Shadows of the past escrita por larissabaoli


Capítulo 48
Capitulo 48




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Ao ouvir o sinal que indicava o fim da segunda semana de treinamento os gritinhos de felicidade foram ouvidos por todos os lugares e eu me permiti suspirar aliviada. Eu não passei por outra simulação de ataque e tinha conseguido chegar até o final da segunda semana sem nenhum outro surto também.

– Finalmente férias. – eu ouvi a Jill suspirar e se jogar na poltrona próxima a lareira que tinha em uma das salas do hotel.

– Pronto, agora nós temos muito para falar. – eu ouvi Dane dizer ao se aproximar de mim para falar ao meu ouvido.

A noite do ultimo domingo foi a primeira coisa que veio em minha mente e eu balancei a cabeça, tentando lhe passar um sinal para não fazermos isso agora.

Nós esperamos por Logan, Nolan, Matt, Jessica e Gwen chegarem e Dane e Jill voltaram a combinar a nossa saída que seria na manhã de sábado. Logan e Gwen já teriam ido até a cidade e visto o hotel onde ficaríamos e o que teria de bom para descobrir por lá. Era uma cidade pequena, mas para Morois era tão raro saírem livres por aí que eles realmente estavam empolgados para explorarem a cidadezinha.

Eu não admitiria, mas até mesmo eu estava ansiosa para sair de perto dos guardiões e explorar uma nova cidade como eu fazia na Rússia, já que eu conheci tão poucos lugares na América até agora.

A parte de Jill era convencer Eddie a ir, não nos dedurar para ninguém e além disso conseguir um carro para nos levar com mochilas e tudo até lá. Gwen e Logan conseguiram um carro, mas esse era parte do resort em que estávamos e só serviu para que eles visitassem o local.

Depois que todos estavam conscientes de suas devidas partes no plano (eu, Matt e Jessica não faríamos nada além de aproveitar, já que segundo eles, essa era uma festa de comemoração para nós três), nós nos separamos e fomos para o quarto milagrosamente cedo.

Quando chegamos ao apartamento, encontrei uma caixa pequena retangular e um pouco pesada, com meu nome como destinatário na porta e depois que entramos Jill começou a passar mensagens para Eddie para que ele viesse e eu fui para o quarto, abrindo a caixa que continha um pequeno bilhete dentro.

“Eu sabia que você conseguiria. Estou orgulhosa.

Com amor,

Mamãe.

PS: Me avise quando ler isso e me diga o que achou. Eu fiz uma para Rose também, só não queria correr o risco que ela contasse a você.”

Eu sorri para o bilhete e então tirei da caixa uma estaca de prata personalizada com dois círculos, como se fossem duas linhas ao redor da estaca e logo acima estava meu nome escrito com a mesma letra que tinha no bilhete. Eu segurei a estaca em minha mão e apertei como se pudesse sentir toda a atenção que Janine tinha posto ali. Em seguida eu peguei meu celular para digitar uma mensagem e avisa-la.

“Obrigada pelo presente, mãe. Eu adorei. Pode entregar a de Rose.”

E então enviei.

Depois de me preparar para dormir, eu fiz os cálculos de fuso horário e então também mandei uma mensagem para Mark e Oksana, iniciando uma videoconferência para contar sobre como as coisas estavam. Eu agradeci mentalmente por Oksana não conseguir ver minha aura ou saber o que eu estava omitindo pela tela do notebook e contei sobre tudo que aconteceu desde a ultima vez em que nos falamos.

Quando desligamos e eu olhei ao redor, eu finalmente corri e me joguei na cama, não conseguindo me impedir de rir por algo tão bobo. Eu realmente tinha conseguido passar as duas semanas. Eu não sei quão rápido, mas logo eu estava dormindo e sendo puxada para um sonho. Eu sabia que não seria Oksana por eu ter acabado de falar com ela, então quando eu percebi que estava no que parecia ser uma sala para interrogatório, sentada em uma mesa retangular, com uma luz pendurada que iluminava apenas a mesa, eu vi Dane sentado a minha frente.

– Sério? Não acha isso um dramático demais? – eu disse olhando ao redor.

– Os assuntos que vamos falar aqui exigem seriedade. – ele disse, pondo os braços em cima da mesa. – Se quiser, eu posso lhe por em um poligrafo.

Eu tentei não rir da seriedade de Dane e apenas balancei a cabeça.

– Não, senhor. Estamos bem assim.

Ele então começou a coçar o cabelo com uma mão e olhar ao redor, seu sinal de que ele estava envergonhado com alguma coisa.

– Ana, você falou com Deirdre? – ele começou perguntando.

– Não. Ainda não. – eu assumi. – Eu vim para o quarto, encontrei um presente de Janine e então fiz uma videoconferência com Mark e Oksana. Depois eu aproveitei para dormir mais cedo.

Ele deu um sorriso curto.

– É, eu sabia que você faria isso. – e então pausou. – Já que amanhã não vamos estar aqui, precisa ir falar com ela na segunda. É importante e urgente, você sabe disso, certo?

Eu hesitei.

– Dane, o meu problema não é tão psicológico assim. Eu só preciso de algum amuleto e tenho certeza que posso conseguir com Lissa. Só preciso falar com ela ou pedir a Rose para fazer isso e talvez consiga no domingo. Não há necessidade de falar com Deirdre.

– Ana, eu não estou falando só sobre o problema com a sua aura. – ele disse e então eu entendi.

– Ah...

– Nós estamos o tempo inteiro em um impasse. Quando eu descobri... o que aconteceu com você, eu descobri também pelo que você tinha passado e o resto eu tive que adivinhar por mim mesmo. – ele prendeu os lábios pausando e tentando encontrar maneiras de continuar. – É complicado para mim, entender o que você quer. Naquela noite, me pareceu que você queria, mas obviamente era apenas efeito da escuridão. Mesmo assim, você ficou com raiva quando precisei usar alimentadores essa semana e isso me deixou confuso.

Ele estava se referindo a eu ter deixado ele se alimentar de mim e isso fez com que eu não conseguisse encara-lo.

– Eu não quero falar sobre isso. – eu soltei.

– Por isso estou pedindo para que você fale com Deirdre.

– Também não quero falar com ela. – eu disse e comecei a me sentir mal.

– Anastacia? – Dane me chamou, prendendo minha atenção.

– Eu estou bem. – eu respondi quando percebi que ele estava lendo minha aura.

– Não, não está e por isso quero que peça ajuda. Ou pelo menos que tente falar comigo e não simplesmente fuja.

Eu prendi os lábios e voltei a encarar minhas mãos.

– Entenda, eu não quero que você se sinta pressionada a definir nada. Há um tempo eu e você estamos sendo só amigos e estamos bem com isso, mas depois do que aconteceu... eu gostaria que você me ajudasse a entender o que sente.

– O que eu sinto? – eu bufei. – Não é tão fácil de explicar, Dane e ultimamente tem piorado consideravelmente.

Ele se levantou e então mudou o cenário com uma rapidez impressionante, nos colocando no mesmo lugar da noite de domingo passado. Até mesmo com a mesma roupa. E então ele se sentou ao meu lado e falou.

– Tente. Me ajude, porque por tudo que é mais sagrado, eu estou enlouquecendo aqui. Nós estávamos bem e então ficou melhor ainda e depois tudo foi para o espaço. – ele disse me encarando e me falando com uma grande intensidade. – Eu não entendo como tudo mudou tão rápido, mas eu não quero esquecer o que aconteceu e como você já sabe, não vou me afastar de você por isso.

Eu olhei ao redor e continuei absorvendo os detalhes do apartamento, mas ao mesmo tempo me sentindo indefesa e sem ter para onde me esconder. Essa com certeza foi a intenção de Dane e no momento eu tinha duas opções: tentar me explicar ou brigar com ele até que ele me deixasse ir. Por mais arriscado que parecesse, eu resolvi ir com a primeira opção.

– Você viu o que aconteceu comigo. No tempo em que eu estive em cativeiro, Rolan fazia uso de mim de todas as formas, incluindo essa. Isso era o que me mantinha fraca e pacificada o tempo inteiro, mas como todos sabemos, a mordida tem suas vantagens. Depois que eu fui resgatada eu me odiava por sentir falta disso todos os dias e quando você me beijou e ao mesmo tempo provou do meu sangue, todas as sensações... – eu fiz uma careta e senti minhas bochechas esquentarem. – desejos, vieram de uma só vez. Eu me deixei levar e vi o quanto era diferente por ser com você. Dane, pode parar de me observar como se eu estivesse admitindo que sacrifiquei unicórnios?

Eu revirei os olhos e ele fechou a boca, acenando e olhando para o outro lado.

– Okay, só vou ouvir. Pode continuar.

Eu respirei fundo e continuei.

– Quando Jill chegou e eu voltei a minha razão, eu vi que o que tinha feito era errado de qualquer maneira. Eu tinha deixado um Moroi se alimentar de mim. Eu tinha gostado disso. O que me diferenciava de uma bloodwhore, então? Foi isso que fez com que eu me sentisse como lixo e então eu me senti envergonhada e pedi para que você fosse embora, mas eu não queria admitir nem para mim mesma que queria que nós tivéssemos continuado. – eu conclui.

Dane pareceu absorver cada palavra que eu tinha dito e depois de um tempo, ele me olhou e começou a responder.

– Você se perguntou o que lhe diferenciava de bloodwhores, certo? – ele perguntou e então segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. – Pelo que eu sei, essas mulheres dhampir se tornam bloodwhores depois de se apaixonarem por um Moroi babaca o suficiente para usa-las e depois abandona-las. Então elas se tornam viciadas e em abstinência se mantem se entregando para qualquer outro Moroi babaca que apareça.

Eu confirmei com um aceno.

– Ana, a diferença está no que eu sinto por você. Quer dizer, olhe para trás e veja que em todas as outras vezes, foi você que limitou a nossa relação e mesmo assim, eu ainda estou aqui, não é mesmo? Então, por que acha que você está na mesma situação? Eu não quero entrar no assunto das nossas idas e vindas, mas quero que você lembre que todo esse tempo, eu me mantive te amando. Então, como sempre, está nas suas mãos. Se continuamos amigos ou se voltamos a namorar, se você quer avançar na nossa relação ou continuar como estamos e também se você quer que eu... se você quer fazer isso quando estamos juntos ou não. Eu não quero que se sinta pressionada a nada e toda essa conversa que eu escolhi ter com você, foi simplesmente para que você saiba que eu te aceito e que eu estou tentando te ajudar. Sem julgamentos. Da mesma maneira que você sempre me aceitou e ajudou.

Eu olhei para nossas mãos entrelaçadas e depois para Dane, então eu me aproximei e o beijei por um tempo, sem pressa e somente para que eu pudesse absorver tudo que ele me disse, pondo minha mão livre em seu rosto e me separando brevemente, apenas para falar:

– Eu te amo. – eu assumi e isso fez com que ele abrisse seus olhos e me encarasse.

– Eu sei. – ele respondeu e então sorriu, voltando a me beijar.


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