Shadows of the past escrita por larissabaoli


Capítulo 25
Capitulo 25




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No dia da virada do ano, eu estava ajudando Oksana na cozinha, enquanto Bea e Mark tinham saído para comprar os fogos de artificio que usaríamos, Rose estava em mais uma ligação interminável com Dimitri e Dane estava no jardim cuidando das plantas que minha mãe tanto amava. Depois de passarmos dois dias em Novosibirsk e só então termos vindo para cá, eu me lembrava do maravilhoso tempo que tivemos desde que chegamos na Rússia.

Apesar de Rose ter sido contra, nós mal paramos no hotel e nem nos importamos em dormir. Pela manhã eu os guiava em tour pelas cidades num carro que alugamos e pela noite nós íamos até o Nightingale. Yuri pareceu decepcionado de me ver com Dane, mas isso passou logo que ele viu Bea. Infelizmente para ele, Bea não pareceu nenhum pingo interessada nele e apesar dos meus comentários nada aconteceu. Rose na maior parte do tempo parecia agir como nossa guardiã, mas eu tentei fazer com que ela se divertisse também, embora ela parecesse decidida a não deixar eu e Dane sozinhos ou próximos um do outro. Na cabine do trem que pegamos dessa vez, ela me pôs na cama acima dela, enquanto Bea e Dane dividiam o outro lado.

Quando chegamos aqui, foi mais fácil do que eu imaginava apresentar meus pais para todos, pois por eu ter mais liberdade com eles, eu só precisei dizer o nome de Dane e de Bea. Mark até tentou “dar uma de Abe”, mas ele era boa pessoa demais para impressionar e Oksana não deixou que ele intimidasse Dane de forma alguma, o que acalmou um pouco as coisas. Ela e Dane agora passavam maior parte do dia juntos e ela tentava ensinar a Dane tudo o que sabia sobre o espirito. Dane agora começava a cuidar de plantas, e embora ele fosse melhor em enxergar áureas com mais rapidez e clareza do que minha mãe, ele ainda precisava aprender a entrar nos sonhos e ainda tinha dificuldade em entrar na mente das pessoas. Eu pessoalmente não achava isso uma coisa ruim. Aparentemente, esse era um dom único de Oksana e já era ruim o suficiente que ela soubesse entrar na minha mente, eu não precisava que Dane também pudesse.

Também tinha os momentos onde Oksana e Dane conversavam a sós e onde ela era tipo uma psicóloga para ele, só que mais eficiente. Ela havia me explicado que estava tentando ensinar a ele como acalmar a escuridão quando ficava muito ruim e isso também levaria um tempo até que ele aprendesse. Aproveitando que minha mãe estava sendo psicóloga dele, desde que chegamos, eu também tive uma pequena sessão com ela que envolveu algumas lágrimas da minha parte e onde eu desabafei sobre o que eu sentia com Dane. Ela foi bem direta sobre eu estar sendo dura demais com ele e me explicou que ela mesmo já passou por diversos problemas e que se não fosse pelo Mark, ela não saberia onde estaria agora. Isso fez com que eu fosse mais calma com Dane depois disso e logo tudo estava bem ou pelo menos melhor do que estava antes.

– Seu namorado está falando com plantas. Isso é bem perturbador. – disse Rose entrando pela porta da cozinha.

Eu ri e balancei a cabeça, pedindo licença para deixar o que eu estava fazendo e ir lá fora. Quando me aproximei de Dane, eu me sentei ao seu lado e o observei cuidar das plantas por um tempo.

– Rose disse que você estava falando com as plantas. – eu disse tentando não rir.

Ele pareceu envergonhado e coçou o cabelo enquanto respondia.

– Sua mãe disse que às vezes isso fazia bem também. Eu devia ter falado mais baixo...

Eu ri e me aproximei, o beijando até que ouvi Mark pigarrear. Ele e Bea haviam voltado com algumas sacolas que provavelmente continham mais fogos de artificio e mais comida.

À noite, fomos até a casa dos Belikov para visitar e eu apresentei Bea e Dane por lá também, Olena e Viktoria simpatizaram imediatamente com Bea, mas o que me causou um certo estranhamento foi Yeva que se recusou a ficar próximo de nós por muito tempo. Olena pediu desculpas por isso, mas para mim não foi o suficiente e depois que Bea e Viktoria começaram a conversar e Dane brincava com Paul eu aproveitei que todos estavam distraídos para ir atrás de Yeva que estava em seu quarto, um lugar no final do corredor que sempre foi entulhado de coisas velhas e quinquilharias de todos os tipos.

– Achei que a senhora fosse mais educada, mas a idade está lhe deixando cada vez mais grossa. – eu brinquei entrando no quarto que cheirava a naftalina desde sempre.

– Não quero conhecer ninguém hoje. – ela disse e parecia estranhamente nervosa. – Mas sabia que você viria e quero lhe avisar para ter cuidado.

Eu tentei não revirar os olhos e me aproximei dela, sentando-se em sua cama.

– Pode me dar uma ajuda me dizendo com o que eu deveria ter cuidado? – eu disse num suspiro.

– Com as suas escolhas, Anastacia. – ela disse e então se levantou. – Foi um erro você ter voltado tão cedo para cá.

E então ela se retirou, o que me deixou suspirando exasperada. Às vezes não era fácil lidar com as previsões de Yeva e eu não precisava de uma como essa para acabar com a felicidade que sentia agora, então eu optei por não insistir mais no assunto e simplesmente saí do quarto dela, voltando para a sala e depois de um tempo, nós fomos embora voltando para casa. Abe havia me conseguido o Jeep novamente assim que cheguei à cidade e eu me sentia incrivelmente feliz enquanto o dirigia. Rose passaria essa noite com os Belikov e amanhã nós nos encontraríamos para voltar para a Corte no outro dia.

Depois que Bea e Mark soltaram os fogos no jardim da cabana, um espetáculo maravilhoso e colorido e nós comemoramos a entrada do ano juntos, Oksana falou sobre como estava feliz por eu estar indo bem na escola e o quanto era agradecida por Bea e Dane por estarem cuidado de mim e isso me causou um certo constrangimento, mas logo todos começaram a se preparar para dormir e não havia muito que fazer, mas eu ainda me sentia agitada e disposta, então planejei algo. Eu ainda tinha algum dinheiro extra e como estava em casa, tinha muitos documentos que me foram dados pelo Abe. Mark e Oksana dormiam no próprio quarto. Bea e eu dividíamos o meu e Dane e Rose dormiam na sala. Dessa vez, Dane dormiria sozinho, mas eu não poderia contar com ele para o que eu faria. Eu queria sair com Bea e então esperei que todos fossem dormir. Depois de esperar uma hora, eu acordei Bea, expliquei para ela o que faríamos e ela aceitou tão animada quanto eu. Dentro de alguns minutos, eu havia arrumado minha mochila, Bea estava pronta e logo saímos pela janela do meu quarto correndo pela floresta. Eu havia propositalmente estacionado o Jipe a uma distancia favorável, pois quando ligasse o carro não queria correr o risco de ser flagrada. Fazia tanto tempo que eu não me sentia tão livre assim que mais uma vez eu senti a adrenalina aumentando rapidamente e Bea e eu logo estávamos apostando quem correria mais rápido.

Quando chegamos ao carro, eu sentia meu coração bater rapidamente e dirigi como uma louca até chegar ao asfalto. Eu comecei a procurar por bares abertos, mas por ser véspera de ano novo, maioria já tinham fechado e logo percebi que somente o armazém estaria aberto até essa hora. Eu sabia que Abe saberia que eu estive por lá, mas no momento ele não estava nem sequer no país e até que ele chegasse, eu já teria voltado para casa. Eu também sabia que aquele lugar poderia me trazer memorias horríveis, mas agora eu estava com Bea e já sabia o bastante para me defender sozinha e contava que isso seria o suficiente. Além do mais, eu não sabia se Rolan estaria ou pela cidade e então sem me deixar desanimar eu desci do carro com Bea e logo estávamos passando pela segurança.

– O que veio fazer aqui, Ana? – ele me perguntou me detectando rapidamente.

Eu olhei para Bea que observava o lugar e tinha um corpo legal.

– Estou em uma missão para Abe, só preciso leva-la até lá e saio. – eu disse tentando me manter séria.

O segurança parecia desconfiado, mas nos deixou passar e nós entramos. O bar estava lotado como sempre, mas dessa vez extremamente animado com todos comemorando a virada de ano. Nós nos dirigimos para o balcão e eu exibi uma das minhas identidades, tendo a sorte de reconhecer Aleksandra que ficou surpresa em me ver e tratou de nos servir a famosa vodka russa. Um tempo depois, Bea já estava rindo a toa e agindo como uma tagarela melhor amiga de Aleksandra que foi atualizada de toda a nossa vida pela própria Bea.

Eu me sentia um tanto tonta, mas tentava me manter em alerta olhando o local, embora eu pudesse ter certeza de não estar fazendo um bom trabalho.

– Vamos dançar! – Bea gritou em meu ouvido por cima da musica alta me fazendo rir e então eu a segui.

Dançar com certeza foi uma péssima ideia para duas adolescentes dhampirs quase bêbadas e isso atraiu a atenção de muitos Morois que se aproximavam de nós e tínhamos que descarta-los quase a força, o que fez com que minha escuridão começasse a aparecer rapidamente, já que eu não estava sobre meu próprio controle e não usava nenhum amuleto para controla-la há tempos. Quando voltamos para o balcão finalmente, Aleksandra parecia assustada e depois que sentamos e nos aproximamos, ela nos serviu outra dose e se aproximou de mim, entregando um pequeno cartão.

– Leia isso e cochiche algo de volta no meu ouvido e então pode ir embora. Eu o distrairei. Não se preocupe. – ela me disse me deixando sem entender.

Eu virei o pequeno cartão branco e o pus próximo à luz que havia embaixo do balcão para lê-lo.

“Fico feliz que esteja viva e que ainda tenha coragem de vir até aqui. Sua amiga é linda. Devíamos conversar. R.”

Eu precisei me esforçar para ler e muito mais para ver onde Rolan se encontrava. No armazém, subindo a escada que levava para os quartos, existiam um espaço onde o DJ ficava e ali, podendo observar tudo o que acontecia, estava Rolan com os cotovelos encostados na grade que ali havia e que certamente tinha percebido a minha presença. Eu li novamente o cartão e senti meu desprezo aumentar. Eu não conseguia acreditar que ele conseguiria ter a coragem de ainda vir falar comigo e entendi que ele também sabia que Abe não estava na cidade. Isso tinha feito ele ter tido coragem o suficiente pra isso. “Sua amiga é linda. Devíamos conversar”. Eu me servi de mais uma dose e me aproximei de Bea.

– Bea, preciso de um favor seu. – eu disse e então comecei a explicar o que ela faria.

Aleksandra parecia nervosa e sem entender por que eu ainda não havia ido embora e assim que ela viu Bea ir em direção onde Rolan estava, ela se aproximou de mim.

– Ana, o que está acontecendo? Por que vai deixar sua amiga ir até ele? – ela perguntou.

– Porque ele pediu e nós vamos conversar. – eu disse e enquanto sentia a escuridão me preencher cada vez mais, eu continuava virando doses.

Quando Bea voltou, ela me disse em que quarto Rolan estaria e que ele havia dado a chave a ela para que nós subíssemos. Tudo estava saindo como eu tinha planejado e logo nós saímos subindo as escadas em direção ao quarto. Eu sabia os passos dele o suficiente e sabia o quão fácil isso seria. Um dos seus maiores erros era ser ridiculamente convencido e Rolan era estupido o suficiente para manter seu guardião na porta do quarto, eu também já havia contado com isso. Ele nos deixou passar assim que Bea mostrou a chave do quarto e entregou a mim enquanto ela se manteve o distraindo e eu entrava para encontrar Rolan dentro do quarto que parecia surpreso na hora em que me viu.

– Que surpresa revê-la, Ana, mas onde está sua amiga? Eu achei que você não viria, mas vejo que me enganei. Você gostou do nosso tempo juntos tanto quanto eu. Eu vou esperar você no banheiro.

Eu ainda estava de costas para ele e ouvir isso foi a ultima coisa que eu me lembrava antes de sentir a escuridão me dominar por completo e trancar a porta. Eu lembrava que cada quarto possuía uma televisão e tratei de liga-la aumentando o volume. Eu não sabia direito o que faria ou o que me pararia e para evitar evidencias, então eu rasguei um lençol de cama enrolando tiras e minha mão e fazendo uma espécie de luva como a que eu usava na academia e entrei no banheiro.

Eu sabia que ele estava vivo, mas não sabia a gravidade dos danos que eu havia causado. Quando ele desmaiou na banheira, eu não continuei e então tirei as tiras de pano que eu tinha enrolado em minhas mãos e que agora estavam ensanguentadas e saí dali me tremendo por completo. A raiva e a escuridão me tomavam, mas eu não pensava nisso agora. Tudo o que eu pensava foi no quão satisfatório foi ver a reação dele enquanto eu o espancava. O cenário era parecido com o que havia acontecido com Oliver e ao sair do quarto, Bea me olhou preocupada e pediu desculpas ao segurança forçando uma crise de vomito artificialmente, o que fez com que ele nos deixasse sair rapidamente sem desconfiar.

– Esta tudo bem com você? Você está pálida e tremendo! – ela disse quando estávamos do lado de fora do armazém.

– Eu estou bem, só preciso de tempo. – eu me sentia quase explodindo e me sentia sufocada além de tonta. – Anda, eu quero dirigir por aí. – eu disse e então peguei a chave do meu bolso e indo em direção ao carro.

Bea também ainda estava tonta e eu coloquei seu braço em meu ombro enquanto voltávamos para o carro e a coloquei com o cinto no banco do carona, mas quando fui dar a volta para entrar no carro vi o segurança de Rolan vindo com ele da mesma maneira que eu carregava Bea e me apressei em entrar no carro.

– Volte aqui, sua vadia! Você vai me pagar! – eu o ouvi gritar com seu rosto inchado e então eu entendi que ele tinha apenas fingido desmaiar.

Eu liguei o carro e logo percebi que ele faria o mesmo, começando então uma corrida mortal.

Infelizmente para Rolan, era eu quem era perita em fugas e conhecia cada esconderijo dessa cidade e apesar dele me ganhar em velocidade com seu Porsche 911, eu estava sempre um passo a frente dirigindo por ruas estreitas e passagens e becos que eu conhecia tão bem. Bea não conseguia entender o que estava acontecendo e se mantinha perguntando o que eu estava fazendo e me pedindo para que eu parasse e então eu comecei a gritar de volta para ela tudo o que Rolan havia feito comigo sem me importar no estrago que estava fazendo. Eu mantive meus olhos focados nas ruas mesmo assim e devido a grande carga de adrenalina, a tontura foi passando rapidamente substituída por mais da escuridão e do ódio. Bea finalmente se calou em choque e eu resolvi pegar a estrada que devido ao tempo de fim de ano estava derrapante e com uma fina camada de gelo, mas o tempo estava bem nítido. Dessa vez eu dirigia passando de 140km/h, mas o carro de Rolan estava quase me alcançando e então eu tive a ideia de entrar para a floresta. Enquanto eu descia em alta velocidade, o Porsche se manteve na estrada por um tempo e dessa maneira eu vi o ódio no olho de Rolan que não estava inchado e eu sabia que ele estaria para vida ou morte tanto quanto eu. Então por estar com Bea que parecia cada vez mais desesperada e em pânico eu me afastei mais para a floresta, mas dessa vez Rolan entrou também e não durou muito, pois enquanto eu conseguia me desviar das arvores com agilidade, ele perdeu o controle de seu carro até bater com toda a força em uma grande arvore ali no meio e virar o carro.

Eu pisei no freio com força, fazendo a mim e Bea irmos para frente e desci do carro imediatamente.

– Ana, volte aqui! – eu ouvi Bea gritar enquanto eu corria para o carro sem entender o que eu estava realmente fazendo.

– O guardião dele está com ele! Precisamos retira-lo!

– Não, você não vai chegar perto! Pode explodir a qualquer momento! Vamos embora, Ana! Você pode ligar para a polícia depois que voltarmos, mas agora não! Ana, me escute! – Bea gritava a plenos pulmões.

Pânico estava me invadindo além de tudo que eu estava sentindo e eu me afastei de Bea indo até uma arvore próxima e vomitando tudo o que eu havia ingerindo aquela noite. Depois disso eu resolvi que Bea estava certa e então eu voltei para o carro.

– Não vai contar a ninguém. – ela me disse quando eu estacionei no mesmo lugar que deixei o carro. – Vai chamar a policia quando entramos em casa e em uma ligação anônima. Se ele foi capaz de fazer tudo o que fez com você e eu confio o suficiente em você para acreditar, ele não vale você estragar sua vida, Ana.

Eu me tremia e sentia minha cabeça girar, eu precisava que minha mãe me ajudasse com a escuridão mais do que tudo, mas eu não conseguia me mover e a própria Bea teve que me por de volta em casa, me ajudando a atravessar a janela.

– Precisa se acalmar, Ana! – ela falava segurando meus ombros enquanto eu estava sentada na cama, paralisada.

E então eu ouvi uma batida na porta e quase saltei da cama, mas Bea se aproximou da porta, entreabrindo devagar e então puxou Dane para dentro.

– Seja lá o que você aprontou, pode ir me falando. Sua aura parece um farol e você tem sorte da sua mãe não estar acordada. – ele disse e então se aproximou de mim e viu como eu estava. – Ana, você esta tremendo e gelada! Você esta machucada? Bea, o que aconteceu? – ele perguntou a Bea que começou a explicar que havíamos nos envolvido em um acidente de carro com um motorista bêbado que havia nos seguido do bar e pegou meu celular ligando para a polícia e saindo pela janela novamente para falar.

– Bea disse que você não tem culpa. Vai ficar tudo bem, Ana! – e então ele começou a usar o espirito para me acalmar, uma das coisas que ele estava aprendendo com minha mãe. – Ela está agora mesmo pedindo ajuda para essas pessoas. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem, Ana. – ele disse me abraçando sem saber o quanto ele estava enganado e então ele me viu chorar baixo até que eu me acalmasse por completo.

Quando Bea voltou, eu pude notar pela janela que o sol já estava nascendo.

– Eu liguei para a policia e para a emergência, graças a Deus eles falavam inglês e conseguiram me entender. Agora mais uma vez vocês vão ter que confiar em mim. Ninguém vai falar nada sobre isso. Nunca mais. Amanhã, podemos pedir para voltar naquela confeitaria e então descobriremos o que houve no acidente, mas vocês precisam prometer que não vão falar sobre isso com ninguém. – ela disse com seriedade mortal.

Eu amava que Bea fosse esse tipo de pessoa e sabia que depois que ela se formasse, ela seria uma guardiã tão boa quanto Janine, Dimitri ou Rose. Nós prometemos e então eu pedi para que Dane dividisse a cama comigo, enquanto Bea foi dormir no colchão. Sabia que Mark e Oksana iriam me dar uma bronca por isso, mas não me importava agora. Eu precisava que Dane continuasse me abraçando já que era isso que estava fazendo minha escuridão passar e nós dormimos juntos e abraçados pela primeira vez.

Era horrível ter que mentir para Dane, mas assumir que eu tinha culpa no acidente seria assumir a monstruosidade que eu havia feito e eu não conseguia encarar isso agora. Eu tinha medo do que Dane pensaria de mim e também teria que evitar que Oksana lesse minha mente, o que me obrigaria a agir naturalmente. Bea provavelmente já havia planejado essa parte também e agora eu só teria que esquecer essa noite. Que bela maneira de começar o ano, eu pensei.

No dia seguinte, eu me mantive o dia inteiro deslizando para a cabeça de Oksana e checando se ela desconfiava de alguma coisa e antes de viajarmos eu pedi a Rose para irmos até a confeitaria para pegar doces e lanches para a nossa viagem, mas enquanto estávamos lá, não vimos ninguém comentar sobre o que havia acontecido. Eu percebi Bea ficar perceptivelmente aliviada, mas isso não significava nada para mim. Eu queria ter noticias do que havia acontecido porque nada me tirava da cabeça que eu havia sido a culpada do acidente e não só tinha matado Rolan, como também tinha matado seu guardião. Um inocente.

Eu passei o dai inteiro arranjando uma ocupação e me mantive indisponível para falar com Oksana e quando nos despedimos, eu tentei ser o mais natural possível. Ironicamente ela me entregou um novo anel para ajudar com a escuridão. “Tarde demais”, eu pensei, mas agradeci e logo fomos embora. Dane se manteria em contato com ela para que eles conversassem sobre o espirito e logo nós estávamos pegando a estrada para a estação.

Quando finalmente aterrissamos na Pensilvânia, Rose me ajudou a fazer o check-in e logo seguiu para desfazer suas malas. O anel fazia com que eu me acalmasse, mas eu ainda tinha todas as memorias e isso era algo devastador. Depois que desfiz minhas malas e tomei um banho, eu dormi tentando descansar e esquecer tudo o que havia acontecido.


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