{Na manhã seguinte...}

"Droga Marina! Você não fez isso! Diga que você não fez isso!"

Olhei devagar para o lado direito da cama. Ocupado.

"Sim... Eu fiz isso... Porque eu fiz isso? Não sei..."

{Quase um més depois, uma semana sem os dois se falarem por ela reclamar que: "precisava de um tempo para pensar no que estava fazendo"...}

p.o.v. Narrador:

James bateu na porta.

–Entra.

Piper e Jay estavam sentados no sofá e Marina na cadeira do escritório.

Assim que o garoto entrou, a atmosfera do lugar mudou. Ele estava com uma faca na mão e os olhos dourados.

"Droga! Olhos dourados!"~Marina

–James. Largue a faca. Por favor...

O garoto deu um passo a frente, e ela um para trás.

–James, eu imploro, largue a faca.

Ele deu mais dois passos e a menina fez um rápido movimento se abaixando, mais não rápido o bastante... A faca passou de raspão no pescoço dela.

Tudo ficou um pouco nebuloso com a dor, Jason foi devagar até ela, enquanto Piper conversava com o Eidolon tentando convence-lo a sair do corpo do menino.

{...}

–O-o que aconteceu?- James perguntou atordoado.

–JAY! Está doendo.

–Se você não ficar parada vai infeccionar Marina.

Ela mordeu o lábio e fez o que ele mandou.

–E-eu fiz isso com você?

–James, você se lembra de alguma coisa.

O menino assentiu.

–Está voltando...

–O que é isso?- Piper perguntou exaltada enquanto tirava a faca da parede e mostrava um líquido roxo no objeto.

–Droga.- James resmungou.- Droga, droga, droga.

–O que...?

–Marina, vamos para o hospital mais próximo, tudo bem?

–Porque?

–No caminho eu explico.

Ela não falou mais nada, apenas o seguiu.

P.o.v. Marina:

–Preciso falar os resultados mesmo?

–Não Will. Não precisa. Prefiro não ouvir.

Ele assentiu e foi preparar alguns medicamentos.

Virei a cabeça.

"Eu estava grávida. Droga, eu estava grávida! Eu ia ter outro filho com o Leo... Tinha veneno na faca, como eu não pensei nisso? Porque eu fui me arriscar? Eu. Perdi. O. Meu. Bebé."

–Jay? Entrega o meu celular para o Will, por favor?

Ele fez cara que quem não tinha entendido nada, mais fez o que eu pedi.

–Leo? Oi cara! É, é o celular dela sim. Na verdade, aconteceu...-Ele disse enquanto saia do quarto de hospital.

–Pode explicar?

–Não. Depois Will faz isso por mim, não quero falar sobre isso, tudo bem?

–Certo.- Responderam em uníssono.

Virei devagar a cabeça para o lado direito e chorei baixinho.

{...}

A porta abriu e fechou várias vezes, Piper, Jason, Will, e várias enfermeiras pensavam que eu estava dormindo.

Mais eu não estava, não mesmo, só não queria que ninguém me visse chorando.

Até que, finalmente, a única pessoa que eu queria ver apareceu...

P.o.v. Leo:

Meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Acho que em minutos gastei todas as minhas lágrimas.

Entrei no quarto, coloquei uma cadeira ao lado da cama dela e, com as ãos tremulas, peguei na sua mão.

Pensei que, como todos falaram, ela estava dormindo.

Mais assim que senti uma pequeno movimento na cama, levantei a cabeça.

–Oi.- Ela disse baixinho.

Respondi com um beijo. Um beijo salgado por causa das lágrimas dos dois.

–Você está bem? Tem que passar por algum procedimento?

Ela assentiu.

–Fica com raiva se eu não explicar? Não estou com vontade de falar...

–É o que a Annie passou?

–É. Já tomei o remédio, agora é só esperar a droga das contrações.

–Não acredito que perdi o nascimento da nossa filha, a infância...

–É, você fez merda.

Eu ri baixinho.

Ela contorceu um pouco os lábios.

Alisei aquela mão delicada.

–Quer que eu chame Will?

–Não. Isso é o minimo que eu vou sentir Leo.

Suspirei.

–Precisa de alguma coisa?

–Preciso. De você.

Sorri.

–Mais isso você já tem princesa.

–Não. - Ela reclamou.- Preciso de você deitado do meu lado.

E assim eu fiz.

–Bem melhor.

Ela disse se aconchegando em mim.

–Você é quentinho.

"E você tem cheiro de brisa do mar."- Pensei.

–Eu te amo. Sei que já fiz muita merda, mais eu te amo Marina.

–Eu sei.