Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 12
Capitulo 11 - I have failed


Notas iniciais do capítulo

Eaeee. Gente, é um caos quando o Nyah entra em manutenção né kkkk
Pra você que está meio perdido eu postei um cap novo antes da manutenção, então da uma conferida se você leu mesmo o anterior kkkk
Enfim, esse capitulo tem mais respostas e uma revelação woooow. Acho que é tudo, boa leitura!



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Prenda-se a mim enquanto seguimos

Enquanto passamos por esta estrada desconhecida

E embora esta onda esteja nos amarrando

Apenas saiba que você não está sozinha

Porque eu vou fazer deste lugar sua casa

Acalme-se, tudo vai ficar claro

Não dê atenção aos demônios

Eles enchem você de medo

A dificuldade pode trazer você para baixo

Se você se perder, sempre poderá ser encontrada

Apenas saiba que você não está sozinha

Porque eu vou fazer deste lugar sua casa

( Home – Phillip Phillips )

Marcos Lewis. O homem que tentou me matar.

Depois de retirar a bala do braço e tudo o mais ele foi encaminhado para a prisão e venho pensando em um jeito de tentar ir até lá visitá-lo, para saber mais sobre quem o mandou até mim e com sorte ir chegando mais perto de Miles, ou de alguma pista concreta.

Mas, no momento estou no hospital ao lado de Barry, Oliver, Joe, Iris e a garota que se apresentou como Caitlin e seu amigo Cisco. Eles estavam conversando sobre mudar Barry para o hospital de central.

–La ele teria uma assistência melhor. – disse Iris.

–Vocês me avisam quando ele acordar? – pergunto.

–Claro. – Caitlin responde amigavelmente.

–Não acredito que Barry fez algo assim. – Cisco comenta, olhando de modo impressionado para o amigo na cama.

–Eu sim. – dessa vez é Joe que se pronuncia – Barry é um herói.

(...)

Convenci Oliver de ele ir em casa ver sua mãe que Diggle me acompanharia á um lugar. Foi meio difícil, mas ele cedeu.

Não sei bem se estou realmente preparada para isso, mas eu preciso. Preciso ir falar com o maldito assassino da minha mãe para ele me contar o que sabe, preciso falar com o maldito que tentou me matar para ele também me contar o que sabe.

–Felicity... Estou preocupado. – disse Diggle, enquanto dirigia. –Não posso deixar que nada aconteça com você.

Respiro fundo e o olho.

–Eu sei, John... Sei que está fazendo o possível para me proteger, mas não posso sair de Starling agora. Estamos perto, preciso achar Miles.

–Miles é o único motivo por você querer ficar?

Continuei olhando-o atônita, sem saber ao certo o que responder ou onde ele queria chegar com isso.

–Como assim?

–Vi vocês dois sabe, você e Oliver.

–Ah. Aquilo... Não foi nada. –minto- Eu só... É complicado Dig.

–Não me refiro ao beijo, bem, isso também. Me refiro a quem você está se tornando perto de Oliver, a quem você está voltando a ser Felicity. Talvez você não tenha percebido, mas Oliver mexeu com você mais do que pensa.

–Você já disse isso, sabe, sobre eu balbuciar e corar novamente.

–É, só que dessa vez estou falando sobre você sentir algo por ele.

–Eu gosto dele, Oliver é... ótimo.

–E o que você sentiria se tivesse que ir embora amanhã mesmo, e o deixar, Felicity? Será que simplesmente é um sentimento de gostar ou é algo a mais? Você se sentiria bem em ter que deixá-lo? E se não, o quão mal você ficaria? Precisa ter essas respostas logo Felicity, porque pelo que venho percebendo Oliver começou a ter as deles, você precisa ter as suas antes que seja tarde demais.

Permaneço calada, sentindo tanta informação fazer um bolo em minha mente e uma voz irritante gritar dentro de mim que Diggle tinha razão.

–Para você refletir. – finaliza.

Ótimo, vou ter mesmo o que refletir John, muito obrigada por trazer mais perguntas e duvidas para minha cabeça óh voz da razão.

Tudo bem, não era algo tão difícil assim, eu já havia pensado na possibilidade de estar... me apaixonando por Oliver, mas... Não sei ao certo até onde estou correta nisso. Pode ser que não esteja, pode ser que seja coisa do momento. Afinal, isso já aconteceu antes, me lembro bem da época em que fiquei maravilhada com Cooper e deu no que deu. Preciso ter cuidado.

–Waller me ligou, ela está exigindo algum avanço no caso, ou nos mudará de cidade novamente. De qualquer modo você não tem muita escolha Felicity, aqui está correndo perigo e Amanda sabe disso. Precisamos achar uma pista concreta logo. Essa visita á prisão tem que dar em alguma coisa.

–Diga á Amanda Waller que vou conseguir as pistas que ela quer. Só preciso de mais tempo.

Estacionamos em frente á prisão e respirei fundo antes de sair do carro.

(...)

–Porque demorou tanto? – James pergunta quando me sento á sua frente.

Meu estomago se revira apenas em vê-lo.

–Eu faço as perguntas. – respondo. – O que tinha para me dizer?

–Você está tão linda, cresceu tanto.

–Poupe-me de seu teatro. Eu quero saber o que você fez com meu irmão.

Ele continuou me olhando, me analisando. Senti a revolta começar a crescer dentro de mim, ele sabia de algo, mas não queria me contar.

–O que te faz pensar que a resposta vai ajudar em algo? Talvez você não queira ouvir, acredite, estou te protegendo.

–Me protegendo? Quanta mentira, por você eu estaria apodrecendo em um caixão a sete palmos de baixo da terra. Como a minha mãe! Que você matou! – grito, me levantando e passando as mãos no cabelo, tentando me conter.

–Isso não é verdade, fiz o que fiz porque não tive outra escolha.

–Outra escolha? Você nem ao menos devia ter começado isso para começo de conversa!

–Precisava de dinheiro! Como você queria que eu fizesse hem? Como queria que eu sustentasse uma mulher e duas malditas crianças que só sabiam gastar.

–Gastar? Eu tinha o meu trabalho! Não era muita coisa, mas não estávamos tão desesperados assim e Miles era apenas um bebê, não poderia exigir tanto dele.

–Sim, tudo ficou melhor quando me livrei de você. Uma parte dos gastos havia acabado, mas ainda precisava de mais, eles não me deixaria entrar se eu não fizesse o trabalho completo! Eu precisava pagar minhas dividas do jogo.

–Jogo? Que jogo?

Sua expressão se tornou lívida e ele engoliu em seco.

–Você era viciado em jogo? – pergunto chocada. –É disso que se trata? Você fez aquilo tudo com a sua família para pagar algumas dividas de jogo?

–Não era só algumas, eram muitas dividas.

–Entrar para uma maldita máfia ajudou? Você acabou com a minha vida, com a sua... Com a minha família.

–Não éramos a família perfeita que você imaginava, sua mãe e eu... Começamos a brigar muito depois que Miles nasceu, por causa das dividas.

–Se os problemas começaram depois de seu vicio com jogo então a culpa é sua! – revidei. – É tudo culpa sua, e como se não bastasse acabar com a minha vida por cinco malditos anos, você acabou com a vida da mamãe e de Miles. – minha respiração estava ofegante e minha voz alterada, mas eu já não me importava mais. –Que tipo de pai é você?

–Que tipo de pai eu sou? – agora ele se levantou, mas o policial ao seu lado o fez se sentar novamente, exigindo calma. Seus olhos brilharam pelas lagrimas que se formaram e isso só fez minha revolta aumentar, por ele tentar se fazer de coitadinho. –Do tipo que não teve coragem de botar uma bala na cabeça dos meus filhos e da minha mulher! Eu tive que fazer aquilo, é esse o acordo. Para entrar para a H.I.V.E. eu tinha que me livrar do que me fazia fraco.

–Se precisava do dinheiro para pagar suas dividas e continuar “nos sustentando” de que adiantaria nos matar? Então não precisaria mais tanto assim do dinheiro.

Ele se calou e então eu entendi.

–Não era apenas por nós, não é? Você queria o dinheiro para você também? Ficou tentado com toda a riqueza que aqueles malditos ostentavam? E achou que poderia fazer o mesmo?

–Meu plano era perfeito. –sussurrou, parecendo se perder em lembranças por um momento. –Entrei em seu quarto de madrugada e eu iria fazer, eu iria matá-la, mas... Você estava dormindo, olhei seu irmão dormindo no berço ao seu lado e olhei a arma em minha mão, me dando conta do quão monstruoso era o que eu ia fazer por dinheiro. Eu não consegui. Mas ao mesmo tempo eu precisava que eles acreditassem que eu tinha conseguido, se eu fracassasse... Eu sabia demais. Arrumei um jeito de ter minha família e o dinheiro. Fiz com você primeiro, então deixei Miles crescer um pouco e fiz o mesmo com ele e sua mãe. Mas, eu não previ esse final, Felicity. EU não previ.

Sequei as lagrimas que tinham teimado em descer pelo meu rosto e respirei fundo.

–Quer saber? Não vim aqui para isso, eu quero saber o que você fez com ele? O que aconteceu?

–Tem certeza?

Não respondi, minha expressão sendo o suficiente para ele entender.

–Morto. – respondeu simplesmente. O rosto sem esboçar reação, como se tivesse dado a resposta para como o clima estava hoje.

–O que? – pergunto incrédula. Meu coração saltou, batendo mais rápido no peito e as lagrimas arderam mais quentes em meus olhos.

–Morto. Escute, provavelmente não importa o que eu diga, você não vai acreditar em mim. Mas, guarde esse nome: Marcos Lewis. Ele é o homem que separou vocês dois aquele dia enquanto eu fiquei e atirei em sua mãe. Ele levou seu irmão para o quarto ao lado e atirou nele. Pode ir confirmar com ele se quiser.

Flashes se fizeram em minha mente, flashes daquele dia e um nó incomodo se fez em minha garganta.

–Não... Eu não vou acreditar nisso! Não vou!

–Você não quer acreditar, Felicity. Mas essa é a verdade.

Me levantei irada, me negando acreditar no meu meus ouvidos ouviam. Não podia ser verdade.

–Terminei por aqui. – falei para um dos policias que abriu a porta da sela para que eu saísse, outros dois entraram para tirar James de la.

Me virei para ele e apontei um dedo em sua direção, me controlando ao máximo para não ir para cima dele e esganá-lo com minhas próprias mãos.

–Se isso for mentira... – comecei em tom de aviso. - Quando eu tiver uma resposta para isso e o que você esta me contando aqui for mentira ou verdade. Eu vou voltar e o que farei com você vai ser muito pior do que passar a vida toda apodrecendo em uma cadeia. Guarde minhas palavras Richard James Smoak, você não está mais brincando com a garotinha a quem a vida arruinou cinco anos atrás.

Continuei meu caminho e encontrei Diggle que me esperava na recepção. Olhei a expressão apreensiva do meu amigo e deixei as lagrimas rolarem silenciosas por meu rosto, as palavras que James disse a mim ecoando em minha mente e a dura verdade caindo em minha consciência. Não podia acabar assim, Miles não podia estar morto.

John abriu os braços e fui até ele, abraçando seu corpo grande e seus braços me envolveram em um abraço apertado.

–Não pode ser verdade, não pode ser verdade John, ele não pode...

–Felicity... O que ele disse á você?

–Disse que... Disse que Miles está morto.

–Felicity... Eu...

–Não pode acabar assim, John. Preciso falar com Marcos Lewis, ele me disse que foi ele quem atirou em Miles, preciso saber se é verdade.

–Tem certeza que quer fazer isso agora?

–Quanto mais cedo melhor.

–Todo bem.

(...)

Depois de uma hora me recuperando e esperando ter a autorização para ver o tal Marcos eu enfim estava ali, esperando-o.

Logo um dos carcereiros veio trazendo-o. Ele me olhou com um olhar presunçoso, como se me esperasse o tempo todo e fosse apenas uma questão de tempo até eu aparecer.

–Pode começar a falar.

–Quem veio me ver foi você. – respondeu displicente, se acomodando á cadeira dura como se fosse um sofá confortável de um milhão de dólares.

–Quero saber o que fez com Miles. Meu irmão?

–Quem?

–Arg, um garotinho, de cinco anos. O que fez com ele? Você sabe de quem estou falando!

–Ah! - exclama, fingindo ter se lembrando. - O filho do R.J.

–Sim!

–Eu o matei, fiz o que ele mandou. O levei para o quarto ao lado e o matei. – respondeu com tanta facilidade quanto James tinha feito há uma hora atrás.

Dei passos para trás, sentindo minha garganta se fechar, tornando o ar difícil de se respirar.

–Me deixa sair. – falei com dificuldade para o carcereiro que cedeu passagem.

Corri para fora, até onde Diggle estava e tudo o que eu pensava era a imagem imaginária de meu irmãozinho levando um tiro na cabeça, indo para a morte. Sozinho e desesperado. E eu não pude fazer nada, eu estava quebrando a promessa que havia feito para minha mãe.

Eu; Havia falhado.

(...)

POV Oliver

–Mãe, eu já disse que eu tive um imprevisto, por isso não pude ir á QC. – expliquei pela milésima vez.

–Você não pode deixar a empresa nas mãos daquela Isabel, Oliver.

–Eu não deixei! Foi apenas por um dia!

–É todo o trabalho de seu pai, você não pode!

–EU SEI! – respirei fundo, tentando me acalmar para que ela não inventasse outro piri-paque. –Eu sei que é todo o trabalho do papai, eu sei disso e eu estou fazendo o que posso, mas você não vê isso! Não vê!

–Oliver, não seja tão melodramático. Você continua o mesmo irresponsável que era. Não consegue ver que aquela empresa é tudo o que restou do seu pai.

–Eu vejo! Vejo sim, você é que não vê! Você é que não ME vê.

Me virei, sem ter mais cabeça para aquela discussão. Abri a porta e saí do quarto, desci as escadas até a sala e me joguei no sofá. Levei as mãos ao rosto, controlando minha respiração. Como ela não via? Era tão difícil assim ver o quanto eu estava tentando?

Peguei meu celular, pensando em ligar para Felicity. Eu precisava dela.

Foi uma surpresa quando sua foto apareceu em meu celular anunciando que ela me ligava. Atendi de imediato e levei o celular á orelha.

–Felicity?

FELICITY

Vim o caminho todo de volta em silencio, minha cabeça parecia que ia explodir e meu coração doía, o ar ainda era dificil de se respirar.

–Eu só... Preciso ficar sozinha, John. – sussurro para ele, antes de entrar em meu apartamento.

Ele me encara com uma pena visível e desvio o olhar do dele.

–Você não precisa ficar sozinha, Felicity. Você... Só não precisa de mim nesse momento. – o encaro novamente e ele sorri, passando a mão em minha bochecha para secar a lagrima que descia, beijou minha testa demoradamente e então saiu. –Qualquer coisa me liga.

Me arrastei até o chuveiro e tomei um demorado banho, deixando a água lavar todas as minhas lágrimas. Depois de tomar banho, me sentei em meu sofá e observei as paredes, lindamente pintadas por Oliver e eu. Observei o céu la fora que começava a escurecer e uma fraca visão da lua já era visível.

John tinha razão. Eu não precisava ficar sozinha, eu precisava... De Oliver. Meu coração voltou a acelerar apenas por pensar nele, pensar em ter seus braços a minha volta, pensar em ter seus lábios reconfortantes nos meus. Tudo em mim parecia gritar “Oliver”. As lágrimas novamente queimaram em meus olhos, querendo ser derramadas. Levo as mãos para a cabeça e enfio os dedos por meio dos fios soltos do meu cabelo úmido pelo banho recém tomado.

Parecia que eu ia explodir, respirei fundo, mas não foi o perfume dele que senti. Minha pele se arrepiou de frio e não haviam os braços quentes de Oliver para me aquecer. Olhei o celular ao meu lado e ignorei as lágrimas que escorreram por meu rosto. Peguei o aparelho e digitei seu numero.

Oliver atendeu de imediato e respiro fundo para tentar falar.

–Felicity?

–O-Oliver... – aperto os lábios fortemente tentando conter o soluço que quis sair. – Algo aconteceu, eu... Preciso de você. – meu tom de voz saiu tão sincero, como se mesmo sem querer eu expressasse a necessidade de estar com ele naquele momento e Oliver parecia ter percebido.

–Estou a caminho, Felicity. Aguenta ai.

(...)

Vinte minutos depois e minha campainha tocou. Abri a porta rapidamente e os olhos de Oliver estavam nublados de preocupação.

–O que aconteceu? Você está bem?

Neguei com a cabeça, deixando as lagrimas caírem novamente. Oliver suspirou e veio até mim, fechando a porta e depois me abraçando.

–Me desculpe. – balbuciei com a voz embargada. – por ter te tirado do que quer que estivesse fazendo, sua mãe deve estar precisando de você e... Sou egoísta.

–Não... Não Felicity, eu... Já iria te ligar eu... Não estava fazendo nada de importante.

Me afastei para olhá-lo e percebi a angustia em seus olhos também.

–O que aconteceu com você? – pergunto preocupada.

Oliver me oferece um sorriso triste e maneia a cabeça.

–Nada que importe agora. O que aconteceu com você?

Mordo o lábio inferior e passo meus dedos em sua barba por fazer, tentando fugir o olhar do dele.

–Eu... – sinto minha garganta querendo se fechar novamente, a sensação de sufocamento. A ficha caindo mais uma vez, a ficha de que meu pequeno irmãozinho estava morto. Eu...

–Eu estou sozinha, Oliver. Não tenho mais minha familia, todos me deixaram e apenas eu fiquei. Falhei com a promessa que fiz para minha mãe e ainda acabei sozinha, não sei o que fazer e estou cansada. Casada de tudo, eu quero que tudo volte a ser como era cinco anos e dez meses atrás, quando eu não estava sozinha. – não consigo dizer mais nada, fecho os olhos, me perguntando quando o pesadelo acabaria.

–Felicity... – Oliver sussurra antes de me abraçar, o aperto o Maximo que posso, sentindo algo dentro de mim se completar, como se quando estou com Oliver nada mais faltasse para que eu me sentisse bem. Quase como se eu estivesse recuperando uma peça minha que nem havia me dado conta de que estava faltando até esse momento.

Oliver começa a andar comigo ainda abraçada a ele. Apenas afundei a cabeça em seu ombro, sinto os lábios de Oliver beijarem meu pescoço suavemente e suspiro, sentindo minha pele se arrepiar e continuou seguindo-o. Oliver anda comigo até meu quarto e abre minha janela, onde tem uma pequena sacada, olho para fora, depois para ele de forma confusa.

Oliver sorri e seca minhas lágrimas, depois se posiciona atrás de mim e envolve os braços a minha volta, me protegendo do vento frio. Apóia o queixo em meu ombro e respiro fundo, sentido as poucas lágrimas que ainda escorriam secarem por causa do vento.

–Está vendo aquela estrela? – sussurra perto do meu ouvido – Aquela ali, bem ao lado da lua, é a primeira estrela que aparece, sempre. Está vendo?

Assinto com a cabeça, observando a imagem que ele me pedia.

–É a estrela “Felicity”.

Sorrio com sua fala e viro apenas a cabeça para olhá-lo.

–Mentira, Oliver. Não existe uma estrela com o meu nome.

–Agora existe, eu a batizei de estrela “Felicity”.

–Por quê?

–Porque eu gosto dela, não que eu observe o céu com frequencia, mas, poxa vida. Ela é a primeira a aparecer, do lado da lua, a primeira das pequenas estrelas, isso a faz especial não acha?

–É... – concordo ainda um pouco hesitante, sem saber onde ele chegaria.

–Ela é especial e você também. Alguém especial nunca fica sozinho, ela aparece junto com a lua, nunca só. Você nunca estará sozinha Felicity. Vou sempre estar com você, mesmo que não fisicamente, mas se você se sentir sozinha novamente quero que saiba que não está, quero que pense em mim e nas palavras que estou falando agora: Você não está sozinha. Você tem a mim, ao Diggle e mesmo que sua família não esteja aqui com você fisicamente, eles estão em suas memórias, em seu coração. Não te deixaram de verdade, porque você os ama. Não poderia estar sozinha nem se quisesse.

Dessa vez as lagrimas que escorrem por meu rosto são emocionadas, me viro no mesmo eixo, sem sair dos braços de Oliver e o olho. Meu coração bate forte uma vez mais e ao mergulhar no fundo de seus olhos vejo a resposta que Diggle me pediu para descobrir mais cedo, antes que fosse tarde. E a resposta é mais intensa do que eu imaginava.

–Oliver... – digo seu nome, percebendo quanto saiu mais suavemente de meus lábios, sinto meu corpo meio entorpecido, apenas sustentado por seus braços. –Você é ótimo, a melhor pessoa que já conheci. – percebo a sombra que passou por seus olhos e então processo a informação que ele me deu minutos atrás, que estava prestes a me ligar, e de sua reação quando falei sobre sua mãe precisar dele. Havia acontecido algo antes dele vir para cá e assim como eu precisava dele ele precisava de alguém, e esse alguém talvez fosse eu. –Obrigada. –continuo.

–Sempre que precisar, Loira. – brinca, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios.

Ah, como seria ótimo se todos os meus problemas desaparecessem de verdade apenas com esse sorriso, assim como desaparecem da minha mente, que começa a ser ocupada apenas por ele.

–Sabe que sempre que precisar... Eu vou estar aqui por você também, não é? – pergunto.

Ele apenas assente e sorrio fracamente.

–Sua mãe não sabe o que diz. –começo. Oliver me olha impressionado o que só confirma minha teoria –Ela só esta machucada ainda, com o tempo isso vai passar.

–É, mas ainda... Doi. Sempre que ela insinua as coisas para mim.

Levo minha mão para seu peito e sinto seu coração bater forte em minha palma.

–Eu sei. – sussurro, próxima a ele. –Uma hora vai passar, você vai ver. Tudo vai dar certo.

Passo a ponta da língua em meus lábios, a fim de umedecê-los e Oliver acompanha meu movimento. Penso no que Diggle me disse sobre a possibilidade de ter que ir embora da cidade e deixar Oliver. Agora, com essa noticia sobre Miles essa realidade parece mais próxima, eu não poderia ficar em Starling por muito tempo, se fosse verdade que Miles estava morto eu voltaria para Vegas onde minha vida tinha começado e veria o que fazer e se fosse mentira eu teria que ir atrás de uma nova pista que sabe la Deus onde me levaria.

O ponto é que não quero e não posso deixar Oliver, era exatamente disso que eu tinha medo quando comecei com isso. Mas não pude evitar, não pude impedir meu coração de conhecê-lo e de... Se apaixonar por ele.

Deixei que Oliver se aproximasse e tomasse gentilmente meus lábios nos dele, fechei meus olhos me deleitando com a sensação de acolhimento, me sentindo segura como nunca antes e como ele havia dito eu não me sentia mais sozinha. Senti que precisava de mais, mais dele, mais desse sentimento.

Oliver parecia ter outros planos, pois separou os lábios dos meus e sorriu. Pegou minha mão e andou comigo até a cama, sem ter realmente uma malicia no ato. Nos deitamos e Oliver nos cobriu com o lençol.

–Sei que ainda está um pouco cedo, mas nós não dormimos noite passada por ter ficado pintando a noite toda e bem... Muitas emoções depois disso não é? – sorriu e concordei.

Oliver afastou meus cabelos de meu rosto e parecia apenas me admirar naquele momento, como se decorasse cada traços do meu rosto. Senti minhas bochechas esquentarem e ele se aproximou, deixando um breve beijo em meus lábios.

–Você é linda... – sussurrou.

O encarei surpresa, não esperava pelo elogio repentino.

–Algum motivo pelo elogio?

–Não... Apenas apontei um fato. Você é linda.

–Obrigada. – agradeci. Senti ser minha vez de admirá-lo e fiz mais do que isso, levei minha mão até seus cabelos e deixei meus dedos deslizarem pelos fios curtos, passei por sua bochecha em cima da barba por fazer e de seu pescoço. –Você também.

Ficamos em silencio por um tempo e pouco a pouco senti meus olhos pesarem. Havia me aconchegado mais no corpo de Oliver e novamente imaginei o que faria se tivesse que deixá-lo.

–Oliver... –começo, incerta.

–Sim?

–Se lembra que eu te disse que ficaria apenas alguns meses em Starling? – o corpo de Oliver ficou tenso e ele abriu os olhos para me olhar preocupado.

–Sim.

–E se... Eu tivesse de adiantar esse tempo?

–O que quer dizer? Você vai embora? – seu tom saiu exasperado e apreensivo.

–Não! É só... Uma hipótese, apenas. – contei uma meia mentira. Não sei ao certo o que acontecerá daqui por diante.

Oliver me apertou mais firmemente a ele e novamente me beijou, mais intensamente dessa vez e novamente se afastou quando eu estava preste a aprofundar o contato.

–Não vou deixar que fuja de mim, Loira. Nunca. – respondeu.

Tentei não pensar ou demonstra o medo que despontou em meu coração, o medo da despedida. Muitas coisas passavam por minha cabeça no momento e então eu tomei uma decisão.

–Oliver... Acho que... Estou pronta.

Sua expressão foi de confusão. Suspirei e me sentei na cama, sendo imitada por ele. Respirei fundo e fucei em minhas memórias o começo de tudo, encarei Oliver profundamente, umedeci os lábios e então comecei.

–Tudo começou dia dez de maio de dois mil e dez.


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Notas finais do capítulo

Eaeee gostaram? Teve pouco Olicity eu sei, mas realmente precisava dar as resposta e so entrei em desespero quando vi beirando a 4.000 palavras e nada de terminar o cap kkk e esse pequeno momento foi mais importante do que vocês imaginam (~imagina aquele emoji de Lua com carinha estranha~) mas no próximo tem um grande momento deles. Oliver enfim vai saber de TUDO e vocês também né kkk
Chega de falar, ai vai os trechos, sujeito a alteração:

"-Cooper, você não pode continuar fazendo isso comigo!"

"Ele atirou nela e no minuto seguinte eu a tinha em meus braços, morrendo. O próximo disparo foi contra mim, pegou em meu ombro bem aqui. – índico para ele o locar e afasto um pouco minha roupa para que ele possa ver a pequena cicatriz."

"Vamos, Oliver! Levanta, Barry acordou!
—O que? – por essa eu não esperava."

"-E isso lá é beijo direito? – reclamo. –É assim que se faz. –Puxo sua cintura e a derrubo na cama enquanto ela volta a rir pela brincadeira, risadas que calo ao selar meus lábios no dela.
(...)
O pouco de consciência que eu estava tendo se vai no momento em que Felicity envolve as pernas em minha cintura, parecendo tão entregue ao momento quanto eu."

"-Ollie! – Thea me cumprimenta, olhando de forma curiosa para Felicity, minha mãe faz o mesmo e Felicity sorri nervosa."

É isso aeee, comentem!!