o braço sobre a mesa, olhando minha primeira tatuagem, e o quando ela parecia insignificante escondida na parte interna do braço.

O suspiro de Sthella dizia que eu não era obrigada a responder.

— A sigla USS é em inglês, do que seria Nave das Estrelas Unidas, ou atualmente referente a sigla da Marinha dos Estados Unidos. A origem das naves espaciais no universo de Star Trek. NCC 1701 é o registro da Enterprise, praticamente a principal nave de Jornada nas Estrelas. – Eu suspirei, não querendo bater com o olhar de ninguém – Eu fiz logo que entrei na faculdade, depois que lançou um filme de Star Trek naquele ano onde a Enterprise era destruída.

Eu precisava manter meu orgulho. Sempre ouvimos que é melhor fazer tatuagens depois que se tem um emprego fixo, porque fica difícil conseguir um quando você tem vários desenhos pelo corpo, mas eu queria fazer algo representativo não só pelo meu amor pela saga, mas como anunciar minha liberdade de ter saído de casa.

Tive que escolher um lugar discreto, então não era algo que pudesse incomodar em uma entrevista de emprego, mal dava pra reparar. Sthella não gostava muito, mas Duda foi comigo no dia fazer.

Quando eu ergui o olhar, Betinho Dantas ainda parecia a pessoa mais realizada do mundo, apesar de Carla ter torcido o nariz perfeito de forma discreta.

— Demais.

Pronto, eu já era a mulher mais estranha do mundo? A maioria das pessoas, não sabem a diferença entre Guerra nas Estrelas e Jornada nas Estrelas, ainda mais sobre detalhes tão fúteis como registros de naves espaciais fictícias.

Carla abriu os lábios bem desenhados para dizer alguma coisa, mas ele a interrompeu antes, erguendo a manga do braço cujas tatuagens eu ainda não conhecia totalmente, e apontando o sabre de luz escondido no meio de todo aquele colorido.

— Porém, Star Wars é melhor.

Eu senti meu peito todo encher, como se eu me inundasse por dentro, e Eduardo comentou algo que minha mente não foi capaz de absorver porque eu estava ocupada demais imaginando como seria sequestrá-lo e obriga-lo a se casar.

— Com certeza não.

— Não? – Ele começou a cortar a carne em pedaços no prato – Você vai me dizer que nunca teve vontade de ser jedi? De poder  usar a força e resistir ao lado negro?

Aquilo estava mesmo acontecendo? Iríamos discutir sobre aquilo?

— Estou dizendo que acho muito mais emocionante me inscrever na tropa Estelar, e embarcar em uma viagem na Enterprise a procura de novos mundos, do que acompanhar todo o drama familiar da família Skywalker.

Ele ergueu as mãos como se eu ofendesse, mas era tudo atuação.

— Meu Deus – Sthella murmurou ao meu lado e Duda riu junto com o primo mais novo.

— Vocês são dois nerds de galocha – Eduardo revirou os olhos enquanto levava um pedaço gordo de carne a boca – Quais eram as chances disso acontecer?

Betinho Dantas deu de ombros sem se importar, e Carla reprimiu outro comentário ao perceber que não era a melhor hora pra espalhar veneno, o que me fez me sentir um pouco melhor.


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