No último capítulo de O puro sangue e a trouxa...

–Draco isso é incrível!!! – Eu não sei como consigo falar com a visão do castelo maravilhoso que está a alguns quilômetros de distância de nós.

–Eu sei... Espera aí – Eu olho por cima do ombro para ver um Draco com os olhos arregalados.

– O que foi? – Pergunto confusa.

–Você consegue ver o castelo? – Ele pergunta me observando atentamente.

–Claro que eu consigo, não sou cega – Eu reviro os olhos com a idiotice da pergunta, mas ele continua me olhando como se eu tivesse duas cabeças – Qual o problema?

–O problema e que você não devia conseguir ver.

(***)

Eu estou sentada a mais de uma hora na raiz de uma arvore vendo Draco andando de um lado para outro e falando sozinho.

–Draco...Draco- Eu o chamo, mas ele continua andando e resmungando, enquanto eu suspiro com a mão embaixo do queixo- Eu mereço – Ótimo, agora eu que estou resmungando- DRACO PELO AMOR DE MERLIM, DEUS OU QUALQUER QUE SEJA SEU DEUS!!! – Draco assustado com minha explosão para de andar e olha para mim.

–Eu não entendo – Ele volta a resmungar, mas só que desta vez olhando para mim- Como você conseguiu ver o castelo? Tem feitiços de proteção contra trouxa por todo ele e....

–Eu já sei disso caramba!!! – Eu levanto as mãos no ar em sinal e desespero – Pelo amor de deus Draco, já estamos aqui a mais de uma hora e eu estou cansada, com raiva e meu bumbum está doendo de ficar tanto tempo sentada – Eu respiro fundo tentando me acalmar- Pode me levar para casa por favor? – Começo a andar em direção a vassoura que está encostada na arvore e paro ao seu lado esperando pelo Draco.

–Claro... eu te levo para casa- Ele nem me olha nos olhos quando fala isso.

(***)

A viagem de volta para casa foi silenciosa e chata, não falamos se quer uma palavra a viagem inteira. Quando Draco me deixou na porta de casa não falou nada, pois estava perdido em pensamentos.

–Filha o que foi que aconteceu? – Pergunta minha mãe quando eu chego em casa e ela vê a minha cara deprimente.

–Nada de mais mãe – Nada mesmo mãe, só um bruxo imbecil que me deixou com o bumbum e a cabeça doendo- Eu vou para o meu quarto tá?

–Claro querida, eu lhe chamo para o jantar – Eu concordo com ela e subo para o meu quarto onde eu caio em cima da cama.

–Deus como eu o odeio!!!- Eu levanto as mãos para cima e começo a esmurrar o ar como eu sempre faço quando estou com raiva.

–E eu pensava que era sua pessoa favorita no mundo- Eu me viro na cama e vejo Draco parado perto da minha janela.

–DRACO!!! – Eu me levanto desajeitadamente e acabo tropeçando no tapete e caindo de cara no chão.

–Pelo amor de deus Miranda – Draco corre em minha direção e me puxa pelos braços enquanto eu xingo ele em todas as línguas que eu conheço... que no caso são duas.- Você pode ficar uma hora sem cair ou me xingar por favor?

–Cair talvez, mas xingar eu não prometo nada – Digo quando ele me coloca de pé e eu me afasto dele- Falando nisso, como você entrou aqui? Você escalou a janela? – Ele começa a rir e eu cruzo os braços e o fico olhando com um olhar assassino.

–Eu sou um bruxo Miranda – Ele diz se recostando na minha cama o que me faz ficar com as bochechas rosadas- Não preciso escalar uma sacada para te ver, eu só preciso de um pensamento e pronto- Eu reviro os olhos para tanta idiotice.

– O que você quer Draco? Já não basta me deixar com raiva? Você sabe que eu odeio ficar com raiva – Eu pego meu travesseiro e começo a bater em Draco com ele.

–Calma Miranda – Ele toma o travesseiro da minha mão- Eu queria falar com você. É muito importante.

–O que foi dessa vez?

–Eu quero que segure isso e tente me lançar um feitiço – Ele me passa sua varinha e eu a pego automaticamente.

–Mas porque eu faria isso? – Pergunto não entendendo o porquê de tudo isso.

–Porque eu acho que você possa ser uma bruxa – Ele diz e eu fico de boca aberta.

–O que? Isso é impossível!!!

–Não é não – Ele chega perto e para atrás de mim e segurando meu braço fazendo com que eu empunhe a varinha- Eu espero que você não seja, mas é a única explicação plausível para tudo isso – Eu começo a rir como sempre faço quando Draco fala palavras que ninguém mais fala hoje em dia – Pare de rir e faça logo a Droga do feitiço.

–Tudo bem – Eu digo revirando os olhos e me lembro de um feitiço que eu ouvi em um sonho – Avada Quedavra – Mas nada acontece, a não ser que Draco bate na minha mão fazendo com que eu derrube a varinha da minha mão- EI!!! Qual o seu problema?

–Onde você aprendeu esse feitiço? – Ele pergunta apanhando a varinha do chão.

–Eu acho que eu vi em um pesadelo que eu tive hoje de manhã – Eu digo não querendo me lembrar do pesadelo.

–Bem se você não matou ninguém então não é uma sangue-ruim – Ele diz parecendo aliviado por isso.

–Que coisa horrível de se dizer Draco – Eu não acredito que ele disse isso – E se eu fosse uma nascida trouxa o que você faria? Me ignoraria e me insultaria como se eu não fosse nada para você?

–Você sabe que não- Ele chega mais perto – É que eu não tive uma criação como a sua... ou como qualquer outra se pensar melhor.

Eu não sabia o que falar sobre isso, eu já suspeitava que Draco não tinha sido criado como uma criança normal já que é um bruxo, mas agora acho que ele teve uma criação diferente até para um bruxo. Já sei o que pode ajudar.

– Sabe Draco, eu vou fazer uma festa de halloween no sábado e eu queria saber se você gostaria de vir – Eu fico um pouco corada quando faço o convite e Draco começa a rir.

– Eu adoraria vir para sua festa Mirada – Ele dá um beijo na minha mão e eu coro violentamente.

– Que cavalheiro – Nós dois rimos até que escuto minha mãe batendo na porta do meu quarto. -Como eu odeio não te odiar

–Eu sei disso – Diz ele com um sorriso de fazer qualquer garota desmaiar.

–Miranda hora do jantar – Eu entro em desespero, se minha mãe pega Draco aqui eu estou ferrada.

–Draco rápido, vai para casa e.... – Não consigo acabar a frase porque Draco me dá um beijo de tirar o folego.

–Te vejo amanhã.

–Tudo bem-Digo com o rosto corado e aos suspiros.

Na mesma hora em que Draco aparata na minha frente, minha mãe entra pela porta e me encontra corada e sorrindo para a janela.