Chasing a Starlight escrita por ladywriterx


Capítulo 23
Run fast


Notas iniciais do capítulo

OH HEY
Olha quem veio com capítulo novo.

E eu disse pra alguém respondendo os comentários que os Vingadores estavam pra aparecer de novo. Well... SPOILERS DO CAPÍTULO! Vão ler e me contem o que acharam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/638437/chapter/23

Helena suspirou e olhou para o céu. Sentiu os braços de Loki a envolvendo-a, um abraço que ela estava precisando desde que saíram daquela maldita caverna. Ele já estava melhor, ela já podia abraçá-lo forte, procurando um pouco de conforto nos braços dele. Fechou os olhos, colocando a bochecha contra o peito dele, tentando não chorar, tinha prometido que não choraria. Ainda precisava pensar em algum lugar para ficar até que ele estivesse completamente recuperado. Mas, no meio de Nova York, naquele dia, deixou que a mão dele se embolasse em seus cabelos num carinho gostoso e esqueceu daquilo por alguns momentos, os dois quietos, só sentindo a respiração um do outro.

–O apartamento em Londres. - Helena sussurrou. - Ele parecia vazio.

Estavam sentados em um parque, tentando achar a melhor possibilidade. Sabia que seus pais teriam a mesma reação de John, precisavam de um lugar onde teriam a certeza de uma noite de sono tranquila. Se fossem continuar em Midgard, Helena não teria escolha, teria que passar em seu apartamento, pegar seus cartões de crédito, seus documentos. Não sabia se seria seguro usar os cartões, teria que sacar o dinheiro em algum lugar na Islândia e sumir, já que Thor tinha ligações com a SHIELD e seria brincadeira de criança eles os localizarem. Odiava ser uma fugitiva, mas não conseguia nem pensar na possibilidade de abandonar Loki.

–Fica tão perto da passagem da Bifrost. Thor agora sabe onde fica. - Helena suspirou e colocou as mãos no cabelo. - Mas acho que por essa noite estaríamos a salvo.

–Será? - Olhou para Loki, que assentiu. - Hoje eles vão descobrir que não estamos mais lá, Loki. Hoje as buscas vão começar.

–Eu sei. - O deus se esparramou no banco, estendendo as pernas, relaxado demais. - Mas acredito que eles vão começar por seu apartamento, depois pela sua família.

–O apartamento dos meus pais em Preston. Está fechado desde que... Bem. Desde que mudamos para Islândia. - Loki a encarou por alguns segundos, pensando em todas as possibilidades. Se ele pudesse, não iria para nenhum lugar, se esconderia em alguma praça como aquela até toda loucura melhorar, mas sabia o que Helena falaria. - Loki, você precisa descansar. - Aquilo. Ela falaria aquilo. Estava mais preocupado com ela, as olheiras já estavam profundas e roxas, o cabelo tinha perdido o brilho, ela estava fraca. E cada vez mais. Por isso, deixou um suspiro escapar.

–Vamos para Londres. Depois Preston. Mas deixe que eu levo a gente. Você está a beira de desmaiar e eu não consigo te carregar. - Sigyn assentiu.

Loki ainda sentia os braços arderem. Tanto tempo preso com os braços para cima não tinham feito bem. Podia sentir os músculos repuxando com o mínimo esforço e sabia que não tinha recuperado a força o suficiente para carregar Helena, mesmo que aquele fosse um ato que antes ele fazia tão facilmente. Sabia que, naquelas condições, ela conseguiria carregá-lo por muito mais tempo que o inverso. Loki colocou-se de pé, escondendo uma careta de dor, e estendeu a mão para Sigyn. Ela mordeu o interior da bochecha. Ele sabia o que aquilo significa. Ela estava preocupada que ele não estava completamente recuperado para levá-los. Tinha medo do que aconteceria.

–Posso fazer isso, Sigyn. Estou bem melhor. Confie. - Ela levantou os olhos castanhos para ele, pensando nas possibilidades. Então, lentamente, colocou a mão na dele, também se levantando. - Só segure com mais força, sim?

–Não precisa nem pedir.

Abraçou-o apertado e fechou os olhos. Quando abriu de novo, estava no meio da sala que um dia era sua sala de jantar e estar. Respirou fundo e segurou o ar. Afastou-se de Loki alguns passos e olhou em volta. A mobília era a mesma. Com a correria que foi se mudar para a Islândia quando tudo aquilo aconteceu, todos os seus móveis ficaram. O dono provavelmente se aproveitou daquilo, deixando-os ali para os próximos inquilinos. Tinha a aparência que estava fechado desde que ela tinha ido embora, a mesma disposição dos móveis e uma grande camada de poeira que cobria tudo. Sentiu os olhos enchendo de água e passou a mão no rosto para limpá-las rapidamente. Não teve coragem para olhar para Loki. Mas ele não estava muito melhor, tentando não demonstrar que aquilo também tinha sido como um soco no estômago. Ela sentiu que podia vomitar a qualquer momento.

Sentiu quando ele passou as mãos pela sua cintura e a puxou para perto, voltando a grudar os corpos.

–Só por hoje, vamos fingir que somos os mesmos do primeiro ano. - Helena engoliu um seco e assentiu com a cabeça. - Não tem Ragnarök, não tem Odin que sabe onde estamos. - Loki sorriu com a facilidade que Helena derretia em sua mão. Depositou um beijo delicado em seu ombro, depois na curva do seu pescoço, ouvindo-a ronronar. Quando a ouviu respirar fundo, sabia que ela tinha ido para um caminho sem volta.

–Loki, nós estamos nos escondendo.

–E? Deuses, Helena, dois anos. - Ela riu.

–Você está machucado ainda.

–Pode ter certeza que você não vai piorar a situação. Pode até ajudar na recuperação. - Sigyn mordeu o lábio inferior e virou-se para ele. Ela queria tanto. Passou a mão pelo peito dele, parando em sua nuca, enterrando os dedos nos cabelos negros dele. Sorriu antes de ficar nas pontas dos pés e, também delicadamente, selar os lábios nos dele.

Percebeu que ele a abraçou com mais força e sorriu durante o beijo. Oh, Loki. Tudo estava lento e delicada, exatamente com o a relação deles naquele primeiro ano, até que nem Sigyn aguentava mais. Ela precisava de Loki. E sabia exatamente o jeito de fazê-lo derreter também. Mordeu o lábio inferior dele, sensual e lentamente, sorrindo no final e o encarando durante alguns segundos quando se separaram. Sabia que aquilo tinha surgido o efeito desejado quando, sem saber como aquilo aconteceu, estava entre uma parede e Loki, presa, e ele a beijava com violência.

Não conseguia mais fingir que era a mesma Helena de sete anos atrás, não podia mais fingir que aquele Loki que a beijava com tanto desejo e violência era o mesmo de sete anos atrás. Eram pessoas completamente diferentes. Soltou o ar ruidosamente quando Loki quebrou o beijo e começou a morder seu pescoço. Como queria que ele não estivesse todo machucado para que pudesse fincar as unhas em suas costas, queria poder entrelaçar as pernas em sua cintura... O nome dele ficou preso em seus lábios conforme os beijos e mordidas desciam até seu colo. Uma mão dele foi até sua coxa, puxando-a para cima, na altura da cintura, encaixando-se melhor no corpo dela.

–Se vamos ficar em Midgard por um tempo vamos precisar de dinheiro. Meus cartões e documentos estão todos no meu apartamento, então… - Helena saiu do banheiro, terminando de arrumar o cabelo molhado. Tinha tomado um banho rápido, gelado.

–Precisamos passar lá. - Ela assentiu com a cabeça quando o deus se virou para olhá-la. - Isso vai ser arriscado.

–Eu sei. Você está bem? Deixe eu ver como estão os ferimentos.

–Não precisa...

–Loki, por favor. Nem comece. Não estou com paciência hoje. - Apontou com a cabeça para o sofá, indicando que ele se deitasse. Loki a encarou por alguns segundos antes de bufar, contrariado, e fazer o que ela pedia. Antes de deitar-se completamente, tirou a camiseta, tentando, talvez sem muito sucesso, esconder a expressão de dor que movimentos bruscos o fazia sentir. Ela segurou para ele, esperando que ele se deitasse.

–Precisamos de um plano. - Helena riu pelo nariz, negou com a cabeça, mais preocupada com os ferimentos de Loki que não estavam cicatrizando como deveriam. Sua magia voltava lentamente. Podia sentir o ar em volta dele voltando a se movimentar com a estática de sua magia, podia sentir o jeito que a energia voltava a pulsar nas veias dele, nada comparado ao que era antes, mas estava ali.

–Você deveria focar em se recuperar primeiro, Loki. - Respondeu, calma.

–Helena. - Levantou os olhos para poder encará-lo. - Por favor, sinta alguma coisa além de preocupação comigo. Sinta raiva, grite comigo, quebre tudo dentro desse apartamento, mas pelo amor dos deuses, saia desse estado letárgico.

–Eu não… - Sua voz se perdeu, apertava a camiseta de Loki em suas mãos com uma força desnecessária.

–Não está nem um pouco irritada com Odin? Faz dois anos que não vejo outra expressão no seu rosto a não ser esse seu olhar perdido. - Ela fechou os olhos e respirou profundamente. Sabia que Loki tinha razão, tinha feito isso para se proteger, para proteger Loki. Não aguentava mais todo aquele ódio borbulhando dentro dela, não aguentava mais, então o deixou escondido, não transparecia. - Helena.

–O que você quer que eu fale, Loki? - Explodiu, de repente. - Quer que eu fale que quero a cabeça de Odin num prato, quer que eu fale que eu queria que Thor passasse o resto da eternidade embaixo daquela maldita serpente por ter feito aquilo com você? Eu… Quero. Tudo isso. E isso me assusta.

–Você não me culpa? - A voz de Loki era baixa, com medo da resposta.

–É claro que eu te culpo, Loki. - Jogou a camiseta nele, já irritada. Se ele queria outro sentimento, estava tendo, e teria que aguentar. Levantou-se, querendo um pouco de distância dele naquele momento. - Se você tivesse o mínimo de autocontrole, não estaríamos aqui, estaríamos? - O deus suspirou e colocou-se sentado, passando a camiseta rapidamente pela cabeça. - Mas adiantaria alguma coisa? Mudaria alguma coisa?

–Desculpe…

–Nem comece, Loki. Nem comece. - Respirou fundo, passou a mão pelos cabelos e o encarou com raiva. - Viu o porquê eu não me deixava pensar nisso tudo? - Perguntou, baixinho. - Não quero brigar com você, Loki. Tudo já está desabando em nossa volta, o que a gente menos precisa agora é briga. Mas você não me dá outra escolha a não ser ter raiva de cada decisão errada que você tomou. E então eu fico possessa de ódio de cada decisão estúpida que Odin tomou e eu tenho vontade de matá-lo pessoalmente. - Terminou entredentes. Loki ficou algum tempo a encarando, sem saber como reagir. Helena, desconfortável, jogou o peso do corpo em uma perna e se abraçou, também olhando para ele, esperando que ele falasse algo, fizesse algo.

Também levantou-se do sofá e, a passos, largos, a alcançou. Puxou-a com força para um abraço, apertando-a contra seu peito. Sentiu quando ela soltou o ar e deixou o corpo relaxar perto do dele. Loki afundou sua mão em seus cabelos, depositou um beijo carinhoso em sua testa antes de apoiar seu queixo no topo de sua cabeça. Helena passou os braços possessivamente em volta de Loki.

–Estamos juntos, Sigyn.

–Eu sei.

De canto de olho, Loki percebeu o tempo mudar na janela da sala. Separou-se devagar de Helena e, a passos lentos, aproximou-se da janela. Ela voltou a se abraçar e acompanhou o movimento de Loki com o corpo. Seu coração já batia forte no peito, sentia seus ouvidos zumbirem com a quantidade de sangue bombeado. Era a mesma mudança de tempo que acontecia quando Loki chegava pela Bifrost. Ficou paralisada, esperando algum movimento do deus, alguma palavra, alguma coisa.

–Eles nos acharam. - Ele sussurrou. - Tem alguma coisa que queira pegar daqui? - Helena estava em choque. Esperava mais alguns dias de paz antes deles os encontrarem. - Sigyn! - Balançou a cabeça e encarou Loki por alguns segundos.

–Não, não tem nada. - Ele estendeu a mão para ela, que correu e apertou-a com força. - Loki, para onde vamos? Eles devem ter deixado soldados em todos os lugares que a gente pode ir.

–Eu sei. Vamos focar em sair daqui sem usar mágica. - A loira assentiu, respirou bem fundo e encarou a porta de entrada. - Pense, Si. - Seu cérebro estava a mil por hora. Conhecia aquele prédio tão bem. Morou lá por mais de seis anos, e, mesmo assim, naquela hora do desespero, não conseguia pensar num modo efetivo em sair dali. Respirou fundo quando ouviu o primeiro passo no corredor

–Janela do quarto. Escada de incêndio. Não fica na mesma direção da praça.

Loki levantou a janela sem muito esforço, apesar dela estar emperrada. Deu apoio para Helena pular primeiro e a seguiu, bem quando a porta do quarto abriu. Agradeceu – apenas naquela hora – a Odin por ter dado a maçã de Iddun à Helena. Não sabia se conseguiriam fugir com ela ainda humana. A loira pulou antes de chegar ao terceiro andar, gemendo com o impacto no chão, e Loki a seguiu. Os soldados vinham atrás, rápido. Deram as mãos novamente e ele deixou que ela o conduzisse pelas ruas dos bairros.

–Metrô. Vamos pegar o metrô e nos distanciar deles. Então a gente tenta ir para Islândia pegar meus cartões. - Ela explicou, entre respirações curtas, correndo o mais rápido que podia. - Me explique de novo porque não podemos simplesmente estalar os dedos e sumir daqui?

–Toda magia deixa rastro, Sigyn. Fazer magia de deslocamento perto das tropas é pedir para que eles nos achem em minutos.

–Esquerda. - Helena olhou por cima dos ombros. - Merda, eles estão vindo. Precisamos chegar rápido na estação.

Olhou mais uma vez para trás, antes de parar de correr e respirar bem fundo, ofegante. Loki a imitou. Tinham despistado os soldados com alguns quarteirões antes da estação do metrô. Ele passou a mão pelo ombro de Helena, que chegou mais perto dele. No bolso de trás de seu jeans que Hannah tinha gentilmente cedido a ela, tinha algumas libras que a amiga também imaginou que eles fossem precisar quando Helena disse que pensavam em voltar para a Inglaterra. Pegou o necessário para as duas passagens do metrô.

–Quando isso tudo acabar, Loki, você vai me dever uma eternidade de massagem nas costas. - Resmungou Helena, sendo puxada pelo braço para se apressarem na escada rolante.

–Querida, a minha eternidade é sua. Sabe disso. - Ele virou-se para piscar um olho para ela, que rodou as orbes castanhas.

–Não precisa fazer promessas para me conquistar, Loki. - Riu, pulando o último degrau e voltando a ficar ao lado dele, apressando o passo até a plataforma para esperar o trem. - Você é realmente a minha única opção.

–Bom saber.

–Idiota. Não devíamos estar mais preocupados em fugir daqui do que ficar cantando um ao outro? - A loira olhou por trás dos dois ombros e depois analisou cada rosto na plataforma. Todos pareciam ignorar o casal.

–Foi você que reclamou alguns anos atrás que eu tinha esquecido de te cortejar.

–Loki. - Rosnou, rindo. Ele inclinou-se e beijou sua bochecha. - Situações diferentes, problemas diferentes, não é mesmo? Prioridades, lindo, prioridades. - Riu, deixando-se deitar no peito dele. Fechou os olhos e respirou fundo. - Quanto mais esse trem demorar, mais eu vou ficar preocupada. Não acho que eles sejam idiotas de não entenderem o nosso plano.

–Sei disso. - A voz de Loki voltou a ser séria e preocupada. Passou as mãos pela cintura de Helena, deixando que ela descansasse um pouco antes de voltarem a sua fuga.

–E não vamos lutar aqui. - Sussurrou. - Olhe quanta gente tem em volta, gente inocente. - Loki não respondeu, apenas travou a mandíbula, não queria contrariar Helena ali. Só deixou que aquele contato entre os dois os acalmasse depois da corrida.

Natasha estava de braços cruzados, de volta em seus uniformes da SHIELD depois de algum tempo sem usá-los. Tinha recebido um chamado no meio da madrugada, pego um avião e ali estava, esperando Thor que dizia ter uma situação urgente a resolver. E o deus apareceu alguns minutos depois, Mjölnir em mãos, cara de poucos amigos.

–Thor, bom revê-lo.

–Gostaria de dizer o mesmo. - Ela indicou o caminho para seguirem, adentrando a base.

SHIELD ainda se recuperava. Colocava-se de pé dia após dia, livrando-se de todos os rastros da HYDRA em sua história. Levaria algum tempo até conseguirem se reerguer completamente, mas conseguiam se virar. A base de Londres já estava uma confusão. As pessoas andavam atarefadas por todos os lados. Era uma base pequena, se comparada ao que tinham antes, porém conseguia cumprir sua função.

–Qual é o problema?

–Loki. - Natasha não parou de andar, apesar da surpresa. Intensificou o passo.

–Você não tinha comentado que ele estava preso?

–Escapou. E continua foragido. Seguimos ele até Londres, mas já perdemos seu rumo. - A ruiva respirou fundo e apontou para a sala. Barton os esperava, braços cruzados, um sorriso no rosto, que logo se desfez ao ver a feição dos dois ao passarem pela porta.

–Faça suas malas, Clint. Temos uma missão. E acho que você não vai gostar muito dessa.

–Para onde estamos indo? - Os dois agentes encararam o deus, que, depois de alguns segundos pensando, apenas suspirou.

–Islândia.

Reykjavik não era uma cidade muito grande, apesar de ser capital da Islândia. Helena respirou fundo, sentindo o ar sempre fresco da cidade, mesmo no verão, e sorriu. A familiaridade daquele lugar a trazia um pouco de conforto no meio de todo aquele turbilhão de coisas acontecendo. Adorava Londres, mas, depois dos anos que passara em Reykjavik, não conseguiria chamá-la de lar mais.

–Temos uma coisa além dos soldados de Asgard para nos preocupar.

–SHIELD, eu sei. - Helena soltou os ombros. - Nova York, eu estava lá, Loki, esqueceu? Eles me levaram para um pequeno interrogatório. E, bem, acho que Thor é amigo deles. Eles sabiam o que eu fazia, onde eu morava, até cada endereço onde eu morei minha vida inteira. Acredite, eu estou pensando nisso.

–Já pensou em um jeito de burlar SHIELD?

–Eles vão tentar nos rastrear assim que eu usar pela primeira vez meu cartão. Por isso… Depois que passarmos no meu apartamento, vamos para o vilarejo perto da casa dos meus avós. É isolado. Longe. Sacamos o dinheiro lá, e vamos precisar correr, porque vai ser questão de horas para SHIELD nos encontrar. Depois vamos precisar decidir entre ficar na Islândia ou ir para outro país. Mas, pra ir pra outro país, vamos precisar trocar os krónas.

–E, deixa eu adivinhar, SHIELD nos acha desse jeito. - A voz dele saiu impassiva.

–Sim, para fazer o câmbio vou precisar usar meus documentos. Mas precisamos ficar mais um tempo em Midgard, Loki. Você precisa se recuperar.

Thor estava de braços cruzados encarando o casal na sua frente. O homem mantinha a mesma postura do deus, com as sobrancelhas erguidas em postura de enfrentamento. A mulher desligou o telefone e balançou a cabeça negativamente, arrancando um suspiro preocupado do homem.

–Vocês estão os caçando como animais e realmente esperam que ela vá atender o telefone?

–Iwal… - Elli tentou acalmar seu esposo, que agora caminhava em direção a Thor.

–Eles fugiram em Londres hoje. Acredito que estão vindo para Islândia. Só quero achar Loki, e Sigyn. - Acrescentou, rapidamente. - O castigo não era destinado a ela, sabem disso.

–Digo isso para a teimosa da minha filha. E do meu marido.

–Não, Elli. Eu entendo perfeitamente a raiva que Sigyn está sentindo. Odin não queria que ela tivesse nascido, ele te informou disso, Thor? Você realmente acredita quando ele diz que não queria que ela passasse a eternidade sofrendo?

–Minha mãe me contou a história, sim. - Os três ficaram quietos à menção de Frigga. - Mas Odin apenas quer punir Loki pelos seus crimes, Sigyn não cometeu crimes…

–Então por que ela foi banida para Midgard com a vida eterna antes mesmo disso tudo, Thor? - O deus se calou, sem resposta para àquela pergunto do homem a sua frente. - Eu sei, eu entendo, você quer acreditar em tudo o que seu pai fala, se agarrar na ilusão que minha filha sairá viva disso, mas isso não vai acontecer, Thor. Loki cometeu seus erros, mas minha Sigyn não. - Thor abaixou a cabeça para encarar Mjölnir, o clima da sala parecia mais pesado do que deveria.

–Vou distrai-los, você sobe e pega o que precisa, o mais rápido que der. - Helena assentiu. Suas costas estavam coladas no muro do prédio da esquina da quadra do seu próprio prédio. Dois guardas estavam parados na porta da frente e não duvidava que alguns mais guardariam a porta do seu apartamento. Sentiu uma pressão suave em seus lábios e sorriu. - É a primeira vez que você vai realmente usar seu treinamento, não? - A loira ponderou. O dia que foram presos, não tinha muito o porque resistir. Para fugir, foi mais uma questão de estratégia.

–Sim. - Sorriu. - Quem diria que eu usaria as habilidades da toda leal Sif contra o trono de Asgard, ahn? - Loki riu com ela.

–Nos vemos nesse mesmo lugar. - Assentiu rapidamente com a cabeça. Loki sumiu para se materializar na frente dos dois guardas. - Olá. - Um sorriso malicioso surgiu em seu rosto. - Eu realmente preciso entrar nesse prédio, então se vocês me derem licença… - Deu o primeiro passo para frente e, ao fazer isso, o guarda da esquerda apontou a lança para Loki. - Ok, do jeito díficil. - Fechou a cara.

Com a mão direita, alcançou a lança, girou-a, tirando-a da mão do guarda e, num movimento brusco, levou até o joelho, partindo a madeira do cabo em dois. Com a mão esquerda, empurrou-o com magia para longe. Virou para encarar o guarda da direita. Voltando a sorrir, estralou o dedo e várias cópias dele apareceram, rodeando os dois asgardianos. Helena sabia que era a sua vez de entrar em ação, então apenas se concentrou na visão do seu hall de entrada, esperando de coração que não tivesse ninguém dentro do seu apartamento.

Antes que ela pudesse abrir os olhos, sentiu um aperto em seu pescoço. Negou com a cabeça. Abaixou o queixo para encontrar a mão da pessoa que estava em seu apartamento no lugar certo. Mordeu com força, ouvindo-o gritar de dor e soltá-la. Girou o corpo, acotovelou-o no pescoço, deu um chute nas suas costelas e depois, com magia, jogou no chão, ouvindo-o o gemer com o impacto. Pisou em seu peito

–Eu sou uma deusa. Você está em meu apartamento. Achou mesmo que isso terminaria bem para você? - Levantou as sobrancelhas para o homem, que procurava algo para falar.

–Lady Sigyn, tenha…

–Shh. Preciso ser rápida. Então, por que você não tira uma soneca? - Levantou o pé o suficiente para colocá-lo na mira do seu rosto e com o leve salto da sua bota, pisou com força no seu rosto, fazendo-o desmaiar. Respirou fundo. Não se reconhecia, mas tinha que admitir que tinha gostado daquilo tudo. O coração batendo forte no peito, a sensação de poder que corria nas veias e a deixava acessa, acordada.

Conseguia entender o porquê Loki deixou-se consumir por tudo aqui. E não o julgava mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Dessa vez nem tenho muitos avisos, só espero que todos tenham tido ótimas festas. Feliz Ano Novo e bora fazendo HAHA



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chasing a Starlight" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.