Shadows of the past escrita por larissabaoli


Capítulo 44
Capitulo 44


Notas iniciais do capítulo

Dane



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639862/chapter/44

Ela não estava bem. Na verdade, eu tinha notado isso desde que chegamos aqui, mas eu achei que fosse apenas o efeito de estarmos fora das wards e da minha recente sobriedade. Eu pensava que talvez a aura dela sempre fosse daquela cor e eu só nunca estivesse sóbrio o suficiente para enxergar. Mas com o passar dos dias isso estava piorando e os sintomas pareciam cada vez mais óbvios para mim. Infelizmente, isso não era obvio para Jill, já que ela era usuária da agua e não do espirito, então ela se mantinha pressionando Ana. Quando eu digo pressionando, não é de uma maneira ruim, só que... Ana precisava descansar. Urgentemente. É claro que ela nunca assumiria isso para ninguém e ela estava lhe dando muito bem com a tarefa que lhe foi dada. Nós três andávamos para cima e para baixo o tempo inteiro a sua escolta, ela sempre evitando lugares escuros ou vazios demais e em uma semana, nós tínhamos conseguido “sobreviver sem ataques”. O problema é que por mais que ela parecesse estar tendo êxito na missão, era o interior dela que estava sendo danificado.

Quando chegamos ao hotel, eu via apenas o azul de sua aura dividir espaço com a escuridão que ela também tinha, mas às vezes, essa escuridão aumentava e chegava a tomar quase todo o espaço. Ela estava sentindo dor e eu podia apostar que também tinha tonturas, mas nunca reclamava de nada. Mesmo assim, ela parecia determinada a continuar com isso e ver essa determinação em seu olhar a cada vez que saiamos por aí, era sexy, eu precisava admitir.

Durante 6 horas, com direito a um alarme que mais parecia estar anunciando o apocalipse no início de no fim de cada dia, os dhampirs se mantinham encarregados de seus devidos Morois, mas no tempo livre, nós também ficávamos juntos e ainda tínhamos os outros como companhia. As vezes em que eu tentei me aproximar dela para tentar conversar sobre isso ou qualquer outra coisa, não foram bem sucedidas, já que nunca estávamos a sós e assim nós seguíamos para o nosso primeiro final de semana.

Nós estávamos seguindo o horário humano, já que o sol quase nunca aparecia e dessa maneira, nós podíamos aproveitar ao máximo todas as áreas de lazer do lugar e agora no final do dia, íamos até uma boate para comemorar a primeira semana de sucesso dos nossos amigos.

Eu estava mais uma vez organizando a noite mentalmente para tentar arranjar um tempo para falar com Ana, mas minha linha de pensamento se perdeu quando vi Jill e Ana descerem as escadas para o hall em que estávamos.

Jill estava deslumbrante como sempre e não importava o que vestisse sua aparência e elegância sempre faziam com que ela parecesse uma daquelas modelos que você costumava ver em revistas, mas foi Ana que como sempre chamou minha atenção. Ela estava com um vestido preto colado e que tinha mangas com diversos espaços entre os ombros e demonstrava o quanto seu corpo tinha mudado entre o espaço de tempo em que estivemos separados. Ela estava perfeita e quando viu que eu a estava observando, a escuridão que tinha em si, diminuiu relativamente, enquanto sua aura inflamava. Era nesses momentos que eu tinha absoluta certeza que o que eu sentia por ela era mutuo.

– Jill preferiu descer as escadas ao invés de simplesmente pegar o elevador. – ela disse revirando os olhos.

– Você está perfeita. – eu soltei sem pensar.

E então o silencio que ficou entre nosso grupo, fez com que eu percebesse que talvez eu devesse ter dito isso quando estivéssemos a sós.

– Você também, Jill. Vocês duas. Estão... lindas. – eu disse tentando me consertar.

Jill riu e então pegou o braço de Nolan, elas estavam com um salto alto suficiente para Jill estar da altura de Nolan e para Ana estar com a cabeça na altura de meu queixo.

Nós seguimos andando relaxadamente, Ana e Matt – que agora tinha se tornado parte do nosso grupo, mas falava tão pouco ou menos ainda que Ana, sendo praticamente a sombra de Nolan (e agora Logan) na maior parte do tempo – recebiam parabéns e tapinhas nas costas de todos, mas Gwen ainda parecia visivelmente ofendida por Ana ser a guardiã de Jill, mas Jessica não ter sido escolhida para ser a sua. Eu era suspeito a falar, mas se me perguntassem, a resposta era simples: Ana foi escolhida para ser a guardiã de Jill pelo simples fato de ela ser a melhor de sua turma. Não dariam nada menos para a princesa e não achariam nenhuma dhampir em treinamento melhor do que ela, isso eu tinha certeza.

A boate era decorada como se o lugar fosse uma caverna de gelo, com estalactites no teto e lustres pendurados em lugares estratégicos, mas graças aos céus apesar de toda essa decoração de luzes brancas e gelo, o aquecedor do lugar estava devidamente ligado e logo Ana tirou seu casaco, me permitindo novamente ter a visão perturbadora que era vê-la vestida assim.

Ela estava olhando ao redor, porque por mais que nunca tivesse mencionado, ela parecia impressionada com tudo que via aqui. Eu me prometi mentalmente que se um dia ela voltasse a confiar em mim como confiava, eu poderia leva-la a todos os outros hotéis em que estive nessa área em seus sonhos. E se eu fosse sortudo o suficiente, se um dia nós voltássemos a estar juntos, eu poderia leva-la no mundo físico também.

Depois de conseguirmos uma sala para ficamos juntos, o garçom começou a passar o menu e como combinado, eu entreguei uma quantia, o que o fez trocar o menu me entregando o para maiores, que eu entreguei para Logan antes que eu pudesse ler sobre os drinks e cedesse a minha vontade de tomar alguns.

– Obrigado, Dane. Tem certeza que vai passar a noite só na água? – Logan me perguntou rindo e depois que eu acenei firmemente, começou a analisar o menu com Gwen.

Se Jill estava empolgada com essa viagem, Logan e Gwen também estavam, mas da maneira perturbadora e incomoda que eles tinham. E que eu conseguia ouvir se ousasse sair do quarto a noite. Quando ainda estávamos na St. Vladmir, ele já tinha planejado cada dia dessa viagem.

Quando o garçom voltou, eu me mantive observando enquanto todos pegavam suas bebidas e enquanto eu encarava o copo que ficou na bandeja, eu vi Ana deixar o dela ali ao lado do meu e vir até mim.

– Está tudo bem? – ela perguntou, ficando ao meu lado e observando para onde ia meu olhar.

Eu acenei e respirei fundo.

– Sabe que está tomando a melhor decisão, certo? – eu a ouvi dizer e então a olhei.

– Não precisa ser minha guardiã agora, pode ir se divertir. Você merece. – eu disse com acenando.

Ela não se moveu e apenas olhou ao redor antes de me responder.

– Posso não ser sua guardiã nesse horário, mas como sua amiga, eu vou me manter sóbria e te ajudar a se manter também. – ela disse.

Nós conversamos amenidades até que todos começaram a descer para irem dançar e eu vi um momento que parecia perfeito.

– Ana, pode ficar aqui? Preciso conversar com você. – eu perguntei.

E então a vi olhar ao redor e ficar nervosa. Ela estava com medo e nervosa, mas eu não entendia o porquê.

– Podemos conversar depois? Amanhã? – ela disse, descendo seguindo Jill e eu a segui, deixando Logan e Gwen na sala.

Jill e Nolan começaram a dançar e Ana tentou seguir seus passos, mas ela estava desconfortável demais ali. Parte de toda sua audácia, quando se tratava de ir a uma balada e dançar, estava em seu consumo de álcool e eu sabia disso. Ela era uma bêbada adorável e costumava ficar com o rosto rosado enquanto bebia.

Eu a notei dançando desengonçada e tentei não rir para que ela não percebesse, em seguida me aproximei dela e dos outros, mas segurei sua mão, lhe guiando de leve enquanto eu mesmo dançava, até que a musica que a musica mudou e eu e Ana reconhecemos a melodia. Era a mesma musica do momento em que eu a beijei pela primeira vez, na festa dos Badica, na Corte. Jill e Nolan começaram a dançar em par e eu sorri para Ana, a puxando de leve para mim. Para minha surpresa ela veio e eu resolvi apostar na minha sorte.

Eu comecei a usar o espirito para deixa-la um pouco mais calma. Ela estava me encarando de qualquer forma, então bastou que eu me concentrasse nela o suficiente para que isso desse certo. O problema é que era difícil me concentrar, quando eu estava com as mãos em sua cintura e ela estava com um vestido como aquele.

– Meus olhos estão aqui em cima, Dane. – ela disse, falando em meu ouvido por conta do barulho da boate, pisando no meu pé de leve.

– Não sei se você pisou no meu pé de proposito ou se foi sua dança. – eu provoquei e ela riu, eu tentei gravar esse som em minha memoria da melhor maneira que podia. – Eu não estava brincando. Você está perfeita.

Nós estávamos tão próximos enquanto conversávamos e não conseguíamos tirar os olhos um do outro. Eu me perguntei qual seria sua reação se eu a beijasse ali e agora, mas eu realmente não queria arriscar tanto assim, não ali.

– Eu não me desculpei o suficiente pelo que aconteceu no depois do dia de ação de graças... – eu comecei.

– Está tudo bem, eu não quero lembrar disso agora. – ela disse e eu percebi que ela tinha ficado envergonhada com algo que eu não entendia.

– Eu acordei e fui pedir desculpas a Marlene por ter sido brutalmente sincero daquela forma com ela. Não queria acordar você e queria retribuir o cuidado que você teve comigo na noite anterior, então eu pedi café da manhã e fui tomar banho. Quando tocaram a porta... – eu suspirei – Pelo visto eu nunca vou conseguir impressionar seus pais biológicos.

– Ah, pode ter certeza que você causou uma impressão. – ela disse rindo e lembrando.

– Causei? – eu perguntei, pondo outra intenção em minha pergunta ao lembrar que eu estava só de toalha quando Ana acordou no outro dia. Ela também pareceu lembrar e então eu vi seu olhar ficar mais intenso enquanto encarava o meu.

E então a música acabou e uma mais agitada começou a tocar e ela cortou o contato comigo, me soltando e indo em direção ao bar. Eu a segui sem problemas e sem pensar porque no momento, não era o álcool que estava me seduzindo.

– Água, por favor. – ela pediu ao barman e manteve suas mãos agarradas ao balcão até que ele voltasse e entregasse a garrafa.

– Dane, precisamos parar de... – ela falava comigo por cima da musica em voz alta e respirando fundo.

– De que, Ana? – eu tentei bancar o inocente.

Ela se virou e estreitou os olhos, eu adorava o quanto ela me conhecia e o quanto eu a irritava.

– Você sabe do que eu estou falando.

– Nós só estávamos conversando. – eu disse cruzando os braços e tentando não rir.

O barman trouxe a garrafa de agua e ela agradeceu e balançou a cabeça, indo em direção à parte de trás da boate, se sentando atrás do palco onde estava a mesa do DJ. Eu a segui, dessa vez sem que ela percebesse e a vi abrir a garrafa e começar a beber, depois ela encostou a garrafa em seu pescoço e em seu rosto como se precisasse se resfriar. Eu balancei a cabeça e fui até ela, a encontrando de olhos fechados, segurando a garrafa com as duas mãos contra o peito.

– Não acho que seja santa o suficiente para transformar água em vinho. – eu disse e então ela abriu os olhos. – Não importa o quanto reze.

Ela suspirou.

– Não, eu não sou santa. Na verdade, eu devo ter grudado chiclete debaixo de algum banco da Catedral de São Basílio. – ela disse com uma careta.

Eu me aproximei dela e peguei a garrafa de suas mãos, abrindo e tomando alguns goles, ela se manteve me encarando e eu depois eu devolvi a garrafa.

– Você pode negar o quanto quiser para todos, mas sabe que eu sei como você se sente de verdade, não é? – eu disse, pondo minhas mãos dos lados onde ela estava sentada.

– É, nos raros momentos em que você está sóbrio, essa é a parte ruim. Eu não consigo esconder nada de você. – ela disse enquanto parecia estar tendo dificuldade em respirar.

– E porque você ainda insiste em negar e esconder, Ana? Do que você tem medo? – eu disse, me aproximando de seu rosto.

– Eu não tenho medo de você, se é isso que está pensando. Você não é nenhum pingo assustador. – ela disse com um sorriso devastador, balançando a cabeça.

– Não, você não tem medo de mim. – eu confirmei e pus as mãos em seus joelhos e me aproximei para falar em seu ouvido. – Você tem medo do que sente por mim. De como isso faz você se sentir. Do que você pode ser capaz de fazer, se apenas se deixar levar.

Eu comecei a distribuir beijos em seu rosto até que senti a garrafa cair no chão e suas mãos segurarem meu rosto, me guiando para sua boca em um beijo que fez com que nada mais importasse ali.

Ela me puxou para si, me prendendo entre suas pernas enquanto nos beijávamos e eu deslizava minhas mãos em suas coxas até o quadril, enquanto ela descia suas mãos pelo meu pescoço e me arranhava de leve, me causando arrepios. Eu comecei a descer minha boca para seu queixo, seguindo para o pescoço.

– Isso não está certo. Nós estávamos sendo só amigos. – ela disse, mas suas mãos agora estavam me meu cabelo, puxando e me fazendo enlouquecer.

– Podemos ser amigos coloridos se quiser. – eu disse, sorrindo enquanto descia meus beijos para seu decote.

Ela segurou meu rosto e me fez a encarar.

– Se me deixar alguma marca dessa vez, eu te mato. – ela soltou ofegante.

– Essa é minha garota. Sempre tão romântica. – eu disse e então voltamos a nos beijar.

Embora isso era tudo em que eu conseguia pensar agora, eu sabia que não iriamos fazer nada demais ali, mas isso não impediu o que estávamos sentindo.

– Hey, Dane! – eu ouvi Logan me chamar e o xinguei mentalmente. – Pelo visto hoje seremos 4 no apartamento.

Isso fez com que Ana parasse e o encarasse. Ela também estava com raiva por sermos interrompidos. Logan e Gwen já estavam bêbados, o que fez com que Gwen até sorrisse para nós dois.

– Cara, você é realmente ligado em dhampirs, heim? Primeiro a Ana, depois a Jessica, depois a Giulia e agora a Ana novamente? – ele soltou rindo.

Eu queria mata-lo.

– Jessica? – Ana repetiu.

Gwen o silenciou e colocou as mãos em sua boca, mas era tarde demais. Ana segurou meu rosto e me fez encara-la.

– Jessica? – ela perguntou mais uma vez.

Eu não conseguia responder e não acreditava no quão rápido Logan tinha fodido toda a minha noite.

Ana se levantou e saiu pela porta de trás da boate.

– Não ouse me seguir! – ela gritou para mim, enquanto eu a seguia para a noite fria e cheia de neve de Washington.

– Ana, volte aqui! Foi enquanto você esteve fora! Você tinha me abandonado! – eu continuei a seguindo e ela parou.

Cara, ela estava com tanto ódio que isso era quase tangível.

– E pelo visto isso é desculpa para você sair pegando até a estatua de São Vladmir, certo? – ela gritou para mim.

– Me desculpe. Eu me arrependi. Jessica me odeia até hoje porque ela queria algo serio, mas eu só conseguia pensar em você! – eu disse, tentando segurar seu braço, mas ela se desvencilhou de mim, se soltando.

– Não encoste em mim! – ela disse e eu senti o ódio em cada palavra.

E então eu vi novamente. A escuridão tomando conta de sua aura.

– Ana, precisa se acalmar. – eu alertei, erguendo minhas mãos e tentando me aproximar dela. – Sua aura-

– Não me venha com essa merda de aura, Dane! Eu estou furiosa e ela deve estar vermelha da cor do sangue que eu vou fazer jorrar de você se você se aproximar de mim mais uma vez.

A tirar por como sua aura, sua expressão e sua raiva estava: eu não duvidava disso. Mesmo assim, eu não conseguia evitar tentar protege-la.

– Você está com problemas. Sua aura está repleta de escuridão. Você precisa de ajuda! – eu disse e tentei me aproximar mais uma vez.

Ela dessa vez me empurrou, me fazendo cair na neve.

– Eu estou bem. Só preciso me afastar de você.

E assim ela saiu, mas depois de um tempo parou e tirou o sapato que calçava, os levando na mão e marchando furiosamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Shadows of the past" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.