Morgan POV

Eu estava lá sentada na areia olhando o mar. E então comecei a falar sozinha.

— Por que foi que eu inventei isso?! (Eu dizia baixo enquanto olhava as ondas batendo) Eu estava com ciúme ou apenas insegura?! (Eu continuava pensando baixo) Argh! Eu estou me tornando uma pessoa carente e depressiva! E eu não gosto nada disso! Eu já fui assim e não quero ser de novo! (Eu continuava pensando baixo)

— Oi… (Eu olhei pra cima e então o Pica-pau se sentou ao meu lado)

— Oi… (Eu disse e ficamos alguns segundos calados)

— Qual é mesmo o seu nome?! (Ele disse rindo e interpretando)

— Morgan… Você é Castiel, né?! (Eu ri)

— Uhum… Por que está aqui sozinha?

— Porque eu fiz uma aposta com alguém e me arrependi.

— E por quê? (Ele continuava interpretando, então eu ri)

— Porque eu sinto falta dessa pessoa… Eu queria estar com ela.

— Entendi. E quem é mesmo essa pessoa?

— Alguém que eu amo. (Eu disse ainda rindo da palhaçada dele)

— Sabe?! Eu também fiz uma aposta com alguém e me arrependi. Mas meu orgulho não me deixa admitir isso pra ela. Você pode me ajudar?!

— Ajudar com que?!

— A dizer a ela que eu perdi porque eu não consigo mais ficar longe dela. Porque eu passei um mês sem falar com ela direito e a ter do meu lado, e isso já foi o suficiente por no mínimo uns três anos. (Eu o olhei surpresa)

— Você sentiu tanta a falta dela assim?!

— Mais do que ela imagina… (Ele sorriu)

— Quer voltar pra boate comigo?! (Eu perguntei sorrindo)

— Não… (Ele disse envergonhado) Eu não posso voltar pra lá…

— Por que não?!

— Eu fui expulso… Eu bati em um cara que estava mal tratando uma das mulheres com quem eu fiquei ontem.

— Entendi… (Tudo bem, eu estou enciumada. Mas gosto que ele seja sincero!)

— Vamos ficar aqui… (Ele deitou na areia) Deita aqui comigo…

— Meu cabelo vai ficar sujo de areia. (Eu o olhei e ele puxou meu braço me fazendo deitar) Hei! (E então ele me abraçou com o braço que me puxou) Você ainda me deve 250 dólares.

— São 500, Nanica! (Eu o olhei confusa) Só passaram três dias. (Ele riu)

— Só tem isso?! (Eu perguntei espantada e ele assentiu) Então eu posso te pedir qualquer coisa?! (Ele assentiu novamente e eu ri) Então diz o quanto você me ama!

— Morgan! Isso não é algo que você precise de uma aposta pra pedir. Idiota! Assim parece que eu faço porque sou obrigado. (Ele disse grosso e eu ri)

— Tá, então você pode, por favor, dizer o quanto me ama?!

— Você vai pedir outra coisa depois, ok?! (Eu assenti) Então tá… (Ele ficou pensativo durante alguns segundos) Presta atenção porque eu não vou dizer isso outra vez. Considere como se eu estivesse bêbado. (Eu ri e então ele apontou para o céu com a mão que me abraçava) Tá vendo aquela estrela?! (Eu assenti) Ela parece ser a menor de todo o céu, mas nós dois sabemos que na realidade ela é maior do que mesmo nosso planeta. (Ele abaixou a mão e eu fiquei alguns segundos tentando entender)

— Não entendi.

— Esse é o tamanho do meu amor por você. Ele pode parecer pequeno, mas no fundo é maior do que tudo que eu já senti. (Eu olhei pra ele com algumas lágrimas nos olhos) Você não se emocionava tão fácil antes! (Ele riu e beijou minha testa)

Ficamos assim durante algum tempo, não falamos nada ficamos apenas ali sentindo o calor um do outro, até que resolvemos ir para o quarto. No escuro eu não havia percebido, mas quando nós finalmente chegamos ao quarto e ele tirou a mão do bolso da jaqueta eu percebi. A mão que não estava segurando a minha antes e nem me abraçando, estava ensanguentada e cheia de cortes.

— Mas o que foi isso?! (Eu disse preocupada pegando a mão dele)

— Não foi nada, Nanica! (Ele puxou a mão)

— Como não foi nada?! Eu vou limpar isso enquanto você me explica o que foi que aconteceu. (Eu peguei o pulso dele e o puxei para o banheiro) E então? (Eu perguntei enquanto limpava a mão dele) Tem até vidro aqui!

— Tá… Eu quebrei um copo na mão quando estava com raiva.

— Raiva de que idiota?! (Eu disse grossa)

— Pelo mesmo motivo que eu bati no viado da boate!

— Atah! Pela mulherzinha que você pegou!

— Eu não peguei ninguém! Só estava saindo com ela igual você estava fazendo com o cara que esbarrou em você no avião! (Ele disse grosso)

— E como é que você sabe disso? (Eu disse grossa, apertando a mão dele)

— Ai! (Ele puxou a mão da minha) Porque estávamos na mesma boate!

— E como você sabe que era o cara do avião? (Eu disse puxando a mão dele)

— Porra Morgan! Você acha que eu não tenho ciúme de você?! (Ele gritou)

— Fala baixo! (Eu disse grossa) E você acha que eu também não tenho?! (Eu disse ainda mais grossa) Mesmo comigo ao seu lado sempre tem um monte de vagabundas te cercando! Isso é irritante, sabia?! Você sabe como eu me sinto?!

— Não é muito diferente comigo! Eu to começando a achar que você finge não perceber que os caras ficam te comendo com os olhos só pra parecer mais difícil!

— Ah sério?! Você realmente acha isso?! (Eu disse irônica) Eu nunca reparo ninguém me olhando porque eu sou lerda e não porque me faço de difícil!

— É! Mas o cara do avião você reparou! Deu bola pra ele durante três dias!

— Eu não dei bola pra ele! Eu achei que ele só queria ser meu amigo! (Eu disse grossa) Argh! Pior foi você que ficou saindo com um monte de mulheres!

— Foi você quem sugeriu a aposta! (Ele disse raivoso)

— E você aceitou! (Eu disse tão raivosa quanto ele)

— Argh! Eu te odeio!

— Eu também te odeio! Sai daqui! Eu vou tomar banho pra esfriar minha cabeça! (Eu disse bem irritada o colocando pra fora e batendo a porta) Idiota!

Depois de ficar quase trinta minutos na banheira e pensando em tudo o que aconteceu hoje. Eu me dei conta de uma coisa. Então eu me enrolei na toalha e saí…

— Como você sabia que eu fiquei os três dias com o mesmo cara?! (Ele estava deitado na cama e então se levantou, depois chegou bem perto e ficou me olhando)

— Como você acha?! (Ele disse grosso)

— Então você me seguiu?! Perseguição é crime só pra você saber!

— Foda-se! (Ele disse grosso)

— Eu não já pedi pra você parar com isso?! Por que você ficou me seguindo?!

— Não é óbvia a resposta?! (Ele disse tão grosso quanto eu) Argh! Você é tão idiota que às vezes me irrita! Você realmente acha que eu ia entrar numa briga por causa de uma vagabunda que eu mal conheço?! (Ele disse grosso)

— Então por que foi?! (Eu disse irritada cruzando os braços)

— Por causa de você! Idiota! Você acha mesmo que eu ia deixar um desgraçado daquele beijar minha esposa e sair impune?! E quer saber mais?! A culpa da minha mão está toda enfaixada agora também é sua! Eu estava bebendo vodka quando vi a linda cena de um infeliz te agarrando e automaticamente quebrei o copo! Satisfeita?!

— Por que fez isso?! Eu não pedi pra você fazer nada! (Eu disse grossa)

— Porque eu te amo sua idiota! Argh! (Ele bufou) É tão difícil ser casado!

— Eu ia te dar o divórcio, foi você quem não quis!

— Porra Morgan! Só cala a boca tá legal?! (Ele disse bem irritado e me puxou me beijando) Você acha que se eu conseguisse ficar longe de você eu já não tinha ido?!

Ele voltou a me beijar e então nós sorrimos e ele levou as mãos até a ponta da toalha em que eu estava enrolada e a abriu me deixando nua, eu sorri maliciosa e fui em direção a cama…

— Deite-se. (Eu disse maliciosa)

— O que?! (Ele perguntou rindo)

— Eu estou no comando esta noite. (Ele sorriu malicioso e fez exatamente o que eu mandei...)

Na manha seguinte quando eu acordei ele estava sentado na escrivaninha do quarto escrevendo alguma coisa. Então eu me sentei na cama…

— Você é canhoto? (Eu perguntei após me espreguiçar, ele me olhou e sorriu)

— Ambidestro. (Ele voltou a escrever) Eu toco com a mão direita e…

— Você nunca tocou pra mim. (Eu o interrompi pensativa) O que está escrevendo? (Eu perguntei curiosa)

— Quer que eu toque pra você hoje?! (Ele acabou de escrever pegou o papel que estava escrevendo e veio a minha direção) Toma. (Ele me entregou o papel)

— O que é isso?! E como você vai tocar pra mim hoje?

— Se você ler você vai saber, não acha?! (Ele disse grosso e eu revirei os olhos) Tem uma loja de instrumentos na cidade, nós podemos dar uma volta por lá e eu toco pra você. (Eu assenti) Agora leia, por favor. (Eu assenti e então comecei a ler)

—… (Era uma declaração, eu sorri enquanto lia) Você quem es…?

— Não! É só a letra de uma música… (Ele me interrompeu grosso)

— Você escreveu isso pra mim! Que fofo! (Eu o abracei)

— Eu não escrevi nada, já disse! (Ele disse envergonhado)

— Eu te amo! (Eu me afastei suavemente e fiquei próximo o suficiente)

— Não sabia que uma simples frase podia me fazer tão feliz… (Ele sorriu)

— Adoro quando você é carinhoso sabia?! Me faz pensar que só existe nós dois no mundo todo… (Eu ri envergonhada) Blargh! Que romântico! (Nós rimos)

— É exatamente assim! (Ele me beijou, me fazendo cair na cama e ele em cima de mim) Eu também te amo! Amo mais ainda quando está bem debaixo de mim!

— Seu pervertido! (Eu disse levemente envergonhada)

— O que foi?! É a verdade! (Ele riu e me beijou)

— Chega. Você tem que tocar pra mim, esqueceu?! (Eu o empurrei)

— Mas eu preciso de inspiração, primeiro. (Ele disse malicioso)

— Não precisa não! Já tem até a música. (Eu peguei papel que ele havia me dado e o entreguei e ele riu) Vou tomar banho.

— Então eu vou também. (Ele disse maliciosamente e me roubou um beijo)

Nós tomamos banho juntos e como parte da aposta ele me levou a cidade e tocou pra mim. Depois me amostrou o que ele ficou fazendo no primeiro dia da viagem. Foi divertido! E a melhor parte foi que passamos o resto da viagem juntos e sem brigas!

Cinco meses se passaram desde que nos casamos. Amanhã comemoramos um ano que estamos juntos de verdade, mas na lei já é o segundo ano! Depois de se declarar pra mim o Igor resolveu passar um tempo na França e já está por lá tem uns longos três meses, sinto falta dele! O Castiel passou a ser mais amigo do Armin, na verdade da Iris, mas enfim estamos sempre os três casais juntos. Tamy e Lys, Armin e Iris, e nós.

Como amanha finalmente completamos um ano, pensamos em sair com nossos amigos, eu queria chamar o Nath também, mas quase fui fuzilada por causa disso. Ainda descubro qual a rixa desses dois! Com tanta empolgação para meu aniversário de casamento, a Tamy resolveu que vai pedir o Lysandre em casamento já que ele não se decide! O que me lembra da “declaração” que o Pica-pau estava escrevendo quando eu acordei numa de nossas noites de lua de mel. Sabe?! No fundo ele é bem romântico!

Devia ser umas duas da manha, estávamos dormindo, mas meio sem querer eu acordei com uma vontade louca de comer. Me recusei a levantar! Mas meu estômago começou a doer... Que saco! Eu me levantei em silêncio para que ele não acordasse e fui até a cozinha... Olhei em tudo que foi armário, geladeira... Nada me interessava! Argh! Se essa coisa dentro de mim fosse mais paciente, eu poderia estar dormindo e não procurando algo para comer!