A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 32
Capitulo 31 - Armadura e escudo




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– Eu disse que morreria por Atena se fosse necessário. – Murmurou a ternurenta ninfa, recebendo com coragem a poderosa energia elétrica.

O tempo parou, o espaço escureceu, o universo explodiu de dor, as correntes oceânicas sessaram mergulhando nas frias profundezas da tristeza, as lágrimas corriam pelos olhos de todos os presentes, o supremo Deus Júpiter ria de plena satisfação e maldade. Lúccia tombara bravamente às mãos daquele deus maligno e ambicioso, caíra imóvel nos sagrados braços de Atena.

O seu nobre, corajoso, lutador e apaixonado espírito era abraçado pelas cristalinas e carinhosas correntes marinhas, as ondas espumosas e delicadas, repletas de luz e esperança guardavam-no com doçura e amor, transportando-o para o paraíso azul situado nas longínquas e magníficas profundezas encantadas. A paz e o silêncio repousavam tranquilamente ao lado da adormecida princesa Lúcia numa gruta de sonhadores corais. Um vento fresco e colorido invadiu o espaço onde a tremenda batalha decorria, nele flutuava uma bela e valente flor carmesim, personificando a alma da doce Lúccia. A flor voou leve pousando tristemente no peito dolorosamente desfeito de Albafica de Peixes. A Deusa Atena ajoelhada junto da ninfa derramava lágrimas de prata e sofrimento.

– Que as minhas lágrimas te guiem para o paraíso que desejas. – Pedia Atena, acariciando o bonito rosto da justa Filha de Neptuno.

– Vejam bem que cenário mais ridículo. – Retorquiu Júpiter enfadado. – Uma Deusa a lamentar a morte de um ser desprezível e imundo.

– Vais pagar por isto! – Gritou Shion enfeitiçado pela raiva, avançando rapidamente para o Deus supremo, desferindo vários e intensos golpes.

Contudo a diversão banhava na totalidade a alma ambiciosa do Deus enquanto lutava com o Carneiro Dourado, para ele aqueles ataques fortíssimos não passavam de uma enfadonha brincadeira de crianças.

– Atena serás a próxima! – Berrou o Deus do Trovão, atirando Shion pelos ares, apenas com um leve movimento do seu dedo. O jovem Dourado caiu desamparado perto do seu grande amigo Dokho.

– Shion! Levanta-te a luta ainda não findou! – Incentivou o cavaleiro de Balança.

A dor elétrica percorria o corpo de Shion, roubando-lhe por completo o tato. O cavaleiro tentou erguer-se, porém o seu corpo não lhe obedecia, estava perfeitamente preso àquela energia horrorizante.

– Atena! – Murmurou, vendo a sua Deusa perdida à mercê do maligno cosmo de Júpiter, à mercê daqueles trovões demolidores.

– Atena! – Entoou a rouca e cansada voz do Grande-mestre Sage colocando-se na frente da jovem Sasha. – Eu ainda estou aqui, não matarás Atena! – Garantiu.

– Que graça tão sem graça. – Zumbou o Deus, lançando um feroz trovão que atirou Sage por Terra. – Menos outro verme no meu caminho. Agora sou só eu e tu, Atena. – Um sorriso cínico desfigurava-lhe o rosto.

– Podes matar-me. – Principiou a doce Deusa, em voz calma. – No entanto tenho uma condição. Darei a minha vida em troca da vida dos meus cavaleiros e do Grande-Mestre Sage. – Pediu ela, observando aqueles que juraram dar as suas preciosas e corajosas vidas por ela.

– Não Atena, não faça isso! – Gritou Sísifo, tentando erguer-se valorosamente.

– Isso é uma grande estupidez, miúda! – Berrou Kardia de Escorpião absorvido pelo ódio.

– Por favor Atena. – Pediu o velho e sábio Sage.

– Muito obrigada a todos. – Agradeceu Atena. – Só vos peço que vivam sempre ladeados pela esperança, bondade e luz. Nunca deixem as trevas poluírem os vossos nobres e puros corações. Acreditem sempre na vossa força, união e amizade, porque se assim o fizerem eu estarei sempre a vosso lado, sempre. – Disse ela em tom profundo e decidido.

– Atena. – Murmuraram os onze cavaleiros enterrados em lágrimas.

– Que história tão linda e tão comovente! – Praguejou o Deus supremo. – Já terminaste o teu discurso? Adeus Atena! Trovão do destino!

Um poderoso ressoar invadiu a atmosfera trágica e trovejante. Um brilho dourado ofuscou os olhos de todos os presentes, misturando-se com o forte amarelo elétrico do exército de trovões. Atena estava a salvo de pé olhando o céu raivoso. Júpiter estava incrédulo, confuso e colérico, o seu fatal golpe tinha falhado, a Deusa da Sabedoria ainda permanecia viva.

– Esta é… - Iniciou Manigold, apontando para a origem do intenso brilho.

– A armadura de ouro… - Disse Régulos, seguindo o olhar do companheiro.

– De gémeos! – Concluiu Asmita, reconhecendo aquela familiar e assustadora energia cósmica emanar do interior daquela lendária armadura.

– Gémeos! – Murmurou Sísifo, sem querer acreditar no que os seus olhos vislumbravam.

De facto tratava-se da poderosa e sagrada armadura de Gémeos. Esta veste há muito abandonada pelo destino, esquecida pelo tempo, desprezada pelos Deuses, aprisionada pela solidão e armadilhada pela estrela da desventura, protegera a Deusa Atena da morte irremediável e cruel.

– Passado tanto tempo, parece que a Sagrada Armadura de Gémeos ainda possui um estreito vínculo com a Deusa Atena. Armaduras, quem as pode afinal compreender. – Constatou Sage.

– Vejam bem, uma armadura ferrugenta e amaldiçoada! – Prenunciou Júpiter. – Não penses que é esse monte de sucata que te irá proteger. Recebe o meu Relâmpago Negro! – Uma sombra electrizante deslizou furtivamente até Atena.

– Muralha de Cristal! – Gritou Shion. Uma reluzente parede ergueu-se para defender a Deusa daquela sombra infernal.

– Não é essa muralha que vai deter o meu ataque, cavaleiro! – Avisou Júpiter, pressionando o seu Relâmpago contra a poderosa Muralha de Cristal.

– Nãããoooo! – Gritou Shion, enquanto a sua eficaz defesa era reduzida a pó de cristal, deixando Atena vulnerável.

Nos confins sagrados e angelicais, do nobre templo de Atena algo se agitava e reluzia banhado pela ténue iluminação. Algo dourado brilhava intensamente flutuando até à Deusa da Guerra, deixando solitária a estátua que fielmente a representava, murmurando preces de coragem e esperança.

Um mitológico e lendário escudo, uniu-se em perfeita sintonia à sagrada e justa mão de Atena, repelindo o malévolo Relâmpago Negro, reflectindo-o de volta ao seu criador.

– É a nossa oportunidade, vamos Shion. – Explodiu o Grande-mestre Sage.

– Sim, Grande-Mestre. – Concordou o jovem Carneiro.

Um luminoso prelúdio de vitória convida os cavaleiros.


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