Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 17
Capitulo 16 - I won't give up


Notas iniciais do capítulo

Eaeeee gente, desculpa não ter postado antes, mas não deu ja que fiquei empacada no capitulo 18, mas ai está.
E quem maaais esta morreeendo por causa da volta da série? Meu deus, foi perfeito não é? hahah, enfim, espero que gostem, boa leitura!



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Quando olho em seus olhos

É como observar o céu de noite

Ou um belo amanhecer

Eles carregam tanta coisa

E como as estrelas antigas

Vejo que você evoluiu muito

Para estar bem aonde está

Qual a idade da sua alma?

Não desistirei de nós

Mesmo que os céus fiquem violentos

Estou lhe dando todo meu amor

Ainda olho para cima

E quando precisar de seu espaço

Para navegar um pouco

Esperarei pacientemente

Para ver o que você descobrirá

Porque até as estrelas queimam

Algumas também caem sobre a terra

Temos muito a aprender

Deus sabe que somos dignos

Não, eu não desistirei

(I won’t give up )

OLIVER

Entrei em casa, me sentia péssimo. Meu corpo estava dolorido e pesado, meus olhos ardiam e também pareciam pesar uma tonelada. Mas, depois do resto da noite vagando sem rumo pela cidade isso era de se esperar. Eu nunca havia sofrido de amor antes e definitivamente, isso é uma droga.

Eu deveria ir ao hospital ver minha mãe, mas no momento não consigo. Não sei como seria se ela começasse uma nova discussão, minha cabeça não estava pra isso agora. Quero apenas um chuveiro e uma cama para dormir, torcendo para que quando eu acordasse tudo o que aconteceu nas ultimas horas tenham sido um pesadelo, que eu acordasse na cama ao lado de Felicity e ela me tranquilizasse dizendo que não me deixaria.

Em baixo do chuveiro pensei no que eu disse, que eu a amo. Meu coração volta a pulsar mais rapidamente só com esse pensamento, nunca tive tanta certeza de algo em minha vida. Eu a amo e dói saber que ela não correspondeu minhas palavras.

Palavras... Observo minhas mãos que apenas há algumas horas atrás tocaram sua pele, meus lábios que retribuíram seus beijos tão desesperados quanto os meus. Seus olhos brilhantes, refletindo nos meus. Deus, tudo aquilo não fora apenas algo carnal, não fora apenas desejo desenfreado de ambas as partes. E definitivamente não fora só eu que distribuirá amor naquele ato. Mas, porque não retribuir minhas palavras quando eu as disse? Porque insistir em ir embora para Las Vegas, por tempo indeterminado. Se fossem apenas uma ou duas semanas eu entenderia, mas não queria que ela tivesse o pensamento de um tempo permanente.

Outro ponto ruim é que eu sabia. O tempo todo ela tinha me avisado e eu sabia que isso aconteceria um dia, pois se fosse o caso dela estar indo embora para procurar uma nova pista de seu irmão iria doer, mas eu não a impediria, não seria capaz disso. Mas eu iria esperar por ela, o problema era ela não querer, não ter dito nada. Simplesmente não ter aceitado que eu esperasse.

Droga, não sei o que fazer e por isso estou ignorando suas ligações. Sei que provavelmente viu meu surto passando na TV e por ela ter parado de ligar era porque Thea tinha dado o recado o que prova minha teoria. Apenas não quero ter uma nova discussão onde discutiríamos os mesmos pontos. Eu não conseguia aceitar a idéia de que ela iria embora sem se importar com o que aconteceria e o que aconteceu conosco. “Não existe nós” foi o que ela disse.

Como assim não existia “nós”? O que foi aquilo então que ela me disse sobre eu ter aberto seu coração? O que foi aquele momento todo em que estávamos simplesmente flutuando como nunca antes? O que foi tudo o que passamos? Nada? Não, simplesmente não consigo aceitar. É quase como se tivesse algo errado.

FELICITY

Terminei de arrumar a mala ao qual eu fiz com movimentos robóticos. Olhei em volta e meus olhos pararam no relógio. Eu tinha passado a noite toda fazendo a mala com uma lentidão impressionante, parando varias vezes para fazer qualquer coisa que me distraísse da tarefa, como se eu estivesse querendo fugir dela. Como se fugir de fazer as malas fosse fazer com que eu não tivesse mais que partir. Meus pensamentos estavam sempre em Oliver e em como eu não queria que as coisas terminassem assim. Não queria me lembrar de nosso ultimo momento como uma discussão. Fecho a mala e suspiro, cansada. Ainda me sentia culpada pelo que estava acontecendo, por mais que eu tenha dito a Oliver antes eu devia ter sido mais firme e não me aproximado, tudo isso estaria sendo evitado. Oliver era... Perfeito, bem, pelo menos aos meus olhos ele era, pois seus defeitos não eram o suficiente para que o que eu sentia por ele diminuísse nem um pouquinho, então ele era perfeito para o meu coração. E eventualmente se eu não tivesse me aproximado, alguma hora alguém o faria e o veria como ele realmente era e eles se amariam. Alguém com uma vida normal, e que o fizesse feliz. Oliver merecia isso.

Sua mãe estava em um hospital e até onde deixava transparecer o culpava tanto que ele já estava começando a achar que a própria mãe o odiava. Isso em toda a historia de Oliver é o que mais me incomoda e o que eu mais queria que fosse diferente. Não tem nada melhor que o colo de mãe, o colo que eu não poderia mais ter e que Oliver poderia ter o dele, mas o que o impedia de ter não era a morte e isso dói em mim, pois é apenas uma injustiça que o separa de receber carinho de sua mãe. Talvez eu possa fazer algo, talvez pelo menos isso eu consiga fazer de bom por ele antes de ir embora.

Talvez.

Isso! Ainda há tempo. Tenho quatro horas e meia antes do meu vôo sair, da tempo de passar no hospital e ter uma conversa com Moira Queen.

(...)

–Diggle, de verdade. Não precisa entrar comigo, vou ficar bem. – digo a Diggle que tinha me trago até o hospital.

–Felicity, não são as ordens de Waller que fará eu me afastar de você. Eu não era apenas seu segurança. Somos amigos e eu não vou te deixar.

Sorrio para ele e assinto enquanto saímos do local.

–O que mesmo você veio fazer aqui? – pergunta.

–Ver a mãe de Oliver, pretendo ver Barry também, aproveitando que ele acabou por não se mudar de hospital.

–O que aconteceu com você e Oliver? Ele reagiu muito ruim?

–Foi péssimo. – respondo enquanto entramos no elevador. –E ele não atende minhas ligações.

–Uma hora ele vai atender, não se preocupe.

–Eu só não queria partir assim, com nossa ultima conversa sendo uma discussão. Eu queria... – uma despedida? Era isso que eu queria? Droga, não posso obrigar Oliver a se despedir. Muitas pessoas não gostam de despedidas, e eu sou uma delas, mas eu sinto precisar disso. Talvez essa seja a forma de Oliver me punir, talvez eu mereça afinal.

Chegamos ao andar certo e depois de passar no balcão me encaminho para o quarto de Moira. Diggle me espera na sala de espera. Bato fraco na porta e a abro. Thea está ao seu lado e as duas estão de mãos dadas.

Thea me olha confusa assim como Moira.

–Ãn... Oi.

–Felicity! Oi, está procurando por Oliver? Sinto muito, ele não apareceu por aqui ainda. – diz Thea, se levantando para me abraçar. –O que aconteceu entre vocês? –pergunta.

–Na verdade... Eu vim falar com sua mãe. – respondo, ignorando propositalmente sua ultima pergunta. –Em particular, posso?

As duas pareciam extremamente surpresas e confusas, mas Thea assentiu por fim.

–Claro, vou deixá-las um pouco. – beija a testa da mãe e deixa o quarto.

–O que você poderia a ter a tratar comigo? – Moira pergunta, mesmo em uma cama de hospital ela não perde a pose.

–Queria falar sobre Oliver.

Entorta a boca em claro desgosto.

–Primeiro eu irei falar e apenas peço que a senhora me escute, por favor. Depois poderá falar o que quiser e me expulsar daqui se for de seu gosto, mas eu apenas quero falar.

Ela avalia meu pedido e assente. Caminho até o seu lado da cama e me sento na cadeira ali.

–Não pode continuar fazendo isso. Não pode continuar a tratar Oliver dessa forma. Talvez eu piore tudo vindo até aqui, mas talvez eu melhore algo. –respiro fundo antes de continuar. Me surpreendo um pouco por ela não tentar me interromper e me expulsar do quarto aos gritos. -Oliver não teve culpa do que aconteceu com o senhor Queen. E eu sei que a senhora não quer isso, que não quer culpá-lo, é apenas algo que você sente, pois se quisesse mesmo sentir isso teria jogado na cara dele várias vezes, mas você tentou conter todo esse sentimento não foi?

Vi ela engolir em seco e desviar o olhar do meu.

–Mas, eu venho aqui para te falar algo. – a olhei com intensidade, tentando causar impacto com o que iria falar. –Oliver te ama. – sua expressão ainda era de surpresa e confusão, como se eu não tivesse contado nenhuma novidade realmente. –Oliver ama você – repeti. –Percebe o que eu fiz? Disse sobre amor de duas formas diferentes? Você tem o amor de mãe e o amor que sentia por seu marido. Vou apelar pelo primeiro, uma vez que o segundo é o que está predominando ai por todo esse tempo. Você tem direito de ficar, brava, de luto e etc. Mas não pode continuar tratando Oliver assim, porque um dia pode ser tarde demais para você mudar isso. Olhe só para você, quase morreu, realmente queria que acontecesse e Oliver passasse o resto da vida dele com o pensamento de que você o odiava?

–Eu não... Não o odeio.

–Mesmo? Não é isso que parece, não na cabeça dele. Oliver era irresponsável e não imaginava que o que ele fez iria causar tal confusão, pense só em como ele entrou naquele lugar na tentativa de salvar Robert. Ele realmente tentou.

–Você acha que não penso nisso? Não é algo fácil. Sempre que o olho minha mente viaja para aquele dia, eu fico pensando...

–Bem, talvez esse é o problema. – disse. –Talvez a senhora deva parar de pensar um pouco aqui... – indiquei minha própria cabeça. – E sentir um pouco mais aqui. –coloquei a mão em cima do meu coração. Moira me olhou pensativa. –Você é a mãe dele, e talvez ele não demonstre muito, mas isso tudo o machuca muito, tenho certeza que ele se culpa muito também, ou costumava se culpar. Mas, o que aconteceu, aconteceu, infelizmente e ele precisa de você. A senhora precisa tomar uma decisão logo, antes que seja tarde demais para se arrepender e acredite, disso eu entendo.

Franze o cenho e respira fundo.

–Porque está me falando essas coisas? Porque Oliver precisará tanto de mim? Ele nem ao menos veio me ver até agora.

–Isso porque ele tem medo do que vai acontecer quando vocês conversarem. Acho que a ultima coisa que ele está precisando agora é de uma discussão. – abaixo o olhar. –Eu vou embora. Oliver não aceitou isso muito bem. – voltei a olhar para ela. –Na verdade, eu também não, mas é necessário e eu simplesmente não conseguiria.... Ir embora e deixá-lo assim, queria fazer algo por ele, tentar retribuir tudo o que ele me fez. Não será muita coisa, mas... Estou tentando e espero que pense no que eu disse e tome a escolha certa.

–O que você quer? Que eu corra até Oliver e me desculpe por tudo? Não acho que ele vai aceitar assim, então qual o seu plano?

Sorrio e me levanto.

–O meu plano era apenas vir até aqui e enfrentá-la. E bem, parece que você também tem um plano, apenas esta com medo de executá-lo. Não sei qual será a reação de Oliver, mas convenhamos, acho que pior não pode ficar.

Caminho até a porta.

–Tenha um bom dia Senhora Queen, espero que melhore. Adeus.

Abro a porta e saio, encontrando Thea sentada ao lado de Diggle. Eles riam de algo e observei a cena por um segundo antes de me aproximar. Thea se levantou e me olhou com curiosidade.

–Tudo bem, Felicity?

Forcei um sorriso e assenti.

–Tudo bem assim. Acho que ela vai querer ver você agora. Ela assente e hesitante caminha até a porta do quarto.

–Vamos John, quero falar com Barry.

Pego novamente o elevador, indo até o quarto de Barry. Bato na porta e suspiro aliviada por ele estar sozinho.

–Olá. – falo, sorrindo verdadeiramente para ele que retribui e se endireita na cama. –Está sozinho aqui?

–Ah, o pessoal desceu para comer algo, fiquei aqui com a minha... – ergue o pequeno pote nas mãos. – gelatina.

Vou até a cadeira ao lado de sua cama e rio de sua cara de desprezo com a gelatina.

–Como você está?

–Bem eu acho, devo ter alta daqui alguns dias, eles estão com toda essa coisa de monitorar meus batimentos e estímulos. Então pode levar mais essa semana.

–Fico feliz que tenha acordado antes de te moverem para Central.

–É, eu também. Estar em coma é estranho. Mas, o mais estranho é me familiarizar com o quarto e com... Você. – coro dando um sorriso sem graça.

–Acho que é porque eu vinha muito aqui. Oliver e eu.

–Onde está Oliver?

Fico muda, pensando se seria muito estranho se eu dissesse que não sabia.

–Ah, me desculpe, eu não devia... – começa Barry, mas eu p interrompo.

–Não, está tudo bem. Nós só... tivemos uma discussão.

–Esta tudo bem?

–Hmm, sim, mas... Eu vou ter que ir viajar por uns tempos. Mas te ligo para saber como está.

–Mesmo?

–Sim, afinal. Você salvou minha vida.

Suas bochechas se tingem de vermelho e quase rio com a cena, me encantando por enfim ver outra pessoa fazer isso e não eu.

–Não foi nada.

–Então. Me fale de você? O que faz? Oliver não acreditou quando viu que você era da policia. Pensou que você fosse um adolescente que fugiu de casa e... Eu não devia ter dito isso. Bem, eu tenho costume de falar demais, ou eu tinha, mas perdi depois de uns anos só que agora está voltando e é realmente constrangedor as vezes e... – paro de falar ao ver Barry apenas me encarar e me ouvir tagarelar. –Desculpe, fiz de novo.

Barry ri e depois de um tempo começa a me contar sobre o que faz e começamos uma conversa animada sobre nossas profissões e especializações.

(...)

–Barry, tenho mesmo que ir, meu vôo sai daqui uma hora e meia, sabe como é precisa chegar uma hora antes e tudo o mais.

–Tudo bem, Felicity. Vou sentir sua falta, suas historias eram ótimas.

–Minhas historias? Você disse que não se lembrava de nada que eu dizia enquanto estava em coma.

–E não me lembro, não detalhadamente, mas.... Eu não sei explicar. Me acostumei em ouvir você falar, então é como se já nos conhecêssemos há semanas, vou sentir sua falta.

Sorrio e me aproximo para abraçá-lo.

–Eu também, Barry.

Caminho até a porta, mas paro ao ouvi Barry me chamar.

–Felicity, não se preocupe. Você e Oliver vão se resolver. Vai dar tudo certo.

Sorrio novamente para ele, não acreditando muito nisso, mas desejando que ele tenha razão.

(...)

–Oliver, eu... Estou a caminho do aeroporto e realmente não queria viajar assim. Sei que provavelmente seja abuso eu pedir isso, mas... Eu realmente queria te ver antes de ir. Por favor... – a chamada faz um pequeno barulho anunciando que o tempo de mensagem de voz foi encerrado.

Diggle permanece calado ao meu lado. Como se entendesse que eu queria um tempo com meus pensamentos. O caminho até o aeroporto é um pouco longo e quando estamos quase chegando disco novamente o numero de Oliver.

–Oliver, sou eu de novo. Não sei se você está ouvindo essas mensagens, mas... Já que pelo jeito não vamos nos ver, poderia apenas retornar minha ligação? Eu só queria... – não sei bem o que queria, ouvir a voz dele antes de partir? Talvez. Mas eu queria fazer mais que isso, queria tomar a decisão egoísta de implorar que ele largasse tudo e viesse comigo. Queria dizer a ele que eu o amava. Queria poder ficar em Starling com ele então. Mas não posso fazer nada disso, pelo menos não enquanto não resolver minha vida.

OLIVER

Chego enfim ao hospital, um pouco hesitante, com medo do que aconteceria. Bato na porta do quarto de minha mãe e entro devagar, prendo a respiração ao ver ela e Thea se olharem, minha mãe parecia chorar.

–Oliver... –sua voz sai em um sussurro e franzo o cenho estranhando a forma um tanto carinhosa que seu tom saiu.

–Eu... Me desculpe por não vir antes, eu...

–Estava com medo, eu sei querido.

Okay, agora realmente tem algo errado.

–Você está bem?

Ela sorri. Por Deus, ela sorri. O que um ataque do coração não faz não é mesmo?

Tomo coragem de me aproximar até o seu lado da cama, ainda um pouco desconfiado, mas ela pega minha mão, apertando com carinho.

–Oh, Oliver. Eu sinto muito, eu sinto tanto. – me puxa delicadamente para baixo, me fazendo inclinar em sua direção e me abraça de forma desajeitada. Estranho muito sua atitude, mas logo me deixo levar, sentindo falta de seu abraço, de seu carinho. Retribuo o abraço com força e escuto seu riso em meu pescoço e abro o meu próprio, grande e verdadeiro. –Me desculpe por tudo, eu não queria... Não queria lhe culpar por nada.

Um nó se faz em minha garganta e tento segurar as lágrimas. Estava completamente incrédulo com o que estava acontecendo.

–Me desculpe por ter causado a morte do pai. – murmuro, com a voz um tanto embargada.

–Ah Oliver, não. Não foi sua culpa, eu sou uma tola. Me desculpe por tudo isso querido, eu... Eu vou recompensar você.

A aperto um pouco mais em meus braços e fecho os olhos.

–Não tem que recompensar nada.

–Tenho sim, e aquela sua amiga. Felicity. – me afasto para olha-la, surpreso.

–O que?

–Felicity esteve aqui mais cedo, Ollie. – diz Thea. –Falou com a mamãe e depois ela ficou toda desse jeito.

–Felicity esteve aqui?

As duas assentem. Nossa, Felicity veio aqui e falou com minha mãe. Era por isso que ela tinha voltado a ser minha mãe? Por seja la o que Felicity tenha falado para ela?

–Então, o que vai fazer? – Pergunta Thea parecendo ansiosa.

–Eu... Não sei.

–Porque não começa ouvindo as mensagens dela? – indica meu celular no bolso.

–E termina por não deixá-la ir embora. – diz minha mãe. O que me surpreende mais ainda, ela nunca foi muito contente com minhas escolhas de companhia e definitivamente não tinha simpatizado com Felicity de primeira, mas parece que Felicity ganhou pontos com ela.

Me levanto e sorrio para as duas, deixando um beijo rápido na bochecha de cada uma antes de correr para fora. Pego meu celular e clico para ouvir as mensagens de Felicity. Todas elas são pedindo para eu retornar as ligações, que ela quer me ver. Pede para que eu aceite vê-la antes dela partir, que não quer ir embora desse jeito. Mas a ultima, uma nova, me chama a atenção.

FELICITY

–Oliver... É provavelmente a ultima mensagem que estou gravando antes do meu vôo sair. Eu só queria dizer que sinto muito pelas coisas terem acabado assim e queria agradecer por... Por tudo. – tomo uma longa e profunda respiração antes de continuar. -Sei que disse coisas ontem, sobre... Nós, quero que saiba que não eram realmente verdade, sabe, sobre nós. Eu apenas estava... Estou com medo e realmente queria que as coisas terminassem diferentes. Não quero ir embora, mas preciso e está doendo em mim fazer isso, por que... – ouço novamente o sinal e a mensagem é encerrada. Suspiro pesadamente e fecho meus olhos. –Eu amo você – sussurro.

Guardo meu celular e olho para Diggle que me oferece um sorriso reconfortante. Respiro fundo e seguro em minha mala.

–Última chamada para o vôo 815 destino á Las Vegas. – ouço a mulher falar no microfone.

–Vamos? – pergunto a Dig, ele assente e segura em sua própria mala. Andamos em silencio e devagar pelo aeroporto, chegando até a sala de embarque. Meu celular vibra e eu o olho ansiosa, segurando o braço de Diggle para que ele pare de andar.

Uma chamada perdida de Oliver. Meu coração pulsa freneticamente em meu peito e eu olho em volta, ansiosa, esperando vê-lo. Mas nada acontece, ninguém aparecendo. Tento ligar para ele, mas novamente cai na caixa postal. Que droga.

Fico ali por mais tempo, cerca de sete minutos.

–Dig... Se quiser pode entrar, eu vou logo atrás de você.

–Felicity, e se algo acontecer?

–Nada vai acontecer, não é como se os caras fossem invadir um aeroporto cheio de gente e sair atirando torcendo para me atingir. Vou ficar bem.

Ele assente parecendo um pouco hesitante ainda. Mas se afasta.

Continuo ali, quicando no mesmo lugar completamente ansiosa. As pessoas começam a embarcar e logo o local onde estou começa a ficar vazio, apenas observo as outras varias pessoas passando em minha frente e a sala onde estou ficar cada vez mais vazia.

Bem, parece que me enganei afinal. Respiro fundo e lanço um ultimo olhar, o mais longe que eu conseguia ver e meu coração dói por não ver quem eu desejava ver.

Me viro e dou minha passagem para a mulher na porta, entro a pessoas lentos dentro do avião e encontro minha poltrona, coloco minha bagagem no bagageiro e me sento. Diggle me analisa e finjo não notar seu olhar. Os minutos se passam arrastando e vejo a aeromoça entrar e sei que ela pedirá para colocarmos os cintos, pois o avião irá decolar. Ela pega o telefone de comunicação.

–Senhores passageiros, nossa equipe sente em informar que houve um problema e o capitão pede para que todos os passageiros, sem exceção saião do avião por algum tempo.

Vários protestos são ouvidos, mas as pessoas começam a se levantar.

Que estranho, isso nunca aconteceu antes. Se bem que não pego muito avião, então não sei como eles funcionam com freqüência. Assim como os outros passageiros eu me levanto e junto com John me encaminho para fora.

Ao chegar novamente na sala de embarque, todos parecem confusos e alguns falam nervosos ao telefone, provavelmente por chegarem atrasados a seu destino. Me sento em um dos bancos ao lado de Dig e apenas observo, sem vontade nenhuma de embarcar, não me importo se atrasar o vôo por anos. Olho em volta sem nenhum interesse até meus olhos se focarem em um único ponto, e por um momento penso estar alucinando. Ali, um pouco distante, parado em meio ás pessoas que passam por ele, está Oliver. Completamente ofegante e parecendo muito agitado. Sinto meu coração acelerar e as lagrimas se formam em meus olhos. Me levanto sentindo minhas pernas um pouco tremulas, eu quero correr em sua direção, mas parece que seu cérebro congelou e não consegue dar esse comando para minhas pernas e Oliver parece estar na mesma situação, pois não se move.

Incrível como até nisso somos sincronizados, pois saímos do congelamento ao mesmo tempo e apenas consigo sussurrar seu nome antes de correr em sua direção, o que não demora muito uma vez que ele também correu e por ser bem mais rápido logo chegou até mim. Meu coração parece que vai explodir no momento em que sinto seus braços ao meu redor, me apertando firmemente a ele. E foi como se nossos corações fossem aqueles colares que são divididos no meio e quando se encontram o imã os gruda, pois era possível sentir as batidas dos corações batendo no mesmo ritmo.

–Realmente tem muitos pontos positivos de ser Oliver Queen. – sussurra e levo alguns minutos até entender. Me separo um pouco para olhá-lo nos olhos.

–Você fez isso? Ordenou que todo mundo saísse do avião?

Oliver sorri e roça levemente os lábios nos meus.

–Eu já disse, tudo por você.

Respiro fundo, inalando seu cheio e percebo como senti sua falta todo esse tempo, e não fazia tanto tempo assim.

–Sinto muito por antes. – começo. – De verdade, eu não queria dizer aquilo e não queria que...

Oliver leva o polegar até meus lábios e eu me calo, seu dedo é substituído por seus lábios e tudo se torna lento. Perco a noção do que está a minha volta apenas sentindo-o. Eu não seria capaz de partir, não agora. Como?

Nos separamos lentamente e respiro fundo ainda de olhos fechados, ainda envolvida no momento, sentindo meus lábios pulsarem querendo mais contato com os de Oliver. Abro os olhos gradativamente e ele faz o mesmo.

–Fica. – sua voz sai baixa e rouca e novamente meu coração parece se quebrar com o pedido.

–Oliver...

–Fica Felicity, por favor. Eu... Eu ajudo você, contrato pessoas para te ajudar no que decidir fazer com a casa, pode ir até lá e se despedir, arrumar as coisas deles e se quiser eu vou com você. Não estou pedindo que você fiquei aqui agora e nunca volte para lá, estou apenas pedindo que... Não vá embora para sempre.

Mordo o lábio inferior levemente e ofereço um meio sorriso.

–Para sempre é um tempo muito longo. – sussurro.

–Isso quer dizer que vai ficar? – pergunta esperançoso.

–Quer dizer que não vou desistir de nós. – isso era uma grande verdade. Deus, o que Oliver fazia comigo? Eu simplesmente tinha decidido, meu coração tinha. Eu arrumaria minha vida o mais rápido possível para o mais rápido possível voltar para Oliver. Não posso pedir para ele esperar por mim, mas também não posso tomar uma decisão por ele. –Mas, não posso pedir que espere por mim.

–Você não está. Eu estou decidindo esperar. – sorrio um pouco mais e lhe dou um breve beijo. –E então?

Penso um pouco, como explicar a ele que eu não estava apenas indo para arrumar as coisas da casa? Eu não podia contar a verdade e... Espera, Waller me mandou não contar a verdade, mas Waller não confia em ninguém, aposto que nem nos próprios agentes dependendo de qual for. Oliver... Eu o conheço e desde que eu o convença a não se meter no assunto e se arriscar... Então esta tudo bem, certo?

–Oliver... Preciso lhe contar a verdade. – respiro fundo e ele me olha de forma curiosa. –Aquele dia o programa em meu computador indicou que um dos caras que estavam no dia em que fui resgatada está em Vegas, alguns escaparam e ele foi um deles. Eu não acredito que Miles esteja morto, mas... Nós temos sido vigiados, quer dizer, eu estive. Waller conseguiu uns arquivos, gravações e fotos minhas e em quase todas elas você está comigo. Eu fiquei apavorada. Estou indo para Vegas para tentar achar meu irmão, esse cara pode me contar o que realmente aconteceu e pode ter um jeito de eu não correr mais perigo de vida. Eles estão atrás de mim porque sei demais, porque meu pai deveria ter me matado. Não estou apenas indo mexer na casa, mas como estive sendo vigiada preciso que eles acreditem nisso. Que estou lá por motivos inocentes, que desisti de procurar Miles e que baixei a guarda.

Seu rosto é um misto de expressões, mas por fim ele me olhou como se um enorme quebra cabeça tivesse terminado de se montar em sua cabeça.

–Eu... Vou com você então, não vou deixar que vá sozinha para Las Vegas correndo um perigo desses, Felicity!

–Oliver... Não. – faço um carinho suave em seu rosto, tentando fazer com que se concentre mais em mim e atenda meu pedido. –Eu vou estar com Diggle, vou ficar bem, alias acho que Vegas está mais seguro para mim no momento do que Starling.

–Mas... – tentou argumentar e dessa vez sou eu quem coloco o dedo sobre seus lábios.

–Vou ficar bem, Queen. – tento brincar, mas o olhando de forma intensa, me concentrando em sua boca, querendo beijá-lo novamente. –Só me prometa que vai ficar longe do assunto, pois se você se envolver também correrá- perigo, eles não estão para brincadeira.

–Não sei se posso prometer isso, Felicity.

–Por favor, Oliver, não suportaria se ficasse em perigo por minha culpa.

–Tudo bem, prometo que não vou me meter com isso da H.I.V.E. ou seu pai, mas também vou prometer outra coisa.

–O que?

–Vou te ajudar a encontrar Miles, Felicity. Ele não está morto e se você vai para Vegas tentar encontrar uma pista lá eu continuo com a investigação que começou daqui.

–Oliver...

–Não pode me negar isso, sou uma pessoa de influencia Felicity, quero te ajudar nisso. Me deixe te ajudar.

Sorrio e fecho os olhos, encostando minha testa na sua, umedeço os lábios e respiro fundo, fazendo um leve movimento nos cabelos em sua nuca.

–Tudo bem. – sussurro. Abro os olhos e o encaro apreensiva. –Mais uma coisa.

–O que?

–Não pode me ligar ou mandar mensagem, pois até onde me vigiaram na cabeça deles estamos brigados e é melhor que continuem pensando assim. Não sei como colocaram uma escuta e rastreador em meu celular, mas não posso correr o risco de fazerem de novo e nos descobrirem, prometo que arranjo um jeito de mandar noticias.

–Promete?

–Eu prometo.

–Tudo bem.

Nos beijamos longamente por mais alguns minutos. A aeromoça aparece novamente anunciando que os passageiros podem entrar novamente no avião. E Oliver me aperta mais em seus braços, intensificando mais o beijo, incapaz de nos afastarmos, mas o ar foi necessário e eu precisava respirar. Oliver sorri para mim e segura em minha mão, andando comigo até onde Diggle está me esperando, com um sorriso no rosto.

–Oi. – eles dizem um para o outro, apertando as mãos firmemente.

–Vai cuidar dela não é? – pergunta Oliver.

–Com a minha vida. – John responde ainda sorrindo e Oliver retribuiu.

Me aproximo dele uma ultima vez e novamente nos beijamos. Nunca sentiria falta disso.

–Tchau. –sussurro.

–Tchau.

Seguro novamente em minha mala e caminho para dentro do corredor que e levaria ao avião, olhando para trás um ultima vez. Ando lentamente ao lado de Dig, doendo em mim ter de deixá-lo e... Estaco no lugar imediatamente e arregalo os olhos.

–John, leva pra mim? – pergunto indicando minha mala e sem dar tempo dele responder corro novamente o caminho de volta.

–Oliver! – grito para ele que já tinha se afastado um pouco, algumas pessoas me olham assustadas pelo grito, mas não me importo. Oliver se vira e mesmo com a expressão confusa abre um sorriso. Corro até ele.

–Esqueci uma coisa. – digo enquanto pulo em seus braços que novamente me segurando firmemente, selo nossos lábios intensamente, enquanto respiro fundo e ao nos separamos, trilho pequenos e rápidos beijos por seu rosto e pescoço até chegar ao ouvido, onde sussurro com toda a sinceridade que consegui transparecer.

–Eu amo você.


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Notas finais do capítulo

Eaeeee gostaram?
Não em matem!! Ela vai, mas uma hora ela volta, certo? Sim! kkkk comentem!
Ai vai os trechos:

"-Tudo bem, então você e Thea vão deixar de ser mulherzinhas... – provoco. –E vamos comprar vários potes de sorvete, nos sentar em volta da nossa piscina e conversar, jogar o tempo fora.
As duas se entreolharam considerando a oferta e eu sabia que a resposta seria um:
—Tudo bem. – responderam."

"Ergui os olhos, parando para observar o céu em seu forte azul escuro, brilhando com as estrelas e a lua que naquela noite estava cheia. Sorri, notando o quanto na ultima semana isso tinha se tornado freqüente, eu simplesmente olhar para a lua enquanto pensava em Felicity, pensando no que ela estaria fazendo nesse momento, dormindo ou apenas olhando para a lua assim como eu e pensando no que eu estava fazendo."

"-Porque estamos bêbados? – pergunto, a voz sussurrada e arrastada. Minha língua parecia se enrolar nela mesma e em meus dentes. Pesada, minha cabeça pesava e eu sabia que não demoraria muito até eu pegar no sono.
—Eu não sei, porque estamos bêbados? – suas voz assim como a minha saiu sussurrada e arrastada, mas teve um tom a amais, um tom que me fez lembrar novamente da noite que tivemos juntos."