Guilherme finalmente conseguiu avistar a mulher, mas não reparou muito bem que era Manu, ela já estava fraca, se afogando, e só via seus braços tentando lutar contra a maré, mas acabou indo ao fundo, o que só deu tempo de Guilherme observar o céu, que em uma parte estava coberto de cinza, Guilherme mergulhou e quando viu a face de Manuela ficou totalmente desesperado, nadou e a pegou nos braços, fraco, foi até a superfície para
poder respirar, ele chegou até a superfície com Manuela, e se desespera com ela.
"MANU? MANU? POR FAVOR FALA COMIGO!!"
Ele a abraça forte, fazendo ela acordar, abrindo os olhos devagar,e sentiu que Guilherme a abraçava forte, e de uma forma tão sincera, muito mais forte e intensa, ela viu que estava no meio do mar, mas ainda fraca, ia caindo num desmaio, sua respiração ficou ofegante, o que fez Guilherme perceber que ela havia acordado.
"Manu?!" — Diz ele segurando ela no colo, que sorri fraca, ele não se conteve e a abraçou, mas viu que o mar estava forte demais, e que eles tinham que sair de lá antes que a onda os levassem.
"Agora não é hora pra isso, mas você aguenta até chegarmos lá?" — Diz Guilherme ajeitando Manuela em seus braços, ela assente e ele nada até a superfície, chegando lá tinha uma equipe de paramédicos prontos para levar ela para o posto de salva vidas, ele a pôs na maca e deu um beijo em sua testa, alguns curiosos ficaram sem entender a cena, mas o que importava para Guilherme é dar o total apoio para a mulher da sua vida naquele momento.
"Conheces ella?" — Diz o paramédico.
"Mí amiga." — Diz Guilherme recolhendo os pertences de Manu para levar ao posto de saúde.
"Vamos comigo." — Guilherme olhou para Lourdes, que sorriu falando — "você consegue.", e embora ela não o conhecesse, era como se entendesse tudo o que Guilherme sentia por Manuela, e sentisse que era verdadeiro.
Guilherme ficou esperando notícias do médico a tarde inteira ao lado de Manuela no hospital, cansado e preocupado com o estado dela, não conseguia pensar direito, e muito menos falar algo. Ele observava o lado de fora do quarto que estava, e via Bruna falando com o doutor, como se ele explicasse toda a situação, Ela o olha pela janela da porta, mas logo desvia o olhar, ele se senta na borda da cama de que Manu estava deitada, e segurou na sua mão.
"Manu, por favor, acorda. Eu queria ter te impedido de ter entrado no mar, ou de ter ido a aquela praia, você não sabe como eu me preocupo. Talvez você não esteja escutando isso e talvez eu nunca tenha dito isso antes por vergonha, ou qualquer coisa assim mas eu não quero perder mais você Manu. Você é muito importante pra mim." — Ele se nega ao choro, que é inevitável, beija a mão dela e continua a falar. "Por favor, se cuida. Eu não quero esse pesadelo de novo."
Bruna assiste toda a cena, emocionada, acaba deixando uma lágrima cair, até que Guilherme percebe a presença dela, ele levanta da cama, enxuga as lágrimas e ajeita o lençol que cobria Manu e resolve falar com Bruna.
"Oi Bruna." — Guilherme funga o nariz e se senta na cadeia ao lado da cama de Manuela, sem graça.
"Eu nunca esperei ver uma cena dessa."
"Que cena?"
"Você cuidando da minha amiga, salvou a vida dela, ela vai ficar bem Guilherme, o médico disse que quando ela acordar ela leva alta."
"Graças a Deus, mas porque você acha anormal eu me preocupar com a Manuela?"
"Você nunca foi disso, eu te conheço. Manuela chorava os montes por você, e eu que tinha que aguentar o mimimi todo. Mulherengo, Safado, Inconsequente.." Guilherme a interrompe antes que ela falasse demais.
"Alto lá, vai jogar na cara tudo agora?"
"Não, hoje não" — Bruna ri, mas recupera o fôlego para continuar a falar. "Sabe Guilherme, você e a Manu são dois complicados, complexos e totalmente opostos. Mas ela tem alguma coisa que te faz voltar. E você, por incrível que pareça, tem algo que não deixa ela ir. Você acabou de me provar que você quer bem para minha amiga, e agora eu pensei direito e, acho que tenho te dar um voto de confiança. Luta por ela vai. Ela precisa de você."
E num abafado "Obrigado", Guilherme sorri para Bruna, que o abraça.
Bruna e Guilherme ficam esperando Manu acordar durante o resto da tarde, conversavam sobre Manu, até que a própria acorda lentamente e percebe a presença dos dois conversando, e estranha.
"Bruna? Gui?" Diz Manu.
"Até que enfim você acordou hein, tá bem?" — Fala Bruna chegando perto da cama junto com Guilherme, que sentam nas bordas da cama, o que fez Manuela sorrir.
"Tô bem sim, Bru."
"Graças ao Guilherme, você não passou dessa pra melhor." — As duas o olham e riem.
"Não exagera Bruna, mas foi muito perigoso você não ter saído do mar quando os guardas falaram que tava com bandeira vermelha, Manu."
"Eu sei Gui, e te agradeço por ter me salvo, nem sei como retribuir." — Ele sorri, disfarçando, mas deixa Manuela prosseguir. — "Mas é que eu tentei sair do mar, só que não consegui, e acabei desmaiando por lá."
"Bom gente, o pior já passou, eu vou falar com o médico avisando que você acordou. Guilherme fica com você até recebermos alta." — Ela pisca para ele e bate em suas costas, saindo e fechando a porta do quarto.