100 dias escrita por Camila Lião


Capítulo 19
Capítulo 19 - Para Any, com carinho


Notas iniciais do capítulo

Sei que sumi, mas minha vida está sob uma mudança total e isso atrasou os capítulos. Mas aqui está mais um e espero do fundo do coração, que gostem. É feito com muito amor!



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— Eu apenas me lembro de ter acordado na caverna ao lado do portão do abrigo. –Disse Mia-

— Foi longe do hospital? –Leon perguntou-

— Não, não muito. Acho que no fim da floresta após a ponte. –Ela respondeu-

— Bom, então vamos para lá.

Após algumas horas eles chegam na floresta.

Descem do carro e andam procurando pelos destroços.

— Já deve ter umas duas horas que nós estamos aqui –Reclamou Viollet- Você não se lembra mesmo do local?

— Olhe ali –Disse Leon enquanto empurrava um galho-

— O que foi? –Perguntou Mia-

— Isso não é da Any? –Ele perguntou-

Leon pegou na mão um lenço branco com bolas azuis.

— Eu costumava ver isso no bolso do jaleco dela. –Disse Leon-

— Sim, é dela. –Respondeu Mia- Ela dizia que dava sorte.

— Bom, parece que não foi isso que aconteceu. –Brincou Vi-

— Viollet! –Disse Leon em tom firme-

Ela passou a mão no cabelo, totalmente sem graça.

— Vamos por aqui –Continuou Leon-

Eles deram alguns passos e tiraram alguns galhos do caminho até que encontraram algo no chão.

— Eu acho que é por aqui mesmo. –Disse Mia- Observem os vidros no chão, devem ter voado com o impacto.

— Ei, olhem aqui. –Gritou Leon que estava um pouco mais para frente-

Mia e Viollet se aproximaram.

— Meu Deus! É aqui mesmo. –Exclamou Mia-

Leon se aproximou do carro, abriu a porta e um braço apareceu.

— Viollet? –Ele chamou-

A garota se aproximou com um lençol e entregou para ele.

Juntos eles tiraram o galho que havia atravessado o corpo de Any e o restante que atrapalhava a retirada do corpo.

Leon esticou o lençol no chão.

— Acho que vou vomitar, o cheiro não é nada agradável. –Disse Vi-

— Shhh, ela vai ouvir. –Falou Leon-

— Até parece, olhe onde ela está.

Mia estava longe deles, sentada num tronco de árvore que deve ter caído com alguma tempestade muito forte.

Eles então colocaram o corpo sobre o lençol e depois o enrolaram nele.

Carregaram até o carro e colocaram no porta malas.

Assim que Mia viu o corpo enrolado naquele pano branco, passar por ela, seu coração apertou, pontadas surgiram em sua cabeça e sua visão ficou preta, ela teve ânsia tão forte que seu estômago parecia querer sair correndo.

— Eu sinto muito. –Ela sussurrou-

Leon fechou o porta malas.

— Vamos? –Ele perguntou-

— Para onde? –Indagou Vi-

Eles observaram Mia sentada.

— Vá falar com ela. –Disse Vi- Acho que ela precisa de você.

Leon entregou a chave para Vi, que ocupou o lugar de motorista. Ele foi na direção de Mia.

— Me dê sua mão, vamos sair daqui. –Ele disse esticando a mão para a garota-

Ela olhou para ele com o rosto lavado em lágrimas, o sol refletia em seu rosto e tornava seus olhos mais lindos.

— Eu sinto muito, Mia, de verdade. Você pode não acreditar, mas eu sinto. Mas você ficar sentada aqui no meio do nada não vai ajudar. Tenho certeza de que a Any não gostaria de ver você triste.

Ela se levanta.

— Será possível nós encontrarmos um lugar com flores para enterrá-la? -Ela perguntou-

— Bom, eu acho bem difícil, mas podemos tentar. –Ele respondeu- Agora vamos para o carro.

Ele a abraça e beija sua testa para tentar confortá-la.

— Você pode ir no banco de trás comigo? –Ela perguntou-

— Claro.

Eles foram para o carro.

— Para onde vamos? –Vi perguntou-

— Mia gostaria de enterrar Any em um local florido, mas nas atuais circustâncias, acho impossível. –Ele respondeu-

— Eu tenho sementes de violetas, se você quiser, podemos achar um lugar para enterrá-la e plantar em volta. –Disse Viollet-

— Você faria isso por mim? –Perguntou Mia-

— Claro.

— Nós podemos terminar de descer a floresta, e logo na frente tem um lugar que costumava ser um canteiro, onde alguns habitantes do vilarejo aqui perto, plantavam de tudo. Acho que lá seria um ótimo lugar, é plano e fácil de lembrarmos onde fica. Tudo bem para você, Mia? –Perguntou Leon-

— Claro, vamos para lá então. –Ela respondeu-

— Viollet, você irá descer até perto de uma cerca baixa feita de madeira e pintada de branco.

Eles levaram aproximadamente doze minutos para descer toda a floresta.

— Viu? –Perguntou Leon- Acho que aqui é um bom lugar. As cercas provavelmente estão moles, então podemos tirar e colocá-las em volta da cova. Vou procurar algo para cavar.

Leon observou algo que parecia ser um quartinho, era pequeno e feito de madeira. Ao abrir a porta, ouviu um gemido e alguma coisa avançou para cima dele.

— Que merda é essa? –Ele disse assustado-

As duas garotas se viraram assustadas para ver o que estava acontendo.

— Leon! –Gritou Vi retirando a faca que estava na sua bota-

Ela correu na direção da criatura que estava em cima de Leon que havia caído no chão e lutava para tirar aquilo que estava sobre ele. Cravou a faca em seu crânio, fazendo com que o zumbi gritasse e paralisasse.

— Que estranho, ele não parecia querer me arrastar ou atacar. Você viu a pele dele? –Perguntou Leon para Viollet-

— Sim, eu vi. –Respondeu Viollet passando a mão na porta de madeira na tentativa de retirar o sangue que estava em sua mão- Ele foi infectado há pouco tempo. Você está bem?

— Estou. Vou procurar duas pás aqui nessas ferramentas e já volto para junto de vocês.

— Ok.

Viollet para voltou para o lado de Mia que estava do lado de fora do carro, com as costas apoiadas nele.

— Tudo bem? –Perguntou Vi-

— Sim, está tudo bem.

— Ei Viollet, me ajuda a cavar? –Perguntou Leon enquanto se aproximava delas-

— Tá bom, né. –Ela respondeu- Quer escolher o lugar, Mia?

— Pode ser em frente aquela árvore, acho que o galho fará uma sombra legal.

Eles se direcionam para o local, Mia fica mais afastada.

Após terminarem de cavar, eles vão até o porta malas do carro e retiram o corpo.

Levam até o lado da cova e o colocam lá.

— Você quer que enterre com lençol ou sem? –Perguntou Vi-

— Prefiro com. Se eu ver a atual situação do copo dela novamente, acho que vou morrer.

— Leon, você pega a ponta de baixo do lençol e eu seguro aqui em cima, assim vamos descer ele devagar sem precisar jogá-la. –Disse Vi-

Mia observa o corpo descer e pousar na terra do fim da cova.

— Tudo bem com você? –Perguntou Leon-

— Vai ficar. –Mia responde ajoelhando do lado da cova-

— Podemos cobrir? –Vi perguntou-

— Sim, podem. –Ela respondeu-

Vagarosamente eles começar a cobrir o cadáver.

Cada vez que um deles jogava terra, Mia sentia um aperto no coração.

— Eu sinto muito, Any. Espero que me perdoe. –Ela sussurou-

— A culpa não é sua, Mia. O que aconteceu com ela foi um acidente. –Disse Vi-

— Como você a conheceu, Leon? –Indagou Mia-

— No hospital, ela era designada para cuidar apenas de mim, lembra? No dia que acordei do coma, o rosto dela foi o primeiro que vi. Aquele cabelo vermelho e sorriso amigável. Ela era uma grande pessoa, sempre foi muito boa comigo. –Ele respondeu-

— Ela era mesmo. Pena eu a ter magoado tanto. Queria ter conseguido retribuir seu amor.

— Terminamos, você quer colocar as sementes? –Perguntou Vi-

— Não, pode escolher onde colocar.

— Está certo.

— Leon, será que você poderia procurar algo para fazermos uma cruz? –Perguntou Mia-

— Com certeza.

Ele vai na direção das árvores ali perto e encontra dois gravetos que parecem ser perfeitos para a função.

— Que tal? –Ele pergunta mostrando os gravetos-

— Acho que servem. Mas como vamos amarrar? –Perguntou Mia-

— Usem isso. –Vi pega algo que parece ser um cipó pendurado no galho da árvore- Vai dar certinho.

Leon faz a cruz com os gravetos, agacha e finca na terra em cima de onde a garota foi enterrada.

— Para você, Any. –Diz Mia chorando-

— Com carinho. –Leon diz enquanto se levanta-

— De todos nós. –Completa Viollet-


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui. ♥



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