Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 29
Capitulo 28 - O começo para o fim


Notas iniciais do capítulo

Eaeeee gente. Até que não estou muuuuio atrasada, ja que o dia de postagem agora é segunda feira. Bom, meu computador resolveu que quer fazer umas gracinha e ontem realmente não deu pra postar. Durante a semana ainda estou dividindo o PC com o pessoal aqui de casa e ainda tenho aquele monte de dor por causa do oculos que tenho que trocar e do ciso que esta nascendo (que alias eu vou tirar essa semana, espero que melhore)
Então, anda dificil escrever um capitulo, que dirá dois. Por isso toda a dificuldade de postar os trechos e tals. Falo mais la em baixo, vou liberar vocês para lerem o capitulo.
Espero que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639879/chapter/29

Não tenho muita certeza de como me sentir quanto a isso

Algo no seu jeito de se mexer

Faz com que eu acredite não ser possível viver sem você

Isso me leva do começo ao fim

Quero que você fique

Oh, o motivo pelo qual me mantenho firme

Oh, porque preciso fazer este buraco desaparecer

É engraçado, você é quem está em ruínas

Mas eu era a única que precisava ser salva

Porque quando você nunca vê as luzes

É difícil saber quem de nós está desabando

(Stay – Rihanna)

 

XXXXXXXX

O tiro ecoa em seus ouvidos, alto e torturante. Seus joelhos se dobram enquanto segura o corpo desfalecido de sua mãe, e implora para que ela não se vá.

A lembrança se esvai, Felicity abre os olhos pesados, observado pela janela as pessoas lá em baixo, cada um com suas doenças, seus problemas, seus parentes enfermos. Ela se limitava a ficar apenas ali, presa em seu pequeno quarto, imersa em seu mundo conturbado. Sem saber ao certo como separar a realidade distante da realidade presente, mal se lembrava do som de sua própria voz. Sentada na confortável cadeira a única coisa que ela poderia fazer era olhar pela janela. Apenas observar, tentando compreender o quanto o mundo havia mudado desde o inicio de seu cativeiro quando ela tinha seus vinte anos e estava terminando a faculdade.

Afinal, ela devia viver como uma garota de vinte anos ou de vinte e cinco? Deveria procurar um emprego? Devia fingir que nada aconteceu e tentar viver uma vida? Isso seria uma afronta ás pessoas que perdera, não seria? Ela não devia viver, não merecia isso. Sua mãe estava morta, ela não conseguiu salvá-la, não salvara sua mãe ou seu irmão. Seu pai ela já não mais reconhecia, ele era um estranho, o inimigo.

Uma vez que todos de sua família haviam se perdido, porque ela deveria se encontrar? Porque deveria continuar vivendo? Porque deveria se esforçar para juntar seus pedaços quebrados? Para ir e se apegar novamente a alguém, para amar alguém e então ser novamente quebrada? Isso seria um jogo torturante e doentio, ela não se submeteria a passar por nada disso novamente. Apenas iria continuar ali, em seu quarto de hospital. Olhando. Não havia nada que o mundo pudesse lhe oferecer lá fora. Nada.

Escutou a porta se abrir atrás de si, mas ignorou como já se era de costume.

—Pode entrar Sr.Diggle, mas já avisamos que não obtivemos nenhum sucesso, então...

—Tudo bem, é uma conversa breve. Ela precisa mais ouvir do que falar, pode me garantir de que ela escuta?

—Sim, ela escuta, mas se conseguir uma expressão diferente que seja dela, já será uma vitoria.

A porta se fecha novamente e Felicity ouve os passos do desconhecido se aproximar. Ela tinha certeza de que nunca ouvira o nome “Diggle” antes. É claro que não, todos que conhecia que seriam próximos o suficiente para visitá-la tinham partido. Desde seu namorado Cooper, que a traíra da pior forma possível levando-a para seu pior pesadelo, até seu pequeno irmão que de nada tinha culpa ou entendia.

O homem grande enfim entra em seu campo de visão, sentando-se no parapeito da janela fechada a qual ela olhava tanto. Felicity não desviou os olhos um segundo da vista que tinha, ignorando completamente seu novo visitante, apesar de conseguir vê-lo pelo canto dos olhos, ainda assim não dando total atenção ao estranho.

—Oi Felicity, posso chamá-la assim não é? Meu nome é Diggle, John Diggle. – ele a avaliava com o olhar, como se mesmo depois de tudo que a enfermeira lhe dissera ele ainda tivesse esperanças de que ela falasse com ele. –Bem, você não me conhece, mas eu sou alguém que pode ajudar você.

Felicity teria rido, se ela ainda se lembrasse como fazê-lo. O homem entrava ali, esperando que com sua ilustre presença a vida dela se resolvesse, como se ele fosse algum tipo de herói. Ainda sem esboçar nenhuma reação continuou olhando através da janela.

—Bem, primeiramente gostaria de dizer que sinto muito por sua mãe e gostaria de informar que apesar de todas as tentativas de fuga seu pai continua preso, como deve ser. Bem, pelo menos por enquanto.

E pela primeira vez os olhos de Felicity se moveram, saindo do ponto da janela e se redirecionando á John Diggle, que pela primeira reação esboçada da mais nova, ficou surpreso.

—Felicity, entenda. Richard James trabalha para uma organização chamada H.I.V.E.  e eles são bons, fizeram de tudo para encobrir qualquer prova contra seu pai. As provas que conseguimos coletar apenas garantem que ele fique preso até o julgamento, onde se espera que haja testemunhas. E a única testemunha alcançável é você.

Mas nenhuma outra reação chegou, Felicity mergulhou novamente no mar de lembranças escuras que era sua mente. Seu pai puxando o gatilho em direção a sua mãe. Outro disparo e seu próprio ombro queimava como o inferno, ainda tendo os gritos desesperados de seu irmão torturando seus ouvidos. A breve menção do nome de Richard James fez todas essas lembranças baterem com força contra ela, trazendo mais dor á seu coração, e a hipótese dele sair livre a torturava ainda mais, isso era algo que não podia acontecer. Aquele homem não merecia a liberdade, não merecia sequer respirar.

E ela não permitiria que ele saísse. Se dependesse dela, ele apodreceria na cadeia. Diggle continuou fitando-a, esperando reações que não vieram e então por fim ele suspirou, fazendo menção de se levantar, mas Felicity segurou seu braço, o impedindo. Ele a olhou, completamente paralisado. Felicity recuou a mão, abaixando a cabeça, estranhando ter esboçado uma reação com alguém novamente, era como se tivesse parado de ignorar o mundo e um pequeno pedaço dela se colasse. Ela não queria, não queria tentar se reerguer, porque isso seria uma afronta as suas perdas, ela não poderia... Felicity Smoak tinha morrido junto com eles, era isso que ela repetia a si mesma todos os dias.

Mas então ela se via ali, tocando por livre e espontânea vontade o braço de outra pessoa, chamando-o, porque ele fora o único que conseguiu chamar sua atenção para a realidade.

—Felicity... – Diggle se aproximou, segurando sua mão e isso fez com que Felicity levantasse a cabeça, olhando-o. –Sei que está passando por um momento muito difícil, sei disso. Mas você precisa voltar, precisa se reerguer e precisa comparecer aquela audiência para manter o homem que fez tudo aquilo com você na cadeia.

Felicity sabia que ele tinha razão, mas ainda assim não tornava as coisas mais fáceis.

—Tem mais. – Diggle continua. –Faço parte de uma agencia chamada A.R.G.U.S. e nós agimos de uma forma que a policia não pode, que a policia não tenta. Como o caso de seu irmão caçula por exemplo.

Ela sentiu seus olhos queimarem, sentiu-os úmidos e também sentiu em seu coração, acender-se uma mínima chama de esperança.

—Nós, com a sua ajuda, podemos seguir muitas mais pistas sobre seu irmão, nós podemos achá-lo Felicity. Não iremos desistir como muitos fizeram, porque temos provas suficientes de que ele não está morto, e isso basta para prosseguirmos.

E isso era todo o argumento de que Felicity precisava para querer voltar, para ter um propósito para colar parte de seus caquinhos, porque seu irmão precisava dela. Ela iria encontrá-lo, faria qualquer coisa para isso, qualquer coisa.

FELICITY

Abro meus olhos, sentindo o suor frio escorrer de minha testa, minha respiração está ofegante e a garganta seca.

—Hey, tudo bem? – ouço a voz de Oliver ao meu lado, ele estava arrumado e com os cabelos molhados. Provavelmente acabava de sair do banho. Segurou minha mão um tanto quanto tremula e esperou por uma resposta.

—Hmm, sim, estou bem. Foi só um pesadelo, eu acho. – respiro fundo, normalizando minha respiração.

—Bem, eu já iria acordá-la de qualquer forma. Está quase na hora.

Sinto meu coração se apertar um pouco mais no peito, partido por ter de se separar assim. Respiro fundo e me sento na cama, Oliver se ajeita também, sentado-se em minha frente e trocamos olhares intensos que no momento diziam mais do que qualquer coisas que disséssemos um ao outro. Observo nossas mãos e sorrio levemente, entrelaçando nossos dedos e observando a bela imagem de nossas mãos unidas. O dedo de Oliver faz um carinho qualquer onde consegue tocar e uma vez mais seguro as lágrimas.

—Agora está ainda mais perigoso. – digo, minha voz saindo em um fio de voz, embargada pela força que eu fazia para evitar chorar novamente. – Estou a ponto de desistir de ir e ficar aqui com você.

—Hey... – sua mão livre vai até meu queixo e ele o ergue, secando a única lagrima que havia escapado e escorrido por minha bochecha. –Não podemos nos desviar do plano, mesmo que tudo o que eu queira é ter você perto de mim, nós precisamos prosseguir.

Puxo o ar com dificuldade para meus pulmões e assinto com a cabeça.

—Está acabando, amor. – Ele se aproxima, ainda fazendo o carinho suave em minha bochecha e com nossas mãos ainda unidas, sua testa encontra a minha e seus olhos se fecham, enquanto ele respira fundo. –Já está quase acabando. – sussurra.

Fecho os olhos também, imersa naquele momento, aproveitando enquanto eu ainda o tinha.

—Me prometa, que se James for atrás de você, não aceitará qualquer acordo que ele venha a fazer. – digo. – me prometa, Oliver. Nem mesmo que ele diga que é para salvar minha vida, ele estará blefando, posso cuidar de mim mesma e ainda terá gente me protegendo também. Não aceite.

—Eu prometo. Não deixarei que me manipulem mais do que já estão tentando fazer.

Sinto minhas pálpebras fechadas molharem, eu estava ruindo.

—Foi tão difícil prendê-lo. E ele saí assim, simplesmente de uma hora pra outro. Mas, também foi tão fácil que ele se corrompesse que se voltasse contra nós, Oliver. Contra sua família, e eu nunca pensei que meu pai sequer levantaria a mão para mim nem que fosse para me corrigir, funcionávamos a base de conversa em casa. E no fim ele...

—Felicity... – abro meus olhos para encontrar os dele. –Não vai ser igual, tudo bem? Nada vai acontecer comigo e eu não vou... Me corromper, eu jamais deixaria você ou lhe faria qualquer mal. Nem por todo dinheiro do mundo ou por minha vida. Eu morreria antes de lhe fazer um arranhão.

Assinto e sorrio para ele, levo minha mão para sua nuca e o puxo para mim, selando nossos lábios, não pela ultima vez, mas com a despedida já tão perto. Nos beijamos com calma, sentindo a textura dos lábios um do outro e lentamente aprofundamos o beijo, guardando o gosto um do outro, aproveitando e apenas sentindo.

Quando o ar se faz necessário Oliver desce o beijo por meu pescoço, beijando, lambendo, sugando, mordendo levemente. Gemo baixinho.

—Se continuar, não sairemos daqui hoje. – sussurro.

—Só quero... Que se lembre, quero deixar pelo menos algo que fique em seu corpo por um ou dois dias, algo que te leve a esse momento e te faça sorrir. – responde, antes de deixar um longo chupão próximo de meu ombro, no fim da curva do pescoço, onde seria fácil esconder com a roupa, e apenas eu poderia ver a marca que com certeza ficaria ali.

Suspiro pesadamente quando ele se afasta, deixando um breve selinho em meus lábios antes de se afastar completamente, sorrindo e se levantando.

—Vou tirar Miles da cama para você e levá-lo para baixo para que tome café.

—Obrigada.

Respiro fundo quando ele sai do quarto. Toco meu pescoço onde ainda ardia pela lembrança de seus lábios ali. Sorrio brevemente antes de me levantar e rumar para o banheiro. Ainda precisava passar em minha casa e fazer minhas malas e a de Miles, já que com toda a confusão de James ter escapado, isso não pode ser feito.

(...)

Fechei a mala de Miles, depois de terminar de colocar as ultimas roupas ali. Ele arrumava a mochila que levaria nas costas completamente calado e eu sabia que ele estava confuso sobre tudo isso, já que eu não havia lhe contado nada. Queria poupá-lo ainda mais desse mundo que ainda estávamos.

—Hey, baby brother, porque está assim? – me aproximo dele e me ajoelho para ficar mais de seu tamanho, começando a ajudá-lo a arrumar as poucas coisas na mochila.

—Hmm, porque estamos indo embora, Licy?

—Porque precisamos, querido. Por que... – suspiro sem saber o que responder.

—Estamos em perigo?

Sua pergunta me surpreende. Eu tenho certeza que tinha tomado muito cuidado para que ele não percebesse nada de toda a movimentação em que estávamos.

—N-Não. Nós estamos bem.

—Eu sei que estamos em perigo.

—Porque diz isso, Miles?

Ele me fita por alguns segundo, e isso começa a me assustar, sua falta de palavras não era um bom sinal.

—Eu... Ouvi você e Oliver falando sobre o papai ontem, não ouvi muito! Mas ouvi o nome dele e algo sobre Ollie ter que tomar cuidado. Licy... Eu pensava que papai também tinha... Partido, como a mamãe.

Respiro fundo, me preparando para aquela conversa.

—Não, papai está vivo. – chamá-lo de “pai” era algo difícil de ser pronunciado por mim, mas eu sentia que devia fazê-lo no momento. –Miles, você se lembra de algo enquanto nós... Estávamos presos com a mamãe? Naquele lugar ruim, você se lembra do papai?

—Eu... – ele pensa um pouco, para depois assentir. –Sim, papai cuidava de nós. Não me lembro de muito, mas eu me lembro que ele aparecia as vezes.

Okay, isso foi o que mais me chocou. Todo aquele tempo, ele pensava que nosso pai cuidava de nós?

—Ele não... Ele não estava cuidando de nós.

Era até mesmo compreensível que ele pensasse assim, as poucas vezes em que James aparecia em nosso cativeiro era apenas para conversar coisas bobas, fazer algumas ameaças, deixar mais perguntas em nossas cabeças. Mas, ele nunca havia demonstrado para Miles qualquer agressão que ele pudesse entender. Ele até mesmo bagunçava seus cabelos com ironia, nós sempre procurávamos deixar Miles bem longe de qualquer um deles. E felizmente ele não estava vendo quando James cruelmente assassinou nossa mãe.

—Miles, apesar do que possa parecer, papai não... – minhas palavras sumiam no meio do caminho. Como eu podia olhar nos olhos de uma criança de seis anos e dizer que seu pai é um maldito filho da mãe que matou sua mãe e quase o matou também? Dizer que seu pai, o homem que deveria ser seu herói, era na verdade seu vilão?

Mas era preciso, para sua própria segurança. Ele não poderia continuar achando que o pai era confiável.

—Miles, sabe a história dos três irmãos que sempre lhe conto? A que você adora?

—Sim.

—Bem, você entende o porquê do ultimo irmão, o mais bondoso ter escapado da morte?

—Hmm, sim. Porque ele não pediu por algo que o deixasse melhor, ou que fizesse algo para seu próprio desejo, mas ele apenas queria se proteger da morte, se esconder dela.

—E o primeiro irmão, ele foi o primeiro a morrer, porque ele foi ganancioso e quis algo que desse ainda mais poder a ele, e ele o usou de forma errada. Porque aquilo atraiu coisas ruins para ele, não é?

Miles assente, acompanhando meu raciocínio.

—Bem, então. Papai, é como o primeiro irmão. Ele achou algo... Que desse mais poder a ele, que desse riqueza a ele, mas também inimigos. Mas não só isso, ele ficou tão cego pelo o que queria, assim como o segundo irmão, que não viu que o que ele faria deixaria outras pessoas tristes, como nós, ele nos deixou tristes porque ele foi atrás da coisa errada e fez coisas erradas. E ele, junto com as outras pessoas más, teve que fazer aquilo tudo de ruim conosco. Porque ele estava cego demais pelo poder. Você entende?

—Papai não foi inteligente suficiente para ser humilde como o terceiro irmão e fugir da coisa ruim, Licy?

Sorrio por meu irmãozinho, mesmo tão pequeno, ser alguém tão inteligente.

—Não, Miles. Ele não foi. E por isso o papai agora é... Perigoso, porque ele ainda está cego pelo poder. Como o primeiro irmão, e continua deixando tristes as pessoas próximas a ele. Assim como o segundo irmão. E para que a gente não se machuque, não podemos ficar perto dele, temos que fugir.

Espero por sua reação, ele parece perdido em pensamentos, mas então inclina a cabeça levemente para o lado e me questiona:

—Podemos ter uma capa da invisibilidade para fugir do papai e seus amigos maus?

Rio, surpresa por sua resposta, mas completamente aliviada.

—Podemos providenciar uma assim que chegarmos em Central city, vou ter um novo trabalho super legal e você poderá conhecer um novo amigo meu.

Ele assente, parecendo mais animado.

—Oliver vai com a gente?

Então meu sorrio desmorona e o nó se faz em minha garganta.

—Não amor, ele não vai.

—Mas, nós vamos ver ele antes de ir? Preciso mostrar algo.

—O que?

Ele vai até a estante onde estavam seus brinquedos, mexe um pouco ali e volta com seu carrinho de controle remoto, o coloca no chão e o controla com o controle. Mas, algo estava diferente.

—Eu consegui. Remontei o carrinho e ele está bem mais rápido do que antes e melhorei a frente, para que se eu bater seja mais difícil de quebrar.

Sorrio ainda mais encantada. Seguro sua barriga e o puxo para se deitar em meu colo, o enchendo de cócegas.

—Meu pequeno gênio. Oliver vai adorar ver isso, tenho certeza. Nós vamos vê-lo logo para nos despedirmos.

Ele assente em meio as gargalhadas e paro, bagunçando seus cabelos.

—Termina de arrumar a mochila, tenho que arrumar mais outras coisas.

—Licy, e os meus brinquedos?

—Não se preocupe, quando chegarmos em Central alguém vai mandar para nós.

Ele assente e enfim deixo o quarto dele. Vou até o meu e pego a caixa de baixo da cama, a abro e me certifico de que não a nada ali que eu queria realmente levar. O porta retrato onde tinha as fotos de minha mãe já estavam devidamente embalados para ir. Ali agora só tinham pequenos objetos do passado e felizmente dei um jeito para que nenhum lembrasse a “ele”.

Ele até podia ter fugido, mas se arrependeria disso. Se arrependeria de cada segundo que havia ficado ao lado de Damein Dahrk, assim que nosso plano fosse realizado. Ele iria se arrepender amargamente.

Flashback

—E você jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais do que a verdade?

—Juro. – sua voz sai firme e Felicity se controla para não demonstrar qualquer expressão de fraqueza perante ao pai traidor que estava sentado, algemado e a olhando com um olhar penetrante e avaliativo.

—Muito bem, pode começar. – diz o Juiz.

—Meu nome é Felicity Megan Smoak e estou aqui para acusar... Meu pai, Richard James Smoak do meu seqüestro e o de minha família e praticar o assassinato de minha mãe, Donna. Tendo também, atentado contra a minha vida ao atirar em mim, mas felizmente atingir apenas meu ombro. Ainda assim, sendo claro que o tiro tinha intenção de matar.

O advogado de James se aproxima para fazer as primeiras perguntas e Felicity solta um suspiro pesado, tendo em mente de que aquele seria um longo dia. Seu olhar procura o de Diggle ao fundo da sala de audiência e ele a encoraja, sorrindo e mexendo os lábios em um “você consegue”

Fim do flashback

Era perigoso e já fora do plano que Oliver fosse conosco até a estação do metrô e por isso ele tinha ido até meu apartamento para nos despedirmos. Miles estava agitado, mostrou á Oliver o carrinho, tagarelou até não poder mais. Mas tínhamos que nos apressar, a despedida tinha de ser breve, porque se Damien estivesse vigiando Oliver, então Oliver daria a desculpa de que tinha ido ali para me convencer a ficar.

—Miles, vá escovar os dentes e pegar sua mochila.

—Ah, mas já?

—Sim, temos que ir logo.

Ele faz uma expressão triste, mas assente, se arrastando até o banheiro.

Sinto Oliver envolver minha cintura por trás com os seus braços e procuro relaxar, apoiando a cabeça em seu ombro e fechando os olhos.

—Vou sentir sua falta. – sussurra próximo a minha orelha, o que faz um arrepio passar por todo meu corpo.

—Eu também. – me viro em meu próprio eixo, dentro de seus braços, me aproximo lentamente e roço nossos lábios suavemente.

Oliver respira fundo, então quebra a distancia entre nós e gruda nossos lábios, ja invadindo minha boca com a língua. Urgente e desesperado, o ultimo beijo dentre um tempo que não sabíamos qual. Ele me aperta contra si e faço o mesmo, incapaz de pensar no momento em que o beijo acabace. Era extremamente difícil me separar de Oliver, mais do que pensei que seria e apenas teríamos que nos empenhar muito no plano para que tudo desse certo, que acabasse logo e que pudéssemos ficar juntos.

—Eu te amo. – sussurro ao nos separamos.

—Amo você, Loira.

Sorrio, também pensando o quanto sentiria falta dele me chamando assim.

—Ah, ia te falar e acabei esquecendo.

—O que?

—Hmm, Diggle vai ficar.

—Ficar? Aqui? Por quê? Ele não devia ir junto e lhe proteger?

—Sim, mas eu não sou a única no olho do furacão aqui, senhor. Você também está e Diggle vai ficar para lhe proteger. Sem falar que ele vai nos deixar informados sobre o que acontece.

—Ta brincando? Felicity, amor, não preciso de uma babá, mesmo que seja um amigo como Diggle, não preciso de um guarda costas.

—Si, você precisa. Pelo menos para me deixar mais tranqüila, por favor, Oliver.

 Ele suspira, me olha e cerra os olhos.

—Tudo bem, mas só para lhe deixar mais tranqüila, eu sei me cuidar.

—Sei que sabe. – sorrio e o beijo mais uma vez.

—Eca, porque vocês ficam fazendo isso o tempo todo?

Rimos ao ouvir Miles reclamar, nos viramos para ele e ele já tinha a mochila nas costas. Pego nossas malas pela alça e respiro fundo, me virando para Oliver.

—Hora do show.

Saímos de casa e ao chegar à portaria, seguro a mão de Miles e faço uma expressão irritada, enquanto andava a passos largos até o taxi.

—Felicity, por favor. Você tem que me ouvir. – ouço Oliver dizer, andando atrás de mim.

—Já ouvi o suficiente, Oliver. – meu tom de voz chama a atenção do porteiro. Ótimo, quanto mais testemunhas, melhor. –Você tomou a sua decisão e agora estou tomando a minha, quero ficar bem longe disso.

Miles entra no carro e o taxista me ajuda a colocar as malas no porta-malas, com pressa.

—Iríamos passar por isso juntos, não íamos?

—No começo sim, até você dizer que você iria... – baixo o tom, como se doesse em mim dizer mais alguma coisa. –Que iria fazer o mesmo que ele fez, sabe que eu não iria aceitar isso e fingir que não tem nada acontecendo. Não vou ficar para me machucar de novo e nem a Miles. – entro no carro. –Adeus, Oliver. – digo antes de fechar a porta.

É, acho que estávamos sendo bem realistas.

—Amo você. – sussurro, sabendo que ele veria pelo vidro. Vejo uma lagrima escorrer de seus olhos e isso quebra ainda mais meu coração. – Amo você, amo você. – repito, colocando uma mão sobre o vidro.

—Eu te amo. - vejo retribuir antes do carro andar e o deixar para trás.

Continuo olhando pela janela, paralisada. Incrédula de que aquilo realmente estava acontecendo.

Bem, que o plano de certo então.

(...)

—Bem, será um prazer ter você em nossa equipe. – sorrio para Caitlin.

—Obrigada. – olho em volta, encantada por cada parte da Star Labs. Esse provavelmente seria um lugar que eu gostaria de trabalhar quando terminasse a faculdade. Quem sabe o que poderia acontecer se eu não tivesse passado cinco anos presa num maldito lugar.

—Licy, estou com fome. – Olho para o lado, encontrando Miles com as mãos na barriga.

—Ah, tem mais isso. Hmm, seria algum problema se ele ficasse comigo durante o trabalho? É meio que complicado eu deixá-lo sozinho em qualquer lugar.

—Vou me comportar, prometo. – Miles jura, oferecendo um sorriso forçadamente inocente para Caitlin e Barry.

—Não é um problema. – Barry garante em meio ao riso. –Bem, eu não fico muito tempo aqui, apenas os ajudo, como um trabalho aparte do da policia.

—Oh, você não contou a ela sobre a grande procura? – Cisco aparece, carregando uma grande caixa e deixando-a na mesa.

—Grande procura? – pergunto.

—É uma longa historia, eu conto depois. Posso levar vocês em algum lugar para comer.

—Claro, se não for incomodar. – aceito.

—Vamos.

Bem, pelo menos ele não tinha nos levado em um lugar que venda lanches, daqui a pouco eu sairia rolando de tantas vezes que passei as refeições comendo lanche.

Miles já devorava sua comida, completamente alheio a qualquer coisa que Barry e eu falávamos.

—Então, o que é a “grande procura”? – pergunto.

—Hmm, como disse, uma longa historia.

—Acho que temos um longo tempo.

Ele sorri, e parece pensar.

—Tudo bem. Lembra-se de uma das nossas ultimas conversar, quando me interessei por você dizer que era boa em achar coisas que estava procurando e tudo o mais?

—Hm, sim eu me lembro.

—Bem, comecemos por: Quando eu tinha onze anos minha mãe foi assassinada.

—Sinto muito, Barry.

—Obrigada. O problema na verdade é que o assassino de verdade nunca foi pego, mas meu pai foi acusado pela policia. Eu sei que não foi ele, tenho certeza disso, preciso achar o real assassino para tirá-lo da cadeia. Por isso eu queria a sua ajuda.

—Ah, Barry, realmente sinto muito. Meio que sei o que é isso. Você... tem certeza de que não foi... Não foi ele?

—Tenho, meu pai nunca faria isso.

Penso em como eu realmente pensava que meu pai nunca faria o que fez. E no fim deu no que deu. Respiro fundo, procurando as palavras certas para começar.

—Barry, meu... ãnn, quando eu estava prestes a terminar a faculdade, fui seqüestrada. – ele me olha surpreso, mas não me interrompe. –Fiquei dois anos sozinha, mas depois disso minha mãe e Miles foram presos comigo e ficamos assim por mais três anos até que finalmente fossemos resgatados. Porem, no processo minha mãe morreu e meu irmão separado de mim pelos criminosos.

—Meu Deus, Felicity.

—Estou lhe contando isso, por que... Quem arquitetou todo o seqüestro, quem levantou a arma e atirou em minha mãe, quem ordenou para que meu irmão fosse levado e quem tentou me matar, atirando em mim, mas errando. Quem fez tudo isso, foi o meu pai. E eu nunca imaginaria que ele faria algo assim.

—Não, não, isso não é igual. Acredite em mim, meu pai realmente nunca faria isso.

—Tem certeza?

—Absoluta.

Sorrio e assinto. Barry era uma boa pessoa e estava fazendo mais por mim do que imaginava estar fazendo.

—Tudo bem, então eu vou te ajudar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eaeeee gostaram? Teve alguns flashbacks ai, vai começar o grande plano contra a H.I.V.E. e daqui pra frente vai srr só tensão kkkk o que infelizmente está coincidindo com a série, fico com o coração na mão todo episodio novo. Mas, fazer o que, estamos caminhando para a reta final da fic, então a tensão é constante kkkk.
Okay, sobre os trechos:Não vai tr de novo, porque como eu disse la em cima, ta dificil de escrever um capitulo durante a semana que dirá dois, então infelizmente vamos ficar sem os trechos por algum tempo.
Sobre I Swear, pretendo postar o ultimo capitulo ainda essa semana, estou acertando os ultimos detalhes.
Alias, eu ja comecei a trabalhar na fic que vai substituir essa (o que também explica a falta de tempo) Enfim, vendo os detalhes do enredo, procurando nome disso e daquilo. Pra quando postar o ultimo capitulo de Unbreakable ja ter o primeiro da nova fic (que ainda não vou revelar o nome). Eu não ia fazer uma fic pra substituir essa, eu ia dar um tempo, mas a criatividade bateu né, fazer o que.
kkkkk enfim, espero que tenham gostado do capitulo. Comentem! Até o proximo, bjsss.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unbreakable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.