Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 16
Capítulo 15 - Say Something


Notas iniciais do capítulo

Eaeee gente. Olha, estou postando hoje porque não ia poder postar nem amanhã nem domingo. Vou fazer um simulado do ENEM na minha escola e tals, então vai ser uma loucura esse fim de semana kkk me desejem sorte. Espero que gostem do capitulo. Boa leitura!



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Diga algo, estou desistindo de você

Eu serei o único se você me quiser também

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga algo, estou desistindo de você

E eu

Estou me sentindo tão pequeno

Foi demais para minha cabeça

Eu sei absolutamente nada

E eu

Tropeçarei e cairei

Eu continuo aprendendo a amar

Estou apenas começando a engatinhar

Diga algo, estou desistindo de você

Me desculpe por não ter conseguido chegar até você

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga algo, estou desistindo de você

E eu

Engolirei meu orgulho

Você é a pessoa que amo

E estou dizendo adeus

Diga algo, estou desistindo de você

Diga alguma coisa

(Say Something)

Faço movimentos suaves e circularem na barriga de Felicity enquanto ela dorme. Acordei já a cerca de quinze minutos e continuo observando-a. O momento que compartilhamos há algumas horas atrás foi... Mágico. Não tenho outra palavra para definir no momento. Eu estava com tanto medo antes, medo de sua distancia, uma sensação ruim tinha me dominado e eu a ignorei quando minha mãe passou mal e eu me ocupei em me preocupar com ela, mas depois, quando chegamos ao apartamento de Felicity e ela me olhava tão pensativa, aquele medo voltou e novamente se esvaiu assim que nos beijamos, assim que eu a percebi tão segura do que queria. Tão segura de que queria se entregar a mim e eu nunca senti algo tão intenso com ninguém antes. Eu sempre fiz sexo e apenas isso, meu coração nunca bateu acelerado do modo como bateu com Felicity, ele batia de modo diferente com as outras, batia um acelerado normal que poderia ser confundido com batidas de quando você corre vários quilômetros. Mas com Felicity as batidas foram diferentes, era como se cada pulsar em meu peito ele estivesse distribuindo por meu corpo sentimentos tão profundos, fluindo junto com meu sangue fervente. A cada toque meu e dela era como se eu estivesse saído da gravidade da terra e me encontrado em um mundo onde só existíamos eu e ela, onde tínhamos todo o tempo do mundo para nos tocarmos, para nos sentirmos, para nos... Amarmos.

Era isso, simples assim. Eu não estava apenas apaixonado. Eu a amava, tão intensamente que mal cabia em mim. Impossível de descrever em palavras e o que eu fiz há algumas horas atrás foi demonstrar em gestos. Talvez por isso fora tão mágico. Era uma conversa muda entre nossos corpos. Agora estou aqui, velando seu sono, tocando sua pele macia descoberta, sentindo-a em meus dedos agora não mais desesperadamente, mas de forma mais carinhosa e deleitosa. Estava realmente aproveitando a sensação de tocar sua pele despreocupadamente, tê-la em meus dedos, apenas para mim. Eu poderia me perder nesse momento por horas e horas sem nunca me cansar.

Poderia continuar a tocando, a olhando dormir, olhando seu rosto calmo, seus cabelos espalhados pelo travesseiro, seus seios que acompanham sua respiração calma. Mas, Felicity respirou fundo e seus olhos se apertaram, começando a se abrir lentamente. Abri um sorriso a vendo despertar, esperando que seus olhos se acostumassem com a claridade e se focassem em mim. Não demorou muito para isso acontecer.

–Oi. – sussurro. Um sorriso se forma em seus lábios.

–Oi.

Roço levemente nossos lábios antes de selar um beijo castro, demorado. Apenas sentindo a textura de seus lábios. Felicity leva uma das mãos até meus cabelos e faz um carinho suave ali, minha mão que fazia os movimentos circulares em sua barriga se fixa mais no lugar e sinto meu corpo começar a responder ao clima que começara a esquentar. Nos separamos para respirar, os olhos se encontram, seus olhos brilhantes me fitam com um Q a mais que não consigo identificar como positivo ou negativo, mas provavelmente positivo.

–Isso foi ótimo. – Felicity sussurra e percebo que foi em um momento sem filtro de sua boca. Aumento meu sorriso e subo um pouco mais por cima de seu corpo, tomando cuidado para não deixar meu peso sobre ela. Começo a beijar seu pescoço, distribuindo algumas mordidas no percurso e quando chego á orelha sussurro:

–Podíamos repetir. – sugiro no exato momento em que o meu celular e o de Felicity tocam.

Rolo para o lado novamente e rio em meio a um suspiro frustrado. Felicity ri e se levanta, a procura do celular.

–A vida continua, querido. – diz com o tom divertido. Mordo o lábio inferior a observando, encantado por ela ter se levantado sem se preocupar em cobrir seu corpo. Meu celular toca insistente ao meu lado e resmungo impaciente. Qual é, a mulher que eu descobri amar está nua bem a minha frente, quem está me ligando?

Pego meu celular no bolso da minha calça jogada no chão e visto minha cueca enquanto atendo.

–Oliver! Finalmente, onde diabos você está? – Thea diz parecendo furiosa do outro lado da linha.

–Desculpa Thea, eu... Apenas precisava de um tempo. – vou até Felicity, não agüentando ficar no lugar enquanto ela esta tão alheia a mim enquanto conversa ao celular. Enrolo uma mecha de seu cabeço em meu dedo e ela me oferece um sorriso.

–Onde você está?

–Na casa de Felicity, ela me encontrou. – digo, observando Felicity a minha frente, pensando no segundo sentido que essa frase significou dentro de mim.

Felicity desliga o telefone e seus braços rodeiam minha cintura, encostando a cabeça em meu peito, provavelmente sentindo as batidas do meu coração acelerado, percebo que ela gosta de fazer isso.

–Ah, que ótimo que ela te encontrou! –sua voz é carregada de ironia. – Eu aqui morta de preocupação, agora, me diz. Você vai vir ver a mamãe?

–Não sei se ela quer me ver.

–Não interessa, você precisa vir. E é claro que ela quer, não importa o quão chateada ela esteja, Ollie, ela pode até não admitir, mas ela espera que você venha.

Respiro fundo e enfim concordo.

–Tudo bem, estou chegando ai daqui a pouco.

–Estou indo para casa, tomar um banho e descansar um pouco, ela está dormindo, mas acho que acorda até você chegar aqui.

–Tudo bem. – respiro fundo. –Eu te amo Speedy, me desculpe por ter deixado-a sozinha.

–Está tudo bem, Ollie.

Desliga e jogo o celular na cama, apertando Felicity contra mim.

–Estou faminto. – falo ao sentir meu estomago roncar de fome. Felicity levanta o rosto para me olhar e dou risada. – De comida. – pensou um pouco. –Na verdade das duas coisas.

–Hey. – se afasta com o sorriso arteiro ainda no rosto e cobiço novamente seu corpo. –Você precisa ir ao hospital e também estou faminta, então vamos comer e ir ao hospital.

Concordo ainda não desviando o olhar dela, mal tendo raciocinado o que ela havia dito. Felicity revira os olhos e pega minha camisa que estava jogada no chão, vestindo-a.

–Pode prestar atenção no que estou falando agora?

–Nem um pouco. – provoco e rio de sua carranca que se desmancha no minuto seguinte quando me aproximo e beijo rapidamente seus lábios, pego sua mão e me encaminho para fora do quarto, trazendo-a junto.

FELICITY

Culpa.

Era o sentimento que estava martelando irritante e insistentemente em mim. Me sentia culpada por ter que ir embora depois de tudo isso, mas não posso desistir. Tenho que resolver minha vida em Vegas, quando vim para cá não pretendia ficar, mas a vontade cresceu dentro de mim quando conheci Oliver e fomos nos aproximando. Realmente não sei mais o que fazer.

Diggle quem havia me ligado, me perguntando como eu estava e o que eu tinha decidido fazer. Contei tomando cuidado para Oliver não ouvir que eu havia comprado a passagem, mas estava indecisa. Pedi para conversarmos melhor mais tarde, que estava com Oliver e não poderia falar muito por enquanto.

Me deixei aproveitar essa manhã ao lado de Oliver, minha mente estava leve, apesar de tudo. Eu não estava no momento me sentindo pressionada, pois me limitei a pensar apenas em Oliver e eu e em nosso tempo juntos.

Ouço um barulho insistente e alto ecoar pelo apartamento e franzo o cenho, reconhecendo muito bem que som era aquele. Oliver me olha confuso enquanto come seu omelete e corro pela sala, chegando em meu quarto e pegando meu computador. Abrindo-o e me certificando se o barulho era mesmo o que eu estava pensando.

O programa de reconhecimento facial.

Axel Levi. O próximo nome que eu procuraria caso o de Starling não desse em nada. Um dos possíveis caras que poderiam estar com meu irmãozinho e porque que surpreendentemente ele estava em Las Vegas?

Meu celular vibra ao meu lado e eu o pego, vendo ser uma mensagem de Waller, é um arquivo. Retiro a camisa de Oliver e começo a vestir minhas roupas enquanto abro o arquivo. Me assusto com o que vejo. É uma filmagem de longe mostrando Marcos chegando e observando Oliver e eu, ele prepara a arma para atirar e então Diggle chega e atira nele. Ao fundo Oliver e eu tentando nos proteger. – levo as mãos a boca, completamente chocada que isso tinha sido gravado assim. -A imagem muda para o que veio a seguir, Oliver e eu nos beijando. A sequência continua, tem eu sozinha na rua, Oliver sozinho. Até mesmo de Diggle. Tem imagens de quando encontrei Oliver sentando no balanço no parquinho da primeira e segunda vez e também tem Owen tropeçando em Oliver e depois caindo. Eles trocam algumas palavras até o menino sair correndo. Passam algumas fotos e mais alguns vídeos. Inclusive a conversa minha e de Waller, também de longe.

O medo começa a pulsar em mim, minha mente funcionando rapidamente, tentando digerir que todo esse tempo eu estava sendo vigiada.

A tela fica preta e aparece uma mensagem criptografada ao qual eu consigo descriptografar rapidamente.

“É no que eles querem que acreditemos, mas o silencio, irá ensurdecê-los. A.W.”

Minha mente lateja e começa a trabalhar ainda mais rapidamente, começo a juntas as peças, pensando na conversa com Waller e em Axel Levi. Então era isso? Era tudo um maldito plano?

Olho meu celular ao meu lado e o pego, abrindo a tampa do fundo e o olhando. Retiro o chipe e grudado a ele tem um rastreador e uma escuta minúscula. Todo esse tempo eu estava mesmo sendo vigiada?

Jogo os dois no chão e piso e em cima, sentindo revolta e incredulidade. O caso não estava no fim, mas também não sei até onde as palavras de Waller tinham sido verdadeiras.

–Felicity? – ouço a voz de Oliver no corredor, provavelmente vindo até o quarto. Minimizo o programa em meu computador.

Não sei até onde Oliver poderia saber disso tudo, haviam muitas imagens dele, então assim como eu corria perigo ele também corria. Waller disse que o silencio irá ensurdecê-los. Olho em volta, pensando se tem câmeras em meu quarto ou escutas. Agora tudo faz sentido, minha conversa com Waller tinha sido gravada, ela provavelmente quer que seja quem for que esteja me espionando ache que desistimos do caso.

Do que conheço de Amanda Waller ela provavelmente não quer que Oliver saiba de nada por enquanto. Vou manter assim até conversar com ela direito, não posso contar a ele coisas que eu não sei a dimensão do perigo que trariam, mas agora entendo o porque dela querer que eu vá para Las Vegas, não era mais um escolha. Fazia parte do caso, eu realmente teria que ir sem data para voltar, assim como foi por todos esses meses.

–Sim? – Pergunto quando Oliver aparece na porta do quarto.

–Está tudo bem? O que era aquilo apitando?

–Está tudo bem, era só... Meu computador. Nada demais. – desconverso tentando esconder meu nervosismo.

Seus olhos vão para o computador atrás de mim e ele franze o cenho, olhando de mim para o objeto então me olha de forma surpresa.

–Porque está comprando uma passagem de avião?

–O que?

Me viro e, merda. A página que abri foi justo a da compra da passagem que não havia fechado mais cedo.

–P-Por nada. – me apresso em dizer, fechando o computador e olhando talvez apavorada para Oliver. O que ele iria dizer?

–Você vai a algum lugar? – ele me olha de forma que deixa claro que não quer uma mentira e eu não poderia mentir. Mas, eu não queria contar a verdade agora, não dessa forma.

–Eu... N-Não...

Oliver passa por mim, parecendo irritado e abre meu computador. Fecho os olhos, tentando me preparar para o que viria.

–Felicity, porque está indo para Las Vegas?

Meu celular vibra novamente e olho rapidamente a mensagem.

“Minta.” Era tudo que estava escrito.

Como diabos, Amanda Waller sabia que eu estava falando com Oliver nesse momento? Então não era pra eu contar a verdade.

Droga, como posso mentir para ele assim? Tudo bem há alguns minutos atrás eu não estava disposta a contar a verdade sem falar com ela primeiro, mas eu não imaginava que minha conversa com Oliver começasse assim, eu não imaginava que teria que mentir o motivo de ir para Vegas. Estava tudo errado.

Penso em sua segurança, em como estávamos sendo vigiados por tanto tempo. Respiro fundo, procurando forças que eu não tinha para fazer aquilo, mas era o melhor a ser feito, por mais que fosse doer, era o que tinha de ser feito.

–Oliver... –começo. - Eu disse a você. Disse que não ficaria para sempre em Starling. – tentei manter minha voz firme, mas falhei. Aquilo pareceu doer nele, se afastou alguns passos de mim, como se não acreditasse o que ouvia.

–O que? –parecia chocado e hesitante. – Do que você está falando? Vai mesmo embora?Mas... E seu irmão?

–Miles... – maneio a cabeça de forma negativa. – Tem noventa e nove por cento de chance dele estar morto, Oliver. Preciso ir para casa, preciso dar um jeito na casa, nas coisas dele e da minha mãe. Preciso... Me reconstruir. Não sei quanto tempo vai levar, mas eu tenho que ir agora. Eu não posso ficar em Starling, lá é onde está a minha casa.

–Mas você tem uma vida aqui. Tem seu trabalho, seu apartamento, a mim!

As lagrimas queimaram em meus olhos e novamente respirei fundo, meu coração batia acelerado em meu peito, como se me condenasse por estar fazendo isso, por estar afastando-o e mentindo. Mas eu estava com medo, aquelas imagens eram muito precisas, ele corria perigo assim como eu e isso era o que eu mais tinha medo. De que Oliver se envolvesse tanto que também começasse a ser um alvo. Eu não precisava confirmar isso com Waller, era fato que eu teria de sair de Srtarlin sem data pra voltar e a ultima coisa que eu tinha direito de fazer era pedir para Oliver esperar por mim.

–Eu preciso fazer isso, preciso ir para casa. Não tenho uma vida aqui Oliver, tudo o que eu “ construí ” foi provisório.

–Então eu vou com você, ajudo você a arrumar tudo e então nós voltamos pra cá. Será como você quiser. – diz, parecendo um pouco ansioso e desesperado para que eu desistisse da idéia. –Você não precisa ir sozinha cuidar de tudo.

Ando pelo quarto, passando as mãos nos cabelos. Eu entendia, para Oliver Miles estava morto e isso queria dizer que tudo bem eu ir até Vegas e arrumar as coisas, mas não estava tudo bem eu dizer que não sabia quando eu voltaria. Me viro novamente para Oliver e observar sua expressão com um misto de tantos sentimentos angustiantes me fez sentir ainda mais culpada. Talvez eu pudesse explicar a verdade para ele depois de tudo resolvido, mas nesse momento eu terei de continuar com a mentira e ela doeria, muito.

–Oliver, você é presidente de uma empresa, a sua mãe está doente e precisa de você. Não pode deixá-la agora e eu... Você não pode vir comigo.

–Está dizendo que não quer que eu vá?

–Eu não disse isso.

–Mas, droga Felicity. E seu trabalho? E Diggle? Nós não saímos com Thea ainda, ela não teve a oportunidade de te conhecer de verdade e... E nós? – a ultima pergunta sai em um sussurro sofrido, como se temesse perguntar.

Desvio o olhar do dele, não conseguindo dizer tudo isso olhando em seus olhos, eu não era forte o suficiente. Eu tinha em mente que Oliver não aceitaria essa separação facilmente, ele tinha dito que não “me deixaria fugir dele”e o único modo de fazer com que ele fique aqui em segurança é fazê-lo pensar que... Nada havia mudado, que nosso acordo não tinha dado certo e que eu simplesmente seguiria com a minha vida.

Eu não queria machucá-lo, mas eu também não posso permitir que ele continue sendo um alvo por minha causa.

–Nós?

–Sim! Nós. – se aproxima alguns passos, esperançoso.

Uma lágrima ameaça cair e respiro fundo, segurando-a. De repente tudo começa a ficar em câmera lenta, como se minha mente estivesse trabalhando rápido demais para acompanhar a rotação da terra. Me lembro de como tentei evitar me aproximar de Oliver, de como sempre que chegava nos lugares eu me preparava para esse tipo de situação. Uma despedida. Mas por mais que eu tenha me preparado, não está sendo mais fácil, pelo contrário, parece ainda mais difícil do que em meus “treinamentos”.

–Não existe “nós”, Oliver. –Deus sabe o quanto isso doeu sair por meus lábios.

Me aproximo alguns passos dele, buscando mais coragem.

–Eu disse que não era uma boa idéia, eu disse que era apenas um conhecimento. Nós quebramos a possibilidade “amigos” há algumas horas atrás quando... – um arrepio percorre meu corpo quando me lembro de quão magnífico foi nosso momento juntos. –E não poderemos ser algo a mais que isso. Não existe nenhum nós. – me obrigo a não expressar qualquer reação. Ele precisa acreditar que eu realmente acredito nisso, que eu realmente penso não existir nenhum “nós”

Oliver me olha incrédulo, assustado. Chocado.

–Existe, existe sim! –passa as mãos no cabelo, nervoso, a respiração desregulada como a minha. - Não pode negar isso, não pode fazer isso comigo. Não vou deixar que vá. Eu preciso de você Felicity, quero que fique.

–Oliver, por favor... – fecho meus olhos, tentando me manter firme. Ele não poderia me pedir para ficar. Era cruel, não conseguiria negar algo mais, não poderia. Eu precisava continuar procurando, precisava partir para Vegas e tudo isso, toda essa... Missão é perigosa demais para envolver alguém tão importante pra mim, eu não suportaria perder mais ninguém. Eu não quero destruir a vida de Oliver como a minha foi. Ele precisa ficar, conseguir sua empresa inteiramente de volta, precisa se reconciliar com sua mãe e estabelecer uma boa relação com sua família. Eu não poderia tomar isso dele, ele não poderia me pedir para ficar. –Eu... – minha voz saiu embargada e sussurrada. – Eu disse... Eu... – tentei argumentar em tom de aviso e Oliver solta um suspiro pesado, cansado.

–Não, Felicity. Não vou aceitar isso. –rebate. -Vou fazer a mesma coisa que fiz semanas atrás, quando nos vimos no café. Te pedi para me dar uma resposta e se ela fosse negativa eu lhe deixaria partir, sem ir atrás.

–O que quer dizer?

Seus olhos brilharam, um misto de emoções e sentimentos. Um Sorriso triste brincou no canto de seus lábios enquanto me olhava com tanto carinho.

–Quer dizer que estou fazendo novamente. Eu não posso te deixar ir, por que... – se aproximou mais, uma mão segurou meu rosto, seus olhos me olharam penetrantes. –Não posso lhe deixar ir porque eu... preciso de você, porque eu... Me apaixonei. –engoli em seco, olhando em seus olhos e vendo toda a verdade refletida ali.

–Oh. –foi a única coisa que consegui pronunciar.

Eu amo você, Felicity. Você entende?

Permaneci muda, chocada demais para dizer algo. Meu coração saltou desesperado no peito, um sorriso queria aparecer. Ele me amava? Meu Deus, Oliver estava dizendo que me amava. Bem nesse momento, bem quando eu precisava me afastar e resolver os perigos da minha vida. Eu estava tentando protegê-lo, me afastando, mas eu não conseguia. Eu tinha que ser forte e me manter consciente de que era para o bem dele. Porem essas palavras pareciam ter me afastado do canto escuro e isolado em meu cérebro e me colocado no cano tranqüilo e iluminado por Oliver, eu tinha praticamente entrado em um estado de torpor, completamente maravilhada, assustada e surpresa com suas palavras.

–Então, novamente eu vou apelar. Felicity, não vá. – pede. As lagrimas enfim rolam livres por minhas bochechas, a dor crescendo dentro de mim, pois ainda precisava se feito, eu ainda precisava afastá-lo. –Por favor. – Implora, notando que eu não mudaria de idéia. -Diga que me ama, diz que sente algo pelo menos. Se disser que não sente nada a mais por mim, que quer permanecer com sua decisão de partir eu... Não vou aceitar, mas eu vou respeitar isso e não vou mais tentar te impedir de partir, eu não poderei fazer isso. Mas só se disser que não me ama.

Oliver... Ele não podia, não podia me pedir para dizer que eu não o amava. Me mantive calada, as lagrimas descendo silenciosamente, a dor me rasgando por dentro. Eu o amava, eu o amava muito. Estava me dando conta do quanto eu o amava, estava com medo de agora ficar sem ele, queria tanto dizer o que eu estava sentindo, o que estava acontecendo. Mas eu não podia, seja lá o que eu realmente iria fazer em Vegas, Oliver precisava ficar aqui, seguro.

Seus olhos me encaram, implorando para que eu dissesse algo. Mas eu não poderia, eu não poderia dizer que eu o amava, mas também não contaria a pior mentira dizendo o contrário. Não faria isso com ele ou comigo mesma. Não negaria esse sentimento, nunca. Eu amo Oliver Queen.

–Diga... – sussurrou, próximo a mim, os lábios a centímetros de distancia, os olhos me fitando intensamente em um pedido desesperado. - Diga... – repetiu. Me deixei nesse momento apreciar um pouco seu toque em meu rosto, sentindo que talvez, fosse o ultimo deles. Meu coração batia desesperado, meus ouvidos zumbiam e mordi o lábio inferior, mais do que tudo no mundo querendo dizer as verdadeiras três palavras a ele. –Diga. – uma terceira vez ele pediu.

“Eu te amo” Foi o que meu coração gritou. Contendo um soluço, minha boca pronunciou:

–Meu vôo sai amanhã ao meio dia. – Me afastei de suas mãos, que continuaram na mesma posição. Sequei inutilmente as lagrimas do meu rosto e me virei de costas para ele, caminhando até a janela fechada, e fechei os olhos com força, sentindo as lagrimas caírem cada vez mais. Minhas mãos foram para minha garganta, tentando conter os soluços. Ouvi seus passos e me virei rapidamente, ele havia saído do quarto. Deus, ele havia saído, ele estava indo embora. Esse era o fim?

Me senti sufocar, como se ver que Oliver realmente tinha saído estivesse levando junto todo o oxigênio de que eu precisava. Corri até a porta em um ato de desespero, querendo gritar para ele que tudo o que eu havia dito não era verdade, que eu queria ficar e que eu o amava, que eu iria para Vegas, mas faria de tudo para voltar o mais rápido possível para ele. Eu não poderia fazer tudo isso, mas ainda assim eu corri atrás dele, incapaz de realmente me afastar, deixando cair minha coragem estúpida e fraquejando, apenas correndo atrás. passei pelo corredor, mas quando cheguei na sala ouvi o barulho forte da porta batendo.

Ele tinha partido.

Continuei ali, olhando para a porta por minutos intermináveis, e o primeiro soluço veio, em seguida ajoelhei no chão e coloquei a cabeça em meio as mãos, me deixando chorar, deixando que a dor saísse nem que fosse um pouco. Mas isso não aconteceria, a dor não me deixaria, quando o pesadelo iria acabar? Quando eu encontraria Miles e poderia voltar a ter uma vida normal novamente?

OLIVER

Saí do apartamento de Felicity, minha cabeça doía e poucas lágrimas que não consegui conter escorreram por meu rosto. Completamente inconformado. Ela estava escolhendo me deixar, ela que escolheu não querer que eu fosse junto ou aceitar que eu esperasse. Foi uma escolha dela e isso é o que mais dói.

Não sei bem o que fazer, mas em modo automático eu caminho até meu carro e começo a dirigi a caminho do hospital. Queria ver minha mãe, mas tudo estava um grande reboliço dentro de mim.

Ouço um barulho alto de buzina e percebo que passei muito rápido pelo cruzamento, apenas sinto o impacto do carro na lateral da minha traseira e então tudo para. Bufo impaciente e deito a cabeça no volante, atordoado demais, magoado e inconformado. O cara do carro que bateu sai de seu veiculo, parecendo bravo. Ele vem até mim e abre minha porta, me puxando para fora do carro. E rapidamente me coloco na defensiva.

–Olha só o que você fez, você... –só então para pra me olhar e da um riso sarcástico. – Ótimo, tudo que eu precisava. Bati no carro do riquinho, olha só. Você é quem vai pagar isso ouviu? A culpa foi sua.

Já dava para se ouvir a sirene da policia. Bufei e empurrei o cara para que parasse de ficar colocando as mãos em mim.

–Eu vou pagar! Agora para de encher o meu saco.

Olho para um ponto e vejo jornalistas. Ótimo, melhor ainda. Tudo está uma maravilha hoje. Sinto tudo a minha volta começar a girar e levo as mãos a cabeça, meus pulmões parecem se fechar impedindo que o ar passe por eles. Sinto o suor escorrer por minha testa, as vozes ao meu redor são distantes e uma em particular ecoa em minha cabeça. A de Felicity, dizendo que vai embora. Fecho os olhos com força, sentindo as lagrimas descendo, eu não tinha controle do meu próprio corpo no momento. Como se estivesse preso em um torpor infernal.

–Acho que ele está passando mal. Talvez tenha batido com a cabeça. – ouço uma voz dizer, diferente da voz do cara que bateu em mim.

Me afasto alguns passos, não querendo que ninguém chegasse perto de mim. Novamente outra voz ecoa em meus ouvidos, a de meu pai dizendo que preciso tomar jeito, minha mãe me culpando pelo que aconteceu. Thea... E novamente Felicity.

Eu nunca conseguiria, nunca poderia me reerguer uma vez que quando tentei verdadeiramente, quando me entreguei inteiramente a causa e tomou proporções tão grande que eu me apaixonei. Eu estava amando de verdade e esse amor estava escorregando por entre meus dedos sem que eu pudesse fazer nada. Ela iria para longe e não mais estaria ao meu lado. Eu estava perdendo alguém novamente, pois Felicity tinha deixado claro que quando ela partisse não teríamos qualquer contato novamente, então sim. Eu a estava perdendo. Meu coração doía e eu simplesmente não me conformava que tantas coisas poderiam dar errado, porque sinceramente. O que estava dando certo em minha vida?

Metade das ações da empresa pertencem a uma bruaca, meu pai morreu e ficou apenas eu minha irmã e mãe ao qual não ando tendo uma relação nada boa. E então Felicity aparece em minha vida, quebrada do jeito dela, mas não me importo, pois ela havia me cativado desde o começo e aos poucos eu a conquistei e ela me conquistou cada vez mais também. A diferença dentro de mim foi algo natural e não algo que eu forcei a acontecer, como eu pensei que teria ser. Felicity fez tudo ser mais fácil e eu gostava da pessoa que eu havia me tornado, mas eu a estava perdendo e simplesmente não consigo aceitar esse fato.

Não consigo imaginar viver os próximos dias sem Felicity, era como se ela estivesse levando todas as minhas forças com ela. Felicity me fez ter coragem de novamente tentar me aproximar de Thea, o que deu certo e sobre minha mãe... Eu estava tentado. Eu tive a coragem de ignorar o meu próprio sentimento de culpa e pensar que eu poderia sim tentar me reaproximar dela. Felicity me deu essa força. Eu não poderia simplesmente ficar vendo ela ir embora e não fazer nada, eu tinha que fazer algo. Eu tinha que tentar com tudo que eu pudesse, ela não podia ir embora para sempre assim. Mas no momento... Eu só preciso respirar e por a cabeça no lugar.

Quando percebo já estou andando para longe do meu carro, para longe das pessoas, entrando em meio a multidão que se formava, pois devido ao acidente a rua ficara interditada. Pessoas chamavam meu nome, eu podia ver o clarão de câmeras de jornalistas e etc.

Apenas queria me afastar, queria ficar só, pois no momento quanto mais pessoas eu estou vendo ao meu redor mais sufocado eu me sinto. Vendo aqueles rostos e nenhum deles ser qual eu quero ver. Apenas corro para longe, desejando com todas as minhas forças, pela primeira vez em minha vida: Não ser Oliver Queen.

FELICITY

Estava deitada no tapete da sala, desde a hora que Oliver foi embora, chorara tudo que tinha para chorar. Não tenho mais energia nem para isso, as lagrimas apenas escorriam silenciosas por meu rosto ainda. A dor continuava lá, minha vida toda estava passando por minha mente, me lembrando de cada pequenas coisas. Risos, choros, joelhos ralados, os abraços e beijos de minha mãe e meu pai. O nascimento de meu irmão, quando recebi a carta que tinha conseguido a bolsa para o MIT. Meu tempo na faculdade, Cooper. A Traição de Cooper, a traição do meu pai, meu sequestro, da minha mãe e de Miles. A morte da minha mãe, o sumiço de Miles, eu quebrada. E assim que tinha seguido, esse era o ultimo estagio: Pedaços. Foi assim que vivi até o presente momento, tendo apenas pausas, pequenas colas onde Oliver aparecia, onde Oliver tinha pego cada caquinho e se concentrado em juntar.

Sabe quando você está fazendo um castelo de cartas e então você vai colocar uma carta e esse castelo simplesmente desmorona? Você criou e você mesmo destruiu. Foi o que fiz, comecei a construir meu castelinho de cartas, não levando fé que conseguiria e quando eu vi que estava funcionando me animei e continuei construindo carta por carta, uma ou outra caindo de vez em quando, mas nada que abalasse a estrutura e então, quando estava quase no topo eu coloquei mais uma carta, uma duvidosa, mas necessária que acabou por ser a responsável por toda a ruína do castelinho construído com tanto cuidado. Restando ali, apenas as provas de que esse castelinho tinha existido, que um dia ele fora construído e agora estava derrubado.

A parte ainda mais difícil era que a escolha mais correta era decidir não reconstruir o castelinho e deixar apenas as provas que ele existiu. As provas, saindo do sentido figurado, era meu amor por Oliver, nosso amor. Eu nunca poderia esquecer, pois fora tão único quanto qualquer outra coisa que eu tivesse sentido em minha vida. Eu precisa acabar com isso, precisava fazer com que o perigo parasse para que fosse seguro voltar um dia talvez. Mas eu não poderia pedir para Oliver esperar, não seria capaz de cometer tal egoísmo para com ele. É isso que se faz quando se ama: Quando é necessário, você se afasta, porque não quer machucar.

Me sento no tapete, sentindo minha cabeça doer horrivelmente. Precisava fazer algo, precisava de um banho, arrumar minhas malas. Fazer uma carta de demissão... Como? Não sei se conseguiria simplesmente me erguer e seguir em frente, preparar as coisas para minha partida.

Ainda assim me levante e segui para o banheiro, onde eu pretendi passar as próximas horas.

(...)

Comecei a colocar minhas roupas na mala grande, lentamente como se estivesse fazendo os maiores dos sacrifícios. Ainda não tinha tido estômago para ligar para Waller e pedir verdadeiras explicações, resolvi adiar isso mais um pouco. O silencio na casa estava me incomodando cada vez mais, uma vez que eu não ficava sozinha nela há dias. Bufei irritada e fui até a sala, ligando a televisão e aumentando o volume, larguei o controle no sofá e já estava voltando para o quarto quando ouvi o nome. O bendito nome ao qual não saia da minha cabeça. Me voltei para a televisão e aumentei mais o volume, prestando atenção.

–Não se tem certeza se o Sr.Queen estava embriagado, mas ele deixou o local do acidente de forma muito suspeita. Correndo quando viu a policia.

Acidente? Vejo as imagens do carro batido e tudo em volta parado, então tem a multidão que circula Oliver e o homem do carro batido. Oliver olha de modo desfocado para os lados, coloca a mão a cabeça, continua olhando para os lados. Um homem sai do meio da multidão e se aproxima, ao tempo em que Oliver se afasta alguns passos. Olha novamente ao redor e simplesmente começa a entrar em meio as pessoas e a correr. A câmera o segue mais um pouco, até ele sumir de vista na rua.

O que tinha acontecido? Deus, será que ele estava bem?

Ah, claro que não Felicity, você está ai um trapo, então Oliver não deve estar diferente uma vez que ele disse te amar e você não respondeu nem se ao menos gostava dele de uma forma diferente.

Passo as mãos no rosto e vou até meu quarto, pegando meu celular e começando a travar uma guerra interna comigo mesma se eu ligava para ele ou não. A preocupação falou mais alto e no minuto seguinte já estava com o celular no ouvido, esperando ansiosamente que ele atendesse. Caixa postal uma, duas, três vezes e nada. Na quarta vez decido deixar uma mensagem na caixa postal, perguntando se ele estava bem.

Droga, mesmo com a discussão Oliver não podia me ignorar em um momento desses. Eu estava preocupada. Alguns minutos depois de tentativa, meu celular vibra e eu o olho rapidamente, torcendo para ser Oliver mandando mensagem, mas não era.

“Olá Felicity, é Thea. Liguei para Oliver e na quinta chamada ele me atendeu, ele está bem, me contou sobre suas ligações e me pediu para dizer que está bem. Estou preocupada, ele não falou muito. Vocês brigaram?”

Suspiro e digito uma mensagem rápida.

“Foi apenas uma discussão, Thea. É complicado. Fico feliz em saber que Oliver está bem, obrigada por avisar.”

Jogo o celular na cama e me viro para minha mala aberta que eu tinha começado a fazer. Volto a pegar meu celular e respiro fundo. Está na hora de ter uma conversa com Amanda Waller.


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Notas finais do capítulo

Mais gente! Eaee?? Essa Felicity vai embora ou não vai? Oliver vai deixar? kkk Mas ela precisa né, a investigação ainda ta rolando, mas Oliver não sabe disso, ele vai deixar pra la? Vão descobrir só terça feira kkk Não sei se vou conseguir postar segunda, então...
Bem, espero que tenham gostado e ai vai os trechos do próximo. Sujeito a alteração.

"-O que você poderia a ter a tratar comigo? – Moira pergunta, mesmo em uma cama de hospital ela não perde a pose.
—Queria falar sobre Oliver.
Entorta a boca em claro desgosto.
(...)
Você tem direito de ficar, brava, de luto e etc. Mas não pode continuar tratando
Oliver assim"

"Caminho até a porta, mas paro ao ouvi Barry me chamar.
—Felicity, não se preocupe. Você e Oliver vão se resolver. Vai dar tudo certo."

"-Então, o que vai fazer? – Pergunta Thea parecendo ansiosa.
—Eu... Não sei.
—Porque não começa ouvindo as mensagens dela? – indica meu celular no bolso.
—E termina por não deixá-la ir embora. "

"Nos separamos lentamente e respiro fundo ainda de olhos fechados, ainda envolvida no momento, sentindo meus lábios pulsarem querendo mais contato com os de Oliver. Abro os olhos gradativamente e ele faz o mesmo.
—Fica. – sua voz sai baixa e rouca e novamente meu coração parece se quebrar com o pedido."

"-Última chamada para o vôo 815 destino á Las Vegas. "