A Guerra Greco-Romana escrita por Maresia


Capítulo 31
Capitulo 30 - O plano do trovão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639687/chapter/31

A aparição do supremo Deus Júpiter no santuário de Atena lançara o pânico e a insegurança nos espíritos e corações daqueles que habitavam as redondezas. No céu uma dantesca pintura de raios substituíra o habitual azul brilhante e cristalino. Os raios consumiam drasticamente a estrela maior reduzindo-a a um pequeno ponto de luz que se misturava com os poderosos relâmpagos divinos. O som dos trovões era ensurdecedor, lançando em todas as direções notas de uma melodia mortal e sonoramente imperfeita, que assaltava os ouvidos dos humanos como se nelas tivessem inscritos lamentos e gritos de sofrimento e desespero.

Na solitária casa de Peixes, a jovem Princesa dos Mares olhava surpresa e assustada aquele medonho panorama. Lágrimas de sal e mel corriam inocentemente pelo seu belo e doce rosto enquanto ela recitava preces repletas de esperança, coragem e luz, implorando para que estas fossem a ponte que guiaria os cavaleiros através da vitória naquela terrível e maldosa batalha.

Shion de Carneiro acompanhado do grande e sábio Mestre Sage uniram-se aos seus companheiros para decifrar o futuro e o destino daquele confronto ribombante e ensurdecedor. As suas expressões eram calmas, tranquilas e decididas, todavia os seus corações ardiam de raiva e descrença por aquele Deus malvado e egoísta.

– Vejam bem! Mais dois ratos para a minha festa privada. – Ridicularizou Júpiter observando cautelosamente os dois recém-chegados.

– Não darás nem mais uma única e simples passada neste lugar sagrado. – Garantiu Sage imperturbável.

– Parece que a irremediável passagem dos anos já começou a fazer estragos no seu corpo e no seu cosmo, meu caro e velho Sage. – Observou Júpiter arrogantemente, desprezando a força e a sabedoria escondidas por aquela aparência desgastada e consumida pelo passar do tempo.

– Acabas de cometer um fatal e crucial erro, supremo Deus! A força de um ser humano não se avalia pelo posto que ocupa ou pela armadura que traja, mas sim pela sua coragem e pela sua força de vontade. – Avisou Sage calmamente. – E além disso o cavaleiro de Carneiro ainda está intacto e pronto para esta luta. – Disse o velho Mestre olhando para o jovem Shion.

– Sim Grande Mestre, eu honrarei as vitórias dos meus companheiros e vingarei os seus ferimentos e as suas preciosas gotas de sangue derramadas em combate. – Assegurou Shion, sentindo as vontades de todos ali percorrer-lhe as veias.

– Não me façam rir! – Gritou o Deus rindo tão alto como a sua orquestra trovejante. – Esta conversa tal como esta luta terminam aqui! – Berrou elevando o seu elétrico cosmo.

As portas do nobre e angelical salão voltaram-se a abrir ruidosamente. A umbreira misteriosa revelava uma jovem Atena, bastante calma, no entanto o seu coração chorava lágrimas de sofrimento e tristeza. A sua sagrada mão segurava um tranquilo ceptro dourado. Sasha caminhou segura e determinada até aos seus cavaleiros.

– Atena! – Gritaram várias vozes apavoradas.

– Não devia estar aqui! – Gritaram outros com o pânico estampado nos rostos.

Shion, sem hesitar correu e rapidamente se colocou na frente da Deusa que jurara fielmente proteger. Todavia uma mão delicada posou-lhe no ombro frio e dourado fazendo-o desviar.

– Muito obrigada Shion. Contudo prefiro falar com Júpiter sem qualquer tipo de barreiras entre nós. – Pediu Atena graciosamente.

– A minha última e mais nobre convidada, Atena. – Afirmou o Deus dos Trovões fingindo falsa honra pela presença da Deusa da Sabedoria.

De súbito, a princesa Lúccia cessou as suas preces, levantando-se tão rapidamente como um raio cruza o firmamento. O cheiro das rosas que vinha amigavelmente ao seu encontro, convidava-a a mergulhar num sono perfumado e tranquilo que jamais teria retorno, todavia ela resistia-lhe com dedicação e sentido de ajuda urgente.

– Esta é a doce voz de Atena. Não posso ficar aqui. – Murmurava ela, lutando contra aquele tentador perfume. – Tenho que chegar lá.

Os cosmos do Carneiro dourado e do Deus Supremo Júpiter elevavam-se perigosamente desaparecendo na atmosfera elétrica. A jovem Deusa encontrava-se indefesa no meio de ambos. O grande-mestre assistia serenamente como se soubesse que a ajuda não tardaria. Os restantes cavaleiros finalmente cederam à insuportável dor e à cruel perda de sangue. Num repente luminoso, sete belíssimas cores invadiram o espaço almejando o Deus. Lúccia estava parada no cimo da escadaria.

– Lúccia não! – Balbuciou Albafica aterrorizado.

Júpiter fitava a Princesa dos mares com fúria, raiva e ódio que lhe desfiguravam o rosto divino e ambicioso. Vários trovões cruzaram os céus explodindo ali mesmo sobre o santuário.

– Tu és a traidora, filha de Neptuno, aquela que quase arruinou os meus planos! – Gritou o Deus aproximando-se de Lúccia.

– Sim sou eu, porém apenas assertou em metade do seu pensamento. De facto eu sou filha do Rei Neptuno, por outro lado eu não traí ninguém, apenas fiz a escolha certa, acho que isso não é considerado traição. – Respondeu Lúccia, caminhando para junto de Atena.

– Eu vou pulverizar-te deste mundo, miúda, ficarás reduzida a nada! – Ameaçou Júpiter. No entanto Shion colocou-se na frente das duas jovens, protegendo-as daquele olhar colérico.

– Sim pode matar-me, mas só no fim de contar a Atena o seu plano sórdido e obscuro. – Concordou Lúccia, atiçando ainda mais a raiva do Trovão.

– Obrigado ninfa Lúccia princesa dos Mares, porém não te devias submeter a tal perigo. – Agradeceu Sasha, a preocupação toldava-lhe a voz. – Júpiter! Gostaria que me explicasse de que plano esta jovem e brava guerreira fala, por favor. – Pediu Atena delicadamente.

– Criatura desprezível e metediça! – Cuspiu Júpiter. – Eu posso contar porque de nada te servirá as minhas explicações, Atena no final morrerão todos sem excepção. – Garantiu furibundo o Deus Supremo. – Certa vez visitei um velho e antigo oráculo que me confessou que o corpo onde o Deus Hades iria reencarnar nasceria na Itália, berço da civilização Romana, berço do meu nobre e disciplinado povo, berço do meu perfeito e nobre reino, nada mais conveniente para a realização de um sonho, desejo, plano já bastante antigo tão arcaico como o próprio mundo.

– Hades? Mas o que tem ele a ver com este plano descabido? – Perguntou Sage.

– Eu iria roubar esse recipiente humano, mais tarde quando Hades despertasse convencê-lo-ia a juntar-se a mim, juntos reinaríamos como senhores poderosos e soberanos sobre a Terra. – Continuou Júpiter, ignorando a intervenção do Grande Mestre.

– Só que havia um entrave à concretização desse plano, estou certa. – Perguntou Atena.

– Sim, claro. Um entrave bastante inconveniente que iria atrapalhar os preparativos. Eu teria que exterminar da face da Terra Atena e os Seus nojentos cavaleiros. E aqui estou eu. – Finalizou o Supremo Deus.

– Uma mente tão pérfida e poluída não deve habitar um mundo tão belo e puro como este Terra, esta Terra que tanto amo. – As lágrimas escorriam pelo sagrado rosto de Sasha.

– Chega de palavras vagas e sem sentido. Adeus Atena. Adeus traidora. Adeus Cavaleiros. Deslizem até à vossa incontornável morte deslizem através do doce e carinhoso trovão. Trovão do Destino! – Bramiu o Deus, evocando uma gigantesca e descomunal força elétrica que arremessou impiedosamente contra as duas raparigas.

Num salto de coragem, apreço e valentia Lúccia colocou-se na frente da Deusa Grega.

Qual o destino da Jovem Princesa dos Mares?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Guerra Greco-Romana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.