"Você está quieta." Diz Guilherme sussurrando.
"Acho que estou nervosa."
"Com isso amor?"
"Sim, me incomoda o fato de que isso é até quarta feira, e incomoda muito mais saber que a gente já vai voltar para o Brasil na próxima semana. Incomoda saber que todos esses momentos bons aqui vão ser eternizados mas que não vai ter um botão de replay, pra voltar na hora que eu quiser. Eu só queria que, sei lá. Que fosse pra sempre. Queria a emoção todo o tempo que passei contigo aqui, pra sempre. Pra sempre aquele frio na barriga, aquela metáfora idiota. Esse frio na barriga parecia mais como um tiro."
"Não era um tiro. Era só um começo de coisas boas, Manuela. Acho que eu, você não estávamos a tanto tempo sem ser felizes que isso foi como um sonho. E é um sonho Manu. O meu sonho. A gente tá vivendo isso, e não a nada que possa impedir, não é?"
"Você sempre sabe o que falar."
"Nem sempre meu amor. Nem sempre."
"Mas sei lá, pra mim você sempre fala. Parece um anjinho bem chato e mala."
"Bem Chato e Mala é?"
"Tá, só um pouco chato e mala. Mas ninguém é perfeito."
"Você é também um pouquinho teimosa e enraivada, mas seu caos... Bem faz parte das coisas boas."
"Vai entender."
"É, vai entender."
Guilherme dá um beijo na testa dela, que fica deitada junto a ele no sofá vermelho, pensando em tudo que iriam passar essa semana em Santo André e no Brasil.