"Acho melhor a gente ir dormir."
"Vamos."
Guilherme tira um cobertor do armário e eles vão se deitar.
A cama, separada ao meio por uma grande quantidade de lençóis e travesseiros, ficou bastante pequena para os dois, O que fez Manu questionar a sua sabedoria, mas ele não pareceu se importar. Ou fingiu não se importar.
"Desculpe," ela disse, "Pensei que daria mais certo esse plano."
"Tudo bem. Minhas pernas estão encolhidas e tem trocentas cobertas nas minhas costas. Isso é perfeito."
Sim, ele pensou. Pensou nas noites que ele estava no quarto dele pensando nela e ficava imaginando sentar ao lado da garota dos seus sonhos e sentindo que tudo estava certo com o mundo. Agora ele sabia do que tinha sentido falta todos esses anos. Quando sentiu Manuela descansar a cabeça em seus ombros, saindo da zona de limitação quase impossível de se ultrapassar, ele estava desejando que não tivesse se afastado dela. Queria que as amizades deles não existissem exatamente quando tudo estava dando certo à 2 anos atrás, e queria ter escolhido um caminho diferente na vida, um que teria o deixado permanecer como uma parte do mundo dela. Morar em perdizes, até passar o café da manhã a base de suco verde, rir com ela.
"Você está muito quieto," disse ela.
"Desculpe," ele disse. "Só estava pensando sobre hoje nós."
"Coisas boas, eu espero."
"É, coisas boas," ele disse.