Stay Strong escrita por Sweet Girl, Thaynara nara


Capítulo 4
Vamos conversar


Notas iniciais do capítulo

Hey amores! Dessa vez não demoramos tanto, viram? Ou será que demoramos? Não sei. Enfim, aqui está o capítulo, espero que gostem, boa leitura!



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P.O.V Andrezza

Dias depois...

Desde o dia que Alice disse que Biah é doente eu não consegui sossegar, não paro de pensar nisso nem por um segundo, o que ela quis dizer? O que Biah tem? Eu preciso saber!

Mandei uma mensagem para ela e marcamos de nos encontrar em sua casa, no horário marcado eu fui.

*Dim Dom*

Esperei um pouco e Alice abriu a porta.

– Dezza! - ela exclamou.

– Oi, Lice. - eu disse.

– Vamos, entre! - me arrastou para dentro de sua casa. - O que quer saber sobre a Biah? Você sabe mais que eu, não? - ela perguntou, me fazendo sentar no sofá.

– Cadê os seus pais? - perguntei.

– Estão no trabalho, não se preocupe.

– Ah sim.

– Mas só por preocaução vamos para o meu quarto.

– Ok. - nós subimos as escadas e entramos em um cômodo lilás.

– Pode sentar, se quiser. - me sentei na beira de sua cama e ela sentou ao meu lado. - Então, o que eu sei da Biah que você não sabe? - perguntou, me encarando.

– Bem... Eu não entendi aquela coisa de "doença", estou agoniada desde aquele dia, o que ela tem? - perguntei, com medo da resposta.

– Bom Dezza, eu não tenho certeza de nada, mas ao que tudo indica a Biah é anoréxica e está começando a ser bulimica.

– O que? - gritei. - Anoréxica? Bulimica? - continuei, espantada.

– É Dezza, isso é terrível.

– Mas anorexia e bulimia não são a mesma coisa? - perguntei confusa.

– Não, não são a mesma coisa.

– Qual a diferença então?

– Na anorexia os doentes se privam da alimentação ou comem bem pouco, já na bulimia os doentes comem, mas depois vomitam ou tomam laxantes, entendeu?

– Como sabe dessas coisas?

– Pesquisei ué.

– E por que você acha que a Biah tem anorexia?

– Porque ela tem todos os sintomas.

– Que tipo de sintomas?

– Você já viu ela comendo?

– Não...

– Esse é o principal sintoma.

– Isso não quer dizer nada.

– Você não viu como ela está magra? Está fraca, nem conseguiu levantar da cadeira aquele dia.

– É...

– Precisamos ajudá-la, Dezza.

– E o que podemos fazer?

– Acho que o primeiro passo é conversar com ela. Mas não podemos chegar dizendo "você está doente" como fiz naquele dia, vai assustá-la e ela vai se afastar.

– O que vamos falar então?

– Não sei. Talvez que ela está magra demais, que queremos ajudá-la e ir a convencendo aos poucos a comer, sair com ela, até conseguirmos levá-la ao médico.

– Você acha que vamos conseguir a levar ao médico quando?

– Provavelmente vai demorar um pouco, não é fácil convencer doentes a ir ao hospital, ainda mais quando a doença é psicológica. Mas se insistirmos bastante talvez conseguimos, ou se ao menos a convencermos de comer um pouco já ajuda.

– Vai ser difícil?

– Depende do quão avançada a doença estiver.

– E como você acha que está?

– Do jeito que ela está emagrecendo deve estar bastante avançada.

– Oh meu Deus, eu sou uma péssima amiga, uma péssima amiga! - exclamei com lágrimas nos olhos.

– Ei, não! - Alice disse, se aproximando mais de mim.

– Claro que sim, você percebeu que ela está doente e eu não, e eu sou a melhor amiga dela, poxa! - as lágrimas começaram a escorrer por minhas bochechas em ritmo frenético.

– Eu só percebi porque "trabalho" na enfermaria do colégio e sou curiosa.

– Eu devia ter percebido, que tipo de amiga sou?! - perguntei com a voz embargada por conta do choro.

– Você é uma ótima amiga Dezza, só não percebeu porque também tem seus problemas. - disse, me abraçando.

– Não sou. - resmunguei.

– É sim. - afagou meus cabelos enquanto ainda estávamos abraçadas. Aos poucos fui me acalmando e consegui parar de chorar.

– Tudo bem, quando vamos falar com ela? - perguntei, desfazendo o abraço e enxugando meu rosto.

– Pode ser amanhã, quando quiser.

– Ok, falamos amanhã, o mais rápido possível.

– Ótimo!

– Agora eu já vou. - me levantei.

– Tudo bem, quer que eu vá com você?

– Não precisa, quero pensar um pouco.

– Ok então. - nós descemos juntas e ela me levou até a porta, nos despedimos e em seguida fui embora.

(...)

Cheguei em casa acabada de tanto chorar pelo caminho e ainda não estava me sentindo bem, que tipo de amiga eu sou? Minha melhor amiga com um problema tão grave e eu não fui capaz de perceber, sou muito egoísta, só me preocupo com os meus problemas e esqueço dos outros, Biah merece uma pessoa melhor do que eu, merece uma amiga como Alice, não como eu que só sirvo para trazer mais incômodos.

Subi as escadas correndo e entrei em meu quarto, batendo a porta em seguida. Caminhei até meu guarda-roupas e abri a última gaveta, tirei algumas roupas de lá e logo encontrei minha caixinha preciosa, minhas amigas que me ajudavam a aliviar a dor estavam ali do mesmo modo que havia as deixado na última vez que precisei delas.

Peguei a pequena caixa e sai do quarto com pressa, entrei no banheiro e tranquei a porta rapidamente, parei na frente da pia e encarei meu reflexo no espelho, estava horrível.

Coloquei minha caixa em cima da pia e observei as lâminas reluzentes dentro dela, pensando em qual usaria. Peguei uma gillette e a aproximei de meu pulso, a pressionando contra ele em seguida, o sangue logo escorreu me trazendo um alívio imediato, fiz mais alguns cortes e voltei a chorar, não podia ter sido fraca novamente, como vou ajudar a Biah se não consigo nem me controlar?

Lavei meu braço e meu rosto, suspirei e fui fazer curativos novos, só uma semana sem esse vício, estou ficando pior. Voltei ao meu quarto e vesti um casaco, deitei-me e tentei ignorar o ardor em meu pulso enquanto pensava sobre como ajudar minha amiga.

(...)

Acordei com meu celular tocando freneticamente, o peguei na cômoda ao lado de minha cama e percebi que ele estava despertando. Desliguei o despertador e me levantei, indo para o banheiro em seguida. Tomei um banho rápido ainda sentindo os machucados de ontem arderem e me vesti, precisava andar rápido se não me atrasaria para a aula.

Sai de casa e encontrei Alice no caminho.

– Ei, Dezza! - ela exclamou.

– Oi, Lice. - respondi sem muita animação.

– Está doente?

– Não, por quê? - perguntei confusa.

– Está usando casaco num calor desse.

– Ah... Você não está com frio também? - tentei contrariá-la.

– Não, acho que precisa ir ao médico.

– Claro que não, eu estou bem. - mentira.

– Então tá bom. - essa Alice é meio lerda ás vezes. Caminhamos em silêncio por um tempo. - Vamos falar com a Biah hoje?

– Pode ser.

– Na hora da saída?

– Isso! - Chegamos quase atrasadas e entramos rápido, Biah ainda não tinha chegado. - Será que ela não vem hoje?

– Não sei, tomara que venha.

– É, espero que venha.

(...)

A primeira aula era Matemática e demorou para terminar, Biah só chegou na segunda, estava estranha: pálida e cambaleando. Ela sentou na minha frente e troquei um olhar com Alice, precisávamos falar com ela urgentemente.

No intervalo Biah não falou quase nada, comeu um pedaço de pão de queijo depois de muita insistência e ficou aérea por muito tempo. As duas últimas aulas demoraram para acabar e Biah saiu antes do sinal tocar.

– Temos que ir atrás dela. - Alice sussurrou enquanto o professor explicava algo que eu não conseguia entender.

– Por quê?

– Ela pode está fazendo alguma coisa, vamos logo. - se levantou. - Professor, nós vamos ao banheiro! - exclamou, caminhando até a porta.

– Eu estou explicando matéria nova. - ele disse.

– É urgente, professor!

– Já tem gente lá.

– Nós temos que ir. - ela saiu e fui atrás dela rapidamente, pensando no que aconteceria depois.

Chegamos ao banheiro e ouvi um barulho estranho.

– O que é isso? - perguntei.

– Ela está aqui. - sussurrou. Uma porta se abriu e Biah saiu da cabine de cabeça baixa, indo até a pia. Ela lavou o rosto e a boca e só então ergueu o olhar, estava mais pálida que antes.

– O que vocês estão fazendo aqui? - perguntou com os olhos arregalados.

– O que você está fazendo aqui? - Alice repetiu sua pergunta.

– Eu... Eu tenho que ir. - pegou sua mochila que estava no chão e caminhou rápido até a porta, mas parou encostando-se na parede.

– O que foi, Biah? - perguntei.

– Nada, tchau. - voltou a andar, mas não tão rápido quanto antes.

– Você não vai a lugar nenhum. - Alice disse e praticamente correu até ela, agarrando seu braço.

– Me solta, Alice! Está ficando louca? - ela perguntou brava, se debatendo.

– Eu não vou te soltar, você só vai embora quando conversarmos.

– Não tenho nada para conversar com vocês.

– Pelo contrário, nós temos muito o que conversar e vai ser agora. - apontou para o lado de fora do banheiro e Biah bufou, saindo do banheiro em seguida.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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