100 dias escrita por Camila Lião
Notas iniciais do capítulo
Sei que sumi, mas minha vida está sob uma mudança total e isso atrasou os capítulos. Mas aqui está mais um e espero do fundo do coração, que gostem. É feito com muito amor!
— Eu apenas me lembro de ter acordado na caverna ao lado do portão do abrigo. –Disse Mia-
— Foi longe do hospital? –Leon perguntou-
— Não, não muito. Acho que no fim da floresta após a ponte. –Ela respondeu-
— Bom, então vamos para lá.
Após algumas horas eles chegam na floresta.
Descem do carro e andam procurando pelos destroços.
— Já deve ter umas duas horas que nós estamos aqui –Reclamou Viollet- Você não se lembra mesmo do local?
— Olhe ali –Disse Leon enquanto empurrava um galho-
— O que foi? –Perguntou Mia-
— Isso não é da Any? –Ele perguntou-
Leon pegou na mão um lenço branco com bolas azuis.
— Eu costumava ver isso no bolso do jaleco dela. –Disse Leon-
— Sim, é dela. –Respondeu Mia- Ela dizia que dava sorte.
— Bom, parece que não foi isso que aconteceu. –Brincou Vi-
— Viollet! –Disse Leon em tom firme-
Ela passou a mão no cabelo, totalmente sem graça.
— Vamos por aqui –Continuou Leon-
Eles deram alguns passos e tiraram alguns galhos do caminho até que encontraram algo no chão.
— Eu acho que é por aqui mesmo. –Disse Mia- Observem os vidros no chão, devem ter voado com o impacto.
— Ei, olhem aqui. –Gritou Leon que estava um pouco mais para frente-
Mia e Viollet se aproximaram.
— Meu Deus! É aqui mesmo. –Exclamou Mia-
Leon se aproximou do carro, abriu a porta e um braço apareceu.
— Viollet? –Ele chamou-
A garota se aproximou com um lençol e entregou para ele.
Juntos eles tiraram o galho que havia atravessado o corpo de Any e o restante que atrapalhava a retirada do corpo.
Leon esticou o lençol no chão.
— Acho que vou vomitar, o cheiro não é nada agradável. –Disse Vi-
— Shhh, ela vai ouvir. –Falou Leon-
— Até parece, olhe onde ela está.
Mia estava longe deles, sentada num tronco de árvore que deve ter caído com alguma tempestade muito forte.
Eles então colocaram o corpo sobre o lençol e depois o enrolaram nele.
Carregaram até o carro e colocaram no porta malas.
Assim que Mia viu o corpo enrolado naquele pano branco, passar por ela, seu coração apertou, pontadas surgiram em sua cabeça e sua visão ficou preta, ela teve ânsia tão forte que seu estômago parecia querer sair correndo.
— Eu sinto muito. –Ela sussurrou-
Leon fechou o porta malas.
— Vamos? –Ele perguntou-
— Para onde? –Indagou Vi-
Eles observaram Mia sentada.
— Vá falar com ela. –Disse Vi- Acho que ela precisa de você.
Leon entregou a chave para Vi, que ocupou o lugar de motorista. Ele foi na direção de Mia.
— Me dê sua mão, vamos sair daqui. –Ele disse esticando a mão para a garota-
Ela olhou para ele com o rosto lavado em lágrimas, o sol refletia em seu rosto e tornava seus olhos mais lindos.
— Eu sinto muito, Mia, de verdade. Você pode não acreditar, mas eu sinto. Mas você ficar sentada aqui no meio do nada não vai ajudar. Tenho certeza de que a Any não gostaria de ver você triste.
Ela se levanta.
— Será possível nós encontrarmos um lugar com flores para enterrá-la? -Ela perguntou-
— Bom, eu acho bem difícil, mas podemos tentar. –Ele respondeu- Agora vamos para o carro.
Ele a abraça e beija sua testa para tentar confortá-la.
— Você pode ir no banco de trás comigo? –Ela perguntou-
— Claro.
Eles foram para o carro.
— Para onde vamos? –Vi perguntou-
— Mia gostaria de enterrar Any em um local florido, mas nas atuais circustâncias, acho impossível. –Ele respondeu-
— Eu tenho sementes de violetas, se você quiser, podemos achar um lugar para enterrá-la e plantar em volta. –Disse Viollet-
— Você faria isso por mim? –Perguntou Mia-
— Claro.
— Nós podemos terminar de descer a floresta, e logo na frente tem um lugar que costumava ser um canteiro, onde alguns habitantes do vilarejo aqui perto, plantavam de tudo. Acho que lá seria um ótimo lugar, é plano e fácil de lembrarmos onde fica. Tudo bem para você, Mia? –Perguntou Leon-
— Claro, vamos para lá então. –Ela respondeu-
— Viollet, você irá descer até perto de uma cerca baixa feita de madeira e pintada de branco.
Eles levaram aproximadamente doze minutos para descer toda a floresta.
— Viu? –Perguntou Leon- Acho que aqui é um bom lugar. As cercas provavelmente estão moles, então podemos tirar e colocá-las em volta da cova. Vou procurar algo para cavar.
Leon observou algo que parecia ser um quartinho, era pequeno e feito de madeira. Ao abrir a porta, ouviu um gemido e alguma coisa avançou para cima dele.
— Que merda é essa? –Ele disse assustado-
As duas garotas se viraram assustadas para ver o que estava acontendo.
— Leon! –Gritou Vi retirando a faca que estava na sua bota-
Ela correu na direção da criatura que estava em cima de Leon que havia caído no chão e lutava para tirar aquilo que estava sobre ele. Cravou a faca em seu crânio, fazendo com que o zumbi gritasse e paralisasse.
— Que estranho, ele não parecia querer me arrastar ou atacar. Você viu a pele dele? –Perguntou Leon para Viollet-
— Sim, eu vi. –Respondeu Viollet passando a mão na porta de madeira na tentativa de retirar o sangue que estava em sua mão- Ele foi infectado há pouco tempo. Você está bem?
— Estou. Vou procurar duas pás aqui nessas ferramentas e já volto para junto de vocês.
— Ok.
Viollet para voltou para o lado de Mia que estava do lado de fora do carro, com as costas apoiadas nele.
— Tudo bem? –Perguntou Vi-
— Sim, está tudo bem.
— Ei Viollet, me ajuda a cavar? –Perguntou Leon enquanto se aproximava delas-
— Tá bom, né. –Ela respondeu- Quer escolher o lugar, Mia?
— Pode ser em frente aquela árvore, acho que o galho fará uma sombra legal.
Eles se direcionam para o local, Mia fica mais afastada.
Após terminarem de cavar, eles vão até o porta malas do carro e retiram o corpo.
Levam até o lado da cova e o colocam lá.
— Você quer que enterre com lençol ou sem? –Perguntou Vi-
— Prefiro com. Se eu ver a atual situação do copo dela novamente, acho que vou morrer.
— Leon, você pega a ponta de baixo do lençol e eu seguro aqui em cima, assim vamos descer ele devagar sem precisar jogá-la. –Disse Vi-
Mia observa o corpo descer e pousar na terra do fim da cova.
— Tudo bem com você? –Perguntou Leon-
— Vai ficar. –Mia responde ajoelhando do lado da cova-
— Podemos cobrir? –Vi perguntou-
— Sim, podem. –Ela respondeu-
Vagarosamente eles começar a cobrir o cadáver.
Cada vez que um deles jogava terra, Mia sentia um aperto no coração.
— Eu sinto muito, Any. Espero que me perdoe. –Ela sussurou-
— A culpa não é sua, Mia. O que aconteceu com ela foi um acidente. –Disse Vi-
— Como você a conheceu, Leon? –Indagou Mia-
— No hospital, ela era designada para cuidar apenas de mim, lembra? No dia que acordei do coma, o rosto dela foi o primeiro que vi. Aquele cabelo vermelho e sorriso amigável. Ela era uma grande pessoa, sempre foi muito boa comigo. –Ele respondeu-
— Ela era mesmo. Pena eu a ter magoado tanto. Queria ter conseguido retribuir seu amor.
— Terminamos, você quer colocar as sementes? –Perguntou Vi-
— Não, pode escolher onde colocar.
— Está certo.
— Leon, será que você poderia procurar algo para fazermos uma cruz? –Perguntou Mia-
— Com certeza.
Ele vai na direção das árvores ali perto e encontra dois gravetos que parecem ser perfeitos para a função.
— Que tal? –Ele pergunta mostrando os gravetos-
— Acho que servem. Mas como vamos amarrar? –Perguntou Mia-
— Usem isso. –Vi pega algo que parece ser um cipó pendurado no galho da árvore- Vai dar certinho.
Leon faz a cruz com os gravetos, agacha e finca na terra em cima de onde a garota foi enterrada.
— Para você, Any. –Diz Mia chorando-
— Com carinho. –Leon diz enquanto se levanta-
— De todos nós. –Completa Viollet-
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Obrigada por ler até aqui. ♥