Shadow escrita por Cher Lloyd


Capítulo 4
You don't care about me


Notas iniciais do capítulo

82 visualizações. 5 pessoas acompanhando a história, mas cadê os comentários?! Nesse daqui vocês irão descobrir o que Shadow é! Então, comentem bastante o que acharam.



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Desci as escadas de cabeça baixa e morrendo de vergonha. Roman vinha atrás de mim de braços cruzados e parecendo muito sério.

–Roman, desculpe. Eu soube que sua família iria comprar a casa, mas não que já haviam comprado. –tento me redimir pela décima vez, já que das últimas vezes ele ficara em completo silêncio.

–Está tudo bem. –resolve responder e solto um suspiro de alívio.

–Sei que não estou em direito de fazer perguntas, mas por que sua família quer se mudar para cá? Vocês poderiam muito bem morar no centro da cidade.

–Não gostamos de chamar atenção.

Reprimi uma risada ao ver quão errada ele estava. Ele chamaria mais atenção ainda se morasse aqui. Paramos na porta da casa e me viro pronta para pedir mais várias desculpas.

–Se você se desculpar mais uma vez eu juro que vou prestar queixa na delegacia! –avisa e solto um riso baixo.

Ele nem se importou em trancar a porta de sua futura casa, andávamos em torno do lago, até as nuvens destamparem o Sol.

–Odeio Sol. –ele murmura e sorrio ao lembrar de Shadow comentando mais cedo o quanto adorava o Sol, e aqui estou eu, com outro garoto que pensa totalmente ao contrário.

–Por quê?

–Não sei. Eu sinto como se algo estivesse me perseguindo a luz do dia. Sempre quando saio na rua em dia de Sol é como se algo me seguisse, como se quisesse entrar em mim.

–Ok, isso é bizarro. –rimos juntos enquanto íamos para a trilha principal.

Um vento forte passou por entre as árvores e Roman começa a tossir.

–Roman, você está bem? –pergunto o segurando, impedindo que caísse no chão. Ele parecia estar se engasgando com algo. O vento balançava meus cabelos atrapalhando minha visão, mas eu jurava que algo estava entrando na boca de Roman, uma poeira preta se levantava e entrava em sua boca enquanto ele tossia desesperadamente.

Meus braços acabaram não aguentando o peso do garoto e caímos no chão de terra. Eu estava paralisada enquanto via aquela poeira negra se esmagando para conseguir passar pela garganta de Roman.

Quando o vento parou e a poeira dissipou, Roman continuava a tossir, mas agora estava ajoelhado.

–Meu Deus, você está bem? O que foi isso? –pergunto assustada e confusa com tudo o que acontecera.

–Eu estou bem, acho.

O Sol abriu com mais força, nossas sombras aparecendo no chão. A sombra de Roman era bizarramente gigante, chegava a ser amedrontadora.

–Que droga acabou de acontecer?! –grito andando de um lado para o outro, Roman estava estático olhando para a própria sombra, como se aquilo fosse algo novo para ele.

–Vai embora. –pede em súplica.

–O que? Não vou te deixar aqui deste jeito!

–Milla, vai embora, por favor.

–Roman...

–Vai embora! –desviando o olhar de sua sombra pela primeira vez. Seus olhos estavam vermelhos, como se fosse o dia seguinte de uma ressaca.

Afasto-me lentamente com medo e corro por entre as árvores até chegar em casa.

Quando finalmente avisto o portão, permiti acalmar minha respiração.

–Milla, onde estava? –Lynda pergunta.

–Estava só passeando, mãe.

–Tomara que o tempo continue assim, seria ótimo se seu pai voltasse do Iraque sendo recebido por esse Sol maravilhoso.

–Peter já sabe que ele está voltando? –encho um copo com água gelada e bebo rapidamente, meu corpo continuava atento por conta do ocorrido, mas eu precisava me acalmar e não demonstrar nada dentro de casa.

***

A noite foi calma, nenhum sonho estranho, nenhuma respiração bizarra. E assim continuou até chegar à escola. O dia estava muito quente, todos vestiam shorts, vestidos, camisetas. Olhei para o céu e a única coisa que lá havia era o forte e brilhante Sol, nenhuma nuvem.

Quando cheguei à escola, encontro Nina sentada na fonte junto com outros alunos que tentavam se refrescar.

–Milla! –chama e sorrio andando em sua direção. –Que inferno é esse em Hemlock Hills? Estamos em época de chuvas, e aqui estamos nós derretendo de calor.

–Nem me fale. Ontem eu jurei que uma tempestade viria, depois... – quando aconteceu aquela bizarrice com Roman. –Simplesmente abre o maior Sol.

Resolvi pela primeira vez não comentar nada sobre o que aconteceu ontem, por mais que eu odiasse esconder coisas dela, essa era uma coisa que nem eu mesma estava compreendendo. O sinal toca e seguimos para o ginásio onde se daria a aula de educação física.

Passamos primeiro pelo vestuário para colocarmos o uniforme de esportes e depois fomos para a quadra.

Sentamo-nos na arquibancada enquanto o professor explicava as regras do handebol e dividia os times.

–Os capitães serão: Roman Godfrey e Jace Timotty.

Nina solta uma risada ao meu lado e me olha.

–Em qual time você quer ficar? –pergunta maliciosa.

–Nos dois!

–Ai meu Deus! –exclama levando as mãos à boca. Sigo seu olhar até focar em Roman. E meu Deus, que Roman! Ele estava de regata branca, bermuda de basquete, o cabelo perfeitamente alinhado para trás e andava em direção à Jace de forma ameaçadora, como se fosse superior a todos dentro daquele ginásio.

Os dois ficaram lado a lado e começaram a escolher os jogadores. Por sermos as piores, eu e Nina fomos deixadas por último.

Roman olhou para mim e abri um sorriso, quase como se implorando para que me escolhesse.

–Nina. –chama e abro a boca indignada. Como ele poderia ter escolhido ela? Eu praticamente o vi quase morrer engasgado com uma fumaça preta! Caminhei irritada até Jace que me deu um tapinha motivador nas costas.

Ficamos em posição e o jogo logo começa. Alunos correndo de um lado para o outro, se jogando no chão para pegar uma simples bola.

Para fingir que estava fazendo algo, fiquei correndo sem direção pela quadra com os braços erguidos, enquanto Nina só caminhava por entre os jogadores.

Os alunos nem pareciam perceber minha presença ali no meio, quando resolvo caminhar junto com Nina, ouço alguém berrar meu nome fazendo-me erguer a cabeça. A bola de handebol vinha em minha direção, junto com vários brutamontes prestes a se jogar sobre mim. Segurei a bola por reflexo e em seguida meu corpo é jogado no chão e a bola tomada de minhas mãos.

Escuto Jace falar algo irritado e depois a voz calma e fria de Roman.

–Por que você a jogou no chão? Poderia tê-la machucado!

–Estava simplesmente pegando a bola.

–Ela nem sabe jogar! Era só dar um tapa na mão e a bola já cairia.

Os dois começaram a soltar faíscas entre si enquanto o professor tentava separá-los.

–Gente, está tudo bem! –me coloco entre os dois. Jace se virou para mim tentando me tocar preocupado.

–Não se machucou?

–Por que se importa se me machuquei? –me afasto dele cruzando os braços encarando Jace que parecia surpreso com minha resposta.

–Eu... Eu...

–Você nada. Não estou machucada, ok?!

Roman riu baixinho e me virei para olhá-lo o repreendendo.

–Você também não se importa! Só sabe olhar para a própria sombra! Pense nos outros ao seu redor!

O sorriso em seu rosto se fecha no mesmo momento, e naquele segundo ele pareceu muito sombrio. Seu corpo alto se aproximou de mim, nossos narizes se encostando.

–Não pense que sabe algo sobre mim, Milla.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e comentem!