100 dias escrita por Camila Lião


Capítulo 18
Capítulo 18 - Não se aproxime


Notas iniciais do capítulo

Preparado para mais emoções?
Bem vindo à mais um capítulo, espero que goste! ♥



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Vi abriu a porta e encontrou Mia deitada em uma cama de solteiro.

— Espera aí, de onde surgiu essa cama? –Perguntou Viollet-

— Se você não gostou, eu posso mandar tirar e sua amiguinha dorme no chão.

Herick apareceu atrás de Viollet que fez uma expressão assustada.

— Desculpe, eu te assustei? –Ele perguntou rindo-

— É, assustou sim. Obrigada pela cama.

Ela passou pela porta e quando tentou fechá-la o rapaz colocou o pé para impedir.

— Não está esquecendo de alguém? –Ele perguntou colocando a mão na porta para tentar abrí-la-

Ela não responde.

— Onde Leon irá dormir? –Diz ele empurrando a porta e entrando- Acho que podemos arrumar um quarto para ele, o que acha? Assim você e sua amiga ficarão mais à vontade.

— Olha, tanto faz, está bem? –Ela responde enquanto vai na direção do armário para escolher suas roupas- Vou tomar banho e deitar na minha cama. Se quiser colocar outra cama aqui, ou levar Leon para outro quarto, tanto faz. Faça o que quiser.

Ela pega sua toalha e vestimentas, entra no banheiro e bate a porta.

— Cruzes, o que aconteceu aqui? –Sussurra Herick-

Ele para ao lado da cama de Mia e a observa. Ela parecia ter pego no sono enquanto chorava. Seu travesseiro estava molhado.

Leon entra no quarto.

— Ah, olá Leon. Você sabe o que aconteceu com essas moças? –Ele perguntou desconfiado-

Leon hesita.

— Não, não faço a menor ideia. –Ele mente-

— Hum, está certo então. Daqui a pouco trarão uma coisa para o quarto, para você e Viollet. –Disse Herick se retirando do local-

Vi sai do banho e se depara com uma cama de casal no lugar da sua antiga. Ao se aproximar percebe que há um bilhete nela.

“Para você e Leon.

Com carinho, Herick.”

Ela olha para todos os cantos do quarto mas não vê Leon.

— Idiota, já devia ter chegado. –Ela sussura sem perceber o barulho na porta-

— Está falando de mim? –Leon diz enquanto passa pela porta-

— Feche por favor, temos que dormir logo se quisermos sair cedo.

— Irei tomar banho e já deito. Você vai mesmo querer dormir comigo? –Ele pergunta confuso-

— Por que não? Vamos apenas dormir.

Ele não responde, pega suas coisas e entra no banho.

Viollet fecha as cortinas do quarto e liga o abajur ao lado da sua cama.

Quando estava prestes a pegar no sono, ela sente os braços de Leon a envolvendo por trás, em um doce abraço, ele beija sua cabeça, respira fundo e encosta a cabeça no travesseiro para dormir.

Às duas e trinta e nove da madrugada, Mia acorda e resolve descer para pegar água. Ao passar do lado da cama dos dois, ela os observa, dormindo abraçados, nota então que ao lado da cama de Leon havia uma faca e uma maçã.

“Seria a hora perfeita para acabar com tudo isso. Você devolveria o que pertence a mim, Viollet” Ela pensa.

E então pega um dos objetos.

Morde a maçã com tanta força que parecia querer destruí-la.

Passa pela porta usando apenas sua camisola que não cobria todo seu corpo e deixava um pedaço de sua calcinha à mostra.

“Não vai ter ninguém acordado essa hora” Ela pensa enquanto anda pelo corredor degustando sua maçã.

— Está gostosa?

Ela ouve uma voz perto, seu corpo paralisa e coração acelera.

Ela se vira.

Herick estava com as mãos no bolso do jaleco.

— Por que você está de jaleco? –Ela pergunta-

Ele se aproxima da garota lentamente, até ela estar encurralada, com as costas na parede e seus rostos tão próximos que ela sentia o cheiro do chiclete de hortelã que ele mascava.

Ele coloca todo o cabelo dela para um lado, deixado seu pescoço livre.

Começa então a beijá-lo.

— O que você está fazendo? –Ela perguntou assustada tentando tirá-lo de perto-

— Por que Leon? –Indagou ele colocando a mão por dentro da camisola da garota-

— Saia de perto de mim.

O coração de Mia batia tão rápido que ela estava ficando sem fôlego. Todo o ar que havia ali parecia ter desaparecido.

— Você não pode tocar em mim desse jeito, se você não se afastar eu vou gritar até acordar todo mundo. –Ela disse com a voz trêmula-

Ele abre a porta atrás dele e a empurra para o quarto.

Havia apenas uma cama, mas as paredes eram diferentes, eram revestidas com um material estranho.

— Então grite, daqui de dentro ninguém te ouvirá. –Ele disse sorrindo-

— Por que está fazendo isso? –Ela perguntou enquanto tropeçava em algo no chão-

— Você é tão linda, não merece ficar com Leon, ele nem liga para você.

— Você não tem o direito de dizer com quem eu devo ficar ou não.

— Leon me roubou Viollet, agora irei roubar você dele.

— Eu não sou dele, do que você está falando? O que você pretende?

Ele a puxa com agressividade e joga na cama.

— Olha, não faça isso, por favor.

Ela começa a chorar desesperadamente.

Ele senta ao lado dela.

— Você ainda o ama? Ele está dormindo com outra. –Ele perguntou tentando abalar mais o psicológico da garota-

Ela não consegue responder, estava quase se afogando em lágrimas.

Ele começa a beijá-la, sua mão percorre todo o corpo da moça.

Pela manhã, Leon acorda, se troca e percebe que Mia não está no quarto. Ele acorda Viollet para que ela se troque também.

Assim que saem do quarto encontram com Herick no corredor.

— Bom dia, pombinhos. –Ele disse sorrindo- Como foi a noite?

— Você viu a Mia? –Perguntou Leon-

— Ah sim, eu a vi. Está dormindo naquele quarto ali.

Ele aponta para dois quartos à frente.

— Obrigada. –Agradeceu Vi-

Eles vão para a porta do quarto, batem mas ninguém abre.

Leon abre a porta.

Veem Mia deitada na cama que estava totalmente desarrumada, o abajur estava no chão, o criado mudo fora do lugar e Mia usava apenas roupa íntima.

— Que diabos aconteceu aqui? –Perguntou Leon desesperado-

Viollet volta o olhar para o corredor na inteção de achar Herick, mas ele não estava mais lá.

Leon corre para cama, tenta acordar Mia que parece estar em um sono muito profundo.

Ele a pega no colo.

— O que pretende fazer? –Perguntou Viollet assustada-

— Vamos levá-la para o quarto, vestí-la, pegar nossas coisas e ir embora.

Eles correm para o quarto, arrumam tudo e vão para a garagem atrás de um carro. Não encontram o carro em que foram para lá, mas havia uma caminhonete estacionada do lado de fora da garagem com a chave na ignição. Leon coloca Mia no banco de trás enquanto Viollet busca litros de combustível para colocar no porta malas.

Eles então partem.

Mia acorda com o balanço do carro e senta no banco.

— Onde estamos? –Ela pergunta enquanto esfrega os olhos para tentar consertar a visão que estava embaçada-

— Indo para o vilarejo aqui perto, vamos entrar nas casas abandonadas para ver se tem comida. –Vi responde virando-se para olhar a garota no banco de trás- Como você está?

— Me sinto tonta, mas bem.

— Você quer nos contar o que aconteceu? –Leon pergunta olhando para ela pelo retrovisor-

— Não, eu não quero. Vocês vão fazer o que falaram ontem? –Indagou Mia-

— Sobre a Any? –Vi perguntou-

— Sim, sobre ela.

— Claro... Assim que pegarmos as coisas necessárias nós iremos tentar achá-la.

Mia deita novamente no banco.

Leon para na frente de uma casa.

— Mia, é melhor você ficar no carro, eu irei trancar para a sua segurança. Se você ficar deitada não haverá problema. Não chame a atenção, voltamos logo.

— Atenção de quem? –Ela pergunta confusa-

— Você sabe.

— Mas está de dia, eles não irão me atacar.

— Apenas fique deitada.

— Olhe, todas as janelas estão fechadas, então lembre-se, não há luz lá dentro, podem usar como esconderijo. Pegue isso. –Disse Viollet-

Ela entrega uma pistola para ele.

— Certo, vamos então. –Ele diz enquanto carrega a arma-

Eles descem do carro, passam pelo jardim da casa e ficam de frente a porta. Preparam as armas e se entreolham. Leon tenta abrir a porta que parece emperrada. Ele então chuta até que ela abra. O barulho dela contra o chão parece ecoar por toda a rua.

— E eu que devo não chamar atenção. –Sussura Mia enquanto observava da janela do carro-

Ao virar para o lado, dá de cara com um zumbi que parece tentar quebrar o vidro da janela. Ela tenta gritar para Leon e Viollet que fazem outro barulho na casa, mas com as janelas fechadas eles não conseguem ouvir.

Para sorte de Mia e azar do casal, graças ao barulho na casa a atenção da criatura é desviada para eles. Ele então avança para lá rapidamente. Mia precisa avisá-los antes que seja tarde. Tenta alcançar a buzina do carro, mas seu corpo parece fraco e a buzina parece estar quilometros dela. Quando finalmente alcança, ela a aperta desesperadamente.

— Leon, ouça. –Diz Viollet virando-se bruscamente para a porta-

— Cuidado! –Ele grita- Abaixe-se.

Ele atira no zumbi que entrou pela porta rapidamente.

— Isso não é bom, apesar de estar de dia, se eles descobrem que há humanos aqui, rapidamente saem dos esconderijos. Agora com certeza já sabem da nossa presença. Vamos nos apressar e tentar achar algo e sair logo. –Viollet diz correndo para cozinha-

Leon a segue.

Ambos tem uma bolsa e vão velozmente guardando tudo  que parece ser comestível.

Ao chegarem na porta, veem o carro cercado por zumbis tentando entrar.

— Mia, abaixe-se! –Leon grita-

Mas a garota não ouve.

Os zumbis ouvem a voz dele e mudam sua atenção.

— Eles estão vindo, você está preparado? São muitos. –Perguntou Vi-

Leon deixa que os disparos de sua pistola falem por si.

— Tudo bem, só não vá disperdiçar munição.

A atenção deles estava concentrada para a parte da frente da casa. Mas esqueceram-se da entrada do fundo.

Vi que estava um pouco atrás de Leon, é agarrada por trás.

— Socorro! –Ela grita-

Leon se vira para ajudá-la, mas num descuido é pego também.

Eles começam a ser arrastados para a rua.

Mia começa a procurar outra arma no carro, até que acha uma debaixo do bando do passageiro.

Destranca a porta por dentro e sai.

Sua tontura era forte e e ela estava fraca, seu corpo parecia não querer ficar de pé.

Ela tenta correr na direção dos dois, ajeita a arma e chega bem próximo de Viollet e então atira.

— Obrigada. –Agradeceu Vi-

Viollet então corre para resgatar Leon, destruindo a criatura.

— Corram para o carro. –Leon diz-

Mia não estava em condições de correr, apoia-se na parede para recuperar o fôlego e acaba ficando para trás.

—Mia. –Gritou Leon enquanto voltava para buscá-la antes que os zumbis tomassem conta-

Ele passa o braço da garota por cima dos seus ombros, segura-a pela cintura e a carrega.

—Abra a porta, depressa! –Ele grita para Viollet-

Ele coloca a moça no banco e corre para entrar no carro.

Viollet elimina alguns zumbis que conseguiram os alcançar e também entra no carro.

Leon dá a partida e eles saem dali apressadamente.

— Por que eles não mataram vocês ali mesmo? –Mia perguntou-

— Pelo mesmo motivo que te carregaram para a caverna ao invés de te devorarem. –Respondeu Vi-

— E qual seria o motivo? –Indagou Mia confusa-

— Eles tem o horário de comer. –Leon respondeu-

— O que? Você está brincando? –Ela pergunta olhando para a janela observando os zumbis tentando alcançar o carro-

— Não, não estou, Mia. Eles caçam de noite e comem pela madrugada. Demos sorte que está de dia, eles ficam fracos na luz. –Respondeu Leon-

— Mas eu achei que eles não sobreviviam à luz. –Ela argumentou-

— Antes eles sofriam grandes danos, mas agora, parecem estar mais fortes.

— Vocês conseguiram pegar algo que sirva? –Mia pergunta olhando para as sacolas-

— Dê uma olhada, nós apenas pegamos. –Ele responde observando-a pelo retrovisor-

Mia separa em uma sacola o que parece estar bom e o que parece não estar.

— Acho que temos coisas para alguns dias. –Ela responde jogando as coisas que não servem pela janela-

— Para onde nós vamos agora? –Vi pergunta carregando as armas-

— Acho que deveríamos ir atrás da Any. –Ele respondeu-

— Então vamos, Mia, lembra-se como chegar lá? –Vi pergunta virando-se para trás-


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui. ♥



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