P.O.V Thalia

Já fazia um tempo que estávamos na casa de Piper. Todos estavam se divertindo horrores, menos eu e Nico, é muito irônico isso. Assim como eu, ele estava tomando o café que eu trouxe pra ele, e por incrível que pareça, essa minha terceira xícara de café não está me ajudando em nada.

–Já chega, isso não ta resolvendo nada na minha vida. –disse deixando minha xícara na mesa de centro em frente ao sofá que eu estava –Já a sua eu não sei, é a sua primeira xícara? –pergunto ao Nico.

–Na verdade não, é a minha quarta, mas não ta adiantando nada também.

–Okay, nunca pensei que eu iria dizer isso mas, vamos conversar, to no tédio e você é a única pessoa que está na mesma situação que eu. –disse encostando minha cabeça no encosto do sofá.

–Tudo bem, então, como vai seu trabalho? –ele pergunta me imitando.

–Não vai, esse é o problema. Eu ainda não tenho noção de que música cantar e nem de que coreografia apresentar. –respondo fechando os olhos com força e em seguida os abrindo –E o seu? Como anda? –devolvo a pergunta.

–Bem, eu já sei que música cantar mas o problema é a coreografia. Tem uma parte que eu preciso fazer uma acrobacia e eu não estou conseguindo, fiquei com tanta raiva que acabei dando um soco no espelho e machuquei minha mão.

Ele disse e eu olhei pra mão dele que estava enfaixada com ataduras brancas. Pela definição da coreografia e pelo tema que temos que apresentar, eu já tenho noção do que eles vão dançar, talvez eu possa ajudá-lo.

–Uma pergunta, por acaso a música que vocês estão pensando em apresentar é essa? –pergunto mostrando a música no meu celular.

–Sim é essa. –ele responde.

–Então talvez eu possa te ajudar. Eu sei a coreografia dessa música e especialmente a parte que você está com dificuldade de dançar. Eu te ajudo e em outra ocasião você devolve a ajuda. E então? Combinado? –pergunto estendendo a mão.

–Combinado. –ele responde apertando a minha mão.

Soltamos a mesma e voltamos para a posição que estávamos antes. Sinto-me observada e olho para frente onde todos estão me olhando como se tivesse nascido um terceiro olho na minha testa.

–Que foi gente? –pergunto a eles e eles olham para Nico.

–O que tem de errado? –ele também pergunta.

–Nada, só que, é meio estranho vocês estarem conversando. –Piper disse

–Ai gente, que que é? Eu não posso nem falar com o garoto mais que vocês ficam com cara de peixe morto? –disse um pouco exaltada.

–É só que, levando em conta o que aconteceu no passado, eu achava que vocês iriam sei lá, ficar brigados.

–Gente, não é porque estamos conversando que significa que eu gosto dela ou que somos amigos. –Nico disse e eu assenti –Nós somos grandinhos o suficiente para delimitar as coisas. Seria muita infantilidade nossa se ignorássemos a presença um do outro.

–Sim, o que aconteceu no passado machucou muito, e sim, na primeira vez que eu vi ele desde o dia em que ele tinha ido pro outro país eu meio que atirei o pedras, mas já se passaram algumas semanas, certo? Eu tenho que me acostumar com a presença dele e ter consciência o suficiente que em certos casos eu vou ter que retirar a cola que tem na minha boca e falar com ele.

–Nossa. –Bianca disse com os olhos arregalados –Isso foi bem profundo. Mas então, participem vocês dois da conversa também. A professora me disse que nós, meninas, precisamos apresentar uma música voltada para as meninas, por que? Não sei, mas fazer o que. Eu estava pensando na música Salute e os ensaios podem ocorrer lá em casa, o que vocês acham?

–É, pode ser. –respondo –Mas antes de pensarmos em qualquer coisa que me deixe de mau humor, que tal assistirmos um filme?

–Pode ser, vam...

–Desculpa pessoal, mas eu, a Rachel e o Luke precisamos ir, tem uns dois amigos nossos que estão vindo passar um tempo com a gente e precisamos ir buscá-los no aeroporto.

–Pera, Luke, você dirige? –pergunto e ele da um sorriso de escárnio.

–Claro, Thalia, tenho 17 anos filha.

–Ah. –digo tirando meu olhar dele e olhando pra frente –Eu não sabia, legal. Até outro dia.

–Até.

Eles se despediram e saíram da casa de Piper. Esperamos a mesma e Silena irem pegar a caixa enorme de filmes que elas tinham debaixo da cama. Vinte minutos depois as duas crias de Afrodite resolvem descer. Enquanto algumas pessoas resolviam sobre o filme, outras foram para a cozinha preparar a pipoca enquanto eu, fiquei sentada no sofá.

Após uma briga entre terror e romance, decidimos assistir uma animação, porque animação é animação. Escolhemos “Batman VS Robin” , só porque tem Damian trevoso Wayne.

–Cara, na moral, o Damian é muito lindo. –Katie disse depois de muitos minutos de filme –Por que não temos um Damian na nossa vida?

–Porque ele é perfeito de mais para ser real. –Bianca responde –Mas eu ainda prefiro o Dick.

–Mas como? Amiga, é o Damian. Tem o Tim, o Jason e até a Barbara pras lésbicas de plantão, mas o Damian é o Damian, por favor néh?! –Hazel disse

–Cada um com seu senpai, sai daqui. –Bianca jogou uma almofada na Katie e deitou no chão –A vida é tão difícil, o senpai não me nota.

–Até porque ele é apenas uma animação. –Leo concluiu o que resultou em uma Bianca furiosa correndo atrás do mesmo.

–Bianca, por favor, haja como uma pessoa normal pelo menos uma vez na vida. –Nico pediu após alguns minutos já cansado da situação.

Bianca fez o que foi pedido, porém com uma expressão emburrada e logo começou a comer pipoca. O filme acabou minutos depois e eu recebi uma notificação no meu celular. Era meu pai pedindo para que eu e Jason voltássemos para casa pois teríamos algum jantar da empresa dele.

–Acho que eu e o Jason precisamos ir, aparentemente terá um jantar de negócios lá em casa. –disse guardando o celular.

–Eu e o Nico precisamos ir também, nosso pai está dizendo que iremos jantar fora hoje. –Bianca diz tampando o microfone do celular –Não pai, não iremos demorar.... Sim te... calma pai, você já conhece todos eles e... Claro, claro.... Ah, o espelho da sala de ensaio? Isso o senhor pergunta pro Nico. Já estamos indo, tchau.

–Acho que é isso, tchau pessoal. –nós quatro nos despedimos e cada um tomou seu rumo, eu e o Jason pra nossa casa e os di Angelo pra deles.

Andamos por um bom tempo, tempo o suficiente para eu querer que Jason me carregasse, nós chegamos em casa. Mal conseguimos abrir a porta, já que tinha um armário em forma de gente barrando nossa passagem e até meu pai liberar a nossa passagem eu já tinha quase dado um tiro no segurança.

Subi até o meu quarto e fui em direção ao banheiro tomar um banho e me preparar para o jantar com os sócios do meu pai. Quem mandou ser filha de empresário.

P.O.V Autora

Assim que saíram da casa dos McLean, Luke, Rachel e Calypso foram em direção ao aeroporto. Luke, sem noção de velocidade, foi correndo ao aeroporto, sentia muita falta de sua pequena.

–Luke, você ta querendo matar a gente? Porque se não, ande mais devagar. –Calypso pediu se segurando no banco do carro.

Nós sabemos a saudades que você está sentindo mas não é o bastante par nos matar. –Rachel completou a frase da garota de cabelos mel.

Atendeu o pedido das duas meninas presentes no carro e diminuiu a velocidade, estavam chegando no aeroporto mesmo, não iria ter diferença nenhuma. Assim que chegaram, ele procurou uma vaga e estacionou seu carro e rapidamente saiu do mesmo, correndo em direção a entrada.

Ao que aparentam, eles haviam acabado de pousar e isso fez com que todos ficassem apreensivos e ansiosos. Cerca de dez minutos depois, dois adolescentes vieram em direção aos outros três, que ficaram confusos.

–O que foi, não vão dar um abraço na gente? Ficamos tanto tempo fora e não merecemos nem um abraço? –o garoto moreno perguntou.

–Claro que merece cara. E você também... Annabeth. –Luke a olhou sorrindo tendo uma simples resposta...

–Como é bom estar de volta.