Heartbreaking Romance escrita por carol_teles


Capítulo 2
O quarto


Notas iniciais do capítulo

Obrigada para quem está lendo essa fic. Curtam esse capitulo e deixem reviews.



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- Mai, acorde. Mai. – chamava uma voz.

Mai abre os olhos e olha para a pessoa que lhe chamava.

- Gene.

- Eu sou o Naru.

- Não, você é o Gene. – diz Mai, se sentando e olhando em volta. – Onde estou?

- Nos seus sonhos. Como você soube?

- O que?

- Que eu era o Gene e não o Naru.

- Vocês não são iguais. Sei distinguir.

- Hum... Sabe, você é a única que sabe dizer quem é quem. Todo mundo errava – ele sorri.

- E seus pais?

- Confundiam. Isso foi bem útil para mim e para o Naru, quando queríamos fazer alguma coisa escondida.

- Legal. Mas, de qualquer jeito, o que eu estou fazendo aqui? – Pergunta a garota.

- Você não gosta de estar aqui? Sou uma má companhia? – pergunta Gene, fingindo estar triste.

- Não, não é isso. Gene, você sabe o que eu quis dizer.

- Sei – diz ele sorrindo – Você desmaiou.

- Sério? Eu só lembro de ter escutado alguma coisa e então tudo ficou preto.

- Você devia tomar cuidado Mai. – diz Gene adquirindo uma expressão séria, a mesma de Naru.

- Com o que?

- Essa casa é perigosa. Muito sangue foi derramado. Naru tem razão de querer manter você longe.

- Como assim me manter longe?

- Sabia que você era bonitinha quando criança? – Diz Gene, colocando um sorriso torto no rosto. – Não sabia que era do tipo gangster.

- Não era. E não mude de assunto.

- Você tem que se proteger – Diz Gene já desaparecendo – Nessa casa nem tudo é o que parece Mai.

- Espere. Gene! – Grita Mai, tentando chamá-lo de volta.

 

-Mai! Mai! Acorde. – Então a garota acorda e vê um par de olhos azuis profundos e misteriosos.

- Naru... – A menina coloca a mão na cabeça e tenta se levantar. – Onde estou?

- No quarto – responde Ayako.

- Nos deu um susto ein, ojou-chan? Desmaiando daquele jeito. – diz o monge.

- Desculpa. – A garota olha ao redor e vê que todos estão ali, até Jun.

- Você está bem, Mai-chan?

- Estou, não se preocupe. – Mai diz sorrindo. – O que houve?

- Você desmaiou Taniyama-san. – responde Lin.

- Aconteceu algo depois disso?

- Deveria acontecer? – pergunta Naru. Mai não responde e apenas olha para o lençol.

- Você teve aquelas visões Taniyama-san? – pergunta Yasuhara.

- Por que pensa assim? – pergunta Mai se fingindo de inocente.

- Mai. – Naru lhe lança aquele olhar.

- Hai, hai. Antes de desmaiar ouvi vozes.

- Vozes? Tipo o espírito falando? – pergunta Jun.

- Não sei. Talvez.

- O que disseram? – pergunta Masako.

- Uma chamou pelo pai e mãe. Outra disse algo como: Você deveria ter me amado. Estranho, né?

Naru olha para Mai e depois para Masako.

- Sente algo Hara-san?

- Sim. Sinto várias presenças fracas de homens e mulheres. Mas existe 2 presenças muito fortes. Uma um homem, e a outra não consigo definir.

- Yoshi. Vamos descer e preparar o equipamento. Mai, você deve ser cuidadosa.

- Ahhh! – grita a garota de repente – Ele me enganou! Não acredito! – Mai olha para Naru e sussurra para si mesma – É de família.

- Do que está falando Mai? – Pergunta o monge, se levantando e bagunçando os cabelos de Mai.

- Ela deve ter batido a cabeça com força. – Brinca Ayako.

- Não bati. – Diz ela.

Naru sabia do que Mai ela falava e de quem. Gene, era seu irmão mais velho, era de quem ela falava. Incrivelmente, Mai era a única que podia se comunicar com ele, como se a mente dos dois tivesse um tipo de ligação única, e Naru não gostava disso. Naru não gostava de saber que sempre que Mai dormia, ela se encontrava com Gene; e não gostava de pensar no que eles poderiam estar fazendo, afinal a garota já fora e talvez ainda estivesse apaixonada por ele. Naru também não sabia porque Gene não tinha seguido em frente, mesmo depois dele ter encontrado seu corpo. E pensar que a causa disso talvez fossem sentimentos direcionados para sua assistente, só fazia com que sua irritação crescesse.

Naru não era do tipo de se importar com esses sentimentos e agir de acordo com eles, mas às vezes perdia a paciência ao perceber que Mai havia se encontrado com Gene. Era um sentimento novo e ele não sabia como lidar com ele. Era a primeira vez que Naru, o grande Dr. Oliver Davis, não sabia o que fazer. Mas tinha certeza de uma coisa, não contaria a ninguém, principalmente Mai; e não deixaria aquele sentimento lhe controlar. Era orgulhoso demais para se permitir.

- Naru? Oiii.- Naru não havia percebido que tinha ficado muito absorto em seus pensamentos, e que agora, todos olhavam para ele.

- Naru-bou? – o monge chama, começando a se preocupar com o chefe.

- Naru? – Mai pergunta. – Você está esmagando minha mão. – Reclama Mai. Naru não havia percebido que tinha segurado a mão dela e que agora a apertava com força.

- Ei, a Mai-chan namora esse cara? – sussurra Jun para Jonh.

- Não acho que seja esse o caso. – responde Jonh sem graça.

- Não gosto do jeito que ele fala com ela.

- Ciúmes shounen? – pergunta Yasuhara rindo.

Jun não diz nada, apenas olha para Mai e Naru com uma expressão ciumenta.

- Naru! – a garota se aproxima dele e cola suas testas. – Você está doente?

- O que pensa que está fazendo Mai? – Masako se levanta, com raiva da ação de Mai.

- Datte, ele não responde. Naru!

Naru finalmente percebe a posição em que se encontra com Mai. Ele solta a mão da garota e se afasta, impedindo os sentimentos de vergonha lhe tomarem o rosto.

- Pensei ter dito o que devem fazer.

- Naru, tem certeza de que está bem?

- Deveria se preocupar com si própria antes de se preocupar com os outros. – Mai sentiu como se Naru tivesse lhe socado.

- Ai, essa doeu não é Mai? – diz Ayako rindo.

- Ei Naru-bou, não precisa falar assim.

- Por que ainda estão aqui?

- Hai, hai, estamos indo.

- Ótimo. Lin venha comigo pegar os depoimentos. Mai vá ajudar os outros.

- Não é melhor você descansar Mai-chan? – pergunta Jun, preocupado com ela.

- Estou bem. Não se preocupe. Já estou acostumada.

- Gostaria de que viesse comigo Jun-san. Vou precisar do seu depoimento também.

- Tudo bem. – Diz Jun se levantando e saindo pela porta.

- Mai. – chama Naru.

- Hai, já estou indo. – Mai se levnta e segue Lin e Naru. – Ah, Naru? – chama a garota segurando-lhe a mão.

- O que foi? - Naru se vira, olhando para sua mão e depois para o rosto de Mai. Ele esperava vê-la com o rosto vermelho, mas não foi isso que viu. Mai parecia não se importar em segurar sua mão, como antes o fazia. Isso o desapontou um pouco.

- Você... Não vai me deixar fora do caso não é? – Naru assumiu uma expressão de surpresa pela primeira vez, que não foi percebida, mas logo voltou a sua expressão normal. Não era possível Mai saber sobre aquele ligeiro pensamento que cruzou sua mente,a não ser que...

- Por que faria isso?

- Se não vai ótimo. – Diz Mai, soltando a mão de Naru e correndo para ajudar Jonh e Bou com o equipamento.

Naru fica ali parado por alguns segundos e então desce para a cozinha, com pensamentos rodeando sua cabeça. Como Mai descobrira aquilo? Fora sua intuição ou lago mais? Teria Gene lhe dito algo? Se sim, como ele poderia saber? Naru sabia que a conexão que tivera com irmão antes de sua morte, havia acabado. Então, como Mai teria descoberto aquele pensamento formado pela preocupação em direção a ela? Ela não podia ler mentes, ou podia? Era verdade que os poderes de Mai haviam aumentado consideravelmente e em pouco tempo, mas já alcançara aquele ponto?

Mai não falava muito sobre seus poderes, a não ser quando tinham relação com o caso; então como descobrir se a garota tinha ou não esse poder? De repente Naru adquiriu a consciência de que Mai já podia saber sobre ele, e que talvez já tivesse lido todos os pensamentos de Naru e dos outros. Naru não pode evitar corar com aquela hipótese. Se Mai tivesse lido sua mente, já saberia todos os seus sentimentos. Mas, Mai não era aquele tipo de gente, que invadia a privacidade dos outros. Naru se acalmou um pouco. Ele percebeu que ela poderia ter também outros poderes ainda adormecidos, ou como também, poderia estar os escondendo.

Naru tinha consciência de que não conhecia Mai inteiramente, mesmo que fosse fácil decifrar os sentimentos dela. Ele pensava nisso como uma brincadeira pessoal, gostava de irritá-la apenas par ver as reações dela. No começo, Naru pensou nisso como uma fraqueza. Para ele, ser controlado por seus próprios sentimentos era ridículo, era o mesmo que admitir a derrota. Mas com o passar do tempo, viu que aquela era uma das melhores qualidades de Mai, apesar de que de vem em quando, ainda o irritasse um pouco.

Naru se senta de frente para Kei, Hikari e Jun, com Lin ao seu lado.

- Tudo bem. Podem contar o que houve desde o início.

- Bem, nós nos casamos faz algumas semanas, Meus pais nos ofereceram essa casa em Tóquio como um presente de aniversário.

- Por que?

- Eles disseram preferir nossa casa fora da cidade, afinal já estão velhos e preferem o silêncio. Então nos mudamos para cá há 2 semanas. Meus pais haviam dito que essa casa era mal-assombrada e que eles podiam sentir os espíritos vagando por aqui, e que já havia ocorrido muitos desaparecimentos e mortes, sem motivo aparente. Nós não acreditamos muito nisso, pois não havia acontecido nada com eles. Vendo a situação agora, teria sido melhor se tivéssemos acreditado neles. – Hikari diz, colocando a mão no rosto e derramando algumas lágrimas.

- Calma querida. – Kei tenta acalmá-la. – Tenho certeza de que eles vão nos ajudar.

- Se acalme e me conte o resto da história. – Naru diz sem mostrar importância ao medo da mulher.

- Bem, nos mudamos e não aconteceu nada nos primeiros dias – continua Kei. – Então acho que foi na noite entre o 2º e o 3º dia que Hikari começou a se queixar de estar sendo observada durante a noite. Eu não de muita importância, pois pensei que ela estava sofrendo o estresse da recente mudança. Aí começaram os barulhos.

- Que tipo de barulhos?

- Passos, batidas na porta, sussurros, portas abrindo e fechando sozinhas, a luz ligando e desligando, e o pior, o grito no porão.

- Descreva-o.

- Acontece na maioria das vezes quando está anoitecendo, as luzes começam a apagar e ligar, então escutamos o primeiro grito. Ele é parecido com um grito de dor, e acho que é uma voz masculina. Então vem outro grito, esse é de mulher, tenho certeza.

- Acontece algo mais?

- Sim, quando fomos no porão ver o que era, tudo estava fora do lugar, como se alguém tivesse brigado ali. Esses gritos diminuíram recentemente.

- Fale sobre os incêndios.

- Bem, a primeira vez foi quando eu estava fazendo o jantar. – começa Hikari – Eu estava fritando algo, então subiram labaredas e envolveram todo o fogão.

- Isso não foi descuido próprio?

- Não. Não tinha gás vazando e nem nada inflamável perto do fogão. Continuando, as labaredas subiram e eu gritei, me afastando. Kei desceu e viu o fogo, chamou o Jun e eles tentaram apagá-lo. Eles tentaram com o extintor de incêndio e com água, mas não deu certo. O Kei tentou ligar uma mangueira na pia, mas as chamas aumentaram e pegaram no braço dele. – Quando Hikari diz isso, Kei mostra o braço cheio de queimaduras. – então o fogo desapareceu, de repente.

- Causou algum dano na cozinha?

- Não. Quando o fogo sumiu, percebemos que o fogão não tinha nem um sinal de queimado, nem mesmo um arranhão. Era como se o fogo só causasse danos as pessoas, e que fosse visível, mesmo sem ter matéria.

Naru fica em silêncio alguns segundos, olha para cada pessoa na mesa e então pergunta:

- Quem viu as pessoas na cama do quarto do 2º andar?

- Fui eu. – Responde Jun.

- O que houve exatamente?

- Etto, eu estava descendo para ir pro colégio, então ouvi alguns barulhos vindo do quarto. Fui lá ver o que era e quando entrei vi duas pessoas deitadas na cama. Parecia ter algo nas roupas delas, e eu senti cheiro de gasolina. Então a porta fechou. Eu me virei e tentei abri-la, só que estava trancada. Quando eu olhei para a cama, não tinha nada lá e o cheiro de gasolina havia sumido. Então a porta abriu e eu saí de lá. Desde então, to tentando evitar aquele quarto.

- Não foi apenas uma ilusão? Você tinha acabado de acordar certo?

- Eu não imaginei aquilo!

-Qual quarto tem cheiro de sangue? – pergunta Naru, mudando de assunto.

- Não sei mesmo se é cheiro de sangue. O que senti foi o cheiro de algo parecido com gasolina misturado à ferrugem e sal. É o mesmo quarto. – diz Hikari.

- Por que não chamou alguém para olhar? Um cano ligado ao esgoto pode estar com defeito.

- Mas nós chamamos. Ele disse que não sabia de onde vinha o cheiro.

- Lin, você registrou tudo?

- Hai.

- Aconteceu mais alguma coisa fora do normal?

- Sim, choros de crianças. As vezes podemos escutar vários passos, como se tivesse pessoas correndo pela casa, então começa o choro. Parece várias crianças gritando e chorando ao mesmo tempo.

- O que elas fazem?

- Nada, é só o choro.

- Tudo bem. Se lembrarem de algo mais, digam ao Lin.

- Shibuya-san, como vai resolver isso?

- Por enquanto vou apenas observar e coletar informações. Quero saber com o que estou lidando. Sugiro que deixem a casa. Pode ser perigoso.

- Sonna, como poderíamos? Vamos ficar aqui até o fim.

- Façam como quiserem.

- Naru. – chama Mai que tinha acabado de entrar na cozinha. – Tem um probelma co um quarto.

- Qual? – pergunta Naru olhando para Mai, e checando discretamente se a garota está bem.

- Tem um quarto no segundo andar que não quer abrir.

- Por acaso seria u que tem manchas pretas na porta?

- Como sabe Kei-san?

- É o quarto com cheiro estranho Shibuya-san.

- Lin.

- Hai.

Naru, Lin, Mai e Jun sobem. Hikari e Kei ficam na cozinha a pedido de Naru e começam a fazer o jantar. Mai leva o chefe até o quarto, onde Bou, Jonh e Yasuhara estão.

- Ei Naru-bou, esse quarto não quer abrir.

- Como vamos colocar a câmera Shibuya-san?

- Lin.

- Hai.

Lin tenta a abrir a porta, bate com o ombro algumas vezes, mas sem resultado.

- Deixa eu tentar. – Jun se aproxima da porta e ao tocar na maçaneta é jogado na parede do outro lado do corredor.

- Jun! – Mai corre para ajudar o amigo. Ela se agacha ao lado dele e ajuda-o a sentar. – Daijobou?

- Sim. O que foi isso? – pergunta Jun olhando para Naru.

- Todos vocês tentaram abrir a porta? – pergunta Naru pensativo.

- Sim, menos a Mai. – responde Bou.

- Aconteceu essa repulsão com todos?

- Não, só com o garoto. Ei Naru-bou, o que está pensando?

- Jonh, chame Hara-san.

- Wakarimashita. – Jonh desce e vai até a base.

- Jun, você está mesmo bem? – Mai pergunta preocupada com o amigo e pensando ao mesmo tempo porque aquilo ocorrera só com ele.

- Estou bem, Mai-chan. – Jun segura o rosto de Mai entre as mãos, tentando acalmá-la – Dakara waratte.

Mai se surpreende com o gesto do amigo, mas mesmo assim sorri.

- Ei, ei, sem namoro no corredor. Shounen, espere até ficar sozinho com ela, pelo  menos.

- Bou-san! – Mai repreende o monge com o rosto corado. Naru percebe a vermelhidão no rosto dela, mas tenta não se importar, tinha coisas mais importantes para se preocupar, como por exemplo o porque de apenas Jun sofrer a repulsão.

- Parece que não tenho mais que me preocupar quanto aquele assunto, não é Mai? –Masako diz, se aproximando ao lado de Jonh.

- oi, oi, qual é o assunto? – pergunta Bou curioso.

- Masako! Não é nada do que está pensando. E você sabe que nunca fui uma ameaça desde o início.

Mai e Masako haviam se tornado amigas depois da descoberta do corpo de Gene. Masako já sabia que Mai tinha sido rejeitada, assim como ela. Às vezes ainda brigavam, mas não como antes. Masako sabia desde o inicio que nunca tivera uma chance com Naru, e sabia que Naru olhava para Mai de forma diferente, apesar de não saber se era amor ou não. Mesmo sabendo disso, Masako não podia desistir tão facilmente.

- Ei, ei, do que estão falando?

- Anata wa baka deshou? Não pense que estou dizendo isso por gostar de você, mas você devia prestar atenção ao que ocorre ao seu redor. Existe um ditado no Brasil: nunca julgue um livro pela capa.

- Sugoi ne? Essa foi filosófica.

- Com certeza Takigawa-san. – diz Yasuhara, olhando depois para o monge, com um sorriso no rosto. – Você não entendeu nada certo?

- Não. – admite o monge, passando a mão pelos cabelos e sorrindo sem graça.

- Do que eles estão falando Mai-chan? – pergunta Jun.

- Não tenho a menor idéia. – Mas Mai havia entendido o significado por trás das palavras de Masako. Mas por que a médium havia lhe dito aquilo?

- Vocês poderiam parar com essa conversa sem sentido? Não vai levar a nada. – Naru diz se intrometendo, já irritado com aquela conversa. – Se tem tempo livre para conversar besteiras, tentem abrir essa porta.

- H-hai. – respondem todos, assustados pela irritação do chefe.

- Agora, voltando ao trabalho. Hara-san, você sente algo desse quarto?

- Sim. Tem uma aura preta saindo dele. E posso sentir uma presença nele, talvez uma mulher. – então Masako cai de joelhos no chão.

- Masako! – grita Mai.

- Ei, tudo bem? – pergunta Bou.

- Hidoi desu yo, fazer algo assim. – Masako levanta o rosto com lágrimas escorrendo.

- O que viu Hara-san?

- Uma mulher sendo posta na cama junta de um homem. Ela não tinha... não tinha cabeça.

- Ehh? Sem cabeça? – pergunta Mai assustada.

- Viu apenas isso?

- Hai.

- Sente algo mais?

- Iie, demo... Os sentimentos presos nesse quarto não fazem sentido.

- O que significa isso?

- Posso sentir um amor profundo, mas também sinto ódio e o desejo de vingança. O que mais me intriga é o sentimento de tristeza, o mais forte.

- O que acha que significa Hara-san?

- Wakarimasen, mas essa combinação de sentimentos é estranha, não é normal. E não acho que vá trazer coisas boas.

- Isso significa que alguém morreu aqui? – pergunta Mai, temerosa.

- Ainda não sabemos. Mas eu queria entrar nesse quarto.

- Nani? Vai usar os superpoderes? – pergunta Bou gozando com o chefe e ansioso para vê-lo em ação. Naru ignora os comentário do monge e se aproxima da porta tocando-a.

- Ei Naru, é tão importante assim entrar ai dentro? – pergunta Mai.

- Sim. Esse quarto talvez seja o centro do problema. – Mai fica pensativa por alguns segundos, então se levanta e sai correndo.

- O que vai fazer Mai? – pergunta Masako.

- Vou entrar nesse quarto. Esperem um pouco. – Grita Mai, desaparecendo pelas escadas.

- O que será que ela vai fazer?

- Talvez explodir a porta? – diz Yasuhara brincando

- Tomara que ela não caia. – Jun diz, olhando para o caminho que Mai seguiu. Ele já sabia o que a garota faria.

- Caia? – pergunta Naru curioso.

- Você não sabe o que ela vai fazer? – Jun diz, olhando para Naru com satisfação. Naru tenta ignorar aquela indireta e fica em silêncio, esperando que ele continuasse.

- E eu aqui pensando que você era namorado dela.

- Namorado?! – Masako exclama – Se alguém for a namorada do Naru, a pessoa mais adequada seria... – Masako para de falar e todos veêm seu rosto ficando vermelho.

- Seria quem Masako? – Bou pergunta, rindo da médium envergonhada.

- Um quarteto amoroso hã? É uma bela história. – comenta Yasuhara sorrindo.

- Não acho que Shibuya-san pense assim também. – diz Jonh olhando para Naru. Todos olham para o chefe e percebem o olhar sério no rosto dele.

- Vocês não tem nada melhor para fazer? Tipo, se preocupar com suas próprias vidas privadas? – Naru repreende-os com um sorriso sarcástico.

- Gomenasai.

- Ahhhh... – o grito vem pela porta do quarto.

- Nani? Nani?

- Mai-chan! – Jun grita e começa a bater na porta do quarto.

- Isso foi a Mai? – pergunta o monge.

- Mai-chan! Você está ai?

- Como ela entrou no quarto? – Naru pergunta, preocupado e curioso ao mesmo tempo.

- Você está preocupado com isso? A Mai-cha pode estar machucada lá dentro. Mai-chan! – Jun começa a bater mais forte na porta.

- E-eu t-to be-bem. – eles escutam Mai dizendo.

- Você ta ai dentro?

- To pendurada.

- Pendurada?

- É, espere um pouco.

- O que ela está fazendo?

- O que ela quis dizer com pendurada?

- Talvez ela deu uma de mulher aranha. – diz Yasuhara.

Nesse momento Mai aparece na escada, correndo em direção aos amigos. Jun vê Mai e corre para abraçá-la, o que não agrada muito Naru.

- Mai-chan, você está bem? – Jun pergunta preocupado – está machucada?

- Ei ojou-chan, o que você estava fazendo?

- Eu estou bem. – responde Mai. – Eu estava tentando entra no quarto pela janela.

- Janela? Oi, oi, aqui é o segundo andar, sabia?

- Ela é boa em escalar árvores. Mas o que você quis dizer com pendurada?

- Ah, isso. Eu escorreguei. – Mai diz, passando a mão esquerda pelos cabelos, fazendo cair algumas folhas.

- Você caiu de novo? Lembro quando eu te vi caindo de uma árvore tentando salvar um gatinho. Quase tive um infarto e você continuou querendo subir. – Jun relembra

- Você lembra disso? – Mai pergunta sorrindo pela lembrança.

Naru apenas observava. Ele sentiu algo no peito quando viu Jun abraçando Mai, e agora sentira de novo ao ver Jun relembrando memórias compartilhado por ele e Mai. Naru não gostou do fato de jun saber mais sobre Mai do que ele, de conhecer faces da garota que ele não conhecia. Naru já tinha escutado antes seu irmão Gene falar sobre esse tipo de sentimento, mas pensou naquilo como uma idiotice. Nunca havia imaginado que um dia ele sentiria aquilo por alguém, sentiria ciúmes de alguém. Mas Naru não iria admitir facilmente aquilo, se o fizesse seria como estar admitindo a derrota. O orgulho de Naru não o permitia se deixar perder.

Enquanto pensava isso e escondia seus sentimentos no lugar mais profundo de seu coração, percebeu que a mão direita de Mai estava sangrando.

- Mai. – diz Naru se aproximando e pegando algo no bolso.

- Hai? – Mai olhou para Naru e o viu tirar um lenço do bolso – o que você está fazendo?

- Sangue. – Naru pega a mão direita de Mai e a enrrola no lenço. -  Depois cuide desse ferimento.

- Arigatou. – Mai sorri.

- Esse sorriso é uma arma. E porque meus batimentos estão acelerados?- Pensa Naru, com raiva das reações que Mai lhe provocava.

- O que você disse? – Mai pergunta, pensando ter ouvido a voz de Naru.

- Nada. – responde Naru, estranhando a pergunta dela.

- Estranho, podia jurar que ouvi você falando algo sobre uma arma. Acho que a queda afetou minha cabeça.

- Mais do que antes? – Naru brinca, ainda com uma expressão séria e escondendo sua preocupação. Naru já tinha 50% de certeza que os poderes de Mai ainda estavam evoluindo, mas com isso, Naru percebeu que ela pode ter poderes que mesmo ele desconhce.

- Então? Conseguiu entrar pela janela? – Bou pergunta

- Igual a um macaco. – comenta Ayako sorrindo e fazendo Masako sorrir também.

- Não sou uma macaca! – Mai replica. – e não, não consegui. Eu escorreguei quando alcancei a janela. – Mais omite o fato de ter sentindo algo lhe puxar para baixo.

 

FLASH BACK

 

Mai desce as escadas, passa pela cozinha, sai da casa e a arrodeia, parando ao lado de uma árvore, em frente a janela do quarto.

- tudo bem, subindo. – Mai diz para si mesma e começa a subir pela árvore, até que alcança um galho. Ela vai se pendurando de galho em galho, até alcançar o mais perto da janela. Equilibrando-se, vai andando devagar até chegar na janela. Ela olha o quarto e escuta as vozes de seus amigos. Então ela sente algo lhe puxando para baixo.

- Ahhhh... – Mai grita, antes de cair e se pendurar de cabeça para baixo em um dos galhos.

- Mai-chan! – Ela escuta o grito de Jun.

- E-eu t-to be-bem. – grita Mai – provavelmente – acrescenta ela para si mesma.

 

FIM DO FALCH BACK

 

- Naru, o que quer fazer? – pergunta Lin, se pronunciando.

- Chame a Matsuzaki-san.

Lin vai chamá-la e volta alguns segundos depois.

- O que quer Naru? – pergunta Ayako.

- Quero que faça um exorcismo.

- Aqui? Agora?

- Você pensa que lhe chamei porque senti sua falta? – Naru ironiza.

- Nani?!

- Faça. – Naru pensava que depois de um exorcismo, talvez pudessem abrir a porta.

Depois do exorcismo, Naru tenta abrir a porta, mas não consegue.

- De novo seu exorcismo falhou não é, Ayako? – brinca Bou.

- Isso é mesmo estranho. – comenta Jonh – Não houve nem mesmo uma reação. Esse espírito parece prezar o local.

- Vamos descer. – Naru ordena. Todos o seguem, menos Mai. Ela podia sentir alguma coisa daquele quarto e o que quer que fosse, parecia estar sofrendo. Mai encosta na porta e essa se abre.

- Naru! – Mai grita, tentando chamar o chefe.

- O que está fazendo Mai-chan? Vamos comer. – chama Jun.

- A porta abriu!

- Nani? – Naru volta correndo – O que você fez Mai?

- Nada, eu só encostei na porta e ela abriu. – Mai entra no quarto junto dos amigos e do chefe.

O quarto tinha tamanho normal. A janela ficava de frente para a porta, tinha uma cama do lado direito do quarto e um banheiro do lado esquerdo. Sobre a cama tinham 2 quadro pendurados.

- Eles parecem felizes não é? – Jonh comenta olhando para os quadros.

O 1º quadro mostrava 3 pessoas em um parque. A mulher ficara no meio de dois homens. Ela tinha os olhos castanhos e um longo cabelo castanho também. Usava um kimono florido e tinha uma expressão de felicidade no rosto. O homem do lado direito tinha olhos e cabelos pretos e usava uma roupa velha, dando a idéia de pobreza. O outro homem do lado esquerdo tinha olhos e cabelos castanhos, e estava sorrindo.

- Quem vocês acham que são? – Ayako pergunta.

- Talvez os antigos donos da casa.

- Não, eles não são meus avós. – Jun responde.

- Esses dois estão no outro quadro. – comenta Mai.

O outro quadro mostrava a mesma mulher e o homem de cabelos e olhos pretos. O homem a abraçava e eles se olhavam, sorrindo, parecendo amantes. Tinha um bebê no colo da mulher.

- Lin, a câmera.

- Hai.

Alguns minutos depois, eles instalam a câmera e descem, comendo e indo para seus respectivos quartos.

 

- Mei, sobe aqui. – chama um garoto de cabelos pretos.

- Takumi, espere. – a garota pede.

- Vou te deixar para trás. - dizia Takumi sorrindo. Mei apenas sorria, e tentava alcançá-lo.

- Eram eles que estavam na foto. – pensa Mai, observando de longe. Ela sabia que aquela era uma de suas visões.

- Não é lindo Mei? – perguntou Takumi, sorrindo e olhando para o céu.

-Hai.

- Mei, se eu te pedisse para fugir comigo, o que você faria?

- Takumi... Sim, eu quero ficar com você mais do que tudo. – Mei diz, abraçando-o.

- Mei... eu te amo. – Takumi a abraça.

Então a visão muda e Mai vê uma casa em chamas.

-Takumi-san! Mei-san! – Mai grita.

-Não vá Mai. – Gene aparece, segurando seu braço e a impedindo de correr até a casa.

- Datte. – Mai fica olhando a casa ser engolida pelo fogo.

- Mai, não quero que você se machuque. – diz Gene sorrindo gentilmente.

- Gene... – então a visão se dispersa.

 

Mai se vira na cama e sente sua cabeça bater em algo.

- O que é isso? – pensa Mai, ainda de olhos fechados. Ela passa a mão e sente algo macio. Ela percebe então que tem algo em volta de sua cintura, a abraçando. Ela toca e sente o calor emanado de um braço forte. Mai abre os olhos.

Um grito ecoa por toda a casa.

 

 


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