Manu desliga o celular e acompanha a cena de Guilherme saindo da água, ele pega a toalha que estava do lado de Manu e se senta a seu lado, olhando a maré.
"Era a Bruna no celular?" Questiona Gui.
"Sim, ela veio perguntar como a gente estava. Aliás, ela disse que estava bem e ainda perguntou de você."
"Manda um abraço pra ela depois. Ontem quem me ligou foi a minha mãe. Parece que ficou preocupada com essas tempestades tropicais, e fez o maior questionário da vida."
"Ué, porque?"
"Começou a falar coisas, perguntou porque eu não falei que você tava aqui comigo e tal, logo fiquei estressado e nem te falei nada."
"Normal. Ela já não se bate mais comigo né."
"Culpa da Brena né. Outra coisa não é."
"Falando nela, e a Brena?"
"Brena tomou seu rumo depois que percebeu que eu já não sentia nada por ela nem no começo nem no final do nosso namoro. Depois eu descobri que ela estava com o Ramiro. E nunca mais quis saber dos dois, até porque não tem o que saber."
"Você não sente nada a respeito disso?"
"Quem deveria sentir algo antes disso eram eles."
"Complicado."
"Muito. Mas prefiro esquecer essa parte podre da minha vida."
"Que bom que você pensa assim, Gui."
Ele olha pra ela segurando em sua mão, sorri como se estivesse agradecendo algo, ela retribuiu o sorriso entendendo Guilherme em parte em toda essa história louca dos dois. Ficaram observando o mar por um longo tempo, calados, talvez o maior tempo possível que eles passaram juntos sem falar nada. Depois de um tempo Guilherme se levantou para voltar para casa, saindo sem explicação nenhuma, o que fez Manu se questionar.
"Ei!" Grita Manu vendo Guilherme do outro lado da praia.
"O quê?"
"Porque você saiu daqui?" Manu falou pegando as coisas e indo até ele, ambos estavam ofegantes, mas o sol não estava tão forte.
"Eu achei que nós poderíamos arrumar a casa para o réveillon, arrumar a parte de fora, até pôr luzes naquele visco da frente." Disse Guilherme.
"Sim, justifica você ter saído?"
"E isso te preocupa?"
"Mais do que devia"
Permaneceram em silêncio. Não se discutiu mais nada, apenas entraram na casa e começaram a fazer uma grande decoração. Lourdes chegou na casa e ajudou os dois também, já que ela iria para outra festa, se sentiu meio culpada e resolveu ajudar os dois na festa dos mesmos. Ela fez algumas coisas e disse que apareceria, mas na virada ela certamente não estaria lá.
"Qualquer coisas, meninos, vocês vão na festa dos meus amigos do clube, já deixei o endereço na geladeira, pra vocês irem depois da virada. Já que vocês decidiram essa festa inesperada."
"Vai ser divertido aqui, depois eu e a Manu arrumamos tudo. Vai ser legal."
"Certeza que vocês querem ficar aqui? Aquela velharada pode não parecer muito agradável mas sabem se divertir."
"Imagino." Diz Manu rindo. "Mas seria legal comemorar na praia, nunca mais eu tinha passado um feriado na praia."
"Lembrem-se das tradições de ano novo, é sempre bom fazer aquelas coisas inúteis. Bem, eu já vou indo. Feliz Ano Novo." diz Lourdes abraçando os dois e indo em direção ao carro, seguindo viagem até a casa dos seus amigos, naquela tarde, Guilherme e Manuela pouco se falavam, não por discussão nem por conflitos, apenas por uma guerra interna de pensamentos.
À tarde se passou e logo se viu a noite; tudo estava arrumado, Guilherme esperava Manuela se arrumar para poderem ir para a frente da casa, e comemorar a virada de ano, ele estava todo de branco, com uma roupa impecável, tão bonito quanto a primeira vez que eles se viram. Manu sai do quarto; Guilherme se depara com uma das cenas mais lindas de toda sua vida, ela estava tão bonita que fez com que Guilherme questionasse todas as suas antigas ações. Se sentia apaixonado pelo que Manu era, por dentro e por fora.