Em família escrita por Hikari Mondo


Capítulo 19
Amizades duradouras


Notas iniciais do capítulo

Algumas amizades se fazem cedo. Outras demoram a se concretizar. Mas todas são mantidas nos pequenos detalhes.

Estrelando Mama Temari, amável e carinhosa! (Eu amo essa família, sério)



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Shikadai esticou novamente seu bracinho sobre a mesa, tentando alcançar qualquer coisa dentro do prato de sua mãe. Sentado no colo desta, sua linha visual coincidia com a parte debaixo da mesa, então ele não conseguia visualizar o que estava procurando. Ele só queria pegar alguma coisa.

E conseguiu.

“Ih, ele pegou um pepino...” Sakura disse, olhando por cima da mesa como o garotinho alcançava o pedaço de salada do prato de Temari. Sarada dormia placidamente no colo dela.

Temari suspirou divertida, rindo no final. “Tudo bem. Ele só precisa aprender a não colocar a mão no prato dos outros.” Ela falou em tom divertido e repreensivo.

“Hahaha.” Riu Ino, sentada entre as duas amigas, com Inojin também no colo. “Acho que ele vai aprender agora, comendo um pepino.”

“Ah não, ele gosta.” Temari respondeu. “Inclusive temperado assim, com vinagre.”

“-Ate mama, -ate.” Pediu ele, querendo pegar outro mesmo com um já na mão.

“Não.” Respondeu Temari, balançando o dedo. “Coma esse primeiro. E isso não é um tomate.”

“Hehe, não acredito que seu filho come salada pura. É muito raro bebês que gostem de salada.” Sakura riu vendo Shikadai mastigar avidamente o pedaço de pepino que ‘roubara’ do prato da mãe.

“Mas de quem ele puxou isso?” Perguntou Ino, ajeitando Inojin, que se retorcia vagarosamente em seu colo.

“Eu e Shikamaru não temos a menor idéia. Nenhum de nós gostava particularmente de salada quando criança.”

“E desde quando Shikamaru gosta de alguma coisa? Quer dizer, tirando você e esse pequenino.” Shikadai olhou para sua tia Ino quando ela passou a mão em sua cabeça, como quem tenta entender o que está acontecendo.

“Na verdade Shikamaru gosta de várias coisas,” comentou Temari, “ele só não é muito bom em expressar – ou reconhecer.”

“Ah sim, é tudo muito ‘problemático’ “ Ino disse, tentando imitar a voz de seu antigo colega de equipe, fazendo com que as mulheres na mesa rissem.

Shikadai, reconhecendo uma palavra depois de terminar seu lanche, virou-se alegremente para sua tia. “-Ático!”

A expressão boquiaberta de Ino era cômica, fazendo Sakura rir em alto e bom tom, ao passo que Temari fingia estar indignada com uma certa pessoa.

 “HAHAHAHAHA- Oh oh, shhh, shhhhhh.” A gargalhada de Sakura foi cortada por um resmungo de Sarada, que se retorceu ao ter seu sono interrompido, mesmo que por meros instantes. Sua mãe rapidamente tratou de acalmá-la para que ela pudesse dormir de novo, coisa que Sarada fez prontamente, enquanto Sakura ria internamente. “Ahh, é tão bom estar com vocês de novo, meninas...”

“É bom ter você conosco também, testuda.” Ino sorriu carinhosamente para a melhor amiga.

“Ei Ino-porca, é melhor você cuidar o que diz, temos um garoto esperto aqui.” Ino estalou a língua, desistindo do assunto e virando-se novamente para Temari.

“Desculpe Temari, eu não sabia que ele já estava falando isso.”

Temari ria por dentro, apesar de simular indignação. “Bem, era inevitável, considerando quem é o pai dele.”

“Por sinal, que classe de pai é esse?” Reclamou Ino. “Vou dar uma bronca nele por ser um pai tão ruim. Aposto que ele mal tem tempo de passar com o filho.”

“Shikamaru é um bom pai...” Temari defendeu o marido, acariciando os cabelos de seu filho que já mastigava um outro pedaço de cebola furtado. “Ele realmente é bem ocupado, e tem algumas manias não muito boas, mas ele se esforça bastante para ser um bom exemplo e estar presente na vida de Shikadai. Eu não posso reclamar.” Temari terminou desviando o olhar do filho para Ino, e vendo ambas as amigas com olhares românticos por vê-la falar bem do marido preguiçoso. “Se vocês contarem para ele, eu nego tudo.”

“Ah, mas o Shikadai vai contar a verdade, né Shikadai?” Sakura sorriu, se dirigindo ao pequeno que parou de mastigar a encarou fixamente.

“Hehehe, é Shikadai? Você vai contar pro papai?” Temari perguntou sorrindo ao filho.

“Papa?” respondeu ele. Ele podia conhecer poucas palavras, mas era muito esperto considerando sua idade e o vocabulário limitado.

“É, o papai.” Concordou Temari.

“PAPA!” Falou alegremente Shikadai.

“Você gosta do seu papai?” Ino perguntou, falando para Shikadai, mas chamando a atenção de Inojin no processo também. Shikadai apenas a encarou por uns instantes, e então respondeu.

“Papa i-íhhh nene.”

“O papai brinca com o neném.” Traduziu Temari, com um sorriso divertido e convencido no rosto. A expressão de Sakura era de total encantamento, enquanto Ino apresentava feições divertidas, ao contrário de Inojin que estava bem sério olhando Shikadai e tentando entender a situação.

“Ah é? Eu acho que seu pai não brinca com você. Sua mãe está inventando essa história.”

Shikadai bateu os braços no ar, como quem estava bravo, e falou mais forte. “Papa i-íhhh nene –assa!”

“Haha. O papai brinca com o neném em casa. Hahahaha.” Temari não conseguia mais conter a risada ante a situação. Se algum dia ela teve receio de ser mãe, nesse momento ela só conseguia achar isso hilário.

Inojin, que não entendia a situação ou a graça, tinha se retorcido no colo da mãe novamente, até que algo lhe chamou a atenção. “Ahhh! Au-au!” Ele disse apontando.

Ino se virou rapidamente para ver o que seu filho apontava. “É meu bem, é um au-au. Olha o au-au!” Ela falava com aquela voz infantilizada que mães costumam usar com seus filhos pequenos, enquanto a face de Inojin era iluminada de felicidade ao ser afirmado pela sua mãe.

O olhar atento de Shikadai acompanhou toda a interação entre mãe e filho Yamanaka, o pedaço de cenoura esquecido em sua mão. Mas em breve ele cansou-se de não compreender, e levou o legume novamente a boca, porém o derrubando no ultimo momento. Ele encarou o alimento perdido brevemente, e então botou a mão de volta no prato de Temari.

Só que desta vez, não obteve sucesso em sua busca.

“-Ate mama!” Ele exigiu. “-Ate!”

“Se chama salada, Shikadai. Sa-la-da” Ela sorriu, ponunciando pausadamente para o filho.

“-Ate!” Ele pediu de novo. Temari puxou sua salada para mais próximo a Shikadai, que desta vez sim pegou um tomate. Ao trazer sua mão no seu campo de visão, ele percebeu Inojin o encarando. Os dois ficaram se olhando sob os olhares amáveis das mulheres presentes, até que Shikadai estendeu sua mão com o tomate esbugalhado. “-Ate?”

Inojin não teve reação alguma ante esta ação, embora as mulheres tenham se derretido em um coro de  ‘ohhhh!

Ou pelo menos não no primeiro instante. Logo Inojin se virou e enfiou o rosto no colo de sua mãe, exclamando um “Mama!” com voz chorosa.

Shikadai inclinou a cabeça olhando a cena desconcertado, como se ele tivesse feito algo errado. Depois de Ino acalmar seu bebê, ele virou seu olhar para cima se encontrando com os olhos de sua mãe, tão iguais aos seus. “-Ate?”

“É, esse é um tomate. Pode comer.” Temari falou carinhosamente com seu pequeno.

“-Ate.” Ele sorriu, levantando o braço para lhe mostrar.

“Sim, Inojin não quis seu tomate, pode comer.”

“-Ate!” Ele esticou mais sua mão, falando quase bravo, e então Temari entendeu que seu filho queria dar o tomate para ela. Ela riu internamente das excentricidades que seu pequeno.

“Hmmm, que gostoso.” Embora ela não usasse um tom de voz mais infantilizado, Temari era ciente que seu filho tinha um vocabulário limitado e precisava de afirmação de seus atos.

Shikadai sorriu perceber que sua mãe gostou, e esticou o bracinho de novo para alcançar a salada do prato. “-Ate, Mama!”

“Eu ainda não acredito que seu filho come salada, Temari.” Sakura disse, o queixo apoiado na mão enquanto o outro braço envolvia protetivamente a Sarada.

“O que eu queria saber,” começou Ino, embalando levemente a Inojin, “é de quem esse menino puxou essa energia toda. Do Shikamaru é que não foi!”

Elas sorriam em cumplicidade ao lembrar de certo Nara, especialmente quando mais novo.

Mas então Shikadai decidiu se juntar a conversa. “-Ático”

As três caíram na gargalhada.


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Notas finais do capítulo

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