Passaram 2 dias; o convívio no porão durante aqueles dois dias era perturbador. Eles passavam a maior parte do tempo com Lourdes, tentando se acostumar com a volta para o Brasil. Adiaram o vôo de Manu para sexta, Manu arrumava as malas no quarto, estava tudo muito espalhado; Guilherme aparece de fininho e a assusta.
"Que susto, homem." Ela dá um pulo.
"Desculpa." Diz ele rindo. "Já tá arrumando as coisas?"
"Sim, eu vou na sexta, esqueceu?"
"Mas já?"
"É, meu amor. Infelizmente eu não vim com você, era até pra eu já ter voltado. Enfim, você volta na segunda, quem sabe a gente se vê."
"Quem sabe? Óbvio que a gente vai se ver. A gente namora." Ele a derruba na cama, que ri.
"Namoramos? "
"Claro ué."
"Você nunca me pediu em namoro."
"Digamos que não somos um dos casais mais românticos, e que a gente tá junto, e sabemos que não precisamos oficializar alguma coisa pra mostrar a alguém que nos amamos. Se deu pra entender."
"Deu sim. Mas sei lá. Tô cheias de expectativas pra a gente."
"Me conta cada uma."
"Ah meu amor, eu não posso sair falando tudo que eu quero que se realize. É difícil falar pra você."
"Manu, pode contar comigo sempre. Eu tô aqui, pra te escutar, dá suporte. Somos um time."
"Você falando me lembra meu pai."
"Isso é um elogio amor?"
"É, é sim." Diz ela sorrindo de lado. "Ele é o cara que eu mais amo no mundo. Depois vem você."
"Como assim eu não sou o primeiro? Que barbaridade." Diz ele se levantando da cama.
"Hey, ele que me pôs no mundo também."
"Então nesse caso, eu também tenho um enorme carinho por ele."