Stay Strong escrita por Sweet Girl, Thaynara nara
Notas iniciais do capítulo
Hey amores! Dessa vez não demoramos tanto, viram? Ou será que demoramos? Não sei. Enfim, aqui está o capítulo, espero que gostem, boa leitura!
P.O.V Andrezza
Dias depois...
Desde o dia que Alice disse que Biah é doente eu não consegui sossegar, não paro de pensar nisso nem por um segundo, o que ela quis dizer? O que Biah tem? Eu preciso saber!
Mandei uma mensagem para ela e marcamos de nos encontrar em sua casa, no horário marcado eu fui.
*Dim Dom*
Esperei um pouco e Alice abriu a porta.
– Dezza! - ela exclamou.
– Oi, Lice. - eu disse.
– Vamos, entre! - me arrastou para dentro de sua casa. - O que quer saber sobre a Biah? Você sabe mais que eu, não? - ela perguntou, me fazendo sentar no sofá.
– Cadê os seus pais? - perguntei.
– Estão no trabalho, não se preocupe.
– Ah sim.
– Mas só por preocaução vamos para o meu quarto.
– Ok. - nós subimos as escadas e entramos em um cômodo lilás.
– Pode sentar, se quiser. - me sentei na beira de sua cama e ela sentou ao meu lado. - Então, o que eu sei da Biah que você não sabe? - perguntou, me encarando.
– Bem... Eu não entendi aquela coisa de "doença", estou agoniada desde aquele dia, o que ela tem? - perguntei, com medo da resposta.
– Bom Dezza, eu não tenho certeza de nada, mas ao que tudo indica a Biah é anoréxica e está começando a ser bulimica.
– O que? - gritei. - Anoréxica? Bulimica? - continuei, espantada.
– É Dezza, isso é terrível.
– Mas anorexia e bulimia não são a mesma coisa? - perguntei confusa.
– Não, não são a mesma coisa.
– Qual a diferença então?
– Na anorexia os doentes se privam da alimentação ou comem bem pouco, já na bulimia os doentes comem, mas depois vomitam ou tomam laxantes, entendeu?
– Como sabe dessas coisas?
– Pesquisei ué.
– E por que você acha que a Biah tem anorexia?
– Porque ela tem todos os sintomas.
– Que tipo de sintomas?
– Você já viu ela comendo?
– Não...
– Esse é o principal sintoma.
– Isso não quer dizer nada.
– Você não viu como ela está magra? Está fraca, nem conseguiu levantar da cadeira aquele dia.
– É...
– Precisamos ajudá-la, Dezza.
– E o que podemos fazer?
– Acho que o primeiro passo é conversar com ela. Mas não podemos chegar dizendo "você está doente" como fiz naquele dia, vai assustá-la e ela vai se afastar.
– O que vamos falar então?
– Não sei. Talvez que ela está magra demais, que queremos ajudá-la e ir a convencendo aos poucos a comer, sair com ela, até conseguirmos levá-la ao médico.
– Você acha que vamos conseguir a levar ao médico quando?
– Provavelmente vai demorar um pouco, não é fácil convencer doentes a ir ao hospital, ainda mais quando a doença é psicológica. Mas se insistirmos bastante talvez conseguimos, ou se ao menos a convencermos de comer um pouco já ajuda.
– Vai ser difícil?
– Depende do quão avançada a doença estiver.
– E como você acha que está?
– Do jeito que ela está emagrecendo deve estar bastante avançada.
– Oh meu Deus, eu sou uma péssima amiga, uma péssima amiga! - exclamei com lágrimas nos olhos.
– Ei, não! - Alice disse, se aproximando mais de mim.
– Claro que sim, você percebeu que ela está doente e eu não, e eu sou a melhor amiga dela, poxa! - as lágrimas começaram a escorrer por minhas bochechas em ritmo frenético.
– Eu só percebi porque "trabalho" na enfermaria do colégio e sou curiosa.
– Eu devia ter percebido, que tipo de amiga sou?! - perguntei com a voz embargada por conta do choro.
– Você é uma ótima amiga Dezza, só não percebeu porque também tem seus problemas. - disse, me abraçando.
– Não sou. - resmunguei.
– É sim. - afagou meus cabelos enquanto ainda estávamos abraçadas. Aos poucos fui me acalmando e consegui parar de chorar.
– Tudo bem, quando vamos falar com ela? - perguntei, desfazendo o abraço e enxugando meu rosto.
– Pode ser amanhã, quando quiser.
– Ok, falamos amanhã, o mais rápido possível.
– Ótimo!
– Agora eu já vou. - me levantei.
– Tudo bem, quer que eu vá com você?
– Não precisa, quero pensar um pouco.
– Ok então. - nós descemos juntas e ela me levou até a porta, nos despedimos e em seguida fui embora.
(...)
Cheguei em casa acabada de tanto chorar pelo caminho e ainda não estava me sentindo bem, que tipo de amiga eu sou? Minha melhor amiga com um problema tão grave e eu não fui capaz de perceber, sou muito egoísta, só me preocupo com os meus problemas e esqueço dos outros, Biah merece uma pessoa melhor do que eu, merece uma amiga como Alice, não como eu que só sirvo para trazer mais incômodos.
Subi as escadas correndo e entrei em meu quarto, batendo a porta em seguida. Caminhei até meu guarda-roupas e abri a última gaveta, tirei algumas roupas de lá e logo encontrei minha caixinha preciosa, minhas amigas que me ajudavam a aliviar a dor estavam ali do mesmo modo que havia as deixado na última vez que precisei delas.
Peguei a pequena caixa e sai do quarto com pressa, entrei no banheiro e tranquei a porta rapidamente, parei na frente da pia e encarei meu reflexo no espelho, estava horrível.
Coloquei minha caixa em cima da pia e observei as lâminas reluzentes dentro dela, pensando em qual usaria. Peguei uma gillette e a aproximei de meu pulso, a pressionando contra ele em seguida, o sangue logo escorreu me trazendo um alívio imediato, fiz mais alguns cortes e voltei a chorar, não podia ter sido fraca novamente, como vou ajudar a Biah se não consigo nem me controlar?
Lavei meu braço e meu rosto, suspirei e fui fazer curativos novos, só uma semana sem esse vício, estou ficando pior. Voltei ao meu quarto e vesti um casaco, deitei-me e tentei ignorar o ardor em meu pulso enquanto pensava sobre como ajudar minha amiga.
(...)
Acordei com meu celular tocando freneticamente, o peguei na cômoda ao lado de minha cama e percebi que ele estava despertando. Desliguei o despertador e me levantei, indo para o banheiro em seguida. Tomei um banho rápido ainda sentindo os machucados de ontem arderem e me vesti, precisava andar rápido se não me atrasaria para a aula.
Sai de casa e encontrei Alice no caminho.
– Ei, Dezza! - ela exclamou.
– Oi, Lice. - respondi sem muita animação.
– Está doente?
– Não, por quê? - perguntei confusa.
– Está usando casaco num calor desse.
– Ah... Você não está com frio também? - tentei contrariá-la.
– Não, acho que precisa ir ao médico.
– Claro que não, eu estou bem. - mentira.
– Então tá bom. - essa Alice é meio lerda ás vezes. Caminhamos em silêncio por um tempo. - Vamos falar com a Biah hoje?
– Pode ser.
– Na hora da saída?
– Isso! - Chegamos quase atrasadas e entramos rápido, Biah ainda não tinha chegado. - Será que ela não vem hoje?
– Não sei, tomara que venha.
– É, espero que venha.
(...)
A primeira aula era Matemática e demorou para terminar, Biah só chegou na segunda, estava estranha: pálida e cambaleando. Ela sentou na minha frente e troquei um olhar com Alice, precisávamos falar com ela urgentemente.
No intervalo Biah não falou quase nada, comeu um pedaço de pão de queijo depois de muita insistência e ficou aérea por muito tempo. As duas últimas aulas demoraram para acabar e Biah saiu antes do sinal tocar.
– Temos que ir atrás dela. - Alice sussurrou enquanto o professor explicava algo que eu não conseguia entender.
– Por quê?
– Ela pode está fazendo alguma coisa, vamos logo. - se levantou. - Professor, nós vamos ao banheiro! - exclamou, caminhando até a porta.
– Eu estou explicando matéria nova. - ele disse.
– É urgente, professor!
– Já tem gente lá.
– Nós temos que ir. - ela saiu e fui atrás dela rapidamente, pensando no que aconteceria depois.
Chegamos ao banheiro e ouvi um barulho estranho.
– O que é isso? - perguntei.
– Ela está aqui. - sussurrou. Uma porta se abriu e Biah saiu da cabine de cabeça baixa, indo até a pia. Ela lavou o rosto e a boca e só então ergueu o olhar, estava mais pálida que antes.
– O que vocês estão fazendo aqui? - perguntou com os olhos arregalados.
– O que você está fazendo aqui? - Alice repetiu sua pergunta.
– Eu... Eu tenho que ir. - pegou sua mochila que estava no chão e caminhou rápido até a porta, mas parou encostando-se na parede.
– O que foi, Biah? - perguntei.
– Nada, tchau. - voltou a andar, mas não tão rápido quanto antes.
– Você não vai a lugar nenhum. - Alice disse e praticamente correu até ela, agarrando seu braço.
– Me solta, Alice! Está ficando louca? - ela perguntou brava, se debatendo.
– Eu não vou te soltar, você só vai embora quando conversarmos.
– Não tenho nada para conversar com vocês.
– Pelo contrário, nós temos muito o que conversar e vai ser agora. - apontou para o lado de fora do banheiro e Biah bufou, saindo do banheiro em seguida.
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Até o próximo!