Bem Vindo a Solidão escrita por Gin


Capítulo 13
Carrying


Notas iniciais do capítulo

Eu entendo

Sério, eu compreendo

Toda essa dor, todo esse sofrimento

Mas vem comigo, que eu te ajudo, a te livrar, desse tormento



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Meu pés tocam a areia
E nessa hora começo minha caminhada
Enquanto a o sol incedeia
E minhas pegadas são deixadas

No caminho, observo o mar,
As ondas a quebrar
E as pessoas a se divertir
Umas a rir, outras a se ludibriar
Mas todas, com algo a carregar

De um tempo para cá, ficou mais fácil para mim
Perceber algumas coisas,
Somente com o olhar
E nesse tempo
Achei meu momento
De ver as bagagens que as pessoas estão a carregar

Cada um vai levando a sua,
A do lado, mais pesada que a do lado
Contas para pagar
Algum amigo assasinado
E todas elas, naquele momento
Não parecem estar ligando para isso
Mas nas suas costas, mãos,
Estão carregando uma bagagem
Que sempre irá pesar no coração

E nisso, meus passos se tornam mais lentos e pesados
Ao passar, as pessoas sorriem, ao meu lado
E isso me faz sorrir de volta
Mas o estranho
É que estou com uma enorme dor nas costas
Talvez por ter percebido
Que também carrego
Também carrego uma bagagem,
Mas nunca transmito essa imagem

E então isso me fez refletir
As pessoas usam a diversão, para se distrair
E pelo menos por um momento, esquecer daquela dor
Daquele sentimento que se mostrou
É isso é tão obvío,
Que até me machucou

Passamos por tanta coisa para chegar aqui
É tanta coisa
Que se pensarmos
A felicidade, não é um motivo para sorrir
E as coisas se quebram, perdem, mas nunca são esquecidas
E quanto mais tentamos esquecer
Mas elas vão acumulando feridas

E essa tal bagagem, que carregamos
Começa a nos montar
Nos muda, cuida, luta
E de repente
Se faz presente
No piores presentes

O pior de tudo, é que é fácil olhar para a bagagem dos outros
Mas não consigo olhar para a minha
Isso porque, ela está tão perto, que é um ponto cego
E fica até difícil de encontrar
Mas os outros conseguem ver, e alguns até perceber
Mas quem é o corajoso de falar?

Mas não é o fim, não mesmo
Nem de tudo, isso é ruim
Pois enquanto estamos carregando
Estamos acumulando
Coisas boas também
Por mais que sejam minoria
Quem diria
Que elas nos consigam fazer bem

No final, somos feitos por nossas bagagens
Céu, ar, imagem
Maldade, crueldade, bondade
Somos nós, é o que nós somos

Meus passos se tornam um pouco mais rápido,
Quando vejo um casal sorrindo
E logo, percebendo
Que mesmo sofrendo
Alguém está se divertindo

Todos possuímos uma cruz para carregar
E ela é quem vai definir
Quem consegue cair e quem consegue levantar
Não vai definir força, pois cada pessoa, é diferente
Mas define, força, vontade, e dente por dente

Uma mala, um peso, uma dor
Mas uma salvação, uma motivação
Uma cor
Talvez ninguém pense como eu
Talvez tudo, seja apenas minha imaginação
E tomara que seja
Tomara que no final, isso seja criação

Então, sento sobre a areia
E observo as belas ondas, no mar
Minhas costas ainda doem, meu peito ainda doi
Mas por enquanto, vou ignorar

E amanhã, essa bagagem, vai continuar a pesar
Mas vai depender de mim
Se consigo aguentar

Pois forte somos nós
Que aguentamos a dor o dia todo
E ainda conseguimos sorrir
Forte somos nós
Que mesmo na dificuldade
Ainda
Podemos seguir


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Notas finais do capítulo

Todos carregamos bagagens, algumas são mais pesadas que as outras.

Por hoje é só pessoal, agradeço mais uma vez por lerem e estarem aqui, uma ótima semana para todos, se cuidem, desejo tudo de bom, e até a próxima!



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