Unbreakable escrita por MylleC


Capítulo 11
Capitulo 10 - Preciso de você, mais do que eu esperava


Notas iniciais do capítulo

Eaeeee, gente. O nyah entra em manutenção amanhã kkkk e eu disse que postaria quarta, então vi a mensagem da manutenção e adiantei para hoje.
Enfiiim, espero que gostem!!



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Ficar aqui com você tão perto de mim

É difícil lutar contra esses sentimentos

Quando parece tão difícil de respirar

Estou presa neste momento

Presa no seu sorriso

Eu nunca me abri para ninguém

Tão difícil me segurar quando estou com você em meus braços

Nós não precisamos nos apressar

Vamos devagar

Apenas um beijo em seus lábios ao luar

Apenas um toque do fogo tão ardente

Eu não quero bagunçar as coisas

Eu não quero forçar a barra

Apenas um tiro no escuro e você poderá

Ser a que eu vou esperar a minha vida toda

(Just a Kiss – Lady Antebellum)

Acordei sentindo meu braço latejar por eu ter dormido praticamente em cima dele. Os braços de Oliver ainda me envolviam e seu rosto estava em meu pescoço, respirando calmamente. Sorri e fiz o possível para sair de seus braços sem ser notada, aparentemente consegui, pois ele apenas virou para o outro lado, abriu e fechou as mãos algumas vezes e depois abraçou o travesseiro ao seu lado.

Sorri aliviada por não ter acordado-o e sai do quarto. Tomei um rápido banho, coloquei uma roupa confortável e tomei meus remédios que ainda deveria tomar de horas em horas. Me encaminhei até a cozinha e abri a geladeira procurando algo para comer, peguei o vidro de pasta de amendoim outro de geléia e o suco de laranja. Abri o armário e peguei o saco de pão, começando a fazer meu sanduíche.

Sorri enquanto cortava as bordas com casca, lembrando-me de que era assim que minha mãe fazia meu lanche para a escola quando eu era pequena. E isso era algo raro de acontecer, eu me lembrar de algo com o passado sem sentir um desconforto ou dor. As lembranças estavam começando a... Serem bem vindas, pouco a pouco. Mesmo que seja algo tão simples quanto fazer um sanduíche da pasta de amendoim e geléia, consigo perceber isso.

Depois de alimentada olhei para minha sala ainda toda coberta com plásticos para proteger da tinta e da bagunça que Oliver e eu estávamos fazendo. Não acredito que ele esteja insistindo nisso, e não posso negar estar gostando de fazer isso, decorando um lugar para ficar com cara de... Lar.

Prendi meus cabelos e me encaminhei para o meu quarto, começando a jogar o plástico pelos poucos móveis e – com um pouco de dificuldade – os afastando das paredes. Guardei pequenos objetos e fui até o banheiro onde Oliver havia deixado os pinceis e os rolos de pintar de molho na água. Peguei-os e sequei. Peguei a tinta já preparada e voltei para o quarto escolhendo qual parede começar.

Oliver que fique pensando que vai pintar as paredes maiores e me deixar com os detalhes estúpidos. Não sou de vidro e o acidente já foi há dias. Estou ótima. Começo a passar a primeira mão de tinta na parede.

(...)

Estava com o pincel agora, acertando os cantos das duas paredes que já tinha pintado, estava com calor e suando. Não pensei que seria tão difícil fazer isso sozinha, talvez eu devesse acordar Oliver, alias ele esta dormindo bastante. Não vi que horas eram quando acordei, mas devia ser cedo. Só que eu já estava aqui há umas duas horas então não devia ser tão cedo mais, e isso significa que Oliver esta dormindo demais e...

–Felicity! – a voz de Oliver soou atrás de mim e pulei no lugar de susto, me virando abruptamente para trás, fazendo a tinta que estava no pincel em minha mão espirar no rosto de Oliver e sobre o plástico nos móveis ao meu redor.

Oliver fechou os olhos e continuei o olhando atônita por um segundo. Ele estava sem camisa, expondo todo seu peitoral definido o que fez minha mente parar de funcionar por alguns minutos. Oliver abriu os olhos e destravei, fechando a cara e fingindo raiva.

–A culpa foi sua por ter me assustado! – reclamo, mas não consigo conter o riso ao observar seu rosto sujo de tinta.

Peguei o pano úmido que deixei ao meu lado e fui até ele.

–Eu te chamei duas vezes, você estava no mundo da lua! – respondeu. –Começou sem mim?

Passei o pano em seu rosto onde estava sujo e sorri assentindo enquanto limpava.

–Não preciso de você, Sr.Queen. – provoquei em brincadeira, vendo seus olhos brilharem em desafio e descrença.

Terminei de limpar o rosto e passei em um ponto no pescoço. Sem eu perceber seu movimento repentino Oliver passou os braços por minha cintura e me trouxe para perto de si firmemente. Parei os movimentos com o pano e olhei em seus olhos surpresa, meu coração acelerou pela nossa proximidade e prendi a respiração.

–Repete. – Oliver pediu em um sussurro firme, os olhos fitaram minha boca por um segundo e instintivamente passei a ponta da língua para umedecê-los.

–O que? Que não preciso de você para pintar minhas paredes?

–Tsc, tsc, tsc. – Oliver fez barulho com a língua, negando com a cabeça e sua mão desceu até a minha que segurava o pano, pegou-o e levou até meu pescoço. Não saímos da posição, nos olhando intensamente.

Os olhos de Oliver desviaram para meu pescoço onde ele passou o pano.

–Discordo, Loira. Por que... Está sujo aqui... – disse, aproximando-se do ponto onde havia acabado de limpar e senti seus lábios quentes tocarem minha pele em um contato bem vindo.

Me controlei para não ceder á sua estratégia, mas me permiti sorrir, aproveitando que ele não via. Oliver passou o pano um pouco mais para cima.

–E aqui... – continuou, então senti ele subir a boca por meu pescoço, indo até a curva de meu maxilar, onde Oliver encontrou o ponto sensível e senti minha pele se arrepiar, soltando um suspiro pesado ainda me contendo.

–E aqui. - Escorregando o pano até minha bochecha e depois para o queixo, Oliver respirou tão pesadamente como fiz segundos atrás. Dessa vez, acompanhando seus lábios senti a ponta de seus dentes roçarem minha pele também e segurei o leve gemido que quis escapar. Meus dedos se apertaram em sua cintura desnuda que apenas agora percebo que eu estava segurando e percebi que minhas unhas haviam acompanhado o movimento de meus dedos.

Levei uma mão até a nuca dele e senti os pequenos fios de seu cabelo.

–Oliver... – sussurro, sem ter algo realmente para falar, soou mais como um pedido.

–O que quer, Felicity? – Oliver sussurrou com a voz rouca em meu ouvido. –Precisa de mim para algo? – provocou com a pergunta, escorregou o nariz por minha pele, fazendo um caminho suave por meu pescoço, subindo para a bochecha, queixo e então nossos olhos se encontraram.

Maldito, ele queria que eu pedisse? Simplesmente para ganhar a provocação da brincadeira inocente que comecei?

Seu hálito quente se misturou com o meu e entreabri os lábios, ansiosa e sentindo meu corpo amolecer. Bem, um ponto para Oliver então.

–Preciso. – murmurei antes de selar nossos lábios em um beijo desesperado.

Suspirei em deleite ao sentir o contato e apertei mais as unhas nas costas e no pescoço de Oliver quando senti sua língua adentrar minha boca e começar a explorar, a acariciar minha língua na dele, tudo em mim parecia estar o reconhecendo. Todas as sensações que estavam sendo espalhadas por meu corpo faziam com que eu o reconhecesse, sendo as sensações que apenas Oliver me despertava, que apenas seus beijos me faziam sentir. E por Deus, eu poderia ficar dias e dias, meses e anos, para sempre apenas nos braços de Oliver, apenas sentindo-o. Beijando-o e o conhecendo cada vez mais, cada pedacinho e aumentando e explorando cada mínima sensação que ele me despertava.

E nesse momento eu soube, eu reconheci. Não tinha mais volta, Oliver estava em minha vida e eu precisava dele, realmente precisava e nada poderá mudar isso. Nem mesmo eu.

O ar se fez necessário e nos separamos devagar, lamentando precisar respirar. Nos fitamos, talvez pensando o mesmo, pensando em como era incrível o que acontecia quando nos beijávamos, as coisas que sentíamos e em como nos entendíamos durante o ato, em como nossas bocas pareciam se encaixar com perfeição e nossas línguas já estivessem conectadas e sempre que se reencontravam acontecia um momento absurdamente bom, ao qual poderia se passar o tempo que fosse e ainda lembraríamos do gosto um do outro.

Cada beijo ficava marcado e cada olhar também, pois o olhar com que Oliver me olha agora eu não poderei esquecer.

–Vamos pintar, Loiro. – falei, quando enfim encontrei minha voz novamente.

–O que? Não pode imitar meu apelido. – disse Oliver quanto eu me afastava e caminhava pelo corredor até a cozinha.

–Porque não, Loiro? – provoco mais um pouco.

–Fe-li-ci-ty... – diz meu nome pausadamente e aumento ainda mais o sorriso, abro a geladeira e pego novamente as coisas para fazer outro sanduíche, dessa vez para Oliver.

–Relaxa, Oliver. – falo, me colocando na ponta dos pés e beijando-o rapidamente a fim de distraí-lo por um momento. Coisa que parece funcionar. Começo a passar pasta de amendoim em seu pão, despreocupadamente.

–Isso aprece bom. – diz Oliver olhando o pão.

–É para você, eu já comi. Espera! – me viro para ele que me olha confuso. – Você não está atrasado para ir á QC?

Oliver sorriu e negou com a cabeça, pegando o sanduíche que eu havia terminado e mordendo-o.

–Não, Isabel está lá, mesmo sendo a maldita vice presidente ela se acha a presidente e hoje eu deixei ela ser, tenho um apartamento para pintar.

–Isabel? – pergunto, claro que sei quem é Isabel, mas eu não a encontrei nenhuma vez, ela não ficava muito na empresa eu apenas havia ouvido falar que ela era a vice presidente pois tinha parte das ações da empresa. Oliver havia sei la, ligado para ela e pedido para ficar na empresa naquele dia?

–Só isso que registrou do que eu falei?

–Sim. – respondo de imediato e depois balanço a cabeça, tentando concertar. – Não! É só que... achei estranho. Você falou com ela?

–Claro. – Oliver responde despreocupadamente dando um gole no suco que eu havia posto também.

Levanto uma sobrancelha, não sabendo bem de onde vem toda essa curiosidade de saber o que ele conversou com Isabel e qual era a relação deles, não que tivesse alguma relação... Mas não que não tivesse também e... Droga, preciso parar de pensar tanto. Mas e se Oliver e Isabel já tivessem tido uma relação, quero dizer... Oliver tem um grande histórico e...

–Nunca teria nada com Isabel. – Oliver responde com uma careta. Parece não perceber que eu falei aquilo em um momento sem filtro. Droga. Também preciso parar com isso e arrumar um filtro para minha mente e boca. –Ela é uma vaca e praticamente roubou metade das ações depois que meu pai faleceu. Os dias dela naquela empresa estão contados.

Sorri talvez um pouco... Aliviada? É, talvez. Oliver fala dela com tanta raiva que realmente acredito que ele nunca teria nada com ela. Então registro a parte que ele disse sobre o que ela fez depois que o Sr.Queen morreu.

–Que vaca. – concordo com ele.

Oliver sorri, terminando seu sanduíche se vira para mim e pega minha mão não machucada.

–Vamos, Loira. Preciso passar outra mão de tinta na sala e você precisa terminar o quarto que começou.

OLIVER

(...)

Como da outra vez, Felicity e eu nos sentamos no meio do tapete da sala e olhamos pela janela a lua que brilhava no céu escuro la fora, dessa vez com uma fatia de pizza cada um.

–Está quase cheia. – Felicity comenta.

–Sim, ontem estava... minguante?

Felicity sorri enquanto morde mais um pedaço de sua fatia.

–Não... Ontem estava mais para crescente.

Ficamos em silencio por mais alguns minutos, encostados no sofá e comendo nossas pizzas despreocupadamente. Sorri pensando em um momento que compartilhei com Thea uma vez, dias depois da morte de nosso pai e eu não sabia o que fazer. A encontrei deitada no gramado a noite, observando o céu e eu me deitei ao seu lado, nós conversamos e foi naquele dia em que eu decidir tomar um rumo na vida. Por meu pai, minha mãe e Thea. Minha família.

–Em quem? – Felicity pergunta e meu sorriso aumenta ao saber do que ela está falando.

–Thea, minha irmã. E você?

–Richard Smoak. – respondeu depois de alguns minutos de hesitação.

Viro a cabeça para encará-la.

–Quem?

–Meu pai.

Estranho seu tom e resolvo perguntar.

–O que houve com ele? Você não fala sobre.

Um sorriso triste desenhou seus lábios por um momento e Felicity me encarou.

–É uma longa história. Ele... Bem, pode se dizer que nos abandonou. Qualquer dia eu te conto. Hoje não.

–Certo. – concordo.

–Porque pensava em sua irmã? Como ela é? – pergunta com curiosidade.

–Thea é ótima. Temos nossas brigas normais de irmãos, mas... ultimamente ela quem puxa minha orelha quando preciso, quem me da conselhos em relação a empresa ou a nossa mãe. Bem, Thea, por muito tempo foi e continua sendo a única que realmente ouvia minha opinião sobre as coisas. Minha mãe e meu pai apenas mandavam, sem me escutar de verdade. Thea sempre foi... Meu ponto seguro na família. Mesmo sendo a mais nova.

Felicity me olhava parecendo encantada pelo modo que eu falava sobre Thea e realmente, meu sorriso ao falar de minha irmã era inevitável. O sorriso em meu rosto se desfez ao me lembrar de como inevitavelmente nós dois ficamos um pouco afastados depois de meu pai morrer.

–Nós... Não estamos tão próximos depois do que houve com o meu pai.

–Por quê?

A olho confuso, como “por quê?”

–Como assim?

–Porque a morte do seu pai os afastaria?

–Hm... Não sei. Eu meio que... Fiz isso com todos, sabe, com o lance da culpa e minha mãe... Nada foi o mesmo depois do que houve.

–Sinto muito. – respondeu.

–Está tudo bem. Já me acostumei a isso.

–Só porque se acostumou, não significa que não dói. - Nos encaramos por longos segundos, onde eu não souber bem o que falar. –Devia tentar se reaproximar dela. Seria legal conhecê-la.

–Quer conhecer minha irmã? – rio, agora eu estava surpreso. Felicity mal queria me conhecer no começo e agora quer conhecer Thea?

–Sim, porque não?

–Tudo bem então. – respondo ainda sorrindo, voltando a olhar para a lua lá fora. –Podemos marcar um dia.

Mais silencio se fez.

–Está lindo Oliver. – Felicity comenta depois de alguns minutos.

–O que?

–As paredes, o apartamento. Tudo. Está ficando legal.

–Estamos quase terminando, apenas falta mais uma mão no quarto e no de hospedes. Não acredite que o resto precise. Você não pegou um apartamento tão ruim assim.

Felicity sorri e se levanta, limpando as mãos sujas com a pizza.

–Está cansado? – pergunta.

–Ainda não. Por quê?

–Então vamos, Loiro. Quero terminar logo essa reforma maluca.

Sorrio e me levanto. Seguro a mão de Felicity antes que ela se afaste e me aproximo, seguro seu rosto entre minhas mãos e a puxo para um beijo exigente, mas rápido.

–Vamos. – falo depois de nos separarmos e sigo pelo corredor. Ciente de que ela ficou parada no mesmo lugar por alguns segundos antes de me seguir.

FELICITY

(...)

–Não acredito que passamos a noite toda nisso. – falo para Oliver depois de estarmos jogados em minha cama, já tomados banho e completamente exaustos.

–Pelo menos terminamos, Felicity. – Oliver respondeu, parando de olhar para as paredes bem pintadas e finalizadas e abraçando um dos travesseiros, fechando os olhos.

–É, depois vou comprar mais mobília. – também abraço um travesseiro, virando-me de frente para Oliver. Me lembro de por o celular para despertar e Oliver percebe meu movimento.

–O que vai fazer?

–Por meu celular para despertar e nos impedir de dormir a tarde toda.

–Por quê? Tudo o que eu quero é dormir a tarde toda. – responde sonolento.

–Tenho de ir ao médico a tarde, tirar o gesso, fazer exames finais e essas coisas.

–Ah. – Oliver bate na própria cabeça. –Joe West me ligou, eu sabia que estava me esquecendo de te falar algo. Ele vem ver Barry hoje. Devem chegar no fim da tarde.

–Ótimo, mais um motivo para não podermos dormir a tarde toda. – e também mais um motivo para eu não conseguir ir até a prisão essa tarde. Outra vez. Senti novamente aquela pontinha de culpa, o pensamento de estar esquecendo Miles. Droga, eu preciso ir logo nesse maldito lugar saber se James falava ou não a verdade sobre me contar o que ouve com meu irmão.

–Felicity? – Oliver me chamou em um sussurro depois que voltei para meu lugar na cama.

–Sim?

–Acho que deveria ter te falado antes. Na verdade, nem é uma coisa muito importante assim. Se lembra do garotinho que encontraram e... Bem, poderia ser seu irmão?

–Sim.

–Eu já o vi antes.

Me sentei na cama, interessada e Oliver fez o mesmo.

–Como assim Oliver?

–No mesmo dia em que você me achou sentado na balança. Minutos antes um menino tropeçou e caiu em mim. Logo depois apareceu uma mulher e ele foi com ela, eu achei estranho a forma como ela o tratou, mas não dei uma importância maior para isso.

–Esta me dizendo que você o viu, Oliver? Mesmo?

–Sim.

–Será que... Será que teria alguma chance de esse garoto estar no mesmo lugar que Miles?

Respirei fundo tentando por meus pensamentos em ordem. Me levantei da cama e peguei meu celular novamente.

–O que vai fazer?

–Deixar uma mensagem para Dig. Vamos investigar isso.

(...)

As horas de sono que tive foram maravilhosas, daria tudo para conseguir mais umas três, só que eu realmente precisava levantar e ir logo para o hospital. Tirar isso do braço e logo a família de Barry apareceria.

Me obriguei a abrir os olhos e percebi que Oliver não estava mais deitado ao meu lado. Franzi o cenho e entrei no banheiro para lavar o rosto antes de ir até a sala. Encontrei Oliver na cozinha.

–O que está fazendo? – pergunto, mesmo sendo claro que ele está fazendo algo para comer.

–Sanduíche. Estou faminto e você deve estar roxa de fome.

–Nunca ouvi essa expressão, só azul. E o que tem ai? – pergunto.

–Bacon, ovo, salada, maionese e hambúrguer.

–Eu nem sabia que eu tinha hambúrguer em casa.

–Também fiquei surpreso. – com um sorriso Oliver passa um dos pratos com sanduíche para mim.

Depois de comer e nos arrumarmos, recebi uma ligação de John, avisando que iria para o hospital e ele insistiu em passar para nos levar, já que desde que voltei de Central e da confusão que ocorrera depois nós não nos vimos. Oliver não se importou, então agora estávamos nós dois em frente á minha casa depois de Diggle dizer que estava quase em frente.

–Melhor que meu simples sanduíche de pasta de amendoim e geléia. – falei para Oliver enquanto esperávamos. –Onde você aprendeu a fazer?

–Como assim onde eu aprendi? – pergunta em tom divertido. – É um sanduíche Felicity, não tem segredo.

–Tem pra quem passou a vida toda tendo empregada.

–Minha empregada fazia um ótimo sanduíche, sempre que ela ia fazer quando eu era pequeno eu ficada do lado olhando ansiosamente. Observei tantas vezes que acabei aprendendo.

Olhei por cima do ombro de Oliver, tentando ver se o carro de Diggle aparecia no fim da rua, mas o que vi me assustou, tudo a minha volta aprecia ter ficado em câmera lenta instantaneamente. Não foi o carro de Dig que eu vi, mas sim um homem com uma toca na cabeça e uma arma apontada para Oliver e eu, especificamente para mim pela forma que ele sorriu e virou o revolver em minha direção.

Segurei a mão de Oliver, na intenção de correr e puxá-lo comigo, mesmo sendo um gesto muito tolo nessa circunstancia. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ouvi o barulho alto de tiro, pelo susto Oliver se abaixou e me puxou junto com ele, meus olhos estavam fechados fortemente e eu esperava sentir dor em algum lugar, mas nada parecia errado comigo.

Senti o corpo pesado de Oliver em volta do meu e meu coração acelerou ainda mais no peito, será que Oliver...?

Abri os olhos de imediato e olhei para Oliver, tentando achar alguma ferida visível, mas ele parecia bem, voltei a olhar por cima de seu ombro e vi John ali, abaixado do lado do homem.

–Diggle.

Oliver me soltou, parecendo assustado assim como eu e depois de nos certificarmos que estava tudo bem nós dois corremos até Dig.

–Alguém realmente quer matar você. – Ele diz para mim quando chego ao seu lado.

–Oliver, liga pra uma ambulância. – falo, enquanto observo o homem desacordado ao meu lado com o braço sangrando e um ferimento na cabeça.

–Bom trabalho. – falo para Dig que sorri e pega o celular, provavelmente para ligar para a policia.

–Apenas fiz meu trabalho de lhe proteger. – responde depois de desligar o telefone. – E Felicity, isso –indica o homem caído no chão - Não pode se repetir, nós vamos sair da cidade.

Continuo olhando-o, não sei bem o que responder, ele tinha razão, mas não posso sair de Starling agora. Olho para trás e vejo Oliver falando ao telefone, parecendo preocupado. Suspiro e volto a olhar Dig.

–Não posso. – respondo decidida antes de me levantar e ir até Oliver que acabava de desligar o celular.

–Está tudo bem? – pergunto para Oliver quando ele desliga o telefone.

–Sim, era minha irmã avisando que minha mãe passou mal.

–O que aconteceu? Ela está bem?

–Sim está, apenas fazendo drama porque não apareci na QC. Está tudo bem.

–Me desculpe Oliver, você não deveria ter faltado da QC assim, por minha causa.

–Hey... – Oliver coloca as mãos em meu rosto e sorri docemente. - Está tudo bem. Foi minha escolha e a empresa sobrevive sem mim por um dia, minha mãe apenas... – suspira pesadamente. -Ela está bem. Como você está?

Olho para trás onde a ambulância começava a mover o maldito que quase atirou em mim.

–Estou bem e você?

–Quase morri do coração quando ouvi o tiro e... Minha primeira reação foi te proteger.

Pensei no modo como ele me puxou e me abraçou, realmente me protegendo. Oliver praticamente estava disposto a levar um tiro por mim. Segurei sua mão e me aproximei, sem me importar com Diggle que talvez nos observava e selei nossos lábios em um beijo calmo, levei minha outra mão para seu rosto e a escorreguei até sua nuca, deixando-o sentir o que eu sentia, um sentimento que no mento nem mesmo eu estava conseguindo denominar, mas era algo bom que eu queria que ele também sentisse. Senti sua mão em minha cintura, nos aproximando e sua língua gentilmente pedir passagem que eu cedi, meu coração começou a bater mais forte, meus pés formigaram como se não tivesse realmente um chão de baixo deles. O som a minha volta havia sumido e todo o meu corpo parecia ter ficado centrado em Oliver e apenas nele, como se ele fosse a força gravitacional que me atraia.

E então veio a ardência nos pulmões, implorando por ar. Nos separamos devagar, mas continuamos nos olhando. O que foi aquilo? Todas essas coisas, tudo... Isso impossível de explicar em palavras. Tive a percepção de tudo e nada ao mesmo tempo, como se cada mínima célula do meu corpo gritasse por Oliver, como se cada uma delas liberassem um sentimento e esses sentimentos se juntassem e brigassem entre si por um momento e depois encontrassem harmonia fazendo uma bolha em meu estomago que se estourou quando nos separamos, me fazendo ter percepção de todos eles e senti-los passando por cada poro meu. Deixando aquela eletricidade que perpassava por meio de nós dois.

–Com licença. – alguém segurou meu ombro e me virei, um policial estava em minha frente.

–Poderia contar o que aconteceu aqui?

(...)

Claro que não contamos para a policia que o cara tinha a intenção de atirar em mim, tipo, como se esse fosse o trabalho dele. Inventei que ele tentou nos assaltar e Dig, sendo um bom segurança atirou nele. Oliver ficou meio confuso, mas acobertou minha mentira.

Sim, era loucura estarmos mentindo para a policia, já que isso é crime, mas se contássemos a verdade eles iriam querer saber mais, investigar e tudo o mais e algo que não pode acontecer nesse caso é chamarmos a atenção, tem gente infiltrada por todo lado, não podemos confiar nem na policia no momento.

–Me desculpe por você ter que mentir. – pedi á Oliver quando enfim nos livramos da policia.

–Tudo bem, entendo o porquê disso e ainda não vou te pressionar, mas... Então era verdade? Você realmente corre perigo?

–Digamos que algumas pessoas não gostaram de eu ter escapado.

–Escapado?

Respiro fundo e encaro seus olhos azuis, aquela eletricidade de minutos atrás volta a se espalhar por meu corpo e sinto minha pele se arrepiar.

–Esquece, tudo bem. Nada de pressão. – Oliver disse a si mesmo antes que eu respondesse algo.

–Não se preocupe, é por isso que Diggle está nessa comigo, ele é um bom amigo e segurança. Já salvou minha vida antes.

–É, ele praticamente salvou a minha também hoje.

–É... Salvou sim. – falo, olhando Dig que ainda conversa com um dos policiais.

Ele me olha e reconheço aquele olhar, seria difícil convencê-lo a não sair de Starling, eu precisava de uma nova pista sobre Miles, e logo.


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Notas finais do capítulo

Eaeee gostaram? Aproveitaram os capitulos leves? OTIMO, porque o proximo não esta pra brincadeira kkkk

Ai vai os trechos:
"-Diga á Amanda Waller que vou conseguir as pistas que ela quer. "

"...Por você eu estaria apodrecendo em um caixão a sete palmos de baixo da terra. Como a minha mãe! Que você matou! – grito, me levantando e passando as mãos no cabelo, tentando me conter.
(...)
—Meu plano era perfeito. –sussurrou, parecendo se perder em lembranças por um momento."
(...)
—Quer saber? Não vim aqui para isso, eu quero saber o que você fez com ele. O que aconteceu?
—Tem certeza?"

"Eu vou voltar e o que farei com você vai ser muito pior do que passar a vida toda apodrecendo em uma cadeia. Guarde minhas palavras(...)você não está mais brincando com a garotinha a quem a vida arruinou cinco anos atrás."

"-Oliver, não seja tão melodramático. Você continua o mesmo irresponsável que era. Não consegue ver que aquela empresa é tudo o que restou do seu pai.
—Eu vejo! Vejo sim, você é que não vê! Você é que não ME vê."

"-Não vou deixar que fuja de mim, Loira. Nunca."

Eitaaa que dessa vez foi bastante kkkk Enfim, comentem!! Bjsss



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