Probabilidade escrita por prongs


Capítulo 5
O dia que Scorpius foi corajoso


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos e queridas!!! Meu DEUS, foi um parto pra esse capítulo sair que só cristo. Aparentemente eu não consigo escrever nada que não seja o Scorpius com a Rose (spoilers!), mas enfim; eles agora estão no terceiro ano e esse é o primeiro capítulo com POV exclusivo do Scorpius! Se acharem algum erro podem me dizer, revisei bem por cima, e boa leitura :) ♥



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CAPÍTULO QUATRO

A primeira vez que Scorpius falou com Bree Barnes no terceiro ano foi numa aula de poções um pouco antes do Halloween; tinha esquecido suas penas no dormitório e Albus perdia tanto as suas próprias que só tinha a que estava usando naquele momento para anotar as palavras vagarosas de Slughorn que apareciam no quadro negro. Ele suspirou e procurou seu primo, Lewis, mas ele estava sentado absurdamente longe, e resolveu cutucar o ombro da garota loira que estava sentada na sua frente.

Bree se virou prontamente. Ela tinha covinhas enormes, sardas espalhadas pelo rosto, um rosto redondo e olhos perspicazes e inteligentes. Ela não sorria muito, também, mas Scorpius estava acostumado a isso com vários de seus colegas da Sonserina. Ele já tinha tido algumas conversas com Bree, mas eles não eram exatamente próximos. Naquele momento, ela o encarava com seus olhos inquisitivos.

— Eu esqueci minha pena nas masmorras — Scorpius sussurrou com cuidado para que Slughorn não o escutasse; ele não iria tirar pontos da sua própria casa por alguns sussurros na aula, mas ainda era melhor não arriscar. — Você tem uma pra me emprestar?

Ela sorriu levemente para o loiro e ele pôde jurar que ela havia corado um pouco, mas com certeza era só algo que havia inventado na sua cabeça. Ela rapidamente vasculhou seus materiais e entregou uma pena para Scorpius, que agradeceu com um aceno de cabeça.

Na segunda vez, uma semana depois, Scorpius estava jogando xadrez bruxo com Albus no Salão Comunal da Sonserina antes de dormir e Bree estava com suas amigas Leslie e Sophie, as três conversando e dando risadas num dos cantos da sala e olhando para Scorpius e Albus de vez em quando. Os dois haviam notado, claro, mas preferiam ignorar os olhares delas do que sorrir de volta. Ficou muito mais difícil ignorá-la quando ela andou até a mesa deles acompanhada de Leslie, as duas dando risadinhas, e entregou um bilhete na mão de Scorpius.

— Abra quando estiver sozinho — A voz de Leslie foi clara e assertiva, e as duas se viraram enquanto o rosto de Bree ficava tão vermelho quanto o uniforme da Grifinória.

Scorpius olhou para Albus com uma expressão perdida e os dois balançaram as cabeças, esquecendo do bilhete por um tempo. Depois que terminaram o jogo, andaram pelos corredores da Sala Comunal até o dormitório, onde Scorpius se sentou na cama do amigo e abriu o pedaço de pergaminho e o leu em voz alta:

— “Hogsmeade no fim de semana? Te encontro na Dedos de Mel às 14h”. — O loiro olhou com um certo desespero para o amigo. Bree não era feia; muito pelo contrário, tinha cabelos legais, olhos grandes, e, bem, garotas com treze anos começavam a ficar bonitas. Não como as quintanistas ou setimanistas, mas bonitas. — O que eu faço?

Albus o encarou de volta com o mesmo olhar perdido e deu de ombros.

— Encontre ela na Dedos de Mel? — O tom sarcástico de dúvida em sua voz fez Scorpius suspirar.

— Mas vai ser tipo… um encontro? — Ele torceu o nariz, lendo o pergaminho novamente.

— Bem, eu acho que sim, ela é uma garota, sabe. E ela tá sempre te olhando e rindo e corando, ela com certeza gosta de você.

— Desde quando você é melhor em ler as pessoas do que eu? — Scorpius indagou, levantando uma sobrancelha.

— Desde que eu tenho seis primas e uma irmã que sempre agem assim quando estão a fim de alguém — O moreno e riu e chutou os sapatos antes de se deitar na cama. Ele passou um tempo em silêncio antes de falar: — E se ela te beijar?

Scorpius, que também havia se deitado em sua própria cama, franziu as sobrancelhas, pensativo.

— Bem, se ela gosta de mim e realmente for um encontro, eu acho que eu que deveria beijar ela antes… né?

— Não sei, eu nunca beijei nenhuma garota.

Scorpius olhou para Albus no escuro.

— Você acha que eu devia beijar ela?

— Claro — Ele deu de ombros. — Por que não?

Scorpius leu o bilhete mais treze vezes antes de se deitar e ir dormir. E no dia de Halloween, colocou o suéter verde de cashmere que tinha ganhado no final do verão e encontrou-se com Bree na Dedos de Mel. Ela estava sorrindo e seus lábios brilhavam com gloss labial que combinavam com suas bochechas rosadas e ele se perguntou qual era a probabilidade de ela lhe beijar até o final do dia. Ele sorriu para ela e ela sorriu de volta. Ele comprou varinhas de alcaçuz para ela na loja de guloseimas e os dois sentaram-se num banco do lado de fora e conversaram sobre dever de casa.

Bree não parava de olhar para Scorpius e corar, principalmente quando ele, sem querer, encostou o joelho no dela. Ele notou o sorriso dela e, mesmo sem entender, achou que era um bom sinal, então encostou a perna na dela novamente. A garota, em resposta, grudou o cotovelo no dele. Eles ficaram assim por um tempo e, sinceramente, o fato de o corpo de Bree estar tão perto do seu fazia Scorpius não prestar a mínima atenção no que eles estavam conversando, mas todo o seu corpo acordou quando ele a ouviu dizer, do nada:

— Scorpius, eu posso te beijar?

Ele franziu as sobrancelhas por um instante, mas logo se livrou de sua expressão confusa e encarou a loira. Ela o olhava com aqueles olhos azuis gigantes cheios de expectativa e Scorpius repentinamente sentiu que sua mão estava suada. Foi então que ele se lembrou da conversa que tinha tido com Albus no começo da semana, e engoliu em seco.

Scorpius não era nenhum grifinório, ele sabia disso, mas também sabia que precisava ter o mínimo de coragem naquele momento para fazer o que precisava fazer. Então respirou fundo e encostou os lábios nos de Bree por exatos cinco segundos e meio. A boca dela estava gelada, provavelmente por causa do ar frio de outubro que batia neles, e ele sentiu ela prendendo a respiração quando ele a pegou de surpresa. O gloss dela tinha gosto de abacaxi e ficou nos lábios de Scorpius mesmo depois que ele se afastou dela, encarando-a com incerteza.

Quando ela sorriu, lentamente, e olhou para o chão com as orelhas vermelhas, Scorpius soube que tinha feito a coisa certa. Quando os dois se levantaram, Bree segurou a mão dele e eles andaram juntos por Hogsmeade até a hora de voltar para a escola. Quando estavam chegando perto dos portões de Hogwarts, Bree o puxou para perto de uma árvore onde eles ficavam escondidos dos outros estudantes que também voltavam e o beijou novamente.

E imagens de cabelos ruivos e risadas estridentes invadiram sua mente.

Ele se apressou a afastar os pensamentos e focar em Bree, que sorria pra ele e apertava sua mão.

— Foi um encontro legal. Eu te vejo por aí?

Scorpius ainda estava tão desconcertado que assentiu, sem dizer mais nada; não que ele precisasse, a menina logo se desvencilhou dele e correu até os portões do castelo, onde Sophie e Leslie lhe esperavam com olhares animados e sorrisos enormes. Ele as observou por um tempo antes de andar sozinho até as masmorras, onde encontrou Albus, recém chegado da vila também; ele tinha aproveitado o final de semana para sair com James e Lily. Scorpius desenrolou o cachecol escuro do pescoço e se jogou em uma poltrona do lado de seu amigo, que o encarava com as sobrancelhas arqueadas.

— Então… e aí? Foi um encontro ou não? — A voz ansiosa de Albus perguntou; ele nunca admitiria, mas era uma das pessoas mais fofoqueiras daquela escola e não conseguia passar um segundo sem saber das coisas.

— Sim — Scorpius respondeu, confuso, e balançou a cabeça. — Foi um encontro sim. Eu comprei uns doces pra ela e andamos de mãos dadas e tudo. — Albus continuou a encará-lo, suas sobrancelhas prestes a alcançar o teto.

— E…?

Scorpius olhou para o amigo com a testa franzida. 

— Eu beijei ela.

E pensei na Rose quando ela me beijou.

O queixo de Albus caiu um pouco, ele se encostou na poltrona onde sentava e suspirou alto.

— Uau. Caramba, hein. E como foi?

— Frio. — Scorpius franziu o nariz. — Sei lá, não foi nada demais. Ela tava usando gloss de abacaxi.

Será que a Rose usa gloss de abacaxi? Ou talvez uva.

— Mas foi bom?

— Acho que sim — Scorpius deu de ombros, afastando novamente todos os pensamentos de Rose Weasley de sua mente. Não era como se ele quisesse beijar ela, definitivamente não. — Foram só dois beijos. E foi rápido. Sei lá — Ele resmungou e tirou o suéter que começava a pinicar.

— Credo, Scorpius — Albus riu do amigo, que revirou os olhos. — Você tá bem mal humorado pra quem acabou de dar uns beijinhos — Ele balançou a cabeça e se levantou. — Vou tomar um banho, me chama quando você for jantar.

Scorpius ficou sentado por um tempo na Sala Comunal, observando as luzes esverdeadas do lado nas janelas e as criaturas que passavam vez ou outra pelas vidraças. Beijar não era ruim, de jeito nenhum, só não conseguia entender por que ele havia pensado em Rose na hora que Bree o beijou. Ela era uma de suas melhores amigas! Aquilo não fazia o menor sentido. Depois de muito pensar, concluiu que aquilo havia acontecido porque Rose era uma de suas únicas amigas meninas e, logo, a única referência que ele tinha quando o assunto era garotas. Não significava nada.

Então, no final de semana seguinte, quando estava sentado com Albus e Rose no canteiro de abóboras, contou para eles tudo o que havia acontecido em seu encontro e sobre seu primeiro beijo. Rose riu e fez perguntas e ele se sentiu perfeitamente normal e continuou escrevendo histórias bobas nos cantos dos pergaminhos dela enquanto ela fazia seu dever de casa de Herbologia, fazendo anotações em grandes pergaminhos com várias figuras de plantas que se mexiam de um jeito medonho.

Certa vez, um bruxo com orelhas de burro se encontrou em um grande dilema: salvaria seus 27 primos das garras de um trasgo com problemas emocionais ou se casaria com uma bela princesa com um rabo de burro?...

— Mas você gosta dela? — A voz de Rose lhe arrancou de seus devaneios e ele olhou pra cima, dando de ombros.

— Não sei. Acho que não.

— Quer beijar ela de novo? — A ruiva revirou os olhos, ainda sorrindo.

— Sei lá! — Scorpius riu, exasperado. — Acho que sim.

— Então chame ela pra ir pra Hogsmeade antes das férias de Natal, ou ela não vai mais querer sair com você! — Ela falava como se tivesse absoluta certeza do que estava falando.

Gostava muito de seus 34 primos, era verdade, mas a princesa lhe completava burramente…

— Será que eu devia chamar a Alice pra ir pra Hogsmeade comigo? — Albus indagou, deitado na grama e olhando para o céu, e Scorpius e Rose o encararam.

— Você gosta dela? — Rose perguntou. 

— Ou você quer beijar ela? — Scorpius completou.

Albus corou e encarou os amigos com uma cara emburrada.

— Não! Ela é minha amiga, e soube que ela ficou triste porque Angus Buckley ia levar ela pra Madame Puddifoot e quando chegaram em Hogsmeade ele a largou pra ir tomar cervejas amanteigadas com os amigos.

— Ah, sim — Rose suspirou. — É uma boa ideia mesmo. Posso dizer pra ela que você quer ir com ela no próximo passeio. 

— Se eu fosse você eu recusava essa oferta — Scorpius riu baixinho, soltando ar pelo nariz. — Rose vai dizer pra ela que é um encontro e que você está apaixonado por ela e que o casamento de vocês é no próximo mês…

A ruiva o encarou com a expressão mais indignada que ele já havia visto e o bateu com um rolo de pergaminho, fazendo Scorpius rir e se proteger.

— Claro que não! Eu jamais seria tão exagerada assim! Não é, Albus? 

Ela encarou o primo, que arregalou os olhos e se afastou instintivamente.

— Assim… às vezes você pode ser um pouquinho exagerada, sabe…

Scorpius riu mais alto e Rose bufou, mesmo sem conseguir evitar o sorriso, e empurrou os dois amigos.

— Pois saiba que não vou dizer absolutamente nada à Alice!

— Graças a Merlin — Albus murmurou e ela e Scorpius caíram na risada, logo fazendo o moreno rir também. As coisas entre eles três sempre acabava assim: em risada.

Logo antes das férias de Natal, a neve já havia chegado na região e Scorpius agora tinha catorze anos. Ele havia falado com Bree mais três vezes desde o final de semana do Halloween.

Na primeira, encontrou-se com ela no jantar na mesma noite, onde ele sorriu e disse que tinha se divertido com ela em Hogsmeade, o que fez ela sorrir abertamente e responder que também tinha se divertido. Depois, no dia do seu aniversário, ela o parou no corredor para lhe desejar um feliz aniversário e lhe dar um beijo na bochecha. E duas semanas depois eles se esbarraram nas masmorras e Bree sorriu para ele como se esperasse que ele fosse dizer algo; Scorpius pediu desculpas e continuou a andar, já que estava atrasado para a aula de Estudo dos Trouxas e Rose não gostava quando ele se atrasava muito.

Na véspera da última visita à Hogsmeade, Scorpius estava sentado com Albus em frente à lareira na Sala Comunal da Sonserina num dos grandes sofás enquanto observava Bree e suas amigas pelo canto do olho numa das extremidades da sala, sempre conversando em cochichos e rindo entre si. Ele brincava com sua gravata, há muito tempo desamarrada, quando disse:

— Será que eu devia chamar ela pra ir pra Hogsmeade comigo agora?

Albus, que terminava uma de suas redações para Poções, se virou para o amigo com as sobrancelhas arqueadas.

— Você ainda não fez isso?

— Não — Scorpius o olhos, levemente preocupado. — Já era pra eu ter feito isso?

— O passeio é amanhã, claro que sim! — Albus balançou a cabeça em decepção e empurrou o joelho do amigo. — Bem, o que está esperando? Vá logo! 

Scorpius se levantou com o susto e pigarreou, tentando ajeitar a gravata sem nenhum sucesso. Olhou para as meninas e de volta para Albus, que fez um sinal com as mãos o apressando. Ele respirou fundo e andou até a mesa onde suas colegas estavam com um sorriso amarelo, então parou em frente a elas, que lhe encaravam como se ele fosse um alienígena, e falou:

— Bree, oi! — E congelou em um sorriso desajeitado.

— Oi, Scorpius — A loira respondeu com um sorriso doce, ignorando as risadinhas das amigas.

— Então, você quer… ir a Hogsmeade comigo amanhã? Podemos nos encontrar na Dedos de Mel de novo… — Scorpius parou de falar ao notar a expressão desconcertada da garota.

— Me desculpe, Scorpius, mas é que eu já vou com outra pessoa.

Ele piscou para ela, surpreso com a informação, e entendeu porque as amigas dela estavam rindo tanto.

Ah— Ah, desculpa, eu não sabia. Bem, obrigado — Ele se virou, prestes a voltar até onde Albus o encarava com expectativa, mas olhou para trás. — Com quem você vai?

Bree mordeu o lábio e olhou para uma das mesas de xadrez.

— Luke Zabini. Ele me chamou tem uma semana e meia. Com chocolates.

Scorpius assentiu e sorriu.

— Legal. Ele é bem legal. Divirtam-se!

E se virou e andou até Albus, jogando-se no sofá ao lado dele e voltando a brincar com sua gravata, distraído.

Então? — A voz impaciente do amigo o chamou depois de alguns segundos de silêncio, praticamente implorando por informações. Scorpius o olhou e balançou a cabeça.

— Ah! Ela disse não, Luke chamou ela primeiro. Eles vão juntos.

O rosto de Albus passou por mil e uma expressões em questão de segundos; surpresa, confusão, diversão, indignação.

— Só?

— Unhum.

— Scorpius — Ele esfregou os olhos com o polegar e o indicador de uma das mãos, respirando fundo. — Você acabou de levar o seu primeiro fora?

Ele levantou as sobrancelhas e deu de ombros.

— É, eu acho que sim.

— E você tá de boa?

— É — Ele deu de ombros novamente. — Acho que eu não gostava dela.

Albus soltou risadas surpresas e balançou a cabeça, sem entender bem o amigo, mas voltou a se concentrar em seu dever, resmungando vez ou outra sobre como Scorpius era esquisito. Ele, por sua vez, encarava o lago pelas janelas novamente e chegou à conclusão que realmente não gostava de Bree e esperava que ela tivesse um bom encontro com Luke. Sentia um pouco da pontada da rejeição em seu estômago, mas realmente não era nada demais; talvez, quando ele fosse sair com alguém que realmente gostasse, ele se importaria de verdade, mas agora não fazia muita diferença.

— Com quem você vai amanhã, então? — Albus indagou depois de longos minutos, levantando a cabeça para olhar para Scorpius.

— Não sei, acho que sozinho. Ou então eu fico no castelo, preciso arrumar meu malão mesmo.

— Claro que você não vai ficar no castelo — Ele revirou os olhos para o amigo. — Essa é a ideia mais deprimente que já ouvi. Você pode vir com a gente, se quiser!

— Com você e Alice? — Ele franziu o nariz. — Não quero segurar vela o dia inteiro, muito obrigado.

— Rose também vai com a gente, idiota — Ele grunhiu, empurrando o amigo com o joelho de leve.

— Ah, okay. Então nós dois vamos segurar vela.

Albus resmungou e continuou a reclamar enquanto Scorpius ria em seu lugar, se divertindo muito com a irritação de seu melhor amigo.

No dia seguinte, então, Scorpius se agasalhou e acompanhou Albus até a entrada da torre da Grifinória, onde se encontraram com Alice e Rose; a última com uma expressão emburrada. Os quatro começaram a andar juntos pelo castelo, Albus engatando uma conversa sobre Quadribol com Alice, que lhe respondia entusiasticamente, e Scorpius e Rose ficando um pouco para trás.

— Aconteceu alguma coisa? — O loiro perguntou com a voz baixa para a amiga, que suspirou antes de responder.

— Eu não gosto de neve. É fria demais, é ruim andar nela e quando ela começa a derreter fica marrom e nojenta, e hoje a gente vai passar o dia inteiro do lado de fora na neve — Ela resmungou a última parte, abraçando o próprio corpo.

— Olha… não vai ser tão ruim — Scorpius disse depois de pensar por um tempo e reunir a coragem para falar o que pensava, empurrando a amiga com o ombro. — A gente pode fazer bonecos de neve, tomar chocolate quente e vai ser divertido, juro. A neve não é tão ruim assim — Ele sorriu para a ruiva com cuidado, analisando a reação dela.

Rose lhe dirigiu um sorriso mínimo e suspirou.

— Okay, então.

Scorpius sorriu de volta e decidiu que definitivamente iria melhorar o dia de sua amiga. Assim que chegaram ao vilarejo, entrou com ela na Dedos de Mel e provaram vários doces junto de Albus e Alice — tortinhas de abóbora, feijõezinhos de todos os sabores, diabinhos de pimenta e bombons explosivos, sempre tentando fazer ela rir e se esquecer do clima que a incomodava. Eles esbarraram com Bree e Luke na loja, que os cumprimentaram como se a situação toda fosse absurdamente esquisita, mas Scorpius apenas sorriu e acenou para eles como se não fosse nada demais. Depois de cheios, os quatro foram para o lado de fora e Scorpius apanhou um bocado de neve entre as luvas e jogou na parte de trás da cabeça de Rose, que se virou para ele com uma expressão indignada e aprontou-se a atacar de volta. 

Passaram uns bons minutos naquela guerra de bolas de neve, até que as bochechas de todos estivessem rosadas de tanto rir e do vento gelado que batia neles. Pararam no Três Vassouras em busca de um chocolate quente para repor as energias, até que Rose sugeriu com um sorriso travesso que faria Hermione Weasley revirar os olhos que eles provassem cervejas amanteigadas. Eles provaram; Albus fez uma careta horrível com o gosto e logo passou sua caneca para Scorpius, que deu de ombros e a tomou depois de terminar a sua própria. As garotas ficaram estranhamente risonhas depois de apenas um copo cada, e Alice deu a ideia de que eles fossem tentar ver algum fantasma na Casa dos Gritos, Rose jogou o braço nos ombros de Scorpius aos risos, e ele logo tratou de retribuir o gesto, feliz por ela não estar mais de mau-humor. 

— Então, você ainda odeia a neve? — Ele perguntou com um leve ar presunçoso na voz.

— Sim — Rose respondeu imediatamente e riu antes que Scorpius pudesse interrompê-la. — Mas está sendo mesmo bem divertido. Você é um ótimo amigo, Scorpius — Ela sorriu mais e o abraçou de lado mais apertado, fazendo o garoto rir.

Ele sorriu mais, satisfeito consigo mesmo, e sustentou o sorriso até que eles voltassem para o castelo no fim do dia, despedindo-se das meninas antes de descer para as masmorras com Albus. Aquele passeio à Hogsmeade definitivamente tinha sido um de seus favoritos, mesmo que não tivesse sido um encontro ou que ele não tivesse beijado ninguém, ele realmente não precisava daquilo; não quando ele tinha feito o dia de Rose Weasley ser bom. Aquilo era tudo o que importava no momento.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo eles já vão estar no quarto ano, e teremos um momentinho mega fofo entre esses dois pré adolescentes chatos, ai ai. Comentários e opiniões são muito bem-vindos!!



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