DRACO MALFOY

Estou nesse momento na porta da sacada de Miranda, esperando ela aparecer. Por que alguém iria trancar a porta da sacada?

Eu poderia usar um feitiço para abrir a porta, mas duvido que ela iria gostar de me ver invadindo seu quarto.

Eu estava a ponto de desistir e voltar depois quando Miranda entra pela porta de frente carregando aquela bola de pelos que ela chama de cachorro.

Fico na frente já porta esperando e quando ela me ver tenho certeza que teria soltado um grito se não tivesse largado a bola de pelos e tapado a boca com a mão. Com os olhos arregalados ela vem correndo até a porta da sacada e abre.

— Draco, pelo amor de deus – Ela diz saindo para a sacada – O que diabos você está fazendo aqui? – Ela cruza os braços na frente do corpo para se proteger do frio e só agora eu noto que ela estava usando uma calça de pijama com pinguins estampados nela e uma camiseta preta com um coração dourado estampado na frente, os cabelos amarrados em um coque bagunçado no alto da cabeça e para completar ela estava usando óculos. Ela estava linda.

— Você vai me dizer por que está aqui ou vai ficar aí parado de boca aberta? – Linda e brava. Eu nem tinha notado que estava de boca aberta.

— Eu vim pedir desculpas – Digo olhando diretamente para os seus olhos castanhos através das lentes dos seus óculos – Fui idiota.

— E... – Miranda cruza os braços na frente do corpo e levanta uma sobrancelha.

— Um obcecado por segurança? – Pergunto não sabendo mais o que dizer.

— E... – O que mais ela quer que eu fale?

— E... – Eu chego mais perto dela e começo a acariciar seu rosto – Um cara perdidamente apaixonado por uma garota bem temperamental, mas incrivelmente bela.

Miranda relaxa e descruza os braços, posso ver um sorriso começar a nascer no seu rosto.

— Temperamental, mas bela – Ela sorri para mim – Você tem esse talento de disfarçar um insulto com um elogio.

— Eu nunca insultaria você – Eu tiro os óculos do seu rosto e me aproximo dela até ficar a menos de um centímetro de seus lábios – Seria como dizer que não sou incrivelmente belo – Miranda olha para mim esperando eu explicar – Seria uma mentira – Ela sorri para mim e eu sinto que o meu peito ia explodir de tanta alegria.

— Eu te amo – Ela diz tão baixo que seu eu não estivesse praticamente colado nela não teria escutado. Agora sim meu peito explodiu.

— Também te amo – E não precisando falar mais nada eu colo meus lábios ao de Miranda que sem esperar um minuto se quer coloca os braços em volta do meu pescoço. Depois disso eu esqueci até o meu nome.

MIRANDA MALONE

Quanto tempo passou? Um minuto? Uma hora? Acho que perdi a noção de tempo, mas isso sempre acontecia quando eu beijava Draco ou estava perto dele, pensando bem até quando penso nele isso acontece. Estar apaixonada é a mesma coisa que ter amnesia.

Quando Draco e eu nos separamos fico surpresa por poder ficar de pé, mas olhando para ele parece que está na mesma situação que eu. O seu cabelo loiro quase branco está mais bagunçado do que o normal e a camisa que normalmente é impecável agora está toda amassada. E os dois primeiros botões já estavam abertos?

— É...será que você pode devolver minha camisa...Quer dizer, meus óculos – Eu olho para baixo e sinto que minhas bochechas estão pegando fogo.

— Aqui está – Eu posso escutar na voz de Draco que ele está sorrindo, mas não posso conferir por que se eu olhar para cima ele vai notar meu rubor. Eu pego meus óculos e os coloco. Meu deus, por que Draco tem quer bonito até desfocado? Quando eu coloquei meus óculos só fez ele ficar ainda mais lindo.

— O que você acha de ir ao Beco Diagonal? Podemos tomar um sorvete, passear e ir na livraria que eu sei que você gosta. – Eu não queria ceder tão rápido, mas quem resiste a um sorvete incrível, livros e um passeio com um bruxo super gato?

— De que tamanho é o sorvete? – Perguntei não querendo ceder tão rápido.

— Grande, com cauda de chocolate – Ele diz chegando mais perto. Porquê tudo o que ele fala parece tão tentador?

— Um passeio longo ou atravessar a rua? – Chego mais perto dele até estarmos a um centímetro de distância.

— Um longo passeio romântico e bem demorado – Sinto as mãos de Draco na minha cintura me puxando para perto.

— Então aceito seu convite – ele sorri e se quebra o reto da distância que faltava entre nós, mas quando nossos lábios estavam a um centímetro de se encontrar eu corro para dentro do meu quarto rindo – Vou me arrumar.

— Isso e maldade, você é cruel – Ele se apoia na murada da sacada.

— Também te amo – Digo revirando meu guarda roupa.

— E melhor ficar linda para compensar – Ele diz cruzando os braços na frente do corpo com um sorriso no rosto.

— Eu sempre fico linda – Eu corro para o banheiro depois de achar o vestido perfeito.

(***)

— Então, como vai a faculade? – Draco pergunta enquanto andamos pelo beco diagonal.

— Faculdade amor, o nome é faculdade – Respondo rindo da cara que Draco fez – Vai bem, os professores são legais e estou indo bem nas matérias – Continuamos andando até chegar em frente a uma loja de vassouras onde Draco começa a olhar os últimos lançamentos – E como quando você começa no hospital DR. Malfoy? – Ele para de olhar as vassouras e olha para mim com um sorriso no rosto.

— Começo na segunda – Ele leva a minha mão até os lábios tão levemente que mal sinto o toque só o arrepio que passa através do meu corpo – Estou um pouco nervoso, mas confiante.

— Estou torcendo por você – Eu coloco minha mão no seu rosto fazendo um leve carinho – Como dizem, é sempre bom ter um médico perto, agora imagina um médico bruxo.

Draco começa a rir e me beija tão rapidamente que gemo de desgosto quando nos separamos.

— Eu te amo -  Ele olha direto nos meus olhos e é como se conseguisse ver sua alma através dos mais belos olhos azuis acinzentados.

— Também te amo – Eu passo os braços através do seu pescoço o puxando para um abraço e colo meus lábios na sua bochecha – Mais do que você imagina.

Com essa declaração Draco me aperta na sua direção, e ficamos tão perto um do outro que eu não sei onde ele começa e eu termino. Quando abro os olhos eu estou virada diretamente para a vitrine da loja de vassouras onde um homem com longos cabelos loiros quase brancos e vestido de preto olha diretamente para nós.