3 meses depois...

Pov Carmen

Eu estava passeando pelo parque com o meu cachorrinho,Bolinha, e Lucy. Eu estava cansada, por que estava com quase 6 meses de gravidez, e precisava sentar.

Carmen: Lucy, vamos sentar? Eu estou começando a ficar cansada.

Lucy: Vamos, eu também estou.

Sentamo-nos em um banco de madeira, e Lucy vai até a lanchonete que tinha ali perto comprar soverte para ela. Eu peguei meu celular e fiquei mexendo nele. Em um momento de distração, eu solto Bolinha que rapidamente começa a correr atrás de um passarinho que estava ali perto. Eu me levanto e tento ir atrás dele, mas rapidamente perco o fôlego. Minutos depois, vejo Bolinha vir até mim, acompanhado de alguém. De início, eu não reconheço a pessoa, mas assim que ele chega mais perto, vejo que é Mário. Eu fico sem ar e sinto uma tontura. Eu me sento novamente com a cabeça abaixada e ele se aproxima de mim.

Mário: Moça, aqui está seu cãozinho. Tá tudo bem com você?

Carmen: Não. Eu estou tonta. – ele levanta meu rosto e vejo a surpresa em seu olhar.

Mário: C-Carmen? É você mesmo?

Carmen: Sim. O que você faz aqui? – eu abaixo novamente a cabeça, pois a tontura é muito forte.

Mário: Eu que devia perguntar isso pra você. – eu me levanto, mas fico tonta de novo e minha visão escurece. Mário me segura, e me faz sentar. Eu respiro e a tontura vai passando aos poucos. Eu olho novamente pra ele e vejo que ele está assustado ou surpreso com alguma coisa. Acompanho seu olhar que está direcionado a minha barriga.

Carmen: O que foi?  - ele se levanta e olha pra mim; eu vejo a raiva em seu olhar - Você está me assustando!

Mário: Você tá grávida Carmen?

Carmen: Sim. Eu estou grávida. - ele se assusta ainda mais e sua expressão muda de surpresa pra raiva.

Mário: Você está aqui há dois meses apenas, e parece que você está grávida de 5 meses! Você só pode ter me traído!

Carmen: Eu não te traí. Eu te juro!

Mário: Não é o que parece! Como você foi capaz de fazer isso comigo?

Carmen: EU NÃO TRAÍRIA! Você sabe disso.

Mário: Então me explica essa gravidez. Por que eu ainda não entendi.

Carmen: Eu tô grávida de você! Você é o pai dessa criança! – ele se assusta de novo e me sento no banco.

Mário: Você está mentindo! Fala logo a verdade!

Carmen: Eu não estou mentindo! Estou falando a verdade! – ele faz menção de ir embora e eu vou atrás dele – Mário! ESPERA! – ele atravessa a rua e eu faço o mesmo, mas Bolota começa a latir desesperadamente. Eu olho pra rua e solto Bolinha que sai correndo, pois o carro ia me atingir, mesmo após frear. Então eu sou atropelada e apago.

Pov Autora

Após o carro atingir Carmen, que é arremessada a alguns metros de onde bateu, Mário corre para socorrê-la. A ambulância chega alguns minutos depois e leva Carmen inconsciente para o hospital.

No hospital...

Carmen é levada em estado gravíssimo para a sala de cirurgia, onde passa por uma cesariana de emergência. Logo em seguida, é levada para a UTI.

Pov Mário

Depois da Carmen ser atropelada, eu chamo uma ambulância que leva ela pro hospital em estado gravíssimo. Ela entra na sala de cirurgia e eu não tenho mais notícias dela. Depois de horas, uma enfermeira me avisa que ela está na UTI e que entrou em coma.

Mário: Eu posso ver ela?

Xx: Sim. Ela está na UTI 3.

Sigo pelos corredores até parar em frente da UTI em que Carmen estava. Eu entro e vejo Carmen na cama, respirando por meio de aparelhos.  Eu me aproximo lentamente e me sento na cama ao seu lado.

Mário: Não era pra você estar aqui. Você deveria estar no meu lugar. Eu fui um idiota de não ter acreditado em você naquela hora, mas agora eu sei que você estava falando a verdade. Eu só fiquei assustado. Por isso não acreditei no que você esta falando. Eu te procurei tanto e quando finalmente encontro isso acontece. Me perdoa.  – eu fecho os olhos enquanto relembro momentos que passei com a Carmen. Então, Carmen, lentamente abre os olhos, mas olha pra mim confusa.

Carmen: Mário? O que aconteceu? Onde eu estou?

Mário: Você foi atropelada, quando atravessava a rua. – ela parece lembrar-se de algo e fica assustada.

Carmen: Eu perdi meu bebê?

Mário: Não, os nossos filhos estão bem. Mas eles nasceram prematuros, e vão precisar ficar aqui, um tempinho.

Pov Carmen

Eu sorrio após Mário dar ênfase na palavra ‘nossos’. Então me dei conta do que ele disse: nossos. Quer dizer, eu estava grávida de gêmeos. Eu sorrio mais ainda e Mário percebe minha felicidade.

Mário: O que foi?

Carmen: Você disse nossos filhos?

Mário: Sim. Um casal. Mas eles não têm nomes definidos.

Carmen: Eu sei os nomes perfeitos. Stefany e Gustavo.

Mário: Eu preferia Letícia e Guilherme. Mas gostei dos que você escolheu.

Carmen: Que tal Stefany e Guilherme? Um nome meu e um seu. – ele diz que gostou e dá um sorriso – Ok, então. Nomes escolhidos. Só falta registrar, né?

Mário: Vou fazer isso agora. Depois volto. – ele me dá um beijo demorado, como se sentisse falta de mim e se despede - Tchau.

Então eu resolvo dormir um pouco e tenho um sonho estranho. Eu sonhei que eu estava com Mário, mas estávamos dentro de uma espécie de galpão, todo fechado. Procurei por meus filhos, e os encontro em um carrinho próximo de onde eu estava. Tento andar, mas não conseguia. Olho pra baixo e vejo que minhas pernas estão presas. Mário estava na mesma condição, mas suas mãos também estavam presas. Então, uma mulher aparece ao lado do carrinho, com um capuz cobrindo a cabeça. Ela retira o mesmo, revelando sua identidade: Evelyn, a ex-namorada de Mário. Então ela saca uma arma e aponta pra mim.

— VOCÊ E SEUS FILHOS VÃO PAGAR CARO POR TER TIRADO O MÁRIO DE MIM. SE ELE NÃO VAI FICAR COMIGO, TAMBÉM NÃO VAI FICAR COM VOCÊ! – ela atira em Mário e em seguida em mim. E assim acaba meu sonho, que mais parecia um aviso, ou um pesadelo.

E acordo assustada e percebo que estava tremendo. Mário se aproxima de mim preocupado, e me abraça. Eu de início estranhei, mas aquilo me acalmou e eu o abracei mais forte.

Mário: Você estava tendo um pesadelo. E parece que ele não é nem um pouco bom. Me conta.

Eu conto todo o meu sonho pra ele, ocultando a parte de que Evelyn atira em nós e que talvez tenhamos morrido. Ele ouve tudo calado e fica pensativo assim que acabo.

Mário: É impossível a Evelyn ter descoberto sua gravidez. E eu conheço a Evelyn, ela não seria capaz de fazer isso. Mas desde que terminamos, ela sempre deu um jeito de infernizar minha vida. Acho que ela tem um amor doentio por mim.

Carmen: Então temos que sair daqui. Quanto antes melhor.

Mário: Assim que você receber alta, e nossos filhos também, voltamos para o Brasil. É um lugar seguro e podemos contar com a ajuda do pessoal.

Carmen: Ok. Mas por falar em nossos filhos, eu ainda não os vi. No meu sonho, eles estavam longe demais pra eu vê-los.

Mário: Você vai poder visita-los amanhã. Quando forem transferidos para a incubadora. Eles devem receber alta, daqui a duas semanas. E você também.

Continua...