Shadows of the past escrita por larissabaoli


Capítulo 27
Capitulo 27




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Na segunda, eu acordei de mais um pesadelo e para me acalmar deslizei para a cabeça de Oksana. Enquanto aqui o dia estava só começando, eles já estavam se preparando para dormir e eu encontrei Mark e Oksana retirando as colchas de cama.

– Querida, ela está bem. Pare de pensar nisso. Vai fazer muito mal a ela se deslizar para sua mente e descobrir o que você anda pensando. – disse Mark, guardando os panos e almofadas no guarda-roupa.

– Eu sei, mas eu sinto que deveria contar a ela! Mark, eu não sei por que, mas acho que ela não deveria vir para cá nessas férias. Não acho que seja seguro. – Oksana parecia um pouco nervosa e enquanto se sentava na cama.

– Bobagem. Ele provavelmente está morto e ainda não encontraram o corpo. É só isso. Ele já teria voltado de alguma forma se estivesse vivo. Alguém já teria o visto. – Mark disse sentando ao seu lado.

E então eu vi as lembranças recentes de Oksana passarem por sua cabeça. Ela estava no supermercado quando viu um grupo de pessoas comentando: O carro de Rolan foi encontrado, mas somente o corpo do seu guardião foi achado e ele tinha sido atacado por alguém. Ninguém sabia do paradeiro de Rolan e as pessoas começavam a acreditar que ele havia sido capturado por um Strigoi como “lanche para depois”. Agora, depois de todo esse tempo, eles continuavam esperando que o corpo de Rolan aparecesse, mas ninguém tinha achado nenhum rastro dele até agora.

– Eu honestamente seria capaz de agradecer ao Strigoi. – Mark disse e então se levantou, indo para o seu lado da cama.

E então eu saí da cabeça de minha mãe, me sentindo enjoada só em pensar e quando encontrei Bea no treino, contei para ela que reagiu da mesma maneira que Mark.

– Wow, eu sinto muito pelo guardião, mas não posso deixar de achar que é melhor assim. Sem ninguém além de nós para saber o que aconteceu, certo? – ela disse e então nós voltamos a treinar.

Quando cheguei à segunda aula, em uma das que eu sentava atrás, eu vi Dylan que sentava ao meu lado e então comecei a escrever em um papel, pedindo que ele me passasse seu numero, o que ele fez mesmo sem entender. Eu então comecei a trocar mensagens com ele.

“Eu sei quem anda fazendo isso com você. Vou te ajudar a parar isso.”

Ele recebeu a mensagem e então começou a olhar para os lados com medo.

“Não.”

“Pode me ajudar a te ajudar ou eu posso fazer isso sozinha e ser tão injustiçada quanto você.”

“Eu não quero me meter em problemas.”

“Eu prometo que não vão fazer nada com você.”

“Eles já fazem, Ana. Esse é o problema.”

“Não farão mais. E então, vai me ajudar ou não?”

Ele parecia em um grande dilema e enquanto tinha o celular em mãos, o professor começou a distribuir um exercício e então nós tivemos que parar para responder, mas Dylan terminou primeiro e logo eu senti meu celular vibrar.

“Sim. O que quer que eu faça?”

E então eu expliquei o plano que tinha em mente e quando o final da quarta aula chegou, ele começou a fingir passar mal e foi liberado seguindo o plano. Eu já havia passado mensagens para Rose e para Abe como pedido de ajuda extra e me sentia confiante. Esses babacas teriam trabalho hoje. Eu não envolveria Bea dessa vez, por não querer que ela se prejudicasse e quando o horário de almoço chegou, eu tentei também que me desviar de Dane.

– Sua aura está denunciando você, Ana. – ele começou, esperando por mim enquanto todos saiam.

Droga. Malefícios de ter um namorado com o dom do espirito.

– Dane... Hoje eu não almoçarei com vocês. Posso arranjar alguma desculpa e mentir para você, enquanto você sabe que estou mentindo, mas estou lhe contando a verdade. Parcialmente. – eu disse, fechando a mochila.

– Ana, por favor! Tenha cuidado! Vai arranjar mais uma confusão e Kirova não vai perdoar dessa vez...

– Vai. Confie em mim, ela vai. – eu disse com um sorriso de lado e então eu fui em direção à porta, mas ele segurou meu braço.

– Me deixe ir com você. – ele disse. – Me diga o que quer que eu faça e eu faço.

Eu sorri e o beijei.

– Pode vir comigo, mas se formos pegos, quero que você diga que não sabia de nada do que eu estava fazendo. E se as coisas não derem certo e eu tiver que ir embora mais uma vez: faça da vida deles um inferno. – eu disse e então saí com Dane atrás de mim.

Eu andei pelos corredores até encontrar o banheiro masculino e o tempo que eu havia perdido com Dane tinha sido o suficiente para anular a parte onde eu entraria antes de todos no banheiro e esperaria dentro de uma cabine. Assim que cheguei à porta, consegui ouvir os gritos de Dylan e me aproximei da porta que tinha dois dhampirs na entrada.

– Hey, esse não é o banheiro feminino. – disse um dhampir que reconheci ser da classe de Bea e então ele viu Dane e pôs um sorriso cínico interpretando tudo errado – Sinto muito, mas não vai dar para vocês dois entrarem agora.

Eu fechei meu punho antes que ele terminasse a frase, mas Dane se pôs na minha frente e entre os dois dhampirs iniciando compulsão.

– Deixe-nos passar e vão se entregar para Kirova. Contem tudo o que vocês fazem aqui dentro e digam todos os nomes de quem participa. – ele disse com um sorriso que me fez ter calafrios, mas eu não liguei. De certa forma, eu achei até bem badass.

Os dois dhampirs até pareciam relutantes no começo, mas antes que Dane terminasse o que havia mandado, eles já estavam agindo como marionetes felizes e saíram da porta, desbloqueando a passagem. Eu me sentia nervosa por ouvir Dylan sofrendo do outro lado da porta e entrei de uma vez, o que fez todos pararem.

Eu olhei ao redor e senti minha raiva subir além do que eu esperava. Haviam mais dois dhampirs, os dois estudavam comigo e um deles até mesmo sentava na mesma mesa que nós sentávamos na hora do almoço e dois Morois, um deles sendo Brett Ozera que por ser um usuário da água, estava usando a água do vaso sanitário para sufocar Dylan enquanto os outros o espancavam.

Quando entrei, Brett parou e eu vi Dylan se encharcar com a água, o que fez com que todos aqueles idiotas rissem ainda mais.

– O que está fazendo aqui, Dane? Veio participar da festa e trouxe mais uma? – Brett disse se aproximando de Dane, mas depois que percebeu que Dane estava tão revoltado quanto eu, ele parou.

– Dylan, vá para a sala de Kirova e nos espere lá. – eu disse.

Ele acenou e então se endireitou, mas então Brett o pegou pela camisa e o jogou contra parede de novo e então eu o ataquei.

Eu precisava admitir que saber que eu tinha conseguido lutar contra dois dhampirs ao mesmo tempo me dava um certo prazer e apesar de Brett ter tentando me afogar também, eu tinha que dar crédito ao soco que Dane tinha dado nele e em pouco tempo o banheiro tinha lotado de curiosos e os quatro estavam no chão na hora em que a Diretora Kirova entrou.

– Posso saber o que diabos está acontecendo aqui? – ela disse com raiva e passando entre os alunos. – Todos os envolvidos, no meu escritório. Agora.

– Eu não posso acreditar que você não me disse nada sobre isso! – disse Bea assim que passei pela porta de seu quarto.

Eu e Dylan tínhamos tido êxito no plano todo. Ele havia posto câmeras no banheiro quando pediu para sair da sala e havia ido à enfermaria. Em seguida ele foi liberado e nós já estávamos no horário de almoço e então como todos os dias ele foi pego e levado para o banheiro. Brett e os outros três meninos foram filmados o atacando e usando poderes Moroi para atacar Dylan e em seguida eu havia entrado, agindo em defesa de Dylan o que me faria não ter culpa sobre o acontecido. Kirova até quis argumentar pela questão Moroi x dhampir, mas eu fui clara em afirmar que eu poderia fazer esse vídeo rodar por todos os celulares até chegar a rainha se necessário fosse, o que fez com que ela ficasse vermelha de ódio e então ela suspendeu os seis por uma semana, com direito a ligar para os pais de cada um e por no histórico, incluindo os dhampirs que ficaram na entrada, mas também puniu nós três, nos suspendendo por dois dias e nos mantendo responsáveis pela entrega de encomendas e cartas pelo resto da semana, o que eu não achei tão ruim assim.

– Eu sinto muito, Bea, mas foi melhor você ter ficado de fora dessa. – eu disse enquanto entrava no quarto com Bea atrás de mim.

– Qual é! Você chamou o Dane e não a mim? Eu teria quebrado aqueles quatro imbecis! – ela disse e parecia animada. – Jessica já contou para a escola inteira, o seu plano foi brilhante!

– Dylan fez o plano dar certo. Sem ele eu teria que agredir todos eles e provavelmente levar a culpa sozinha.

– É, ele finalmente reagiu. – ela disse parecendo impressionada.

– Bea, você bem que poderia lhe dar uma chance... – eu comecei.

Mas então Bea revirou os olhos e mudou de assunto.

– Soube que vai trabalhar ajudando os guardiões nas entregas por uma semana.

– É. Mas acho que por mim tudo bem. – eu disse dando de ombros.

– Ana... sabe que como você tem o primeiro e o ultimo horário indisponível, você vai ter que escolher acordar uma hora mais cedo ou ir dormir uma hora mais tarde, certo? – ela disse com uma careta.

Merda. Eu não tinha pensado nisso.

– Uma hora mais tarde então. – eu disse.

– Então o que está fazendo aqui...? – ela perguntou e então eu entendi e saí do quarto, indo até a entrada.

Jean, a guardiã que havia me buscado com Janine nos Keepers, me levou até um armário na entrada que servia como a caixa de correio do bloco e então ela me explicou o que eu teria que fazer e eu comecei meu trabalho.

Quando eu terminei, vi o quanto tinha me enganado sobre ser uma coisa fácil. Algumas das encomendas incluíam caixas que poderiam ser bem pesadas e que eu deveria subir até o quarto da pessoa endereçada a elas, o que resumidamente incluía um sobe e desce que parecia eterno, mas que só durou uma hora. Se isso era o que me aguardava o resto da semana, eu iria dormir bem mais cansada do que o normal.

– Ana, eu sinto muito. Vou ficar no seu lugar sozinho amanhã. – disse Dylan assim que entrou no bloco. – Eu estava no hospital, tive que fazer vários exames e só me liberaram agora.

– Tudo bem, vá descansar. Se o que eu vi era o que você passava todos os dias, eu não consigo imaginar o quão horrível deveria ser. Boa noite, Dylan. Até amanhã.

Quando cheguei ao quarto e me preparei para dormir, tive que trocar mensagens com Rose e Abe contando o que houve e contando como tudo aconteceu desde o começo e depois caí na cama para um sono profundo até ser puxada para um sonho com Dane.

– Dane, vá descansar...

Ele me abraçou e suspirou.

– Eu sei, depois de todo esse esforço eu me sinto acabado. Não sei como você consegue com todas essas aulas. Eu só precisava checar como você estava. – ele disse.

– Eu estou bem. – e então me lembrei da conversa que Mark e Oksana tiveram.

Eu deveria contar a Dane? Não. Ele ainda acreditava que o acidente que tinha acontecido havia sido com dois estranhos e se eu dissesse que um dos corpos haviam sumido, ele não entenderia o por quê de Mark e Oksana saberem do acidente ou quem era o Moroi que havia sumido.

Então nós conversamos por mais alguns minutos e então nos despedimos e eu caí no sono que com sorte, foi sem pesadelos.

Na quinta, eu já não conseguia sentir as dores nas pernas que as escadas me traziam, mas ainda não tinha me acostumado por completo e sonhava com a sexta onde eu me libertaria dessa punição. Eu estava começando a noite e separando as cartas, até ver uma com meu nome, mas com Mazur ao invés de Hathaway e imaginei ser de Abe, o que me fez por a carta no bolso e seguir entregando todas as outras. Enquanto comecei a entregar, recebi uma mensagem de Dane:

“Acabei de entregar uma caixa para o Prof. Lemoine que ficou nervoso e vermelho ao receber. Façamos apostas! A minha é uma assinatura de 'revistas adultas'.”

Eu ri sozinha enquanto lia a mensagem e comecei a digitar de volta.

“Dane! Eu não acredito que ele seja capaz. Aposto que pode ser algo que ele dará para outra pessoa.”

“Okay. A caixa era grande demais para ter revistas dentro. Então aposto que era material de escritório. Ele parece entediante o suficiente para isso.”

Eu revirei os olhos.

“Ele não é entediante. Você mal o conhece! E ele não precisa das revistas... ele tem alguém.”

A resposta veio quase imediatamente.

“Anastacia! O que você sabe que eu não sei?!”

Eu deixei de responder propositalmente e voltei a entregar as caixas enquanto sentia meu celular vibrar desesperadamente em meu bolso. A verdade é que eu não contaria a Dane sobre Lemoine e Meredith por eles não terem me entregado no dia do meu aniversário. Depois do que eu descobri, eles pareceram hesitar e ficarem nervosos ao me ver, mas eu agi naturalmente e como se nada tivesse acontecido e logo eles também passaram a esquecer isso.

Eu terminei minhas entregas e então subi até o meu quarto, me sentindo cansada como sempre. Com sorte, eu sobreviveria até a sexta, eu pensei e então peguei uma toalha para entrar no banho, mas quando tirava a roupa, a carta que havia chegado para mim caiu no chão e eu tive que apanha-la, aproveitando para sentar no chão e ler. Eu olhei o envelope mais uma vez e vi que a letra não pertencia a Abe e que vinha sem selo algum, mesmo assim eu abri e comecei a ler.

“Minha querida Anastacia,

Se você estiver lendo essa carta, eu continuo obtendo êxito no meu plano e eu considero essa fase bem importante, porque é agora que você descobre que eu estou vivo.

Sabe o que acontece quando um Moroi sofre um acidente de carro? É bem parecido com o que acontece com os humanos, na verdade. Primeiro eu desmaiei e depois meu guardião me acordou, o que me causou uma dor infernal. Só mais uma dor, certo? Depois do que você tinha feito comigo, o que era mais uma dor? Mas então eu percebi que eu não conseguia sentir minhas pernas e eu entendi o que aconteceria comigo. E eu também entendi que minha outra opção seria sacrificar meu guardião, pois é claro que eu não ficaria paralitico graças a uma infeliz como você.

Você não faz ideia do quão bem eu me senti depois de ter matado Bart. E eu nem sequer senti remorso. Na verdade o único sentimento que vem me movendo é ódio e acho que você pode adivinhar por quem, não é mesmo? Então eu investiguei sobre você dedicando todo o meu tempo, já que afinal agora eu tenho a eternidade. Primeiro eu descobri onde mora aquela velha louca dos Belikov, depois eu a segui e descobri onde moram os seus pais e em seguida eu descobri sobre seus pais verdadeiros, já que a sua amiga foi tão tagarela com Aleksandra. Daí foi bem fácil saber onde você estava e então eu vim para cá. Eu sei que sua mãe e sua irmã estão em outro estado e que seu pai está fora também, então... O problema agora são essas malditas wards, ou eu já teria entrado aí para pegar você e sua amiga. Mas se eu consegui com que essa carta chegasse até você, eu consegui alguém confiável para me ajudar com minha vingança. Então eis que eu estou chegando à parte final e agora eu quero que você venha ao meu encontro. Saia da escola e eu estarei lhe esperando na cidade mais próxima. E caso você demore, isso pode me obrigar a começar a pegar seus amigos. Quantos necessários forem. Talvez até sua amiguinha. Eu tenho certeza que ela daria uma boa refeição ou talvez eu possa mantê-la como minha escrava. Mas eu sei que você não vai demorar, não é mesmo, Anastacia? E estou ansioso para lhe encontrar novamente.

Tenha bons sonhos.

Rolan.”

Eu não lembro quantas vezes eu li essa carta até acreditar no que eu estava lendo, mas depois que senti as lágrimas virem desesperadamente, eu me senti fria. Gelada na verdade. Eu sabia que estava entrando em pânico sozinha e trancada no banheiro, mas eu não me importava agora. Rolan estava vivo. Rolan era um Strigoi e ele estava atrás de mim. Ele havia conseguido alguém para lhe ajudar e se alguém estava sob compulsão de um Strigoi, era só questão de tempo até que ele começasse a conseguir pegar pessoas da escola.

Eu sentia minhas mãos tremendo enquanto chegava até uma decisão. A decisão que Rolan sabia que eu tomaria. Eu iria encontra-lo. Eu fugiria da St. Vladmir mais uma vez e dessa vez eu iria sozinha.


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