— E você sente como você tem que jogar feito também? — Ele olhou para ela, questionando. Caleb não estava envergonhado com o incidente do chuveiro. O garoto se sentiu totalmente confortável e confiante em si mesmo. Tinha percebido que Hanna tinha alguns problemas com o que aconteceu.

Ele gostava dela sem dúvida alguma, a partir do dia em que a conheceu, a loira o havia fascinado de alguma forma. Ela parecia tão forte, confiante, mandona, talvez até mal-intencionada, e muito esnobe. Normalmente não é tipo de garotas que Caleb se interessava. No começo, ele realmente só queria sua ajuda para encontrar novos clientes. Por outro lado, ele se perguntou porque ele tinha a ajudado com seus problemas, ela não havia pedido ou pago a ele para fazer isso. O moreno permaneceu com esse mistério. Talvez sua mente tinha pregado uma peça dele. Inconscientemente, ele queria saber mais sobre a loira. Saiu com ela para que o introduzisse com outros clientes e, durante esse tempo, ele começou a descobrir que por baixo de todo o exterior, Hanna era realmente muito diferente e ele sentiu a necessidade de aprender mais sobre ela.

Quando a menina tinha oferecido a ele um sofá em seu porão, ele não hesitou em dizer sim. O plano de ir para o Arizona foi esquecido muito rapidamente. Afinal de contas, passou a frenquentar a escola de Rosewood e tinha, realmente, a intensão de se formar. Caleb queria um futuro não apenas uma vida perdedora como o resto de sua família não tão existente. Ele queria fazer algo de si mesmo e para começar, ele precisava de um lugar para ficar. Claro que também lhe daria a oportunidade de se aproximar da loira. Assim, ele decidiu ficar por um pouco e ver o que ia acontecer.

Tudo estava indo bem, mesmo que ele soubesse que algo estava a incomodando. Algo que ela não queria dizer ou por estar com medo, ou porque achava que tudo isso iria passar. Hanna brigara com Aria, uma de suas melhores amigas, e ela desabafou no pequeno encontro que tiveram naquela noite sentada na escada. Caleb foi bastante positivo, porém, não tinha nada a ver com ele, mesmo que soubesse que os amigos de Hanna não iam com sua cara.

Ele percebeu que ambos haviam se aproximado enquanto estava na casa dela e Hanna finalmente se sentiu a vontade para chama-lo de amigo, e ele seria, porém não podia negar que sentia uma atração por ela. Eles falaram sobre o tudo e o nada. Enquanto ele manteve sua situação familiar de lado, ela evitou falar do tempo em que Alison era viva. O rapaz até que tentou perguntar a ela sobre tudo isso, mas a garota sempre mudava o tema da conversa. Caleb tinha uma sensação de que seus primeiros anos da adolescência não tinha sido os seus mais felizes por algum motivo. E ele esperava que em algum momento, ela pudesse compartilhar isso com ele.

[...]

Ele ainda olhava para Hanna, envergonhado. Por Deus, apenas esperava que eles pudessem corrigir isso, mesmo que a mala de Caleb já estivesse pronta, ele realmente não quer ir embora. Desde a atitude de Hanna naquele dia, ele só conseguia pensar que, para ela, ele era apenas o cara em seu porão. Pensou até que tinha começado a conhecer a verdadeira Hanna, e sentiu como se ela o entendesse, vendo mais nele do que o bad boy estranho que todos achavam que era. Todas as noites assistindo a filmes juntos e conversando, enquanto sua mãe estava fora, foram aparentemente esquecidas, todo o tempo juntos não valeu a pena. Caleb teve que admitir que isso iria machucá-lo, e isso era um sinal definitivo de que tinha sentimentos por aquela garota, como pensava. Se ela não tinha um pouco sequer por ele, preferia ir embora, ficar ali o faria se apaixonar definitivamente por ela.

Finalmente Hanna conseguiu alcançar os seus olhos. — E se eu não quiser? — Aquilo era de verdade? Sua voz havia soado um tanto baixa, ele não sabia se era apenas porque ela se sentiu desconfortável falando sobre isso ou porque ela realmente achava que ele estava falando sério ou iria rir dela. Caleb foi surpreendido por quão pequena, delicada e insegura ela parecia neste momento. Manteve seu rosto calmo, ele precisava que ela soubesse que havia levado a sério essa coisa toda, que pela primeira vez, não estava fazendo piadas. — Então, isso é bom. — Ele não perdeu o curto lampejo de surpresa em seus olhos.

— Olha Hanna, eu sinto muito pelo que aconteceu ok, eu estou triste, isso fez você se sentir desconfortável. É a última coisa que eu quero , realmente. E eu acho que ir embora daqui é provavelmente a melhor coisa a se fazer. Coisas como esta manhã poderia facilmente acontecer de novo, enquanto eu estou me escondendo aqui, é apenas uma questão de tempo até que sua mãe descubra que estou dormindo de novo no seu porão. Eu não quero lhe trazer problemas ou fazer isso mais difícil para você. — Estava pegando sua mochila na mesa quando Hanna finalmente percebeu o que ele tinha acabado de dizer.

— Então, é isso, você só vai sair? Eu quero dizer, onde você está indo? Arizona? Eu pensei você queria terminar a escola, você sabe fazer alguma coisa, e agora você está apenas desistindo de tudo e se movendo milhas e milhas longe daqui? Deixando seus amigos para trás? Só isso? — Ela parecia um pouco irritada e decepcionada. Hanna havia lhe dado abrigo quando ele mais precisava, havia se tornado sua amiga, passou muito tempo com ele, o ajudava o quanto podia e agora ele estava apenas indo embora? Ela não queria aceitar isso, mas precisava dele para ficar com ela. O rapaz se virou para olhá-la, estava determinado a manter a calma, Hanna estava agitada, ele não precisaria estar também.

— Que amigos, Hanna? Não há nada aqui para mim, não há nada, nem família. Eu posso terminar a escola no Arizona também. Se você não sabe, eles têm escolas lá. —

—E quanto a mim? — Ela cuspiu nele lutando contra as lágrimas em seus olhos. Se ele tivesse realmente sentindo o que disse, ela não importava o mínimo para ele? Como poderia? Ele ainda mantinha seu olhar com calma. — E quanto a mim, hein? Eu não sou ninguém? Então eu não sou sua amiga? Apenas uma menina que deixa você dormir em seu porão? Só isso? Tudo bem, se quiser ir, vai enfrente, eu não te impeço. — A loira estava gritando neste momento. Caleb acabou por colocar sua mochila no chão. Quer dizer que ela tinha algum tipo de sentimento por ele? Ela estava tentando fazê-lo ficar? Foi simplesmente demais. Ele passou por seu cabelo ambas as mãos e suspirou.

— Eu não posso mais fazer isso Hanna. A sua companhia em minha vida estragada não vai fazer nada parecer mais fácil. — Não queria ouví-lo, apenas tentava obter a calma de novo, enquanto olhando para o chão.

—Eu não quero que você vá.— Ele havia ouvido direito ou era apenas sua imaginação? Sua voz era tão baixa que ele realmente não sabia. — O que? — Ela levantou a cabeça e dando-lhe um olhar rápido. — Eu disse que não quero que você vá, Caleb. — Ela parecia tão sincera; e ele sabia que estava dizendo a verdade. Andou até onde ela estava e parou bem a sua frente. — Por quê? — Hanna não lhe respondeu. Ele colocou a mão sob o queixo e a fez olhar para ele. Ela olhou. Eles precisavam esclarecer as coisas aqui. Será que ela o via apenas como um amigo ou sentia mais que isso?

— Por que não Hanna? — Seus olhos pareciam longe dele por um segundo e a garota estava tranquila. Caleb não a pressionaria mais, ele sabia que Hanna iria responder, ela só precisava encontrar suas palavras, mesmo se estas fossem decepcionante para ele, só precisava ouvir o que ela tinha a dizer para que pudesse tomar a decisão certa para si .

— E se eu quiser? — Como assim? Caleb foi pego surpreso com sua resposta. O que ela estava falando agora? Ele não entendeu.

— E se você quiser o quê? — Ele precisava que ela explicasse.

— E se eu não quiser que você vá? — Não havia nenhuma brincadeira ou qualquer coisa, esta foi uma pergunta sincera e ele finalmente entendeu o que ela estava se referindo.

— Está tudo bem também. — Ele simplesmente disse. Hanna olhou para ele por alguns segundos. Então, as coisas finalmente foram se encaixando em sua mente, ela precisava de Caleb, de alguma forma ela estava apaixonada por ele e tudo o que podia pensar agora era beijá-lo. Reuniu toda a coragem que conseguiu encontrar e decidiu que, por uma vez, ela precisava dar o primeiro passo. Ele estava bem ali, esperando pacientemente pela sua resposta. Ela precisava convencê-lo de que precisava para ficar. Deu um passo para mais perto, ainda o olhando. Seus narizes quase se tocaram. Ele não fez nenhum movimento, e ela precisava tomar a decisão, era difícil embora ele realmente só quisesse puxá-la e encontrar seus lábios. Ficaram assim por um tempo, só de estar perto um do outro, estavam bem. Hanna fechou os olhos, podia sentir sua respiração graças à proximidade. Quando finalmente abriu os olhos, o encontrou ainda olhando para ela, seus olhos castanhos eram tão quentes e suaves, não sabia se já tinha visto algo assim antes. De alguma forma, eles deram a ela uma sensação de segurança. Finalmente, ela virou a cabeça e ficou na ponta dos pés para que ela pudesse chegar a seus lábios. Foi um beijo muito macioe suave, logo Hanna se afastou, sem saber se ele estava na mesma página que ela. Caleb apenas colocou uma mão em sua cintura e puxou-a novamente, em seguida, colocando a outra mão na bochecha e partindo para outro beijo. Desta vez não havia nada lento sobre isso. Hanna não podia sequer descrever o que estava sentindo, exceto que ele era o coisa mais maravilhosa que tinha experimentado até agora. Nunca havia sido beijada assim, nem pelo seu ex-namorado. Sean sempre a tratou como uma flor delicada, Caleb era diferente. Ele fez suas pernas ficarem fracas e ela estava mais do que feliz que ele ainda a segurava firmemente contra seu corpo porque ela tinha certeza de que suas pernas teria desmoronado.