No último capítulo de o puro sangue e a trouxa...

— Eu te amo -  Ele olha direto nos meus olhos e é como se conseguisse ver sua alma através dos mais belos olhos azuis acinzentados.

— Também te amo – Eu passo os braços através do seu pescoço o puxando para um abraço e colo meus lábios na sua bochecha – Mais do que você imagina.

Com essa declaração Draco me aperta na sua direção, e ficamos tão perto um do outro que eu não sei onde ele começa e eu termino. Quando abro os olhos eu estou virada diretamente para a vitrine da loja de vassouras onde um homem com longos cabelos loiros quase brancos e vestido de preto olha diretamente para nós. 

(***)

Não consigo me mover. Continuo olhando pela vitrine da loja de vassouras, olhando para o reflexo do rosto que sorri para mim de um jeito diabólico. Draco indiferente a situação arriscada em que nos encontramos, continua a me abraçar e acariciar meus cabelos. Oque eu faço? Se eu disser, ele vai querer ir atrás do pai e poderia acabar machucado ou pior. Eu fecho os olhos, tentando achar alguma saída para aquela situação.

— Miranda? – Droga, ele o viu? Eu o aperto o mais forte possível, com medo de que se eu o soltasse ele sairia a caça do pai.

— O-oi? – Gaguejo nervosa, mas sem abrir os olhos.

— Eu realmente gostaria de passar minha vida abraçado a você, mas se quisermos pegar a livraria aberta temos que ir – Suspiro aliviada. Ele não o viu.

— Claro, vamos!!! – Abro os olhos e vejo que o pai de Draco sumiu de vista. Outro suspiro de alivio me escapa – Eu me solto de Draco e olhando nos seus olhos dou um rápido beijo nos seus lábios – Eu te amo – Sussurro para só ele ouvir e seguro seu rosto bem próximo ao meu.

— Eu também te amo – Ele sorri para mim e eu praticamente me derreto toda. – Vamos!!! – E com minha mão na curva do braço de Draco saímos em direção a floreios e borrões.

(***)

Eu amo a floreios e borrões. Imagine uma livraria onde os livros voam sobre sua cabeça e alguns até falam!!! (Ou mordem).

Pela primeira vez Draco entrou comigo, o que eu achei incrível. Começamos a andar em volta olhando os livros malucos quando comecei a notar que os bruxos que passavam davam um olhar estranho para Draco, as vezes enrugando o nariz ou cochichando com alguém próximo. Devem estar se perguntando porque um bruxo como ele está com uma trouxa, digo, humana como eu.

— Olha o que eu achei – Draco me tira dos meus pensamentos me mostrando um livro com capa de couro marrom.

— Estudos avançados no preparo de poções? – Eu franzo o cenho ao ler o título do livro – Mas para que você quer um livro de poções?

— Bem, pensei em continuar as nossas aulas sobre o mundo bruxo – Ele começa a explicar examinando o livro – E poções você pode fazer e a maioria delas e muito útil – Draco olha para mim me passando o livro – O que você acha?

— Eu adoraria – Respondo animada – Tenho várias perguntas que não foram respondidas – Pego o livro da mão dele e passo os dedos sobre a capa de couro.

— Então você vai me ensinar sobre poções? – Pergunto abrindo o livro e olhando para as receitas de poções e franzo o cenho – O que é Ararambóia?

— É uma cobra que vive na África, sua pele é um dos ingredientes usados na Poção Polissuco. – Ele explica para mim em quanto vamos pagar o livro – Qualquer bruxo sabe fazer poções e eu achei que seria bom começar por aí.

— Mas eu não sou uma bruxa – Eu olho para meus sapatos pensando como tudo teria sido mais fácil se eu fosse uma bruxa.

— Ei – Draco coloca os dedos de baixo do meu queixo e puxa meu rosto para fazendo eu olhar diretamente para ele – Você é perfeita do jeito que é – Ele acaricia as maças do meu rosto me fazendo estremecer – Não importa se é trouxa ou bruxa, você poderia até ser um trasgo mais horroroso e repugnante do mundo, mas eu continuaria a te amar – Olhando aqueles olhos cor de tempestade os meus começaram a se encher de lagrimas não derramada.

— Você consegue fazer uma coisa horrível parecer a mais romântica de todas – Eu me aproximo de Draco colo meus lábios nos seus. Eu juro por tudo que é mais sagrado que nunca vou me cansar de beija-lo – Mas prefiro não ser um trasgo horroroso e repugnante – Digo com os lábios nos dele e nós dois rimos e voltamos a nos beijar.

Eu coloco os braços em volta do pescoço de Draco o puxando para mais perto e ele de bom grado se aproxima de mim colocando as mãos na minha cintura. E todos os problemas foram esquecidos... por enquanto.