Aquele a quem chamam Severus Snape escrita por magalud


Capítulo 5
Capítulo 5




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Se havia uma coisa que Poppy Pomfrey odiava profundamente era agitação. Sua ala hospitalar tinha que ser um santuário de paz, calma e tranquilidade para os pacientes.

Poppy Pomfrey não sabia o que a esperava.

Primeiro, tinha sido aquele garoto, Longbottom. Ele entrara silenciosamente, tímido demais para tão grande herói como o julgavam. Ela estava ocupada tentando organizar poções, bálsamos e outros medicamentos que Horace Slughorn deixara há algumas horas.

— Sr. Longbottom — saudou ela. — Você requer assistência médica?

Ainda com cortes e ferimentos leves, ele respondeu:

— Não, senhora. Vim ajudar.

— A ala hospitalar está praticamente sem pacientes, já que Hogwarts não está em condições de oferecer recuperação adequada. Apenas o Professor Firenzi precisa ser removido, mas St. Mungo's está mandando especialistas em criaturas mágicas.

— Os centauros não podem cuidar dele?

— Ele foi banido da manada. Se o levássemos até eles, eles o deixariam morrer.

— Depois de tudo que ele fez?

Poppy deu de ombros. — É assim que eles são, Sr. Longbottom. Quem somos nós para julgar?

Neville achou melhor não insistir. — De qualquer modo, pensei em parar e ver de posso ajudar de algum modo.

— Estou preparando alguns de nossos queridos heróis caídos para os funerais. — Ele gesticulou para uma ala reservada da enfermaria. — Não posso lhe pedir que ajude nesta tarefa. Não se amofine, meu jovem. Tenho certeza que sua oferta de ajuda será muito bem-vinda em outras partes do castelo. Não faltará oportunidade a quem quiser auxiliar a reconstrução de Hogwarts.

O jovem assentiu. — Sim, senhora, obrigado. — Ele se virou para sair, mas mudou de ideia e voltou-se para ela. — Madame Pomfrey, a senhora acha que a escola vai reabrir em setembro?

Madame Pomfrey suspirou, notando o coração mais pesado do que gostaria de admitir. Ela parou o que fazia e virou-se para o jovem que matara a cobra de Você-Sabe-Quem, um olhar simpático. — Eu espero sinceramente que sim, Sr. Longbottom.

Mas ela notou que Neville não olhava para ela. Ao invés disso, a atenção dele estava na área onde estavam os poucos corpos que ainda restavam entre os mortos da Batalha de Hogwarts.

Poppy também se voltou para aquela direção e viu a razão para o espanto dele: havia luz saindo dali.

— Mas em nome de Merlin o quê...?

Como uma mulher prática, de abordagem pragmática sobre as coisas, ela se apressou a ir até lá, com Longbottom a segui-la. O que os dois viram era mais formidável que qualquer um deles poderia imaginar.

Um dos corpos estava totalmente envolvido em luz, tão brilhante que eles mal podiam manter os olhos abertos. Era lindo além das palavras e, ao mesmo tempo, assustador.

— O que é aquilo? — perguntou o garoto baixinho. — O que está acontecendo?

Madame Pomfrey explicou:

— Às vezes, quando um bruxo morre e a magia deixa seu corpo, o resultado pode ser visto em efeitos físicos, alguns deles espetaculares. Mas confesso não ter visto nada como isso antes.

Neville não disfarçou estar intimidado.

— Não deveríamos chamar alguém? Quem sabe a professora McGonagall?

— Isso não deve demorar mais do que alguns segundos.

As palavras mal tinham sido pronunciadas quando um clarão ainda mais brilhante cegou os dois, e uma espécie de estranha explosão muda fez os dois voarem para trás. Envergonhada por ter aterrissado no próprio traseiro, Poppy se sentou no chão, ainda tentando recuperar o fôlego.

Neville já estava de pé e deu a mão para ela se apoiar.

— A senhora está bem?

— Tudo bem, meu rapaz — disse ela, erguendo-se. — Mas eu acho que...

Ela não chegou a completar a frase, pois pelo rabo do olho ela notou o movimento de um pequeno objeto. Era uma pluma, uma solitária e pacífica pluma negra flutuando bem a seu lado. Ela não soube dizer exatamente por que achou aquela pluma tão intrigante.

Mas tudo se tornou ainda mais interessante quando ela virou a cabeça e viu duas imensas asas negras brotando do imóvel corpo sem vida de Severus Snape. Só que ele não estava nem tão sem vida nem tão imóvel. Não se o movimento de respiração em seu peito fosse uma indicação.

Longbottom soltou um som abafado, quase uma mistura de horror e incredulidade. Poppy, por sua vez, não sabia dizer onde encontrara voz para pedir ao rapaz:

— Sr. Longbottom, acredito que agora seja um momento perfeito para o senhor chamar a diretora McGonagall.

— S-sim, senhora — balbuciou ele, antes de sair correndo.

Poppy aproveitou aqueles momentos para avaliar a situação e tentar se reconciliar com a realidade. Severus Snape parecia estar vivo. Obviamente aquele clarão de luz era algum tipo de magia poderosa e desconhecida.

O que ela não sabia era que naquele exato momento Harry Potter se contorcia de dor no chão do Wizengamot.

E aquele era apenas o início da perturbação dentro da ala hospitalar que Poppy tanto amava.

Quando Poppy menos esperava, um homem todo vestido de branco e dourado Aparatou dentro da enfermaria, trazendo alguém desacordado nos braços. A chegada inesperada surpreendeu a velha enfermeira.

— Quem é você? Como veio parar aqui? — Ela viu o paciente. — O que aconteceu com ele?

— Esse jovem desmaiou — respondeu o estranho. — Eu posso ajudá-lo, mas ele precisa estar perto de meu filho.

Poppy o dirigiu até uma das camas, repetindo:

— Seu filho?

— Aquele a quem chamam de Severus Snape.

Ai, Merlin, pensou Poppy. As coisas estavam ficando mais e mais estranhas, não? Mas ela preferiu se concentrar no paciente.

Poppy guiou o homem até uma cama próxima de Snape.

— Pode colocá-lo aqui, por favor.

Poppy não esperava reconhecer o paciente como o Menino que Sobrevivera em pessoa.

— Oh, Harry — murmurou, produzindo sua varinha para obter um diagnóstico.

Foi aí que o homem gentilmente afastou a varinha para longe de Harry, garantindo:

— Não há necessidade disso, obrigado.

— Que quer dizer? — Poppy se inflamou. — Ele precisa de cuidados!

O homem sorriu para ela, comovido.

— Ele receberá cuidados, boa mulher. Agradeço sua preocupação. Tudo vai ficar bem.

— É mais do que preocupação. É meu trabalho. Pode me dizer o que há de errado?

— Ambos estão sofrendo. — Poppy se condoeu do tom cheio de emoção na linda voz do homem. — Pois nenhum deles pode ser completo enquanto um carregar a alma do outro.

— Então o senhor sabe o que aconteceu?

— Sim, eu efetivamente sei.

Poppy olhou a leitura de sua varinha de diagnósticos. Os resultados levaram-na a indagar:

— Então pode tratar dos dois?

O rosto dele passou a ser um retrato de angústia.

— Infelizmente, isso não posso fazer. Mas devo trazer minha companheira até aqui, pois ela é a curadora da família.

O olhar dele se voltou de Harry para Severus Snape. Poppy não pôde evitar a compaixão ao ver o rosto do desconhecido virar um amálgama de sentimentos como dor, amor e saudade. E que intensidade de todos esses sentimentos...!

— Boa mulher — ele se virou para ela de repente, os olhos marejados —, poderia fazer a gentileza de cuidar dos dois garotos enquanto providencio a vinda de minha esposa?

— Senhor, pode descansar: tenho cuidado desses dois desde que eram pouco mais que menininhos. — Ela estendeu a mão. — Poppy Pomfrey é meu nome.

O estranho sorriu, e Poppy jurou que a ala inteira se iluminara. Ele apertou a mão dela.

— Pode me chamar de Elohim. Como mencionei, aquele quem chamam de Severus é meu filho.

— Tenho certeza de que há uma história fascinante aí, Sr. Elohim, mas eu recomendo que traga a sua curadora em seguida. Não gosto do jeito que a respiração do Sr. Potter está irregular.

— Obrigado, Madame Pomfrey, boa mulher. Voltarei em breve.

E desaparatou, deixando Poppy ainda mais estupefata. Quem era aquele homem capaz de aparatar e aesaparatar dentro de Hogwarts?

Dentro de minutos, ainda mais comoção tomou conta da enfermaria. Poppy mal terminara de tomar leituras adicionais em seus dois paciente, quando a diretora McGonagall e o ministro interino Kingsley Shacklebolt adentraram a ala hospitalar, esbaforidos, seguidos por um ainda mais esbaforido Longbottom.

— Madame Pomfrey — chamou a professa McGonagall, com voz trêmula e ansiosa. — É verdade? Severus está vivo?

A enfermeira abriu caminho para que os dois fossem ao reservado onde estavam Snape e Harry. Ao ver os dois e constatar a respiração no ex-diretor, McGonagall soltou uma exclamação abafada, levando a mão à boca. Shacklebolt também ficou boquiaberto.

Poppy mostrou.

— Não só é verdade como também ele está... mudado.

— Foi o que ouvi — confirmou ela. — Mas como pode ser? Como é possível?

Poppy deu de ombros.

— Suponho que o único capaz de responder sua pergunta, diretora, seja o nosso visitante, o cavalheiro chamado Elohim.

O ministro olhou em volta.

— Onde ele está?

— Saiu para buscar um curador. Ele disse apenas que o Prof. Snape e o Sr. Potter estão sofrendo. Lamento, Minerva, isso está além da minha capacidade.

— Não há jeito de continuarmos a manter isso em segredo.

Não demorou nem 30 segundos depois que Kingsley disse isso, e Neville foi verificar a fonte de um ruído alto fora da ala hospitalar. Ele voltou correndo, os olhos arregalados.

— Repórteres!

— Deixe-os comigo — dispôs-se Kingsley, indo para a porta, enquanto pedia: — Mantenham-me informado, por favor.


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