"Manu?"
Ela olha para ele, e surpresa, sorri. "Gui?"
Eles abriram um sorriso, ainda tímidos, se levantando lentamente num silêncio entre aquela guerra de olhares interminável.
"Oi." Diz ele gaguejando entregando as coisas dela.
"Grata, bem.. Oi."
"Acho que você não imaginava que eu poderia estar aqui, não é" diz ele olhando para o chão, meio sem graça.
"Com certeza você seria a última pessoa que eu imaginava reencontrar." Diz ela sem graça, arrumando as coisas na bolsa e guardando o celular, vidrada no olhar de Guilherme. "Bom... Mas e ai, como você tá Gui?"
"Bem, acho. Veio passar a virada de ano aqui também?"
"Vim, vim sim. Eu e a Bruna. E você, quem veio com você?" Diz ela meio incomodada pelo fato de saber que Guilherme também passaria a virada em Santo André.
"Vou sim, meu avô e a minha mãe vieram."
"Ah, claro." Manu tenta disfarçar o desgosto de saber que Margareth estaria junto nessa viagem, pois as duas manteram um bom relacionamento até que ela empurrou Guilherme para Brena, ex dele.
"Bom, foi bom te ver de novo Gui, mas agora eu tenho que ir."
"Então tchau, Manu."
"Tchau, Gui." Manu não sabia o que havia sentido nesse quase-reencontro (reencontro seria um exagero) mas preferiu isolar o sentimento, com medo de se machucar novamente. Guilherme foi correndo atrás do seu avô para contar a notícia da volta de Manuela. Ele encontra seu avô na recepção que estava com uma cara de preocupação.
"Vô eu preciso te fa...O que foi vô?"
"Nada, parece que teve uns problemas lá no roteiro da novela nova e eu vou ter que voltar pro Brasil com a sua mãe."
"Trabalho e mais trabalho, vocês vão quando?"
"Amanhã de manhã, mas pode ficar tranquilo que você só volta dia 6 pro Brasil, explicamos ao gerente."
"Então não vão passar a virada de ano aqui?" Diz Guilherme com um sorriso indecifrável, quase malicioso.
"É Guilherme, o que você vai aprontar dessa vez?"
"Nada, nada não, eu.. Eu vou ajudar minha mãe com as malas e depois a gente se vê, tudo bem?"
"Tudo bem" ele faz uma pausa e continua "Você ia me falar alguma coisa?"
"Esquece vô, não era nada." sussurrou Guilherme: "nada que você precise saber."