P.O.V Andrezza

Não aguentei, não consegui me segurar vendo uma pessoa sofrer tanto. Corri em direção ao corpo e vi um corpo extremamente magro, aquele rosto fino, olhos cor de mel brilhantes e belos, aqueles longos e brilhantes cabelos cor de chocolate, aquela era a... Biah ?!

–Soltem ela já! – Gritei indignada, como alguém poderia ser tão horrível á ponto de fazer isso com uma pessoa?

– Primeiro de tudo: Não grite comigo e segundo: Desde quando você manda em mim?– falou ela como sempre: Falsa e cínica

–Primeiro de tudo– falei imitando ela – Eu falo como eu quiser, quando eu quiser, com quem eu quiser. Segundo: Desde quando as galinhas falam? – falei apenas a verdade, ela é cínica e arrogante, falsa e uma galinha.

– Cof, cof– ouvi Biah começar uma tosse de sangue e não aguentei ficar discutindo com aquela falsa.

– Biah, Biah... - A chamei mas a mesma nem se moveu. - Biah, por favor, acorda! - chamei de novo e a sacudi devagar, vagarosamente ela abriu os olhos, os apertando em seguida. - Ei, Biah, vamos, a gente precisa cuidar desses machucados. - a balancei de leve outra vez.

– A luz... - ela resmungou.

– Eu sei, lá na enfermaria estará mais escuro vem, eu te ajudo a levantar. - apoiei seu braço em meu ombro e comecei a levantar, entre dificuldades e gemidos ela conseguiu ficar em pé e entramos no corredor andando bem devagar com ela praticamente jogada em meus ombros.

– Para onde vamos? - perguntou com a voz fraca.

– Para a enfermaria.

– Ah não, lá eles vão falar um monte de bobagens.

– Não serão bobagens, o que eles dizem é importante.

– Não é nada. - resmungou emburrada.

– Não vou discutir com você, Beatriz. - disse, enquanto empurrava a porta da enfermaria, ela bufou.

– Ei, meninas! - Alice exclamou quando passamos pela porta. Alice é nossa amiga e ajudante da enfermeira da escola. - Meu Deus, Biah! O que aconteceu?

– Helena... - ela murmurou e pude perceber que ainda estava brava pela nossa "discussão" no corredor.

– Essa Helena... Vem, senta aqui, eu vou cuidar de você, a enfermeira está ocupada. - puxou uma poltrona e ajudei Biah a sentar-se nela.

Alice cuidou calmamente dos ferimentos da garota a nossa frente, porém os gemidos de dor dela quando passava remédio em seus machucados me arrepiavam, poderia ter sido comigo e isso me angustiava, poderia ter sido com qualquer um.

– Prontinho Biah, já pode ir. - Alice disse com sua alegria de sempre e a mesma só assentiu.

– Vamos Biah! - me aproximei dela e estendi a mão. Ela começou a se levantar mas sentou de novo com um pouco de força. - O que foi?

– Nada, nada, estou bem. - começou a se levantar novamente, porém Alice a puxou de volta para a poltrona.

– Você pode até enganar a Dezza, mas a mim não! - ela exclamou.

– O que? - Eu e Biah perguntamos em uníssono.

– Não está tudo bem, você está fraca e nem se aguenta em pé, nós duas sabemos o motivo disso.

– Do que você está falando, Alice? - perguntou, se levantando brutalmente da poltrona.

– Você sabe muito bem do que estou falando! Você está muito magra e não come há dias.

– Claro que não, Alice, eu comi agora pouco!

– Não comeu não, se comeu vomitou, vai ficar doente se continuar assim, isso se já não estiver.

– NÃO ESTOU DOENTE E NÃO VOU FICAR!

– Então só vai sair daqui se comer um pouco.

– Não vou comer.

– Então está doente!

– NÃO ESTOU!

– Então come. - segurou o braço dela.

– Você não manda em mim. - balançou o braço agressivamente, se livrando das mãos de Alice. Em seguida saiu correndo, deixando a porta da enfermaria escancarada.

– Ai meu Deus, Alice! Sabe o que ela pode fazer agora?! - perguntei desesperada.

– Não, o que? - perguntou confusa.

– Vou atrás dela, depois falo com você! - sai correndo da enfermaria, batendo a porta.

P.O.V Biah

Não! Eu não estou doente! Eu sei que não estou doente! Corri até o banheiro e fechei a porta para ninguém entrar. Me encolhi num canto e peguei minha bolsa, tirei do fundo falso minha caixa de lâminas. Não, eu sei que prometi a mim mesma não fazer mais isso, mas é quase impossível, igual eu ser bonita! Larguei a caixa no chão e desabei a chorar, quando eu escutei a porta do banheiro abrir... Andrezza.

– Biah, por favor, não faça isso!–falou abrindo as cabines tentando me encontrar, ela tentou abrir a porta da cabine onde eu estava – Bem, não vai abrir por bem? Então vai abrir por mal!

O que ela queria dizer com aquilo?

P.O.V Andrezza

Peguei um grampo na minha bolsa e coloquei na fechadura tentando forçar ela, então a porta se abriu e vi Biah num canto do banheiro e sua bolsa toda aberta com as coisas espalhadas pelo chão.

– Oh meu Deus, Biah! Vamos fazer o seguinte: Você se a levanta, arruma suas coisas e nós vamos para um lugar especial!

– Mas Andrezza...– começou a falar mas a interrompi.

– Sem mais nem menos! – exclamei fazendo ela bufar – Vamos, vai ser divertido!

– Tá! – Falou ela com raiva – Que seja!

Ela se levantou e a ajudei a guardar suas coisas. Vi uma caixa estranha e fui pegar, mas Biah a pegou rapidamente.

Achei estranho mas ignorei, quando todas as coisas já estavam no lugar, sai arrastando Biah, quando chegamos na cabine proibida, entrei com ela e ela falou

– Esse é seu lugar especial?– falou ela, achando estranho.

– Apenas observe. - falei misteriosa.

Apertei a única cerâmica da parede que estava limpa, e logo a porta secreta apareceu, abri a porta que deu em uma parede de tijolos, então falei

– Somos todas iguais – o muro se abriu e fomos pelo túnel.

Abri a porta e entramos na mansão

– Seja bem-vinda ao Girls The Power, meu grupo de auto ajuda e de amigas!– falei sorrindo.

P.O.V Biah

– Onde estamos? - perguntei confusa, não é todo dia que isso acontece.

– Na mansão do meu grupo! - falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - Aqui tem: 8 banheiros, 10 quartos, uma sala de jantar, 2 cozinhas, 1 sala de cinema e uma sala de estar. Seu quarto é o número dez, lá tem tudo o que você precisa! Fique a vontade!