"Uau." Diz Guilherme espontaneamente.
"Eu estou bem?" Diz Manu dando uma volta e mostrando seu lindo vestido branco.
"Tá... Tá espetacular."
"Não é pra tanto.. Você também não está nada mal."
"Grato pela parte que me toca."
"Grata pela parte que já sei."
Eles riram e seguiram até a varanda, Guilherme tinha feito uma ceia com dona Lourdes, não era enorme, mas era modestamente boa; eles se sentaram-se frente a frente, tocava algumas musicas lentas que Manu tinha escolhido, e parece que a noite se passa rapidamente em longas conversas de o que tinha se passado durante 2016, e parecia que tudo ia bem, eles discutiam um do outro lado da varanda.
"Acho que comi demais, Gui."
"Bobagem, temos que aproveitar esse último tempinho de 2016. E eu só faço meu discurso depois da 12:00."
"Ano novo é meio frustrante não? As expectativas são tão grandes.. Que todo mundo se frusta."
"Não eu. Ainda tenho tempo de fazer o que quero. Mas e agora?" Diz Guilherme olhando para o relógio. "Faltam 9 minutos para o ano novo. O que a gente faz?" Diz Guilherme.
"A gente poderia brincar. Bote seu óculos festivo, vou botar minha tiara com o "happy new year" Finge que estamos em uma grande festa."
"Tá, mas como?"
"Bem, vamos fingir que não nos conhecemos; e estamos numa grande festa. E nessa festa há um rio de garotas." Manu se levanta do batente; e Guilherme do banco.
"Ok, ok.. Vejo 10, 20 meninas, VOCÊ! E você está do outro lado da festa." Diz ele apontando para ela, o que a faz rir.
"E já se passa o nono minuto... Eu olho para você e você me olha."Guilherme fica vesgo, brincando com Manu. "Você me vê, nossos olhos se encontram, certo? Nós sorrimos sutilmente para o outro."
Guilherme novamente faz alguma palhaçada, Manu exclama "Sutilmente!" E eles vão se aproximando.
"E agora se passam mais 2 minutos da festa, você vem até mim e parece que só tem nós dois nesse lugar." Diz Guilherme sussurrando, o que faz Manu ficar corada.
"Como podemos brincar quando nós temos menos de 6 minutos do último ano para refletir tudo que fizemos e deixamos de fazer, Guilherme?"
"Eu já não ligo mais pra o que deixei de fazer, Manu. Não agora. Estou me divertindo, realmente." Diz ele cada vez mais perto. "Voltando a brincadeira, começou a tocar aquela música clichê de filme colegial que fala sobre um casalzinho no baile de formatura."
"Você é criativo, gostei. Mas tem dezenas de filmes assim. Passa-se mais 2 minutos, e você me chama para dançar."
Ela estende a mão e começam a dançar a música por um tempo, eles riam a todo o tempo, faziam giros e improvisos, sem se importar. Já era 11:59.
"Agora chegou o último minuto. É esse o ponto essencial, o clímax da história."
"Só pra saber, nessa tal cena de romance, antes que a nossa plateia se canse, você me beija no final?" Diz Manu numa voz amável.
"Veremos. Nós temos 12 badaladas, toca-se a primeira, vem o sorriso disfarçado."
Manu já estava sem fôlego, ele a puxa pela cintura, fazendo ela ficar arrepiada.
"Segunda badalada, puxão na cintura. Deu-se a 3 badalada, vem o sussurro."
"Acho que estou gostando dessas badaladas."
"Que bom, agora perdemos mais 2 com sua fala. Temos que pular meu galanteio."
"Triste."
"6 badalada, a gente vai ficando testa a testa, isso não é impressionante? Até agora você não reclamou."
"Chato."
"Chegamos aonde eu queria chegar, você põe as mãos no meu ombro, e estamos entrelaçados."
"Perdemos mais 3 badaladas."
"Então, essa é a 10. Eu digo que te amo e te abraço mais forte."
"12..." Disse Manu com seu coração palpitando de ansiedade
"Bem, essa é a 12. E chega na parte tão esperada pelo público, é a parte que a mocinha se rende ao rapaz, e ele sooa um "Feliz Ano Novo" e a beija apaixonadamente. Feliz Ano Novo, Manu."
Sem nem questionar nada, ela agarrou ele o mais rápido possível, e o beijou como se não houvesse amanhã. Foi um beijo longo, tal como uma despedida. Escutava-se fogos de artifício, mas Manuela e Guilherme nem se importavam, era algo que eles queriam que nunca acabasse. Intenso, Apaixonante, esperado. Era algo que devia ser eterno.