Will we survive? escrita por Tia Gnoma


Capítulo 2
Capítulo 2 - Explicações


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, um capítulo por semana então aqui está o/



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O barulho sessou e nós pudemos tirar as mãos dos ouvidos, voltando a prestar atenção à figura alta e sem rosto na nossa frente, não sabia o que pensar, só queria escutar o que ele tinha para dizer e entender o que fazemos nesse lugar macabro
— Vocês devem estar se perguntando, o que estão fazendo aqui, pois bem, eu irei explicar - ele começou a falar - Mas antes, deixe-me nos apresentar.
Um breve silêncio se fez presente no local, só dava para escutar o barulho das respirações descompassadas e assustadas de todos, mas logo, esse momento de angústia acabou, quando o homem voltou a falar
— Estes são Jeff the Killer, Eyeless Jack, Mask e Hoodie, Ben Drowned, Ticci Toby e Laughing Jack - na medida em que ele os nomeava, ia apontando para cada um deles que sorriam ou acenavam para nós.
— Mas aonde é que nós nos encaixamos nessa história? - um ruivo se levantou e pela sua expressão, estava bem irritado.
— Não seja tão apressada minha cara criança, isso pode prejudicá-lo mais para frente - a voz dele parecia calma ainda - Eu iria chegar lá agora.
Por mais que eu concordasse com o garoto, por mais que eu quisesse também saber aonde é que nós entrávamos no que estava acontecendo, não disse nada, não queria me complicar tão cedo apesar de estar nervosa, iria apenas observar esperando respostas.
— Vocês serão nossos novos proxys - o homem voltou a explicar - Terão que passar por diversas provas testando suas habilidades.
— Espera! - foi a vez de uma menina de cabelos de várias cores falar - Como assim proxys? Como assim provas? Explica isso direito!
— Se vocês me permitirem, eu explico - com essas interrupções ele parecia mais impaciente - Cada um deles, escolheu um ou mais de vocês depois de observá-los durante anos, foi uma seleção rígida, mas depois de sabermos tudo sobre vocês, rotina, família, manias, habilidades e tudo mais, os trouxemos para cá para que pudessem realizar as provas e quem sabe não se tornar um de nós mais para frente.
Todos agora estavam inquietos, uns pareciam assustados, outros confusos e uns indignados. Eu não sabia exatamente como reagir a essa situação, nunca nem imaginei algo parecido, nem mesmo em meus mais malucos sonhos. Ao invés de surtar como os outros jovens aqui presentes, pararei para pensar no que ele disse. "Cada um deles, escolheu um ou mais de vocês..." Então, se Jeff me trouxe para cá, logo... Ele quem me escolheu! Senti meu sangue ferver nas veias e levantei com os punhos cerrados.
— Se cada um escolheu um de nós, então, isso me leva a crer que foi Jeff quem me trouxe... - parti para cima dele tentando o socar de novo - MALDITO! Foi você quem me trouxe para cá!
Não pude fazer nada, os dois que usavam moletons amarelo e laranja, me seguraram pelos braços, logo, me puxando para longe dele
— S-Se acalme - Hoodie (acho que esse é seu nome) gaguejava ainda me segurando
Ainda muito estressada, com as mãos suando, o coração acelerado e o sangue quente pelo corpo, balancei os ombros e braços me soltando daqueles dois enquanto ainda encarava o moreno que sorria provocante para mim.
— Não adianta ficar irritada minha criança - Slender virava a cabeça em minha direção falando calmamente - Isso é uma coisa boa, Jeff é muito rígido com quem escolhe, tanto é que você foi a única que ele sugeriu além de ser um dos melhores daqui, se sobreviver, ele será seu mentor, veja como um ponto positivo.
— É, imagina, me ter como mentor se sobreviver, ser treinada por mim - ele sorria ainda mais amplo erguendo pôs braços, para me irritar, claro - Não seria maravilhoso?
Trinquei os dentes querendo socá-lo, mas não podia primeiro porque os dois ainda estavam ao meu lado me vigiando e uma morena de olhos azuis, sentada no sofá de braços cruzado se manifestou.
— Com licença, mas, dá pra explicar isso direito? - ela ergueu uma sobrancelha séria - Não estou entendendo nada!
Por um lado ela tinha razão, não adiantava ficar o culpando agora, queria colocar as ideias em ordem e bolar um plano antes de qualquer coisa, mas, ainda assim, me pergunto, por que eu? Por que ele me escolheu?
— Tudo bem, deixe-me esclarecer tudo - o homem se sentou em uma poltrona na nossa frente - Todos os 20 foram selecionados por nós por acharmos que possuem habilidades suficientes para sobreviver ao que vamos propor. Serão oito provas ao total, sendo a Inicial, a de Agilidade, Resistência, Força, Mente, Inteligência, Raciocínio e a Final.
Cada uma tem um grau de dificuldade, mas são todas muito difíceis e serão realizadas, na maioria dos casos, na parte de fora da mansão. Não há certo ou errado, a única forma de ser desclassificados é morrendo, o que não é difícil, pelo contrário, um passo errado e adeus.
Ao concluir essa frase, o desespero foi total, uns começaram a chorar, outros a enlouquecer e uns ainda chocados pareciam não acreditar. Eu arregalei meus olhos tentando me convencer de que não era real, mas no fundo, eu sabia que era.
— Silêncio, por favor! Deixem-me terminar! - ele tentou chamar nossa atenção, mas foi em vão.
— CALEM A BOCA! - um grito vindo de Jeff nos fez ficar quietos e olhar para ele.
— Obrigado - agradeceu o homem colocando uma mão na cabeça parecendo estressado - Me deixem acabar a explicação ou não vão entender nada.
O silêncio voltou, ainda dava para escutar choros baixos, mas nada que atrapalhasse muito. Coloquei uma mão sobre minha boca tentando manter a calma e normalizar a respiração enquanto escutava o resto.
— Continuando... Cada um terá seu quarto e seu banheiro, as refeições são livres e grátis para todos e serão servidos, café-da-manhã, almoço e jantar. Há um campo de treinamento lá fora, fiquem a vontade para usarem, vocês precisarão. As únicas partes da mansão que são permitidas são O térreo, Sala de Estar, Sala de Jantar, Cozinha, Campo de Treinamento, Primeiro Andar, Quartos e Banheiros e Biblioteca. O resto, no Segundo Andar, está estritamente proibido! Não me façam ir atrás de vocês. Sair dos arredores da mansão também não é permitido, por isso, não tentem fugir.
Os horários são livres, vocês decidem o que querem fazer, mas sugiro que não percam os horários das refeições, falar com os creepypastas é permitido, mas lembrando de que eles não vão revelar nada sobre as provas. Sempre que houver uma prova, serão avisados um dia antes e depois guiados para o lugar, por isso podem ficar despreocupados. Se conseguirem sobreviver todas as provas, até a final, passarão a morar aqui conosco e quem te escolheu, será seu mentor, te treinando e guiando como quiserem.
— M-Mas se nos sobrevivermos, não podemos voltar para nossas vidas normais? - uma loira de olhos acinzentados que parecia nervosa se pronunciou.
— Essa não é uma opção - ele respondeu friamente - Que sentido isso faria? Pra que traríamos vocês para cá para depois soltarmos? Se trouxermos é para testar e ver se vocês tem potencial para ser um de nós.
— Mas isso é errado! - eu não me aguentei, tinha que falar - Não podem sair sequestrando pessoas para passar por desafios mortais e nos obrigar a morar aqui! Nem sequer perguntaram se queremos, nós não pedimos isso!
— Ela está certa, isso é absurdo - o ruivo voltou a falar.
— Crianças entendam nosso lado, há anos, havia centenas de nós, mas eles foram morrendo ou indo embora até que só restassem esses e queremos que mais pessoas se juntem a nós, com treinamento adequado vocês conseguirão ninguém viria por livre e espontânea vontade - Slender voltava a falar calmamente.
— Exatamente, isso não é normal, nós não queremos isso - uma morena, quase ruiva parecia indignada.
— Com o tempo se acostumarão - ele suspira se levantando da poltrona - Não se revoltem, é pior, concentrem essa energia para os treinamentos. Não digo que vocês não tem a mínima chance, pelo contrário, meus filhos os escolheram e os observaram por muito tempo então acreditam que são capazes. Desde já, boa sorte a todos!
Mais uma vez aquele barulho alto de estática surgiu me fazendo tapar os ouvidos para amenizar a dor. Abri os olhos e ele tinha sumido... Não posso acreditar que isso está acontecendo, não consigo...
— N-N-NÃO! - tinha uma menina sentada no sofá colocando as mãos na cabeça e gritando desesperada.
Entendo o desespero deles, muitos estavam extremamente assustados, mas ele foi a única que demonstrou. Minha personalidade fria não permite que demonstre sentimentos facilmente, já convivi com sangue, me lembro de meu passado, isso me causa dor e esse clima acabava comigo. Sai dali de cabeça baixa, abrindo a porta da frente e caminhando rapidamente para os fundos da mansão, não iria fugir já que não podia, só queria um lugar sem barulhos para me acalmar e organizar meus pensamentos antes que voltasse a surtar como antes.
Caminhei mata adentro quase correndo até uma árvore perto de um riacho aonde me sentei encostando a cabeça na mesma e fechando os olhos, levando uma mão fechada até o peito, tentando assim manter a calma.


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